2019: Ano Internacional das Línguas Indígenas

Nada mais justo de começar as atividades do blog falando sobre línguas indígenas. Este ano é dedicado a elas pela UNESCO. A entidade tem um site exclusivo com informações sobre essas línguas, a fim de contribuir para a conscientização da necessidade urgente de se manter, revitalizar e promover esse tesouro.

A grande maioria das línguas do mundo são faladas sobretudo por povos indígenas. Se a situação crítica dessas línguas continuar assim, elas continuarão a desaparecer em um ritmo alarmante. Conforme o site da UNESCO do Brasil, “sem a medida adequada para tratar dessa questão, mais línguas irão se perder, e a história, as tradições e a memória associadas a elas provocarão uma considerável redução da rica tapeçaria de diversidade linguística em todo o mundo”.

No site do ano internacional das línguas indígenas, é possível se cadastrar para fazer parte da proteção das línguas indígenas. O leitor pode acessar muitas informações sobre essas línguas, como um mapa das línguas, vídeos, áudios, eventos, as organizações envolvidas e o infográfico abaixo traduzido, que aborda, de forma bastante resumida, o tesouro escondido nessas línguas e a necessidade de mantê-las.

Vamos falar mais sobre línguas e linguagem?

A linguagem é tão natural e automática e, por isso, não costumamos refletir e ler muito sobre ela. Como consequência da falta da necessidade em se aprofundar sobre aspectos linguísticos, podem surgir mitos e preconceitos, que são prejudiciais aos próprios falantes e também aos aprendizes de línguas. Além disso, a mídia costuma relutar em chamar especialistas em línguas e linguagem para os seus programas. Com isso, o linguista nem sempre é reconhecido como o cientista da linguagem e é colocado em xeque. Assim, são reforçadas crenças sem base científica, que não correspondem à realidade do uso e aprendizagem das línguas.

Seria bom se todos os falantes pudessem adquirir conhecimento sobre línguas e linguagem baseado em pesquisas.  Desse modo, podemos ter uma percepção consciente para reconhecer e respeitar que várias línguas podem coexistir. Além disso, podemos estar abertos à aprendizagem de línguas, conforme nos dizem os pesquisadores Altenhofen e Broch (2011).

Na ciência das línguas e da linguagem verbal, a Linguística, a definição desses dois conceitos é complexa. Porém, podemos afirmar que a linguagem humana é fundamental para a concepção do ser humano como tal. A linguagem é tão complexa que pode ser analisada e estudada sob diferentes perspectivas: biológica, histórica, social, psicológica, ideológica, filosófica, cultural, antropológica… Enfim, a linguagem é um diamante, tem muitas faces. Escrever um texto sucinto sobre algo tão complexo é mesmo muito complicado.

A capacidade da linguagem deu origem a mais de 7.000 línguas faladas no mundo. Tamanho tesouro linguístico precisa ser divulgado! Este blog propõe irmos atrás desse tesouro,  navegando no mundo da linguística, descobrindo juntos o que  há nele.

 

REFERÊNCIAS:

ALTENHOFEN, Cléo V.; BROCH, Ingrid K. Fundamentos para uma “pedagogia do plurilinguismo” baseada no modelo de conscientização linguística (language awareness). (L. E. Behares, Ed.). V Encuentro Internacional de investigadores de políticas lingüísticas. Anais… Montevideo: Universidad de la Republica Uruguay, 2011.