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Cartilhas informativas sobre Covid-19 para indígenas noroeste amazônico

A equipe do Instituto Socioambiental (ISA) organizou uma série de cartilhas informativas sobre o Covid-19 (Coronavírus). Colaboraram com o projeto, Dulce Morais, especialista em Saúde Coletiva, os tradutores indígenas André Fernando (Baniwa), Elizângela da Silva e Edson Gomes Baré (Nheengatu), Justino Sarmento Rezende (Tukano) e Roberto Carlos Sanches (Dâw). Além deles, participaram das adaptações Américo Socot Hupd’äh, Bruno Marques, Karolin Obert e Patience Epps.

O material faz uma retextualização e adaptação lingüística, cultural e intermedial de 4 línguas dos povos indígenas do Rio Negro, tendo em base todas as informações prestadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a respeito da prevenção e tratamento do novo Covid-19. A partir dos conteúdos destas cartilhas, a Rede Wayuri elaborou podcasts educativos com objetivo de compartilhar todas as informações através dos aplicativos WhatsApp e ShareiT e da plataforma SoundCloud às comunidades indígenas do Rio Negro.  Além desses canais de comunicação, o material também será disponibilizado nas redes radiofônicas das comunidades indígenas a fim de expor o agravamento da pandemia no Brasil e na região amazônica.

Além de a versão digital, a cartilha impressa será distribuída nas aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro. A este respeito, o enfermeiro e responsável pelo DSEI ARN, senhor Sediel Ambrosio faz o seguinte comentário: “As cartilhas chegam em um momento excelente. Exatamente quando nossas 25 equipes multidisciplinares de saúde vão entrar em campo para trabalhar a prevenção ao Covid-19. Educação e saúde caminham juntas e a conscientização sobre essa nova doença é feita de forma adaptada ao contexto cultural. Isso é fundamental para o trabalho dar certo”.

 

REFERÊNCIAS:

FUNDAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DO RIO NEGRO. Rede Wayuri.

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. No Alto Rio Negro, cartilha em idiomas indígenas orienta combate à Covid-19. 2020. Publicação elaborada por Juliana Radler.

 

Autora: Digmar Jiménez
Licenciada em Letras, Espanhol (Universidade Católica Andrés Bello), Mestrado em Estudos Hispânicos e Latino-Americanos (Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris 3) e Doutorado em Estudos da Tradução (Universidade Federal de Santa Catarina).

O espanhol andino na cidade de La Paz, Bolívia

A língua espanhola é muito rica, pois é falada em muitos países. Segundo o Ethnologue, é a quarta língua mais falada no mundo, considerando o número total de falantes.

Em La Paz, Bolívia, expressões como “Nunca no me ha escuchado” ou “Sabe jugar futbol los domingos” podem chamar a atenção de um falante nativo de espanhol de outro lugar ou de um aprendiz da língua pela sua estranheza ou peculiaridade. Essas construções sintáticas são próprias de um dialeto do espanhol: o espanhol andino ou espanhol motoso, predominante nas regiões que compõem a Cordilheira dos Andes (ROSA, 2012). Esse dialeto nasce da influência que exerce o aimará e o quechua (em menor medida) na produção oral e escrita do espanhol. Neste curto texto, são apresentadas algumas características deste dialeto, tendo como foco o espanhol falado na cidade de Chuquiago Marka, ou La Paz, como é comumente conhecida.

Algumas das particularidades são mantidas desde a época do Vice-Reino do Peru (século XVI). Prova disso são os registros escritos que se tem de três ilustres personalidades da época: Guamán Poma, Santa Cruz Pachacuti y Tito Yupanqui (MENDOZA, 2012). De textos deles foram retirados alguns exemplos que cabem apresentar pela sua vigência:

– Uso de artigos definidos com nomes próprios: al San Francesco;
– Sequência pronominal me lo com valor de cortesia: me lo diesse mano;
– Uso da preposição en com verbos de movimento: lo lleve en casa de los pentores.

Nos textos de Aguilar, Huet e Pérez (2014), Mendoza (2012), Rivanedeira (2014, 2016a, 2016b) e Rosa (2012), encontramos outras propriedades deste dialeto que a qualquer paceño, habitante de La Paz, serão familiares, pela sua abundância num contexto informal de fala:

– Uso particular de posposições: Dámelo nomás pues pero.
– Dupla negativa: Nunca no me ha escuchado.
– Alteração da ordem da frase, uso de duplo possessivo e uso da preposição en mais locativo: De mi mamá en su tienda estoy yendo.
– Uso da preposição de ao invés de por: Ha llovido, de eso se ha mojado.
– Uso do verbo saber com sentido de hábito: Sabe jugar fútbol los domingos.

Esperamos que este breve resumo das características do espanhol andino tenha sido de utilidade ao leitor, expandindo seu conhecimento sobre Bolívia e sua cultura.

Fonte: Max Glaser (Google Earth).

 

REFERÊNCIAS:

AGUILAR, M. J.; HUET, M.; PÉREZ, S. Diccionario ejemplificado e ilustrado de bolivianismos, DEIB. In: XVII CONGRESO INTERNACIONAL ASOCIACION DE LINGUISTICA Y FILOLOGIA DE AMERICA LATINA (ALFAL), João Pessoa, 2014, p. 2209-2219.

MENDOZA, J. Antecedentes lingüísticos para una fisonomía del castellano de Bolivia. Discurso de ingreso a la ABL, Centro Cultural de España, 2012.

RIVADENEIRA, R. Bolivianismos en el dicionário de la lengua espanola. 23. ed. La Paz – Bolivia: Plural, 2014.

RIVADENEIRA, R. El castellano hablado en La Paz. Khana, La Paz – Bolivia, p. 1 – 4, 2016.

RIVADENEIRA, R. Registros lingüísticos. Academia boliviana de la lengua, La Paz – Bolivia, 2016.

ROSA, J. M. Diatelogia do español. Natal – Brasil: IFRN Editora, 2012.

 

Autora: Camila Alejandra Loayza Villena
Graduada em Letras – Português e Espanhol pela Universidade Federal de Pelotas (2019). Atualmente é aluna especial do mestrado em Letras na linha de pesquisa Aquisição, variação e ensino.

Quais são as línguas mais faladas no mundo?

Para responder a esta pergunta, o IPOL (Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística) publicou recentemente no seu site um diagrama do WordTips produzido com dados do Ethnologue e organizado de acordo com as famílias linguísticas. É interessante conferir o diagrama, pois dependendo do critério, o ranking muda. A língua que possui mais falantes nativos, por exemplo, é o chinês mandarim. Além disso, logicamente, o ranking se torna desatualizado com o passar dos anos. Considerando o número total de falantes (nativos e estrangeiros), atualmente (30/03/2020), estas são as línguas mais faladas no mundo:

1) Inglês: 1.132.366.680 falantes
2) Chinês mandarim: 1.116.596.640 falantes
3) Hindi: 615.475.540 falantes
4) Espanhol: 534.335.730 falantes
5) Francês: 279.821.930 falantes
6) Árabe padrão: 273.989.700 falantes
7) Bengali: 265.042.480 falantes
8) Russo: 258.227.760 falantes
9) Português: 234.168.620 falantes
10) Indonésio: 198.733.600 falantes
11) Urdu: 170.208.780 falantes
12) Alemão: 132.175.520 falantes
13) Japonês: 128.350.830 falantes
14) Suaíli: 98.327.740 falantes
15) Marati: 95.312.800 falantes
16) Telugo: 93.040.340 falantes
17) Punjabi ocidental: 92.757.700 falantes
18) Chinês wu: 81.501.590 falantes
19) Tâmil: 80.989.130 falantes
20) Turco: 79.779.360 falantes

Qual é a diferença entre língua e dialeto?

Há quem diga que o que identifica falantes de uma mesma língua é a mútua compreensão. Ou seja, sei que eu e meu interlocutor falamos a mesma língua porque nos compreendemos um ao outro. Mas há problemas nessa definição. Por exemplo, falantes de português e espanhol frequentemente conseguem manter uma conversa sem muita dificuldade, cada um falando o seu idioma. Por outro lado, não é incomum pessoas do Brasil e de Portugal ambas dizerem que falam português e serem incapazes de se compreender. Seriam, então, espanhol e português a mesma língua, e o português brasileiro e o europeu línguas diferentes?

Nos Balcãs, os habitantes de Bósnia e Herzegovina, Croácia, Sérvia e Montenegro se orgulham de suas línguas – respectivamente, o bósnio, o croata, o sérvio e o montenegrino. Faz parte de suas identidades étnicas e é até perigoso discordar dessa divisão, visto que ela é uma das consequências de antigas disputas e de uma recente guerra. No entanto, do ponto de vista linguístico, as quatro são exatamente a mesma língua.

O critério da compreensão mútua também é utilizado em definições típicas de dialetos, que seriam variantes geográficas, étnicas ou socioeconômicas de uma língua. Se há compreensão mútua entre falantes de variantes diferentes, diz-se que falam dialetos de uma mesma língua. O que dizer da língua árabe, então? A maioria da população de Marrocos, no norte da África, diz falar árabe. A mais de 6 mil quilômetros ao leste de lá, nos Emirados Árabes, também ouviremos das pessoas que a língua delas é o árabe. Curiosamente, um marroquino e um emiradense não se compreendem. Eles dizem falar a mesma língua, mas sequer preenchem o critério de dialeto. Será que precisamos rever nossos critérios e definições?

Em geral, para a maioria dos linguistas, a diferença entre língua e dialeto interessa pouco, mas já que foi justamente para esclarecê-la que resolvi escrever este texto, trago a definição pontual e acertada de Max Weinreich: “dialeto é uma língua sem um exército e uma marinha”. Isto é, a real diferença entre os dois é política, não linguística. Dialetos, todos eles, são línguas.

 

Autor: Renan C. Ferreira
Graduado em Letras – Licenciatura em Língua Inglesa e Literatura (2010) e Mestre em Letras – Estudos da Linguagem (2018) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atualmente desenvolve sua pesquisa de Doutorado sobre Relativismo Linguístico e a Cognição Bilíngue na mesma instituição. Faz parte do grupo de pesquisa Línguas em Contato e atua como professor de língua inglesa há 13 anos.

Playlist: Tesouro linguístico

Criamos uma playlist multilíngue no Spotify. A lista das músicas e das línguas pode ser visualizada no arquivo do Drive. Há muita música boa em outras línguas, além das que costumamos escutar no nosso dia a dia. Aproveite e viaje nesse mundo musical! Aceitamos sugestões para inclusão de músicas e línguas.

Link da Playlist:
https://open.spotify.com/playlist/6VyqW9A1V5mzboYa7lW10F?si=TaiaR18CQL-3lacUcaXmRg

Link do Youtube:
https://www.youtube.com/watch? v=Hd8FWVeqqn8&list=PLCkPG4S44PBCDOrEP7KyWJZO2WCmccizq

Link do Drive:
https://drive.google.com/open?id=1L-gH1XCyZcYwpT–P9FRdnnIYiyhKqVFWw5DVfmzL44

Descrição e norma: abordagens linguísticas

Português é muito difícil!

Não é incomum essa formulação ocorrer entre estudantes, pessoas da mídia e (alguns) professores. Dentre os motivos, estão as escolas, o gargalo educacional no ensino básico e a finalidade desses estudos desaguarem no vestibular. E, quando se fala de língua e linguagem em veículos de comunicação, parte-se da norma: é certo falar assim, é errado falar daquele jeito (“porque a língua não permite tal uso”).

Esse olhar desconsidera que a língua é viva. Que ela muda. Que é, enfim, um objeto complexo. A impressão que se tem é que apenas a norma, a “lei gramatical” chega a público. Quando uma análise linguística “foge” de olhar à norma, a finalidade é outra: ao invés de dizer que tal formulação é errada, busca-se descrever os processos de sua ocorrência.

A Linguística consiste no estudo científico do objeto língua. Aqui são citadas duas abordagens, normativa e descritiva, mas existem tantas outras. A Linguística tem pouco mais de um século de existência, tendo como ponto inicial a publicação da obra Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure, em 1916. Isso não significa que não houvesse reflexão sobre línguas e linguagens antes disso, mas o livro foi um divisor de águas em que houve, pela primeira vez, uma delimitação do objeto de estudo dessa ciência: a Linguística deveria estudar a estrutura, a língua, as regularidades: as normas.

Nesse primeiro momento, deixava-se de fora a linguagem, os aspectos individuais, históricos e sociais dos falantes. Com o tempo, linguistas notaram a necessidade de olhar para aquilo que Saussure havia ignorado: a língua era muito mais do que estrutura.

De acordo com Perini (2007, p. 21): “Não há a menor base linguística para a distinção entre ‘certo’ e ‘errado’ – o linguista se interessa pela língua como ela é, e não como deveria ser”.

Assim, os jeitos de se olhar para a língua e a linguagem são múltiplos, a depender do interesse do pesquisador. Só existimos enquanto seres de linguagem, é por ela que significamos o mundo. Com isso, busca-se considerar aspectos para além do certo e do errado, ou seja, para além da norma.

 

REFERÊNCIAS:

PERINI, Mario. Princípios de linguística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. Parábola: São Paulo, 2007.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Cultrix, São Paulo: 2009.

 

Autor: Gabriel Agustinho Piazentin
Graduado em Linguística pela Unicamp e em Jornalismo pela Unimep. É aluno do mestrado em Divulgação Científica e Cultural, da Unicamp, tendo como objeto de pesquisa a divulgação científica da Linguística. Atualmente, também, é voluntário no Cursinho Popular Podemos+, em Piracicaba, onde dá aula de redação.

Pomerano: uma língua brasileira

A língua pomerana teve origem na Pomerânia, uma região que se localizava entre os atuais territórios da Alemanha e da Polônia. Segundo Manske (2015, p. 17), devido a sua localização estratégica, com saída para o Mar Báltico, a Pomerânia foi alvo de inúmeras disputas territoriais. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a maior parte do território da Pomerânia foi anexada à Polônia, e a língua pomerana passou a ser considerada como uma língua moribunda na Europa. Por isso, muitas famílias deixaram de falar o pomerano e de ensinar aos seus filhos, fato que contribuiu para a sua quase extinção na Europa.

No século XIX, motivados por guerras, fome, pestes, crises no campo e desemprego, pomeranos migraram para o Brasil e outros países. Atualmente, os descendentes de pomeranos se distribuem pelos seguintes estados brasileiros: Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Minas Gerais. Estima-se que há, em todo o Brasil, cerca de 300 mil pomeranos (TRESSMANN, 1998). Você já imaginou se sentir em outro país mesmo estando no Brasil? Em algumas cidades do Brasil, como na região da nossa universidade, o pomerano é falado por boa parte dos habitantes.

A língua pomerana possui o status de língua alóctone (não dialeto!), isto é, língua não originária do Brasil. No entanto, hoje, há uma forte corrente para a língua pomerana ganhar status de língua brasileira, autóctone, porque praticamente não é mais falada na Europa. Segundo Rodrigues (2008), o pomerano sempre foi uma língua oral, não tinha regras de escrita (língua ágrafa). Com o intuito de normatizar a escrita do pomerano, Tressmann (2006) desenvolveu o Dicionário Enciclopédico Pomerano (2006), que possui 16.000 verbetes e 560 páginas. A língua pomerana apresenta particularidades distintas do português e do alemão, tais como a escrita, fala, pronúncia, estrutura das palavras e possui vários cognatos e semelhanças com o inglês e o alemão-padrão (por exemplo, Bauk, book e Buch ou Sonn, sun e Sonne, respectivamente).

Fonte: Hammes (2014, p. 209)

 

REFERÊNCIAS:

HAMMES, E. L. A imigração alemã para São Lourenço do Sul – Da formação da sua Colônia aos primeiros anos após seu Sesquicentenário. São Leopoldo: Studio Zeus, 2014.

MANSKE, C. M. R. Pomeranos no Espírito Santo: história de fé, educação e identidade. Vila Velha, ES: Gráfica e Editora GSA, 2015.

RODRIGUES, A. F. A narrativa de Thomas Davatz: relato de memória e documento histórico, sentimentos e ressentimentos na História (1850-1888). 2008. 116 f. Monografia (Graduação em História) – Instituto de História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, 2008.

TRESSMANN, I. Bilingüismo no Brasil: O caso da Comunidade Pomerana de Laranja da Terra. Associação de Estudos da Linguagem (ASSEL-Rio). Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Rio de Janeiro,1998.

TRESSMANN, I. Dicionário Enciclopédico Pomerano-Português. Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, 2006.

 

Autora: Daniele Ebel
Falante de pomerano e graduanda do curso de Licenciatura em Letras Português e Alemão na Universidade Federal de Pelotas.

Um mundo poético e multilíngue

De africâner a vietnamita. No Lyrikline, você pode encontrar poemas escritos e recitados em diversas línguas! Cada poema pode ser encontrado por poeta, gênero, tema, forma, língua ou aleatoriamente (conforme mostra a imagem abaixo). Além disso, algumas poemas contam com traduções.

Esse site é um projeto da Literaturwerkstatt, de Berlim, em cooperação com os seus parceiros internacionais. Aproveite para escutar rimas em várias línguas, tesouros poéticos que representam infinitas possibilidades de combinação de sons.

Fonte: Lyrikline

Aplicativos para aprender línguas indígenas

A Abralin, Associação Brasileira de Linguística, postou no seu Facebook uma lista de aplicativos para aprender línguas indígenas: “Vários aplicativos surgiram nos últimos anos para nos ajudar a aprender línguas indígenas da América Latina. Se você está procurando aprender um nova língua, aqui estão alguns aplicativos interessantes”. Para quem tem interesse, vale a pena conferir o site com a lista!

O que são políticas linguísticas?

Políticas linguísticas se referem, conforme Calvet (2008), a decisões sobre as relações da sociedade e das pessoas com as línguas. As políticas linguísticas têm relação, basicamente, com decisões em âmbito mundial, nacional, estadual, municipal ou familiar sobre o uso da(s) língua(s). Para quem quer ler mais, as revistas acadêmicas da Abralin, Revel, Working Papers in Linguística, Língua e Instrumentos Linguísticos e Cadernos de Letras têm edições especiais sobre o tema.

No Brasil, há um importante instituto que se dedica às políticas linguísticas, o IPOL –  Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística. Segundo o site do instituto, ele “é uma instituição sem fins lucrativos, de caráter cultural e educacional, fundada em 1999, com sede em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, que representa os interesses da sociedade civil”. Recomendamos seguir o site do IPOL, também no Facebook. A missão do IPOL é desenvolver projetos de apoio às comunidades de falantes de línguas e variedades linguísticas minoritárias do Brasil e do Mercosul, no sentido de manutenção e promoção da diversidade linguística.

Um exemplo de ação de política linguística é na cooficialização de línguas em municípios brasileiros. Segundo o IPOL, várias línguas já foram cooficializadas no Brasil, conforme o quadro abaixo, e podem ser usadas em contextos oficiais em cada um dos municípios. Essas leis são, segundo Altenhofen (2013), um método de salvaguarda, mas são necessárias ações concretas para que cada uma das línguas esteja em um patamar semelhante ao status do português.

Fonte: Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística

 

 

REFERÊNCIAS:

ALTENHOFEN, C. V. Bases para uma política linguística das línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, C. et al. (Eds.). Política e Políticas Linguísticas. Campinas: Pontes Editores, 2013a. p. 93–116.

CALVET, L.-J. As políticas linguísticas. Tradução: ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.