Demandas, o futuro e a importância do Polo Naval de Rio Grande foram temas destacados em debate realizado nesta terça-feira, 21/11.
Em continuidade ao Ciclo de Debates sobre “Transformações do Trabalho e Papel do Estado nas Sociedades Contemporâneas”, o Observatório Social do Trabalho realizou debate com o tema “Polo Naval de Rio Grande, Desenvolvimento e Políticas Públicas: Transformações, Crise e Perspectivas”.
O evento contou com a participação do Professor Danilo Giroldo, Vice-Reitor da FURG e Diretor Presidente do Arranjo Produtivo Local do Polo Naval e de Energia de Rio Grande, e do Economista Fabrício Santos, Secretário Adjunto da Secretaria de Desenvolvimento, Inovação, Emprego e Renda do município de Rio Grande. A mediação do evento foi realizada pelo integrante do Observatório Social do Trabalho, o sociólogo Hilbert David.
Os debatedores convidados salientaram a importância de discutir a questão, sobretudo considerando o forte impacto da instalação do Polo Naval em Rio Grande, que trouxe diversos benefícios à região, mas também implicou em um grande esforço para enfrentar diversas externalidades associadas aos empreendimentos, com reflexos para a área da saúde, educação, segurança e habitação, dentre outros aspectos.
A CRISE NO POLO NAVAL PROVOCOU MILHARES DE DEMISSÕES
Com a conclusão de produtos contratados anteriormente, o cancelamento de novas encomendas e a desativação de diversos serviços, a crise no setor se aprofunda e o reflexo mais imediato são as demissões de trabalhadores. Entre dezembro de 2015 e junho de 2017, apenas no setor de construção de embarcações em Rio Grande foram eliminados cerca de 4.600 vínculos formais de trabalho, segundo dados do CAGED/Ministério do Trabalho.
É NECESSÁRIO SE ENCONTRAR ALTERNATIVAS PARA O SETOR
Para Fabrício dos Santos, a participação no encontro é importante para “esclarecer e apresentar possibilidades e alternativas para o Polo Naval, mesmo diante da crise”. Segundo ele, a indústria naval é um segmento econômico relevante para o país e para a economia local e por isso sua defesa é necessária, avaliando como positiva a realização do debate.
Danilo Giroldo explica que existe uma demanda pela manutenção do Polo Naval e lembra que é importante dar continuidade a esse debate, com o objetivo de discutir estratégias sobre o futuro da indústria que, no momento, segundo ele, “é bastante incerto”. Giroldo complementa que é essencial a “construção de políticas públicas e de decisões políticas que possibilitem definir o futuro do Polo Naval”.