Transformações dos mercados de trabalho da região sul do RS: Defesa de tese acadêmica
As transformações dos mercados de trabalho brasileiro e dos municípios da região sul do RS, sobretudo de Pelotas e Rio Grande, foram objeto de tese defendida pelo Prof. Francisco E. B. Vargas, Coordenador do Observatório Social do Trabalho (IFISP/UFPel), por ocasião de sua promoção à classe de Professor Titular da Universidade Federal de Pelotas. A defesa da tese, intitulada “Transformações e crise do emprego no sul do Brasil: Ensaios e práticas em torno de uma sociologia do mercado de trabalho”, ocorreu no último dia 10 de dezembro, às 14 horas, pela plataforma de webconferência da UFPel. Participaram da banca examinadora os seguintes professores titulares: Lorena Holzmann (UFRGS), Maria Thereza Rosa Ribeiro (UFPel), Michel Miche (UFRJ) e Solismar Fraga Martins (FURG).
Através do link abaixo, você pode acessar a íntegra da sessão de defesa de tese do Prof. Francisco Vargas:
Segundo o Prof. Francisco Vargas, o mercado de trabalho não é apenas um espaço de relações econômicas, de oferta e demanda por trabalho, mas de produção, reprodução e transformação de relações sociais mais amplas, em geral marcadas por fortes assimetrias (classe, gênero, cor/etnia, geração, território, etc.). As transformações dos mercados de trabalho no Brasil e na região sul do Rio Grande do Sul foram e são marcadas por uma elevada precariedade do trabalho, resultante tanto de uma elevada precariedade estrutural herdada do período de expansão do capitalismo industrial brasileiro (1930-1980) como de um intenso processo de precarização do trabalho protegido no período posterior, de 1980 a 2000, marcado pelo avanço das políticas neoliberais. Apesar da melhoria dos indicadores de mercado de trabalho no período seguinte (2000 a 2014), marcado pelo crescimento econômico, expansão do emprego formal e redução do desemprego, a capacidade de integração ao desenvolvimento econômico e social das camadas sociais mais vulneráveis foi muito limitada, resultando, ainda, em elevada parcela da população em situação de precariedade e vulnerabilidade social. Tal quadro se intensifica nos últimos anos, com o retorno da crise econômica e a piora dos indicadores de mercado de trabalho. Apenas um novo modelo de desenvolvimento, alicerçado na sustentabilidade social e ambiental, na busca por igualdade e visando a integração das populações vulneráveis, poderá reverter um tal quadro de fortes desigualdades sociais e precariedades.
O Prof. Francisco Vargas agradece a colaboração de todas e todos bolsistas e voluntários que contribuíram decisivamente com seu trabalho para viabilizar as atividades de monitoramento dos mercados locais de trabalho realizado pelo Observatório Social do Trabalho.
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Tese Acadêmica Prof. Francisco E. B. VARGAS