Semana do Meio-Ambiente
Semana do Meio Ambiente 2016
Entramos numa semana durante a qual o “meio ambiente” deveria estar no centro de nossas atenções. Contudo, parcela expressiva da população não tem noção e não é devidamente alertada sobre esse tema fundamental que já trata da própria subsistência da espécie humana.
Há muito tem-se várias entidades e pessoas de projeção, alertando sobre uma cadeia de ocorrências que afetam o clima de forma dramática e inegável, fazendo-nos perguntar se, afinal, tem-se ou não o “aquecimento global”?
A resposta é “sim”!
A situação alarmante, como asseverado acima, não é repassada às populações ao redor do planeta que, não sendo devidamente esclarecidas e orientadas sobre essa devastadora alteração, não se mobilizam ou atuam como o fato exige.
Não se nega aqui a periodicidade de alternância climática planetária, entretanto outra pergunta chave é “se o atual pico inimaginável e expressivo de calor ocorrido na última década, traz ou não consigo perigos para a harmonia do planeta?” E mais, pode-se dizer que a terra está “adoentada”, “febril” ou, como se diz, tem-se o “aquecimento global”?
A resposta é outro inegável “sim”!
Deve-se refletir que cada espécie animal tem a sua temperatura característica e casos de elevação denominam-se de “febre”. Existem febres que não são preocupantes, outras requerem cuidados especiais e algumas exigem internações hospitalares! Se analisado sob esse aspecto, pode-se afirmar que nosso orbe está inegavelmente “febril”, num diagnóstico que se baseia em vários sintomas, alguns deles oriundos do “site” da NASA (Estados Unidos), advertindo e salientando para os seguintes pontos.
Inicialmente é que as reconstituições térmicas da superfície terrestre mostram que houve um aquecimento desde o ano 1880, sendo mais expressivo a partir do início de 1970, mas os 10 anos mais quentes ocorreram nos últimos 12 anos. Mesmo considerando que os “anos 2000” testemunharam um declínio das emissões solares, com um incomum decréscimo de sua atividade entre 2007-2009, as temperaturas da superfície terrestre continuaram aumentando.
Dados da NASA mostram que na Groenlândia as camadas de gelo diminuíram de 150 a 250 km/cúbicos por ano entre 2002 e 2006, enquanto a Antártica perdeu ao redor de 152 km/cúbicos entre 2002 e 2005. O gelo Ártico tem diminuído rapidamente nas últimas décadas e, da mesma forma, os glaciais (depósitos de neves que, descongelando, formam rios gelados) estão se reduzindo ao redor do mundo, incluindo os Alpes, Himalaia, Andes, Alasca, África e Montanhas Rochosas.
Além do registro de recorde de altas temperaturas, também o número e intensidade de eventos climáticos catastróficos têm aumentado, com tempestades, secas e incêndios.
O nível dos oceanos aumentou 17 cm nos últimos cem anos. Entretanto, a média na última década é aproximadamente o dobro desse mesmo período, ou seja, a velocidade das alterações aumentou de forma alarmante. Nossos mares também têm absorvido o calor registrado, sendo que na superfície a temperatura aumentou 0,17o Célsius a partir de 1969. Desde o início da revolução industrial a acidez dos mares aumentou em 30%, podendo parecer pouco mas são aumentos substanciais para a Biota marinha.
Após tais considerações é de se perguntar: todos estes fatos são ocasionais? Seriam, por acaso, acontecimentos isolados sem qualquer conexão entre si? Tudo isto é fortuito?
Agora a resposta é “não”!
Há muito entende-se que tudo está conectado e que se deve atuar no sentido de conscientizar a população do extremado perigo a que estamos submetidos. Estando ou não numa linha fronteiriça que definirá se poderemos reverter os efeitos do aquecimento global, o fato é que a situação é gravíssima e todos devem atuar em conjunto. A situação deve ser enfrentada por todos.
Sabe-se que as reservas naturais do Brasil (metais preciosos, solo fértil, índice de insolação, grandes reservas hídricas, entre outros) são expressivas e estão na mira de muitos países e empresas particulares, sendo impossível tratar de tudo num texto breve.
Entretanto, não se pode deixar de falar sobre a destruição de florestas para fins comerciais. Se contabilizado, as emissões desta destruição corresponde a 20% daquela registrada pelo sistema de transporte (queima de petróleo). Com o objetivo de “economizar” nos processos de desflorestamento, as empresas e plantadores em geral promovem a queima de milhares de hectares, sendo que a destruição global de dois anos corresponde a uma área equivalente ao tamanho da Alemanha.
Sob este aspecto, a Amazônia é o grande exemplo brasileiro, pois está sendo arrasada, somente para que o agronegócio predador acrescente mais lucro nas contas de uns poucos.
Localmente o nosso Bioma Pampa também é agredido e, numa situação alarmante, o desaparecimento de abelhas é incontestável, gerando preocupações não só para os apicultores mas para todos, já que esses insetos são responsáveis por aproximadamente 80% da polinização, ou seja, atuam na geração de frutos e grãos para as espécies humana e animal. Polinização significa a garantia da perpetuação da espécie de determinadas plantas. Desta forma as abelhas são a chave, a base principal para uma produção rentável.
Entretanto, a exploração de imensas áreas para as monoculturas (soja, milho), aplicam-se doses elevadíssimas de venenos que vêm dizimando não só as abelhas mas também envenenando os gaúchos, que já estariam expostos a uma quantidade de venenos calculada em aproximadamente 7 litros/pessoa/ano. Também a transgenia, da forma irresponsável como é desenvolvida, estaria interferindo negativamente na qualidade de vida de todos nós, muito embora existam políticos que criem projetos de lei para retirar o indicativo desse veneno no rótulo dos produtos.
Embora pareça algo distante, o cuidado com o meio ambiente começa dentro da casa de cada um, sendo importantíssimo o devido cuidado com o lixo, entre outros tantos exemplos. Esse é um tema que responsabiliza todos nós, não sendo adequado imaginar que o poder público irá resolver o problema isoladamente.
Precisamos agir isoladamente e em conjunto!
Aproveitamos para convidá-los para uma mesa redonda intitulada “Serviços Ambientais da Fauna” que ocorrerá no dia 08 de junho de 2016, às 12h45, na sala 06 do prédio 22, IB, Campus Capão do Leão.