A PEDIDO: Comunicado da comissão de pós-graduandos sobre a paralisação das atividades
Em Assembleia Geral, ocorrida na tarde de hoje (08/12/2022), os discentes de pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas decretaram GREVE GERAL da categoria, com paralisação de todas as atividades não essenciais, até o pagamento completo das bolsas de mestrado, doutorado e residência médica, por parte do atual (des)Governo Federal.
Nós, estudantes de pós-graduação, repudiamos o descaso do atual governo com a educação, ciência e tecnologia brasileiras, pois ao deixar milhares de alunos desamparados, colocam em risco a continuidade de pesquisas e desenvolvimentos, que são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e de uma nação soberana.
Todo conhecimento e desenvolvimento científico dos últimos séculos é fruto das universidades públicas em todo o mundo, incluindo toda tecnologia que nos cerca e o entendimento sobre a natureza, a sociedade, o ser humano e o universo. Tal conhecimento passa obrigatoriamente pelas mãos e cérebros de estudantes de pós-graduação. É um descaso com quem constrói a ciência e tecnologia nacionais, com quem dedica a vida à uma formação continuada, aprofundando seus conhecimentos e contribuindo para formação de novos indivíduos durante o processo.
Clamamos ao bom senso, a solidariedade e a consciência do corpo docente da UFPel, seja na posição de professores(as) ou de orientadores(as), com a gravíssima situação as quais os discentes estão neste momento submetidos(as). Para tal, solicitamos que as atividades não essenciais, previstas neste período de paralisação, sejam remanejadas, garantindo que possam ser acessadas por todos os discentes no retorno da normalidade. Ainda informamos que não toleraremos represálias por parte da comunidade acadêmica.
Afirmamos nosso apoio ao movimento de ocupação e resistência promovidos pelos estudantes da UFPel, e nossa solidariedade aos milhares de discentes de graduação que tiveram a assistência estudantil usurpada, com suas bolsas de extensão e ações afirmativas suspensas. Estamos unidos na luta por uma universidade pública, gratuita, inclusiva, de qualidade e socialmente referenciada.
O movimento de estudantes de pós-graduação aproveita este momento para lembrar que as bolsas de mestrado e doutorado estão a 9 anos sem reajustes, representando uma defasagem de 75% do seu valor. Sendo estas as únicas fontes de renda permitidas aos discentes, tanto por via contratual, como pela demanda de hora-atividade exigida pelo processo de formação continuada, seguiremos vigilantes para garantir o pagamento atual, mas também na cobrança de seu reajuste, da ampliação, bem como da incorporação de outros direitos fundamentais dos quais a carreira acadêmica ainda carece.