O impacto da crise sanitária sobre o emprego formal em Pelotas (RS)
Segundo os dados publicados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (SEPRT/ME), com base no Novo CAGED, o mercado de trabalho formal de Pelotas (RS) apresentou uma forte queda do emprego celetista nos meses de março e abril de 2020, período particularmente afetado pelas práticas de distanciamento social e restrição às atividades econômicas em razão da crise sanitária da Covid-19.
Segundo o Novo CAGED, o saldo do emprego formal, no mês de abril, foi de -1.261 vínculos, decorrente de 867 admissões e 2.128 desligamentos. A taxa de variação relativa do estoque de empregos formais em relação ao mês anterior foi de -2,06%. Em abril de 2019, o saldo do emprego formal havia sido de +65 vínculos, o que revela o contraste com a situação deste ano.
Em março de 2020, a perda de empregos formais foi bem mais baixa, mas igualmente significativa, com saldo de -249 vínculos. Em março de 2019, o saldo foi positivo, de +21 vínculos. Já no mês de fevereiro de 2020, o saldo foi positivo, de +141 vínculos, em contraste com o mês de janeiro de 2020, cujo saldo foi de -758 vínculos. Esse comportamento negativo no início do ano tem sido normal no mercado de trabalho de Pelotas devido à sazonalidade da ocupação, pois janeiro é, com frequência, um mês de muitas demissões. Em 2019, o saldo negativo do mês de janeiro também foi elevado, registrando-se, na ocasião, -747 vínculos. Em fevereiro do ano passado o saldo ficou zerado, o número de admissões sendo idêntico ao número de desligamentos. Portanto, até fevereiro deste ano, o comportamento do mercado de trabalho formal de Pelotas vinha tendo um desempenho melhor do que aquele observado no ano passado. Esse quadro se altera drasticamente com a crise sanitária dos meses seguintes.
Enfim, quando se analisa o comportamento do emprego formal em Pelotas no acumulado do ano de 2020, levando-se em consideração o desempenho negativo tanto no mês de janeiro, decorrente da sazonalidade do mercado local de trabalho, como nos meses de março e abril, decorrente da crise sanitária provocada pela Covid-19, constata-se que há uma perda acumulada de 2.127 vínculos, resultantes de 6.907 admissões e 9.034 desligamentos. A taxa de variação do estoque de empregos formais nesse período de janeiro a abril, tomando-se como base o estoque de empregos em 1º de janeiro de 2020, de 61.185 vínculos, foi de -3,48%. Logo, o estoque de empregos formais regidos pela CLT passou a ser de apenas 59.058 vínculos no final de abril de 2020.