Arquivo mensais:outubro 2019

Um mundo poético e multilíngue

De africâner a vietnamita. No Lyrikline, você pode encontrar poemas escritos e recitados em diversas línguas! Cada poema pode ser encontrado por poeta, gênero, tema, forma, língua ou aleatoriamente (conforme mostra a imagem abaixo). Além disso, algumas poemas contam com traduções.

Esse site é um projeto da Literaturwerkstatt, de Berlim, em cooperação com os seus parceiros internacionais. Aproveite para escutar rimas em várias línguas, tesouros poéticos que representam infinitas possibilidades de combinação de sons.

Fonte: Lyrikline

Aplicativos para aprender línguas indígenas

A Abralin, Associação Brasileira de Linguística, postou no seu Facebook uma lista de aplicativos para aprender línguas indígenas: “Vários aplicativos surgiram nos últimos anos para nos ajudar a aprender línguas indígenas da América Latina. Se você está procurando aprender um nova língua, aqui estão alguns aplicativos interessantes”. Para quem tem interesse, vale a pena conferir o site com a lista!

O que são políticas linguísticas?

Políticas linguísticas se referem, conforme Calvet (2008), a decisões sobre as relações da sociedade e das pessoas com as línguas. As políticas linguísticas têm relação, basicamente, com decisões em âmbito mundial, nacional, estadual, municipal ou familiar sobre o uso da(s) língua(s). Para quem quer ler mais, as revistas acadêmicas da Abralin, Revel, Working Papers in Linguística, Língua e Instrumentos Linguísticos e Cadernos de Letras têm edições especiais sobre o tema.

No Brasil, há um importante instituto que se dedica às políticas linguísticas, o IPOL –  Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística. Segundo o site do instituto, ele “é uma instituição sem fins lucrativos, de caráter cultural e educacional, fundada em 1999, com sede em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, que representa os interesses da sociedade civil”. Recomendamos seguir o site do IPOL, também no Facebook. A missão do IPOL é desenvolver projetos de apoio às comunidades de falantes de línguas e variedades linguísticas minoritárias do Brasil e do Mercosul, no sentido de manutenção e promoção da diversidade linguística.

Um exemplo de ação de política linguística é na cooficialização de línguas em municípios brasileiros. Segundo o IPOL, várias línguas já foram cooficializadas no Brasil, conforme o quadro abaixo, e podem ser usadas em contextos oficiais em cada um dos municípios. Essas leis são, segundo Altenhofen (2013), um método de salvaguarda, mas são necessárias ações concretas para que cada uma das línguas esteja em um patamar semelhante ao status do português.

Fonte: Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística

 

 

REFERÊNCIAS:

ALTENHOFEN, C. V. Bases para uma política linguística das línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, C. et al. (Eds.). Política e Políticas Linguísticas. Campinas: Pontes Editores, 2013a. p. 93–116.

CALVET, L.-J. As políticas linguísticas. Tradução: ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Por um Brasil e uma mídia sobre/em outras línguas

Neste blog, também queremos compartilhar boas reportagens veiculadas na mídia. A série “Brasil em outras línguas” do programa Como será? é um exemplo de que a mídia consegue fazer boas reportagens – com ajuda de linguistas – sobre o nosso tesouro linguístico. Afinal, temos mais de 200 línguas no nosso território!

O primeiro vídehttps://www.ethnologue.com/map/BR_xxo da série de reportagens mostra que em plena cidade de São Paulo existe uma aldeia que mantém viva a língua guarani, que dá origem a muitas palavras do português brasileiro. Nessa aldeia, ensina-se a língua para as crianças, com o objetivo de que a tribo e, principalmente o guarani, não se estingam. O segundo vídeo mostra a realidade de Assunção, no Paraguai, onde a língua guarani tem status de língua oficial juntamente com o espanhol e, por isso, mais respeito e valorização. O próximo vídeo conta que em Mato Grosso, na UNEMAT, estudantes indígenas cursam pedagogia para indígenas – Pedagogia em Licenciatura Intercultural. O objetivo é que eles retornem às aldeias, para darem aula de sua língua materna para seu povo (Aruak ou Nabimkwara). Por fim, o último vídeo mostra pesquisadores/linguistas visitando e convivendo com indígenas para gravar, digitalizar e transcrever a sua fala, uma riqueza no que se refere à diversidade linguística indígena. Isso ocorreu na Região Amazônica, mais precisamente nos estados do Pará e Rondônia.

 

REFERÊNCIA:

EBERHARD, David M.; SIMONS, Gary F.; FENNIG, Charles D. (eds.). 2019. Ethnologue: Languages of the World. Twenty-second edition. Dallas, Texas: SIL International.