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Pode traduzir na aula de língua estrangeira?

É muito comum no Brasil a crença de que na aula de língua inglesa, por exemplo, o professor e o estudante só podem falar inglês e não podem recorrer ao português em nenhum momento. Essa ideia está presente em muitas escolas e cursos de idiomas, não só de inglês, mas também de diferentes línguas como espanhol, francês, italiano, alemão, entre outras.

Mas afinal, pode traduzir durante a aprendizagem de língua estrangeira? A resposta é: deve! A tradução em sala de aula é um recurso valioso que pode trazer benefícios tanto para os alunos quanto para os professores. As pesquisadoras Clara Guedes e Isabella Mozzillo afirmaram, em uma pesquisa realizada em 2014, que a utilização da língua materna na aula de língua estrangeira é uma ferramenta que pode facilitar a compreensão de conteúdos por parte dos estudantes, principalmente daqueles que estão nos estágios iniciais de aprendizagem. 

Além disso, a tradução pode auxiliar na ampliação de vocabulário, uma vez que ao compararmos palavras entre línguas, expandimos o vocabulário nas duas línguas e adquirimos uma melhor compreensão, por exemplo, de palavras cognatas (semelhantes) e falsas cognatas (parecidas nas duas línguas, porém com significados diferentes).

Há muitos anos, alguns pesquisadores, por exemplo, Domingos Corrêa da Costa, em um texto seu publicado em 1988, já defendiam que a tradução poderia ser considerada como uma quinta habilidade. Isto é, além das quatro habilidades básicas trabalhadas em sala de aula de língua estrangeira (ouvir, falar, ler e escrever), a tradução seria mais uma habilidade.

Como vimos, a tradução é um recurso muito útil para a aula de língua estrangeira. Sendo assim, o que os professores podem fazer para trabalhar a tradução em sala de aula? Uma possibilidade é promover explicações contrastando as línguas. Dessa forma, é possível mostrar exemplos de estruturas que são similares e diferentes nos dois (ou mais) idiomas. Isso ajuda os estudantes a entenderem as particularidades de cada língua e evitarem erros comuns cometidos pelos aprendizes.

Outra possibilidade é realizar atividades de tradução inversa, solicitando aos alunos que traduzam textos da língua estrangeira para o português e vice-versa. Uma sugestão é utilizar gêneros que são tipicamente traduzidos, como legendas e canções em sites como o Vagalume, por exemplo. Os professores podem propor aos estudantes que já possuem pelo menos um nível intermediário da língua uma atividade na qual se solicite a legendagem de um curta-metragem em sala de aula ou a tradução de um música que gostem para enviar para a publicação. Outras atividades mais criativas, como traduzir um poema ou um miniconto, também podem ser feitas em sala de aula. Isso reforça a compreensão e ajuda a consolidar o vocabulário. Nesse sentido, longe de ser um obstáculo, a tradução pode ser uma aliada poderosa no processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.

Referências
COSTA, Domingos Corrêa da. Tradução e ensino de línguas. In: BOHN, Hilário; VANDRESEN, Paulo (orgs.). Tópicos de lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Editora da UFSC, 1988. p. 282-291.
GUEDES, Clara Pereira Sampaio; MOZZILLO, Isabella. O papel da tradução no cruzamento de fronteiras linguísticas e culturais no ensino de língua estrangeira. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE LETRAS, 8.; JORNADAS LATINOAMERICANAS DE LINGUAGENS E CULTURA, 1.; JORNADINHAS DE LITERATURA INFANTIL E ENSINO, 1., 2014, Foz do Iguaçu. Anais… Foz do Iguaçu: Unioeste/Unila, 2014. p. 508-512.

Autor: Lucas Röpke da Silva – Professor de espanhol e português como línguas estrangeiras. Atualmente, realiza o curso de mestrado acadêmico em Letras na Universidade Federal de Pelotas na linha de pesquisa Aquisição, Variação e Ensino.

A aprendizagem da língua coreana no Brasil

Com a popularização da cultura sul-coreana, por exemplo, através do K-pop e dos K-dramas, a língua coreana ganha destaque mundial, e o Brasil não é exceção. Um relatório do Duolingo em 2020 apontou o coreano como o segundo idioma de maior crescimento no país, e, em 2023, alcançou a sexta posição entre os mais estudados no aplicativo, ultrapassando o português. Esse avanço resulta não só do interesse cultural, mas também do investimento da Coreia do Sul, que, por meio do Instituto Rei Sejong, apoia o ensino do coreano em 258 institutos em 85 países, incluindo cinco no Brasil.

Grupo Seventeen (Pledis/Divulgação)
K-drama Lovely Runner (TVN/ Divulgação)

Os dados levam à reflexão sobre as perspectivas de aprendizagem do coreano no Brasil. Para a comunidade sul-coreana brasileira, a língua coreana desempenha um papel importante. Para muitos, ela é a língua materna — idioma aprendido durante a infância, geralmente no contexto familiar. Ela pode ser uma língua de herança, conectada à identidade cultural e étnica. Nesse caso, os descendentes de coreanos nem sempre falam fluentemente o idioma, mas está presente no ambiente familiar, atuando como um marcador cultural e identitário para essas pessoas. 

Fora da comunidade, o coreano é geralmente aprendido como uma língua estrangeira, ou seja, ensinada fora do seu contexto nativo. Em alguns casos, pode ser uma segunda língua, que, conforme a linguista Karen Spinassé, exige comunicação diária e desempenha um papel importante na integração social. No entanto, independentemente de ser uma língua estrangeira ou uma segunda língua, o coreano é uma língua adicional para a maioria dos brasileiros, ou seja, aprendida após a língua materna, refletindo a complexidade do multilinguismo.

Apesar de sua ascensão, o coreano é uma língua falada por poucos no Brasil, seu uso se concentra em pessoas com vínculos culturais com a Coreia ou em fãs da cultura sul-coreana. Todavia, o curso de graduação em coreano da USP, o único da América do Sul, já é um dos principais polos de estudos coreanos na América Latina, e a demanda por mais cursos só aumenta.

À medida que mais brasileiros estudam o idioma e instituições ampliam suas ofertas, é possível imaginar que, no futuro, o coreano terá um papel relevante no cenário multilíngue brasileiro, tornando-se uma nova oportunidade de aprendizagem e (re)conexão cultural.      

Referências
KING SEJONG INSTITUTE FOUNDATION. King Sejong Institute Locations.
SPINASSÉ, Karen Pupp. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. Contingentia, Porto Alegre, Brasil, v. 1, n. 1, p. 1-10, 2008. 

Autora: Giovana Canez Valerão, graduanda em Letras – Português e Espanhol pela UFPEL, é pesquisadora do Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo (LAPLIMM), onde desenvolve o projeto “A hallyu, o coreano como língua adicional e o multilinguismo de brasileiros”.

 

DODA e o orgulho surdo

DODA é uma sigla que não é comum no país e no mundo. Porém, acreditamos que vocês já tenham lido ou ouvido falar sobre CODA; inclusive, no Tesouro Linguístico, há um texto dedicado a explicar sobre o que é ser CODA. Embora os termos sejam parecidos, há uma diferença entre CODA e DODA que iremos esclarecer neste texto. Vamos ver?

O que é CODA?

O termo, originário do inglês, é uma abreviação para Child of Deaf Adults. Em português, a expressão é traduzida como “Filho de Pais Surdos”. Ele se refere às pessoas ouvintes que têm pai ou mãe surdos, ou até mesmo ambos.

O que é DODA?

DODA também é um termo originário do inglês, é uma abreviação para Deaf Child of Deaf Adults. Em português, a expressão é traduzida como “Filho Surdo de Pais Surdos”. Ele se refere às pessoas surdas que têm pai ou mãe surdos, ou ambos. Portanto, os filhos surdos de pais surdos são chamados de DODA, embora, na maioria das vezes, sejam chamados simplesmente de “Deaf families” (“família surda”).

Quantas famílias DODA existem no mundo

As famílias surdas são uma minoria: aproximadamente 5 a 10% dos filhos surdos nascem de pais surdos, enquanto os restantes 90-95% de todos os filhos surdos nascem de pais ouvintes. Ao contrário dos filhos surdos de famílias ouvintes, os DODAs crescem em lares onde a língua de sinais, como a Libras, é a principal forma de comunicação e possuem cultura surda, já que tanto os pais quanto os filhos são surdos.

Orgulho surdo?

Muitas vezes, as famílias surdas recebem o diagnóstico de surdez dos seus filhos e, quando os médicos confirmam que seus filhos são surdos, as famílias comemoram e até fazem festa porque os filhos são surdos como os pais! Isso é um tipo de orgulho surdo (Deaf Pride). Também existe a frase “Viva a família surda”. Tem uma imagem muito reconhecida no mundo: quando o médico diagnostica que seu filho é surdo, os pais surdos comemoram! Claro que os ouvintes podem ficar chocados, porém, para as famílias surdas, isso é motivo de muito orgulho

Fonte: https://deaf-art.org/profiles/matt-daigle/

Mostramos nossa experiência ao receber o diagnóstico da nossa primeira filha, Fiorella, em 2015, e da segunda filha, Florence, em 2019.

Fonte: O diário da Fiorella

 

 

 

 

Fonte: O diário da Fiorella

 

 

 

 

 

 

 

Nós, famílias surdas, sabemos que os DODAs têm mais acesso à língua, como a Libras, e à cultura surda, pois têm uma integração ainda mais forte com a cultura surda. Isso ocorre porque a língua e a cultura nascem na família, que já valoriza a língua de sinais e a Cultura Surda como base da família surda. Por isso, filhos surdos crescem em um ambiente linguístico totalmente acessível desde cedo, o que facilita o desenvolvimento pleno da língua de sinais e de sua identidade dentro da comunidade surda. Já para os filhos surdos de famílias ouvintes, às vezes, acontece de não adquirirem uma língua desde bebês, além de as famílias ouvintes não terem a cultura surda.

Autora: Francielle Cantarelli Martins. Professora de Libras da Universidade Federal de Pelotas.

A importância do resgate das formas de escrita ancestrais da África

Você sabia que a África possui formas de escritas ancestrais? Atualmente, os avanços nos estudos em linguística histórica e comparada sobre a língua faraônica (língua egípcia) e outras línguas africanas (kandianas) têm revelado dados muito interessantes. 

Pesquisadores como Cheikh Anta Diop e Jean-Claude Mboli têm estudado a conexão entre a língua dos faraós e as outras línguas africanas e descobriram que essas línguas pertencem a uma mesma família. Esses estudos incentivam o resgate das formas antigas de escrita que surgiram na África, ajudando a revelar as raízes da sua história.

Fonte: http://www.freepik.com

De volta às origens

A África, ou Kanda (termo que significa “cidade, reino, país”, nas línguas bantu), foi o berço das línguas africanas e de suas formas de escrita. É importante recuperar essas escritas antigas para re-escrever e compreender as línguas africanas modernas e, assim, combater a ideia de que a África só possui tradição oral. Na verdade, tanto a fala quanto a escrita são partes fundamentais da cultura africana. Os países colonizadores não trouxeram a escrita para o continente africano; ao contrário, foi a África que contribuiu com a civilização mundial. 

A força da fala e da escrita

Compreender como os faraós escreviam sua língua com a escrita que inventaram (os hieróglifos) possibilita aplicar esses conhecimentos às línguas africanas modernas. Essa compreensão inclui a da fonologia dos glifos (sons dos símbolos) e dos símbolos propriamente ditos. Podemos, por meio de um exercício comparativo, hieroglifizar os idiomas modernos, criando uma escrita que reflete melhor a cultura e identidade africanas. Vejamos abaixo alguns exemplos de como os hieróglifos podem ser usados para representar palavras e ideias nas línguas africanas modernas.

𓃀 /b/ *[bo] = pé, perna (língua egípcia)

𓃀𓉐 /b/ [bɑ] = lugar (língua sango)

𓃀 /b/, 𓇋𓃀 /j-b/ [ɛ-bɔ] = pé, sola do pé (língua bekwel)

𓃀 /b/, 𓇋𓃀 /j-b/ [e-bo] = sola do pé (língua nzime)

Podemos ver como a palavra “pé” e suas extensões semânticas (perna, sola do pé, lugar, isto é, espaço pisado) se escreve com o glifo (imagem) do (que representa a letra b), e pode conter afixos (prefixos ou sufixos) conforme a língua. Para ser mais específico, como na palavra “lugar” na língua sango, outro símbolo é acrescentado no final (à direita), isto é, um símbolo para “casas” ou “espaços” (chamado determinativo), para enfatizar que se trata de um lugar.

Como alerta o escritor queniano Ngũgĩ wa Thiong’o, o processo de hieroglifização das línguas africanas modernas é um exercício que os linguistas do continente devem começar a fazer para a promoção e consolidação de sistemas de escritas originários. Isso não só fortalece a identidade linguística e cultural dos povos africanos, mas também combate os preconceitos históricos que marginalizaram suas línguas.  

Confira a arte hieroglífica (ou hieroglifizada) na língua bekwel. Ela mostra um pouco a aplicação do processo (e projeto) de hieroglifização das línguas africanas modernas que promovo.

Referências
BILOLO, Mubabinge. Vers un dictionnaire cikam-copte-lubaː Bantuïté du vocabulaire égyptien-copte dans les essais de Homburger et d’Obenga. Munich, Freising, Kinshasa: African University Studies, 2011.
DIOP. C. A. The African origin of civilization: myth or reality. New York: L. Hill, 1974.
DIOP, C. A. Parenté génétique de l’égyptien pharaonique et des langues négro-africaines. Dakar-Abidjan: IFAN/NEA, 1977.
IMHOTEP, Asar. Towards a Comparative Dictionary of Cikam and Modern African Languages. Houston, TX: Madu-Ndela Press, 2020.
MBOLI, Jean-Claude. Origines des langues africaines: essai d’application de la méthode comparative aux langues africaines anciennes et modernes. Paris: L’Harmattan, 2010.
MBOLI, Jean-Claude. Épopée bantu: des Grands Lacs à la Méditerranée. [s.l.]: ESIBLA, 2024.
OBENGA, T. Origine commune de l’égyptien ancien, du copte et des langues négro-africaines: introduction à la linguistique historique africaine. Paris: L’Harmattan, 1993.
SY, Jacques H. (ed.). L’Afrique, berceau de l’écriture et ses manuscrits en péril: des origines de l’écriture aux manuscrits anciens (Égypte pharaonique, Sahara, Sénégal, Ghana, Niger). v.1. Paris: L’Harmattan, 2014.
THIONG’O, Ngũgĩ wa. Decolonising the mind: the politics of language in African literature. London: J. Currey; Portsmouth, N.H. : Heinemann, 1986.

Autor: Peresch Aubham Edouhou
Falante das línguas bekwel e ikota, possui graduação em Letras – Português e Inglês pela Universidade Federal de Pelotas (2019), mestrado em Letras (Estudos da linguagem) pela Universidade Federal do Rio Grande (2022). Atualmente é doutorando em Letras (Literatura) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

No Maranhão, se fala o melhor português: verdade ou mito?

O lugar em que se fala o melhor português é no Maranhão. Te peguei, isso não é verdade. Trata-se de um mito sobre o uso da língua portuguesa no Brasil, muito bem esclarecido pelo estudioso da linguagem Marcos Bagno. Vamos conversar mais sobre essa afirmação polêmica e descobrir como surgiu?

No Maranhão, era comum, especialmente entre os mais velhos, usar o pronome “tu” em produções como “tu cantaste, tu fizeste”, como recomendava a gramática tradicional. Hoje essa prática é menos frequente entre as gerações mais novas, que tendem a não usar o “tu” tão regularmente. Marcos Bagno explica que isso é um fenômeno natural: os falantes adaptam o idioma às suas necessidades. Vale lembrar que isso ocorria mais na capital do Estado, São Luís. Quer ver outro exemplo? Muitos brasileiros pronunciam a palavra “ruim” como se tivesse um acento no “u”, quando gramaticalmente a sílaba mais forte seja “im”. E tudo bem que seja assim; a linguagem está sempre se adaptando e evoluindo. 

Fonte: https://saoluis.ma.gov.br/saoluis/47/sao-luis#lg=1&slide=1

Portanto, é importante reiterar que não há no Brasil um lugar em que se fala melhor a língua portuguesa, todos nós adequamos a língua. Há lugares em que ouvimos o “tu”, como em partes do Rio Grande do Sul, de Belém do Pará, Florianópolis e em São Luís do Maranhão; em outros lugares, usa-se o “você”. A ideia de que os maranhenses não falam com sotaque reforçou o mito de que no estado se fala o melhor português do Brasil. No entanto, é um engano: converse com um maranhense da baixada, ou da ilha do amor ou do sul estado; é perceptível a diversidade de sotaques.

Fonte: http://mapas-brasil.com/maranhao.htm#google_vignette

Esse fenômeno da variedade de modos de falar derivou de questões históricas de colonização das áreas mencionadas. O professor Marcos Bagno explica que os falantes tendem a adotar a fala predominante local. É por isso que às vezes quando uma pessoa passa a morar em determinado lugar e, de repente, está falando como os demais. Precisamos compreender que não existe melhor ou pior forma de falar o nosso idioma. Todas são importantes, todas possuem seu valor, todas têm ou pelo menos deveriam ter seu espaço. Portanto, sempre que ouvir alguém afirmar que se fala melhor português em determinado local, seja na zona rural, urbana, no litoral ou em áreas economicamente influentes, lembre-se de que essa é uma ideia equivocada, não baseada na ciência das línguas. Não existe um lugar onde o português é falado de maneira superior; isso é apenas um mito. 

Autor: Benedito Salazar Sousa, estudante de Doutorado no Programa de Pós-graduação em Letras da UFPEL.

Referência
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. 56. ed. revista e ampliada. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

Você também pode ser ativista!

O ativismo linguístico, segundo a pesquisadora Haley de Korne (Universidade de Oslo, Noruega), é um projeto social que busca combater as desigualdades linguísticas e pode abranger muitas pessoas e ações. No livro publicado em 2021, a autora apresenta várias formas de ativismo, relacionadas à defesa, à promoção e à tomada de posição como parte de um projeto político que resiste às desigualdades e cria novos caminhos através da equidade linguística.

Para ser um ativista linguístico, segundo a autora do livro “Language activism” não é necessário ter estudado Letras ou alguma área afim nem trabalhar diretamente com a linguagem. Algumas atividades do ativista, como traduzir, interpretar, criar dicionários, ministrar oficinas, ter conhecimentos de línguas específicas requerem conhecimento técnico; porém, muitas outras requerem habilidades que um especialista em Letras normalmente não possui. Diferentes habilidades são necessárias: manejar softwares, lidar com redes sociais, articular-se politicamente, criar materiais didáticos, saber um pouco de design, editar áudios e vídeos, dirigir carro para ir até as comunidades, coordenar ações, entre muitas outras, dependendo do objetivo da ação.

Cada pessoa pode contribuir com as habilidades que possui. Pessoas que pertencem às comunidades a que o ativismo se destina e até mesmo as que não pertencem podem trabalhar em conjunto, contribuindo para a equidade linguística. Algumas ações requerem diversas pessoas, outras requerem apenas uma. Ou seja, você pode ser ativista!

O que você pode fazer?

  • Compartilhar conhecimento linguístico com familiares, amigos e colegas em qualquer momento oportuno (por exemplo, na mesa de bar, durante refeições, na rua etc.).
  • Posicionar-se diante de qualquer preconceito sobre manifestações linguísticas (por exemplo, linguagem inclusiva, sotaque, dialetos não padrão etc.).
  • Ministrar oficinas e organizar rodas de conversa sobre línguas e linguagem em escolas ou outras instituições.
  • Auxiliar migrantes ou outras minorias linguísticas, como surdos e falantes de línguas minoritárias, em tradução e interpretação.
  • Possibilitar o acesso fácil à informação (por exemplo, editais, leis e normativas) por meio da linguagem simples ou explicações.
  • Disseminar conhecimento linguístico útil para a comunidade em geral nas redes sociais.
  • Não se excluir de pessoas falantes de outras línguas e/ou variedades linguísticas, mas sim tentar se comunicar com elas.
  • Lutar para que uma língua/cultura não seja excluída ou não se sinta excluída da sociedade.
  • Criar recursos audiovisuais e textuais em línguas minoritárias (por exemplo, receitas culinárias, panfletos/folders/cartazes com informações de interesse público e de acesso a serviços públicos, livros de poemas, ditos populares e contos).
  • Valorizar repertórios plurilíngues como um tesouro linguístico.  
  • Documentar línguas, criar dicionários, glossários ou outros materiais. 
  • Preservar materiais escritos como cartas, livros e outros artefatos com escritos em diferentes línguas.
  • Incluir línguas minoritárias em plataformas digitais.
  • Possibilitar que mais línguas além do português possam ser usadas em eventos oficiais e não oficiais, incluindo cartazes, sinalizações e orientações, podendo-se, inclusive, empregar recursos audiovisuais disponíveis por QR-code para línguas sinalizadas e orais. 
  • Criar estruturas como escolas bilíngues e aulas de língua minoritária na universidade. 
  • Formar professores e tradutores de línguas minoritárias. 
  • Criar condições para que falantes possam ler e escrever em língua minoritária. 
  • Envolver falantes de língua minoritária na escola e na universidade. 
  • Promover e legitimar línguas minoritárias e variedades não padrão e lutar para que elas sejam mais bem aceitas na sociedade. 
  • Fazer as línguas minoritárias e outras variedades linguísticas serem mais presentes no cotidiano das cidades por meio da paisagem linguística.
  • Ouvir e divulgar filmes, vídeos e músicas em línguas minoritárias.
  • Incentivar a aprendizagem de línguas de forma geral, o que auxilia em uma postura aberta a outras línguas.

Apresentamos aqui somente algumas ideias que coletamos no livro de Haley de Korne e, a partir dessa leitura, incluímos outras que debatemos no nosso grupo de pesquisa. Caso você tenha outras ideias, sinta-se à vontade para comentar! Encontre a sua causa! Vamos nos unir no ativismo linguístico!

Referência
DE KORNE, Haley. Language activism: imaginaries and strategies of minority language equality. Boston/Berlin: De Gruyter, 2021.

Autores: Bernardo Kolling Limberger, Andrea Cristiane Kahmann, Isabella Mozzillo e Lucas Löff Machado, ativistas, docentes da UFPEL e integrantes do Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo – Laplimm.

Só viajar conta? Explorando línguas e culturas na internacionalização

A internacionalização tem, sim, relação com viagens, mas ela vai muito além disso. Trago aqui algumas ações de internacionalização em casa, conceito criado por Jos Beelen e Elspeth Jones em 2015, que são importantes para o processo.

A primeira delas é a tradução de websites. O site de uma universidade, muitas vezes, é a sua vitrine para estrangeiros. Quando ele tem a opção de ao menos uma língua estrangeira, ele capta estrangeiros que podem não saber português. Conhecendo algum projeto de pesquisa, a pessoa pode solicitar mobilidade para cá, ou até ingressar regularmente, principalmente se já souber um pouco de português.

Falando em estrangeiros, eles podem chegar com pouco conhecimento de português, mas precisam cumprir as mesmas tarefas de um estudante brasileiro, ou seja, escrever e apresentar trabalhos e fazer provas em português. É com auxílio dos cursos de português para estrangeiros – outra ação de internacionalização – eles cumprem essas demandas e, além disso, se integram à comunidade local.

E mais: a tradução de textos. Um artigo em português tem um certo impacto, enquanto o mesmo artigo em uma língua estrangeira, principalmente (mas não só!) em inglês, pode ter um impacto maior, chegando a públicos que não falam português. Essa é uma ação disponível em muitas universidades – além de pessoas que buscam a tradução por conta própria.

Finalmente, temos a possibilidade de aulas DE e EM língua estrangeira. Essas são duas ações próximas, mas diferentes. Em uma aula DE língua estrangeira, a pessoa se prepara para ler, escrever, e talvez viajar e se comunicar em outra língua. Uma aula EM outra língua exige que tanto o professor quanto os alunos tenham boas habilidades em determinado idioma, para que o conteúdo normal seja passado e avaliado naquela língua. Isso é uma ação que pode ajudar ainda mais alunos estrangeiros que chegam na instituição e querem participar ativamente das aulas.

Então, essas foram algumas das ações de internacionalização em casa focadas em políticas linguísticas que não necessariamente têm a ver com mobilidade, mas que sim, impactam profundamente o contexto acadêmico para todos os alunos e servidores – e agregados – da instituição. Então, na próxima vez que falarem que internacionalização é só viajar, responda que: NÃO!

 

Referência

BEELEN, Jos.; JONES, Elspeth. Redefining Internationalization at Home. In: CURAJ, Adrian. et al. (Org.) The European Higher Education Area: between critical reflections and future policies. Cham: Springer,  2015. p. 59-72.

Autora: Marília Lima Martins – doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com mestrado e licenciatura em Letras e bacharelado em Relações Internacionais pela mesma instituição. É professora de inglês e professora de português como língua adicional.

Paisagem linguística na cidade: quais línguas estão ao nosso redor?

Ao andar pelas ruas de uma cidade, muitas vezes encontramos lugares cujos nomes  podem nos fazer pensar: “que língua é essa? Como essa língua veio parar aqui?”. Para responder a essa e a outras perguntas sobre quais línguas aparecem escritas por aí, estudamos paisagem linguística.

A paisagem linguística é uma área de pesquisa que investiga a língua escrita e falada nas ruas, isto é, a que está presente em placas, pôsteres e anúncios publicitários, nas bilheterias de cinemas e teatros. Mas não só: também aparece em nomes de estabelecimentos, nas vitrines de lojas, anunciando, por exemplo, uma liquidação; em cardápios, em sinalizações que nos direcionam de um lugar a outro, em nomes de produtos no mercado. Por meio da paisagem linguística, nós pesquisadores buscamos identificar não só os idiomas usados em um determinado cenário linguístico, como também queremos entender por que se fazem presentes em tal lugar, bem como a relação que mantêm com a história da região e com os grupos que ali vivem.

Mas, afinal, o que isso significa? Vamos pensar, como exemplo, na influência da língua alemã no contexto brasileiro. No comércio, nos deparamos com a maior parte dos nomes de estabelecimentos com origem em diferentes línguas. Vejamos, como exemplo, os restaurantes Buffet Krüger e Fritz Haus no município de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Fonte: Acervo Projeto Normas Linguísticas e Imigração (NOLI)

Boa parte dos nomes de origem alemã no comércio são nomes ou sobrenomes dos proprietários. Quando investigamos esses nomes, alguns sites indicam o significado mais antigo dessa palavra, ou seja, sua etimologia, e ainda oferecem informações geográficas, como por exemplo, de que região o nome vem. Ao analisar o nome do Buffet, Krüger, descobrimos que este era um nome de profissão na idade média, “taberneiro”, e que esse sobrenome é até hoje frequente no nordeste da Alemanha. É comum que sobrenomes alemães tenham relação com profissões que existiam na idade média. 

Já em Fritz Haus, temos a junção do nome Fritz com a palavra Haus, que em alemão significa casa. Fritz se origina de Friedrich e Friedbert e pode indicar afiliação, ou seja, “filho de”, ou também um apelido carinhoso, simbolizado pela forma curta e pela letra “z” no final da palavra. Em português, esse “z” seria equivalente ao sufixo “-inho”. Quanto à origem geográfica de Fritz, esse nome está presente no sudoeste da Alemanha. É possível que os proprietários do comércio queiram conectar aspectos culturais bem conhecidos nessa área (“gastronomia alemã”) ou pessoais ao seus serviços a partir da língua. 

Fonte: Acervo Projeto Normas Linguísticas e Imigração (NOLI)

Então quer dizer que a paisagem linguística pode revelar informações valiosas tanto sobre a língua quanto sobre a identidade de um povo? Sim! Além disso, a língua também pode atrair públicos falantes de línguas variadas, nos mostrando que no Brasil não se fala só o português.

Mas calma que ainda não acabou! Tenho um convite pra você! Que tal caminhar pelas ruas, ou mercados, e procurar por nomes de lugares ou produtos pouco parecidos com a língua portuguesa? Tente relacionar a presença desses nomes com o tipo de comércio ou produto encontrado, a região e o público que ali frequenta. 

Você pode se deparar com uma diversidade de línguas, entre as quais, as línguas indígenas e as africanas presentes na sociedade e que nos conectam à nossa história e à nossa identidade brasileira. Para motivá-los, apresento um outro exemplo: a marca Beijubom é especializada em produtos à base de mandioca.

Fonte: http://www.beijubom.com.br/a-beijubom

A empresa oferece um produto bastante popular, que chama atenção para a origem de uma palavra em tupi. “Beiju” ou “biju” (tupi: mbeîu) é a palavra em tupi para tapioca (tupi: tapi’oka), ou seja, um bolo ou pão feito da farinha de mandioca ou simplesmente a própria farinha. Originariamente, o beiju era um tipo de bolinho feito da massa da mandioca cozido em uma vasilha de barro, segundo os relatos de Hans Staden, alemão que visitou o Brasil no século 16 – como nos explica o pesquisador Eduardo Almeida Navarro. Apesar de algumas modificações, conforme Antônio Cunha, o modo de preparo é utilizado até os dias atuais. Dessa forma, a pesquisa em paisagem linguística nos oferece pistas sobre a comunidade e suas tradições, costumes e formas de resistência na língua. Viu só que interessante?! Vamos pesquisar?

Referências
CUNHA, Antônio G. Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi. São Paulo: Companhia Melhoramentos. Brasília: Universidade de Brasília, 1999.
GORTER, Durk; CENOZ; Jasone. A Panorama of Linguistic Landscape Studies. Bristol: Multilingual Matters, 2024.
KROIß, Daniel. Krüger. In: Digitales Familiennamenwörterbuch Deutschlands.
NAVARRO, Eduardo Almeida. Dicionário tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global, 2013.

Autora: Barbara de Lima Sobral. Graduanda em Letras – Português e Alemão pela Universidade Federal de Pelotas.

Com ou sem preposição? A variação na regência dos verbos “assistir” e “implicar”

“Assisto o filme” ou “assisto ao filme”? “Chuvas torrenciais implicam em inundações” ou “chuvas torrenciais implicam inundações”? Você já deve ter se deparado com essas duas formas linguísticas de expressar a mesma coisa referentes a cada verbo ou deve ter se perguntado qual delas é a forma correta de se falar ou escrever, certo? O certo mesmo é que ambas as formas existem e são legítimas para cada verbo. 

Os manuais de gramática normativa do português, como o de Evanildo Bechara (2005) e o de Celso Cunha e Lindley Cintra (2001), direcionam suas pesquisas para organizar a língua por meio de regras categóricas, incluindo regras de regência verbal. Para esses manuais, o verbo assistir, quando empregado no sentido de ver, é transitivo indireto, sendo necessária a presença da preposição diante do complemento desse verbo; dessa forma, do ponto de vista gramatical, seria “assisto ao filme”. Com relação ao verbo implicar, no sentido de ter consequência/resultar, funciona como um verbo transitivo direto, ou seja, sem preposição alguma diante de seu complemento; assim, sob esse ponto de vista, “chuvas torrenciais implicam inundações”. 

Mas o que se pode constatar diante disso é uma certa desobediência por parte dos falantes com relação à regência desses verbos. É cada vez mais frequente encontrarmos casos nos quais eles não fazem uso da preposição a quando o verbo assistir é utilizado, bem como fazem uso da preposição em quando utilizam o verbo implicar. E por que isso ocorre? Segundo os professores e pesquisadores Mariangela Rios de Oliveira e Sebastião Josué Votre (2009), essas novas formas linguísticas surgem das experiências dos usuários com a língua, ou seja, da forma como eles veem e interpretam o mundo, que, no caso dos verbos em questão, provocam a evolução dessas estruturas linguísticas.

Para o princípio da iconicidade, um dos fenômenos da teoria do funcionalismo norte-americano, as formas linguísticas tendem a ser motivadas pela função semântica, ou seja, do significado. Conforme Maria Luiza Braga (1996), no tocante à regência verbal, existe uma pressão entre a forma linguística (preposição) e seu conteúdo semântico (o que significa). Dessa forma, o verbo assistir, ele estabelece uma proximidade semântica com o verbo ver, transitivo direto; e, por conta disso, os falantes interpretam a regência do verbo ver no verbo assistir, tornando esse verbo transitivo direto. No caso do verbo implicar, preconizado como transitivo direto, passa, no uso, a indireto, devido à aproximação com os valores semânticos de “ter consequência em“, “resultar em“, fazendo com que os falantes reinterpretem o valor semântico do verbo resultar para o verbo implicar, tornando-o esse verbo transitivo indireto também, com o uso da preposição. 

Essas motivações linguísticas estão ligadas a propósitos comunicativos ancorados na relação entre os falantes; portanto, tanto “chuvas torrenciais implicam em inundações e assisto o filme” como “chuvas torrenciais implicam inundações e assisto ao filme” existem e são formas legítimas de variação da língua de expressar a mesma coisa.

Referências
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
BRAGA, Maria Luiza. Processos de redução: o caso das orações de gerúndio. In: KOCH, I.G.V. (Org.). Gramática do Português falado. Volume VI: Desenvolvimentos. Campinas/São Paulo: Editora da Unicamp/Fapesp, p. 231-51, 1996.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
OLIVEIRA, Mariangela Rios de; VOTRE, Sebastião Josué. A trajetória das concepções de discurso e de gramática na perspectiva funcionalista. Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, v. 16, n. 24, p. 97-114, 2009.

Autor: Gabriel Zardo. Graduado em Licenciatura em Letras – Português e Mestre no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na linha de Aquisição, Variação e Ensino.

Quais os direitos das pessoas surdas usuárias da Libras no ensino superior?

Muitas pessoas surdas têm receio de fazer uma graduação por pensar que será difícil, pois usam a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Não se pode prometer tranquilidade durante os estudos universitários, mas conhecer melhor os seus direitos como falante de uma língua minoritária pode ajudar bastante. Línguas minoritárias são línguas faladas por um grupo específico, menor que a população em geral, mas que tem influência na construção da identidade e da cultura dessas pessoas. Direitos linguísticos são construídos através de Políticas Linguísticas, o que, resumidamente, são decisões tomadas acerca do uso das línguas.

O uso da Libras como língua de comunicação e pela qual se aprende algo novo no ambiente acadêmico é um direito linguístico da Comunidade Surda brasileira, alcançado graças às leis vigentes. A primeira foi a Lei de Acessibilidade, que diz que as pessoas surdas também devem ter acesso à comunicação. Com a Lei de Libras, em 2002, isso deve ser realizado através da Libras, se elas assim desejarem, com professores e outras pessoas envolvidas na aprendizagem.

Na Lei 14.191, documento mais atual sobre a educação de surdos, pode se ler que a universidade precisa dispor de ensino bilíngue, de assistência estudantil e, ainda, estimular a pesquisa e o desenvolvimento de programas especiais. Para além da sala de aula, espera-se que a universidade adeque-se às normativas legais, como à obrigatoriedade de tradução completa de editais e outros documentos oficiais em Libras (Lei 13.146).

Essas são algumas das ações que se alinham a uma Política Linguística buscando dar maior visibilidade para a Libras e apoiar o ensino das pessoas surdas nos diferentes níveis, incluindo o Ensino Superior. Mesmo assim, elas não tornam a faculdade mais fácil. As pesquisadoras Ana Paula Santana e Aline Darde trazem algumas considerações sobre o acesso e a permanência dos universitários surdos, são elas: as barreiras em relação à Língua Portuguesa e a falta de ferramentas e estratégias visuais para o ensino.

A instituição precisa estar atenta às atualizações na legislação, mas sabe-se que muitas regras somente são colocadas em prática e obedecidas quando são reivindicadas pelas pessoas envolvidas. Então, fica a dica!

Referências
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília: Presidência da República, 2005.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (Estatuto da pessoa com deficiência). Brasília: Presidência da República, 2015.
BRASIL. Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2000.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2002.  
BRASIL. Lei nº 14.191, de 03 de agosto de 2021. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos. Brasília: Presidência da República, 2021.
DARDE, Aline Olin Goulart, SANTANA, Ana Paula de Oliveira. Letramento de Surdos Universitários no Brasil: o Bilinguismo em Questão. Revista Ibero-americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 2, p. 761-782, abr./jun. 2021. 

Autora: Joseane Maciel Viana, graduada em Licenciatura em Letras – Português e Inglês, com Mestrado em Letras, pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente, é aluna do Doutorado em Aquisição, Variação e Ensino, na mesma universidade.