Já ouviu falar do termo “políticas linguísticas”? Consegue pensar no que ele pode significar? Para começo de conversa, você precisa saber que a Política Linguística é um ramo da política que lida com línguas e o que acontece com elas na sociedade, conforme diz Kanavillil Rajagopalan (2013), famoso linguista indiano que trabalha no Brasil há mais de 30 anos. Por meio dessas políticas, lida-se com a proteção de línguas em extinção, escolhem-se quais idiomas devem ser ensinados nas escolas, implementam-se e promovem-se programas que visam ao ensino de línguas estrangeiras para as comunidades. Porém, você pode estar se perguntando como essas políticas influenciam os cidadãos. Vou explicar como elas beneficiam as universidades, e, consequentemente, você e os seus conhecidos.
Na Universidade Federal de Pelotas, há cursos de línguas que são oferecidos pelo Centro de Letras e Comunicação. Esses cursos são oferecidos por uma taxa pequena desde a década de 1970 à comunidade e são ministrados pelos estudantes da graduação em Letras. Assim, os moradores da cidade podem acessar um ensino de idiomas de ótima qualidade pagando muito pouco, e os estudantes podem aprender na prática. Atualmente, os cursos estão funcionando de modo remoto.
Também há o Programa Idiomas Sem Fronteiras, vinculado à Rede ANDIFES. Nele, cursos de idiomas voltados para o meio acadêmico e para a internacionalização são oferecidos gratuitamente a alunos, professores e servidores da universidade. Eles aprendem sobre suas áreas em outras línguas e têm acesso a diferentes culturas, tudo nas aulas, que são planejadas por profissionais da área de Letras.
Tais cursos surgiram com a ajuda de políticas linguísticas voltadas para o acesso fácil e de qualidade da comunidade a cursos de idiomas. Então, através do acesso gratuito às universidades e ao que elas oferecem aos cidadãos, conforme o documento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), tais instituições formam profissionais da área de Letras capacitados, o que melhora o ensino de línguas, por exemplo, e traz benefícios a cidadãos como você e seus conhecidos.
Referências
ANDIFES – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR. Programa de expansão, excelência e internacionalização das universidades federais, 2012. Disponível em: <http://www.andifes.org.br/programa-de-expansao-excelencia-e-internacionalizacao-das-universidades-federais/>. Acesso em: 20 de setembro de 2020.
RAJAGOPALAN, K. Política linguística: do que é que se trata, afinal. In: NICOLAIDES, C.; SILVA, K. A.; TÍLIO, R; ROCHA, C. H. (Org.) Política e políticas linguísticas. Campinas: Pontes, 2013. p. 19-42.
Autor: Johann Bonow Neves
Formado em Licenciatura em Letras – Português e Inglês pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente, é aluno do Programa de Mestrado em Letras da mesma universidade. Já trabalhou como professor bolsista do Programa Idiomas sem Fronteiras e foi professor de Língua Inglesa da Câmara de Extensão do Centro de Letras e Comunicação da UFPel.