À beira da extinção: memórias de trabalhadores cujos ofícios estão em vias de desaparecer: Em nossa sociedade, com as rápidas transformações industriais e a revolução da informática, cada vez mais profissões e, principalmente ofícios manuais vão se tornando obsoletos neste inicio do século XIX, sendo extintos ou estando em vias de desaparecer. Por outro lado, os trabalhadores que os exerceram têm um rico manancial de vivências, experiências e trajetórias ligadas a estes ofícios, que vão se perder paulatinamente com o desaparecimento destes. A maioria desses trabalhadores já se encontra retirada do mercado de trabalho, pelos motivos do esgotamento de suas forças de trabalho, com o declínio natural da idade e também pelo avassalador efeito das novas tecnologias, que tornaram alguns dos ofícios mais tradicionais até então, completamente ultrapassados, como é o caso das parteiras, e lavadeiras, ocupações existentes desde o Brasil colônia, mas que hoje encontram pouca razão de ser. A questão mais relevante será justamente analisar aquelas profissões à beira da extinção, como estivadores, tecelãs, sapateiros, alfaiates, afiadores de faca, fotógrafos de rua, bem como benzedeiras, parteiras, curandeiras, ofícios que insistem em se manter em um mundo que parece não querer mais lhes dar qualquer tipo de espaço, já que, muitas vezes, aquilo que oferecem se tornou descartável. [Coordenadora: Lorena Almeida Gill]
Afrodescendentes na região Sul: biografias, trajetórias associativas e familiares: O trabalho de pesquisa aqui proposto objetiva constituir biografias individuais de personagens afro-brasileiros que, na Primeira República, engajaram-se em espaços de sociabilidades e militância da região meridional do Brasil, especificamente nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Agregando pesquisadores de universidades federais dos três estados (UFPR, UFSC e UFPEL), realizará também estudos de trajetórias familiares de alguns dos personagens estudados. Por meio de publicação de livros, artigos e materiais para a Educação Básica, bem como de ações para formação de jovens pesquisadores, para capacitação de recém-doutores e sensibilização de professores da Educação Básica em relação ao tema, visa contribuir para a ampliação dos conhecimentos sobre a temática e para o adensamento da compreensão da construção da cidadania no contexto republicano, abarcando, entre outros aspectos, a importância das distinções sociais existentes no período. [Coordenadora Geral: Joseli Maria Nunes Mendonça, da UFPR; Coordenadora Local: Lorena Almeida Gill]
Traçando o perfil do trabalhador gaúcho: Conformação e análise do perfil do trabalhador gaúcho, através de técnicas de pesquisas quantitativas (criação de banco de dados digital). Através da análise dos campos do banco de dados será possível recuperar, desde elementos físicos, como cor, gênero, faixa etária, culturais e educacionais, como profissão e grau de instrução, bem como local de trabalho e moradia, estado civil, número de filhos e nacionalidade. Isso nos permitirá traçar com maior precisão seu perfil, além de possibilitar responder a várias questões que há anos preocupam os estudiosos do trabalho, como a aceitabilidade das carteiras e leis trabalhistas, o impacto do salário mínimo sobre o processo de acumulação no pais, entre outras questões. [Coordenador: Aristeu Lopes]
Narrativas gráficas na imprensa ilustrada do Brasil. Séculos XIX e XX: O projeto de pesquisa Narrativas gráficas na imprensa ilustrada do Brasil. Séculos XIX e XX tem por objetivo principal identificar e analisar a produção das narrativas gráficas na imprensa ilustrada brasileira, sobretudo no século XIX, mas também naquela do começo do século XX. Dessa forma, o ponto de partida deste projeto é o pressuposto que é possível considerar determinadas ilustrações publicadas em periódicos brasileiros como histórias em quadrinhos, apesar das suas veiculações antecederem o lançamento daquelas consideradas precursoras deste tipo de arte gráfica. No desenvolvimento do projeto, e então adentrando os jornais do século XX, pretende-se averiguar como o advento das histórias em quadrinhos surgiu nas páginas dos periódicos. A projeto prevê o começo da pesquisa em periódicos do Rio de Janeiro, como Revista Illustrada e O Mequetrefe, e do Rio Grande do Sul, como o jornal pelotense A Ventarola. [Coordenador: Aristeu Lopes]
Da carne e do couro: os trabalhadores dos frigoríficos e dos curtumes no Rio Grande do Sul nas solicitações de carteira profissional e nos processos judiciais, 1933-1950. O projeto, iniciado em 2020, pretende pesquisar, mapear, identificar e analisar os mundos do trabalho no que se refere aos trabalhadores e trabalhadoras vinculados às indústrias da carne e às indústrias do couro instaladas no estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 1933 e 1950. Para esse objetivo, os dados da DRT/RS serão os condutores do desenvolvimento do projeto que ainda vai pesquisar os processos judiciais dos acervos do Arquivo da Justiça do Trabalho da Comarca de Pelotas, salvaguardado no NDH, Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e o Memorial da Justiça do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 4º região. O projeto conta com auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul através do Edital do Programa Pesquisador Gaúcho da FAPERGS. [Coordenador: Aristeu Lopes]
Elites sociais, poder político e estratégias familiares em Pelotas (1850-1950): O projeto visa realizar um estudo das principais famílias que se constituíram enquanto elite entre, aproximadamente, 1850 e 1950 e em que medida elas foram atingidas ou perderam posições com as sucessivas crises econômicas e políticas que afetaram o período. Em nossa Tese de Doutorado verificamos que, entre 1870 e 1890, um grupo de famílias controlava os principais espaços de atuação política e cultural e que se constituíam nas mais ricas do município. Nossa hipótese é que essas famílias foram se adaptando as muitas mudanças que a sociedade brasileira vinha atravessando, diversificando as suas atividades para manterem-se ainda como elite local e regional até os anos 1930/1940. Contudo, a partir dos anos 1950, elas perderam esse espaço para outras famílias e nosso projeto busca verificar quais os fatores internos e externos à sociedade local colaboraram para tais fenômenos sociais, uma vez que a crise das charqueadas não foi capaz de derrubá-las do topo da pirâmide social.
Coordenador: Jonas Moreira Vargas
Bolsista: Marina Ribeiro Cardoso
Integrantes: Jéssica Rodrigues Bandeira Peres, Vitor Wieth Porto, Etiane Carvalho Nunes, Tamires Ferreira Soares, Fernando Brod.