Romance épico de Julia Quinn em “Bridgerton”

Por Andressa Siemionko Lacerda    

Produção de Shonda Rhimes cria transposição bem-sucedida de obra literária para canal de streaming

Cada episódiio de “Bridgerton” é uma adaptação de um dos oito títulos criados pela escritora    Foto: Divulgação Netflix

Nas livrarias, os romances de Julia Quinn não enganam. Com lindas mulheres, estampando capas de romances épicos e leves. São ingredientes perfeitos para uma produção de uma série de televisão cheia de charme, que encantou os assinantes da plataforma de streaming Netflix neste momento pandêmico. A criadora da família Bridgerton soma mais de 10 milhões de cópias vendidas de suas obras literárias no mundo todo.

A série retrata a curiosa procura pelo verdadeiro amor dos oito irmãos, filhos da matriarca Lady Violet, interpretada por Ruth Gemmell. Toda a trama se passa na alta sociedade londrina do século 19, com grandes bailes, vestidos pomposos, casamentos arranjados e muita fofoca.

A série é criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes, roteirista de grandes sucessos como: “Grey’s Anatomy” (2005-presente) e “How to Get Away with Murder” (2014-2020). Cada temporada da série Bridgerton é uma adaptação de um dos oito títulos escritos por Julia Quinn, sendo o primeiro: “O Duque e eu”.

Regé-Jean Page, como Duque de Hasting, e Phoebe Dynevor, como Daphne            Foto: Divulgação Netflix

A primeira temporada é focada na história de Daphne (Phoebe Dynevor), quarta filha da família e Simon, o Duque de Hastings (Regé-Jean Page), seu par romântico. Um casal improvável, mas que arranca suspiros e preocupação dos fãs da série. A preocupação se dá por uma promessa feita no passado pelo Duque de Hastings e isso pode acabar arruinando a relação do jovem casal.

Além de bem-humorada, a produção é cheia de glamour, com muitos vestidos e trajes de galas, cenários arquitetonicamente britânicos e aristocráticos, típicos do século 19. A série contou com mais de 20 casarões, castelos e parques para as gravações. Dentre eles, está a Ranger’s House – mansão construída em 1722 e localizada no Greenwich Park, em Londres, casa da família protagonista da trama, e o Castle Howard – palácio rural situado no condado de North Yorkshire, casa do Duque de Hastings, na obra.

Com mais de 7.500 figurinos feitos especialmente para a produção, a primeira temporada de Bridgerton foi um sucesso. Lançada no dia 25 de dezembro de 2020, em seus primeiros 28 dias no ar, a série foi assistida por 82 milhões de contas na plataforma. Atualmente é a série original Netflix mais vista, desbancando outras produções como “O Gambito da Rainha” (2020) e “The Witcher” (2019).

Futuro da trama

Jonathan Bailey vive o polêmico Anthony Bridgerton, protagonista da segunda temporada  Foto: Divulgação Netflix

Depois de garantir tanto sucesso, foi anunciada a produção da segunda temporada de “Bridgerton” em 21 de janeiro de 2021, e, em seguida, deverão também ocorrer a terceira e a quarta temporadas. A segunda vai tratar das desventuras amorosas do filho mais velho da família, Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), segundo título das obras de Julia Quinn: “O Visconde que me amava”.

“Bridgerton” foi lançada após os primeiros nove meses de pandemia. Possivelmente, seu estrondoso sucesso esteja ligado a esse momento. Com a situação vivida no mundo todo, os espectadores têm preferência por ver conteúdos mais leves, bem-humorados e bonitos, obras que sejam mais emocionalmente reconfortantes.

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Semana dos Museus da UFPel começa nesta segunda

Por Helena da Rocha Schuster   

Evento faz parte da 19ª Semana Nacional e reflete o futuro das instituições em seminário

Desde o início da pandemia, museus ao redor do mundo vêm sofrendo duramente os efeitos do distanciamento social. Por isso, este ano, o Dia Internacional dos Museus, celebrado mundialmente no dia 18 de maio, será uma oportunidade de refletir sobre o futuro dos museus. O Conselho Internacional de Museus (Icom) escolheu a temática “Futuro dos museus: recuperar e reimaginar” para nortear a comemoração da data em todo o mundo.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) adotou a temática mundial para promover a 19ª Semana Nacional de Museus (SNM), evento realizado anualmente em referência ao dia 18 de maio. Durante esta “temporada cultural”, que ocorre, este ano, entre os dias 17 e 23 de maio, instituições em todo o País participam do evento, realizando diversas atividades alusivas ao tema. Em Pelotas, um dos eventos inscritos na SNM é a Semana dos Museus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que terá como principal atividade o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”.

Organização e programação das atividades

A Semana dos Museus da UFPel é o evento da Universidade alusivo à Semana Nacional dos Museus. As atividades da UFPel, este ano, acontecem entre os dias 17 e 21 de maio. Desde o ano passado, as atividades do evento são promovidas de forma online em função da pandemia. O evento é realizado pela Rede de Museus da UFPel, um órgão suplementar da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), criado em 2017, para manter e valorizar, de forma unificada, o patrimônio museológico da Universidade.

Entre instituições, projetos museológicos, acervos e coleções, a Rede contempla 20 iniciativas da Universidade. Desde março de 2020, os museus da UFPel estão fechados ao público em função da pandemia, conforme explica a coordenadora da Rede de Museus, Andréa Bachettini. “Os museus tiveram que se adaptar à nova rotina durante a pandemia, investindo no mundo virtual, nas redes sociais e nos sites das instituições”, explica.

Por isso, a Semana dos Museus da UFPel busca refletir sobre o papel e futuro dos museus da Universidade. “A proposta deste ano coloca o desafio de pensar o futuro dos museus em meio à pandemia e, no caso da UFPel, o papel dos museus universitários, que são importantes aparelhos culturais, educacionais e de divulgação dos conhecimentos produzidos dentro da Universidade”, conta Andréa.

Uma das principais atividades da semana é o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”, que será realizado entre os dias 18 e 21 de maio. O seminário contará com palestras de diversos convidados e apresentações de trabalhos universitários.

  Cartaz e programação do Seminário que começa na terça-feira                        Imagem: Divulgação

Mesas redondas, exposições virtuais, projeções de imagens e jogos interativos serão outras atividades oferecidas ao público durante o evento. A programação completa da Semana dos Museus da UFPel, com datas e horários, pode ser acessada na página da Rede dos Museus.

A coordenadora da Rede destaca, ainda, a importância de refletir sobre o futuro dos museus e da valorização desses espaços e seus funcionários. “Este seminário vai justamente proporcionar este debate [sobre o futuro dos museus]. Durante a pandemia ficou visível a carência desses espaços culturais, mas observou-se muita criatividade para se adaptar às novas circunstâncias, mesmo com poucos recursos e pouca mão de obra”, finaliza Andréa.

Todas as instituições pelotenses inscritas na Semana Nacional de Museus, e também toda a programação de outros estados, está disponível nesta publicação em pdf.

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A voz da periferia de Rio Grande

Por Carolina Amorim   

Projeto voltado à comunidade resultará em criação de documentário sobre produções e manifestações da zona oeste da cidade

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” apresenta a voz da periferia com oficinas on-line para a criação de um documentário. Desenvolvido através do edital Procultura, da Secretaria de Cultura de Rio Grande, a ideia do projeto é promover gravações audiovisuais a partir do ponto de vista da periferia. Os protagonistas são a própria comunidade Moradores interessados estão sendo convidados a participar.

A instituição E.E.E.M Professor Carlos Lorea Pinto carrega um vínculo cultural que desperta o interesse não só dos alunos, como também da comunidade. Em 2019, os alunos iniciaram o “Jornal dos Negão” – o qual teve sucesso e desencadeou a criação do Laboratório de Ciências Humanas (LABTECH). No mesmo ano, a equipe decidiu concorrer a um edital público para fins de verbas educacionais e o resultado foi o início do projeto Cultura da Zona Oeste.

Por causa da pandemia iniciada em 2020, no Brasil, vários projetos como este sofreram atraso. No ano de 2021, porém, iniciam as atividades de uma maneira antes não esperada: on-line.

Vale ressaltar que com a vitória lá em 2019 no edital Procultura, a escola começou a procurar mais editais para concorrer. Como resultado de grande esforço, a Tropa Dark Side- outro projeto que faz parte da instituição, venceu o prêmio da Central Única de Favelas (CUFA), no valor de cinco mil reais, em nível estadual. Esta outra proposta permite aos alunos diversas atividades, como eventos geek e oficinas multidisciplinares.

*Leia também – Tropa Dark Side: a cultura geek como educação

Já na Cultura da Zona Oeste a história não é diferente, mas o foco é mais abrangente: a periferia. De acordo com o professor de história Felipe Nóbrega, a Tropa Dark Side é uma inspiração e exemplo sobre a importância da participação dos alunos como protagonistas das atividades. A criação de artes, fotografia, design, assessoria partem deles e esta é uma troca importantíssima.

“O projeto que existe só na cabeça do professor dificilmente ganha continuidade, pois vai sempre faltar a troca, a necessidade de deixar que esse mesmo projeto também caminhe de um jeito que nem sempre nós vamos ter o “controle”, daí a importância sempre da autoria dos alunos ser reconhecida em um processo continuado”, comenta Felipe.

O projeto conta com a colaboração tanto dos participantes quanto da equipe fundadora. Na execução das oficinas, não há uma separação, a ideia é unir saberes e pessoas para um bem maior: mostrar a voz da periferia.

Oficinas

O centro tem que olhar e ir para a periferia, e ver que lá se produz muita coisa, e muita coisa de qualidade por pessoas que há anos estão na batalha”, afirma o professor Felipe Nóbrega.

As oficinas ocorrem via chamada de vídeo e são convidadas pessoas de diferentes áreas para tratar sobre o tema abordado. Mestre Toiço (fundador do grupo rio-grandino de Capoeira Berimbau de Ouro) e Sandrinha (coordenadora do grupo de rap gospel “Mente sem Limite” da Zona Oeste) são exemplos de convidados que participaram das oficinas.

                                         Mestre Toiço participa com oficinas sobre capoeira                                                            Imagem: Divulgação Facebook

A jornalista e doutoranda em educação ambiental (FURG/USP), Rachel Hidalgo, é responsável por ministrar o tópico de Educomunicação. Ela também vai produzir, através da produtora Preamar, as gravações do documentário.

De acordo com a equipe do projeto, estão sendo ofertadas oficinas de Educomunicação, Comunicação Comunitária e Produção Musical, que servem para ampliar a capacidade de expressão dos participantes antes das gravações do documentário.

Por causa do trabalho e outras atividades que cada participante possui, o ex-estudante da escola, Matheus Marques, teve a ideia de gravar as oficinas e publicá-las no Youtube. Segundo ele, esta foi uma maneira de não haver desistência e que qualquer pessoa possa ter acesso a qualquer momento o material.

Equipe

A representatividade do projeto chamou a atenção da ex-estudante Rayane Castro não só pelo enfoque, mas também pelas pessoas que fazem parte.

“Quando vi esse projeto sendo anunciado no status do Felipe, pensei que seria super importante contar a história da Zona Oeste com uma visão da própria Zona Oeste, sem serem pessoas de foras contando algo”, comenta Rayane

Para Matheus, a distância não impediu de colaborar com o projeto. Conhecido por suas edições de vídeo, DJ e youtuber, Felipe Nóbrega convidou o ex-estudante a ajudar no desenvolvimento e divulgação do projeto.

Igor Afonso, ex-estudante da escola Carlos Lorea Pinto e agora produtor musical da Zona Oeste, afirma ter sido incentivado pelo professor Felipe Nóbrega a participar por causa de sua afinidade com a música. Ao ser questionado sobre a importância que a Cultura da Zona Oeste tem para a comunidade, ele pontua que está muito interligada ao papel social:

Hoje tem muitos jovens criativos que acabam se perdendo com drogas ou más companhias. Acredito que seja por não terem acesso à informação do que eles querem fazer e também por falta de incentivo. Eles acabam encontrando outros meios para ‘gastar’ o tempo, já que não têm esse acesso à arte.”

Apaixonado pela música desde cedo, Igor estuda e trabalha há quase cinco anos sobre produção independente. Ele frisa que informações sobre música são muito escassas e, por isso, viu também a Cultura da Zona Oeste como um meio de divulgar um tema tão relevante culturalmente: a arte na música. Em sua área, ele afirma: “Vou me disponibilizar para fazer o melhor conteúdo para quem tem interesse em iniciar na produção de música.”

Documentário

Sendo orientado pela Educomunicação e Comunicação Comunitária, o documentário é sobre manifestações e produções da Zona Oeste e tem o objetivo de unir e dialogar sobre narrativas a partir do ponto de vista da comunidade e apresentar à população rio-grandina.

O Cultura da Zona Oeste não está à margem, ele é o centro de uma outra história que precisa ser contada, diz Felipe Nóbrega.

Ainda não se tem uma previsão concreta sobre as gravações para o documentário.  Conforme Matheus Marques, há oficinas para serem ofertadas que explicam como funciona um documentário. Devido à pandemia, ainda não se sabe também sobre o lançamento e isso será pensado mais para frente.

 

Felipe Nóbrega: ideia é unir saberes para um bem maior             Foto: Reprodução Facebook

Inscrições

Com a intenção de formar “Jovens Mediadores Culturais”, como são chamados pelos colaboradores do projeto, a participação é livre. Segundo Felipe, a faixa etária prioritária é de 12 a 23 anos, mas caso alguém não esteja inserido nesta idade e queira fazer parte da Cultura da Zona Oeste, pode chamar na DM do Instagram.

Lembrando aos interessados que não só basta ter interesse em colaborar, mas também ter ideias a partir do ponto de vista sobre a comunidade da Zona Oeste.

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” não se trata apenas de produções, mas de narrativas vindas da periferia. São histórias que precisam ser contadas e não esquecidas. A colaboração e o esforço de cada um apresentam um sentimento de fraternidade em tempos de distância.

Para mais informações sobre o projeto acesse este link.

O acesso direto para a página do Facebook pode ser feito por este link.

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Rap contra o frio: evento reúne artistas de Rio Grande em prol da solidariedade

Por Vitor Valente   

Shows serão transmitidos direto do Teatro Municipal no dia 13 de maio

Rapper D.u.c.k é um dos sete artistas participantes    Imagem: Reprodução/Instagram

Uma frase clássica do cenário hip-hop brasileiro é “o rap é compromisso”. O mantra foi tema de música do rapper Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, que morreu aos 29 anos de idade em 2003. Em Rio Grande, o dito é levado a sério por André Dizéro, idealizador do projeto Rap Contra o Frio, que há seis anos reúne artistas da cena cultural da cidade em prol de um único objetivo: auxiliar a população carente. Já foram arrecadados mais de três mil agasalhos e duas toneladas de alimentos ao longo das edições.

O evento beneficente, em sua sexta edição, será transmitido diretamente do Teatro Municipal de Rio Grande, sem a presença do público, pelo YouTube, a partir das 20h30, no dia 13 de maio. Os ingressos solidários terão seus valores destinados à compra de cestas básicas que serão distribuídas no bairro Maria dos Anjos. Existem três modalidades de ingressos com diferentes valores: o ingresso popular custa R$12,50, enquanto o solidário R$22,50 e o mais caro, o ingresso amigo, custa R$36,36.

Artistas

Sete artistas – Criss, Baby, Farp, Mística, Prodígio e André Dizéro – estão confirmados entre as atrações do evento.

D.u.c.k

D.u.c.k é integrante do grupo Afrogang, atua como produtor musical e beatmaker, além de mc. Dono de uma estética muito ligada ao trap, tem como o lançamento mais recente o hit “Comum”. O rapper é uma forte influência da cena hip-hop na região sul do Rio Grande do Sul.

Criss 

Criss é um artista rio-grandino que possui fortes influências do reggae em suas músicas e utiliza rimas que buscam encontrar sentido nos dias de hoje. Em sua trajetória, o artista passou pelo grupo Ateliê 013. Recentemente lançou o EP solo “Tempos Solares”, com os singles “Azul da cor do céu”, “Pilota da flora”, “Aurora” e o homônimo “Tempos solares”.

Baby

O rapper Baby tem uma longa estrada percorrida no cenário cultural, com forte envolvimento em organização de eventos e posicionamento social forte. O trabalho mais recente do mc é a música “só”. Seu videoclipe conta com uma estética original, explorando diferentes tipos de efeitos luminosos. Reúne crítica social e romance na mesma faixa.

Farp

O rapper Farp representa o maior e mais populoso bairro de Rio Grande, o Parque Marinha. O versátil artista também atua como produtor musical e beatmaker. Ao longo de sua trajetória participou do grupo Manicômio. Recentemente lançou o videoclipe “Covil”, com estética trap e explorando diferentes flows.

Mística

A rapper Mística é cria das batalhas de rima, com histórico e fama de campeã, a mc combina a agilidade no pensamento necessário nas batalhas com postura e ideais fortes e conectados às pautas feministas.

Prodígio

Richard Borba, o Prodígio, representa o bairro Getúlio Vargas. Membro do grupo Quality Sul, coletivo de artistas do bairro, Prodígio é considerado uma das maiores promessas da nova geração do hip-hop da cidade de Rio Grande. Em dezembro do ano passado, lançou a música “Meu brilho”, com videoclipe gravado nas dunas da Praia do Cassino.

                     André Dizéro divide-se entre a música e a pesquisa acadêmica                         Imagem: Lázaro Carvalho

André Dizéro

Citado anteriormente, André Dizéro é o idealizador do evento. Trata-se de um dos artistas mais celebrados da cidade de Rio Grande. Entusiasta do rap como objeto de estudo acadêmico, é graduado em artes visuais pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e mestre pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Dizéro é empreendedor e influencia a estética ‘street wear’ na cidade.

A música “Trem bala”, lançada em 2017, é considerada um clássico do hip-hop rio-grandino. Canta pela união e toca em muitas feridas. A música é produzida pelo beatmaker e produtor de destaque nacional 808 Luke. O videoclipe é gravado com imagens e referências de Rio Grande.

Engajado, o rapper afirma que “este festival online será um grande desafio, mas com o objetivo de também fazer a solidariedade, juntos podemos fazer a diferença neste inverno”. Ele lamenta que famílias de bairros carentes vivam em situação precária. “Infelizmente, no cenário local, temos bairros que precisam de nossa ajuda para poderem se alimentar de forma básica”, finaliza.

Informações e ingressos

Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no perfil do Instagram do projeto. Os ingressos podem ser comprados acessando neste link.

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Rir é o melhor remédio

Por Alexsandro Santos   

Projeto Risolamento Social – Circo Itinerante acontece no Instagram

No elenco de palhaços estão Daniel Lucas, Felipe Mendes, Odelta Simonetti e Tiago Gonçalves Teles

Diversão, arte e muitas risadas. Estas são as promessas do projeto Risolamento Social – Circo Itinerante do grupo teatral Vagamundo. Com início no dia 20 de abril, o projeto apresenta o espetáculo de palhaços e oferece uma alternativa de entretenimento durante a pandemia.

Todos os integrantes da equipe, que conta com palhaços, músicos, produtores e artistas visuais, participaram de uma imersão coletiva que durou cerca de duas semanas. A ideia original era de um evento que previa a circulação por nove cidades do litoral gaúcho. Entretanto, com o decreto de bandeira preta em todo o estado do Rio Grande do Sul, o projeto precisou ser readaptado.

A ideia surgiu como uma forma de continuar o trabalho, evitando aglomerações e respeitando o isolamento social. O público poderá conferir um espetáculo repleto de gags circenses, apresentações musicais e shows de palhaçaria e comédia, ao estilo varieté, composto por diversas cenas que serão publicadas diariamente.

O Risolamento Social foi produzido com recursos da Lei Federal nº 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc), através do Edital SEDAC nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas. O espetáculo será 100% online e todos os vídeos do projeto serão lançados no perfil do Teatro Vagamundo no Instagram.

Comédia é  repleta de gags circenses, apresentações musicais e shows de palhaçaria      Fotos: Divulgação

O espetáculo tem direção artística de Gabriela Ferreira Santos, direção musical de Bruna Espinosa e assistência de direção de Paolo Zaccuri. No elenco de palhaças e palhaços estão Daniel Lucas, Felipe Mendes, Odelta Simonetti e Tiago Gonçalves Teles.

As letras das músicas “Aglomera Não!” e “Risolamento Social” são de Felipe Mendes. E de  “Descontamina”, de Bruna Espinosa.

O espetáculo tem direção artística de Gabriela Ferreira Santos e direção musical de Bruna Espinosa

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Gostaríamos de uma peça divertida para o dia 09/04/2022.  Se tiver algo para oferecer,  pode enviar os contatos para o  e-mail casadacultura@pmsa.rs.gov.br.

Mariza Zibetti

 

Música para todos

Por Gabriel Antunes Gonçalves    

Orquestra Estudantil do Areal oferece aulas sobre vários instrumentos musicais

Estudantes da comunidade têm chance de vivenciar funcionamento de orquestra

Com seis anos de existência, comemorados sempre no mês de setembro, a Orquestra Estudantil Areal tem recebido alunos da rede estadual e estudantes da rede particular com bolsa de estudos. A iniciativa consiste em oferecer aulas gratuitamente para iniciantes em música que procuram desenvolver suas habilidades e conhecimentos para a atuação em conjuntos de câmara e orquestra. São oferecidas aulas teóricas e práticas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, violão, piano, escaleta, flauta doce e percussão.

As atividades da orquestra são coordenadas pela professora Lys Ferreira, a qual nos concedeu uma entrevista via Whatsapp.

Como surgiu o projeto Orquestra Estudantil Areal?

Lys Ferreira – O projeto da Orquestra foi uma iniciativa do governo estadual no ano de 2013 em escolas que aglutinavam pessoas de bairros diferentes, com históricos de violência e vulnerabilidade social. Esse é o perfil das escolas que o governo do estado investiu em kits de instrumentos musicais para a formação de orquestra, além da efetivação de um concurso para professores trabalharem nesse projeto. A Orquestra do Areal, então, não surgiu de uma iniciativa pessoal, apesar de ser uma busca de toda a minha formação profissional.

Como tu achas que a música impacta na vida dos jovens estudantes?

Lys Ferreira – O ensino das artes nas escolas por muitos anos ficou baseado apenas nas artes visuais. Atividades como música, teatro e dança acabavam sendo apenas atividades extracurriculares, fora da sala de aula. Porém o ensino das artes abrange várias linguagens artísticas e, na vida de jovens estudantes, é importante que eles tenham acesso a esse ensino. O jovem, muitas vezes, precisa de um incentivo para a música.

O que eu vejo que acontece com o ensino da música ou de qualquer outra linguagem artística é que o domínio cultural da sua região está totalmente perdido. A mídia tomou conta desse campo do entretenimento e as pessoas passaram a ver a arte como tal, enraizando isso na formação do jovem. Nós brigamos muito com isso nas escolas, pois trazemos a informação e o aluno aprende arte como entretenimento. Então, a partir do momento que conseguimos impactar um jovem através do nosso ensino nas escolas, estamos passando uma nova referência cultural a ele e a todos que o cercam.

Quais são as maiores dificuldades enfrentadas com a pandemia?

Lys Ferreira – O maior problema é a falta de acesso à internet dos alunos da comunidade do Areal. Vale ressaltar que nós não recebemos nada do governo estadual com relação a subsídios de internet. Eu, por exemplo, não tinha internet na minha casa. E, de repente, com a pandemia, não tem como viver trancada em casa sem ter o serviço.

Outro problema, que vem na sequência, é que essas tecnologias não abrangem as necessidades de uma aula assíncrona de fato , a gente não consegue ter uma conversa que flua naturalmente. Na música, então, isso é um caos. Ninguém pode tocar junto. O mais próximo que chegamos de isso acontecer é quando alguém toca e a gente acompanha a pessoa tocando, cada um no seu canto. A dor para um músico, ao meu ver, é essa falta de interação. A gente não consegue através dessa comunicação interagir, fluir e se perceber da maneira como se percebe em um encontro presencial.

A Orquestra Estudantil do Areal completa seis anos de existência

Qual o objetivo do projeto ao disponibilizar aulas gratuitas aos estudantes da rede pública?

Lys Ferreira – Justamente pela falta de acesso dos estudantes da rede pública, nós ampliamos para alunos da comunidade poderem ingressar. E foi uma grande procura, muitas pessoas apareceram interessadas. Atualmente, temos um pouco mais de 40 alunos na Orquestra do Areal e mais de 70 na Orquestra Municipal. Algumas atividades são realizadas juntas, então as salas ficam lotadas de alunos e isso é muito interessante, pois tem uma interatividade entre eles. Isso permite que esses jovens se conheçam, pois muitos estão em anos diferentes e não teriam a oportunidade de se conhecer, mas têm esse objetivo em comum de ser parte de uma orquestra, de estudar a música.

Ser estudante de música é uma coisa e ser membro de uma orquestra é outra. A orquestra é um espaço de socialização, em que além de se aprender a tocar um instrumento, se aprende a conviver. É por isso que o projeto foi criado, para levar às escolas a experiência de conviver em um grupo de orquestra, na qual cada um tem a sua competência, em uma diversidade de instrumentos, em níveis diferentes de estudo e conseguem tocar juntos. Então oferecer isso para a comunidade foi necessário.

Visite a página da Orquestra Estudantil do Areal no Facebook.

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Hércio Medeiros: várias facetas de sua arte

Por Julya Bartz Boemeke Schmechel   

Artista de São Lourenço do Sul desenvolve trabalhos na literatura, música e cinema

Hécio e Deivid Cardoso, na produção do curta “Todos os dias são iguais”

No meio artístico, a pandemia levantou diversas barreiras que tornaram o trabalho dos artistas ainda mais exaustivo. Além das dificuldades enfrentadas anteriormente, outras apareceram. Para artistas do interior, acaba sendo ainda mais difícil, principalmente na divulgação de trabalhos. Morador de São Lourenço do Sul, município com 43.540 habitantes, o artista Hércio Medeiros, de 24 anos, conta um pouco sobre o seu trabalho e as dificuldades que vem enfrentando, principalmente na pandemia.

A paixão de Hércio pela arte começou desde cedo, através de livros e filmes, que despertavam sua imaginação. A paixão foi se desenvolvendo e surgiu também o interesse pela atuação. Foi aí que decidiu fazer cursos de teatro e participar de companhias, ao mesmo tempo em que começou a escrever um livro: “Decidi começar a escrever sobre algumas das histórias que eu inventava na minha cabeça. Mas como eu era muito novo, até o livro ficar pronto demorou”, conta Hércio.

Hércio no lançamento de seu primeiro livro “Os Símbolos do Poder”

Seguindo a sua paixão, em 2015, entrou para o curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no qual ficou por um ano, até ir para o curso de Cinema e Audiovisual. Durante seus estudos, Hércio dirigiu curtas, entrou na companhia de teatro Misenscene, de São Lourenço do Sul, produziu os videoclipes do músico Miguel Lima (também de São Lourenço do Sul) e lançou o seu livro, que é o primeiro da saga “Os Símbolos do Poder”. O livro, que possui o subtítulo “O Enigma do Círculo da Pedra”, foi lançado em 2018, pela editora Chiado Books.

NOS CAMINHOS DA MÚSICA

Hércio formou-se em Cinema e Audiovisual em 2019 e, com o começo da pandemia, decidiu explorar mais uma área: a música. “Música também sempre foi algo que eu gostei muito… Tocava violão, mas sempre por hobby. Até que comecei a compor algumas músicas despretensiosamente e as pessoas que ouviam gostavam muito e me encorajavam a fazer algo com elas”. Assim, Hércio iniciou nas aulas de canto e lançou “Política de morte”, sua primeira gravação. Trata-se de um rap, escrito em um momento de indignação com a situação do País. “Não era algo que eu pretendia lançar, eu estava estudando para cantar e gravar as músicas mais “pop” e “reggae”, mas a letra veio em um momento de inspiração e como se tratava de algo atual, também me encorajaram a gravar e lançar… Foi mais como uma mensagem que eu considerava importante, para quem quisesse ouvir”, completa Hércio.

AUDIOVISUAL

Saindo um pouco da música, Hércio e seu amigo Deivid Cardoso montaram uma produtora audiovisual, a Ecran. Porém, com o início da pandemia, houve um grande atraso, principalmente pela falta de produções. Como uma luz, para a dupla de amigos, em novembro de 2020 a Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul abriu um edital para apoia financeiramente profissionais e instituições da classe artística, através da Lei Aldir Blanc: “Escrevi rapidamente o projeto do filme, enviamos o edital e ganhamos… Graças a isso, então, conseguimos comprar alguns equipamentos e produzimos o curta”. O filme “Todos os dias são iguais” foi escrito e estrelado por Hércio, em que ele interpreta um jovem que vive quase sempre o mesmo dia, apenas com alguns detalhes diferentes.

.Hércio conta que, além da pandemia ter afetado o seu trabalho e atrasado produções, o fato de ser um artista do interior também interfere na divulgação de seus trabalhos: “Aqui as coisas ‘não acontecem‘, né… Qualquer cidade maior, mais central, tem muito mais oportunidades e maior visibilidade”. Justamente por isso, o artista lourenciano conta que pretende difundir a cultura da região: “Um dos meus esforços, inclusive, enquanto não vou embora daqui, é tentar fazer essa movimentação, mostrar para as pessoas que aqui também tem arte e daqui também pode sair muita coisa boa, se tiver o apoio necessário”, afirma Hércio.

Quanto ao futuro, ele pretende lançar outros curtas através da Ecran, além de dar continuação ao seu livro, a qual já começou a escrever. E sobre a música, diz que pretende continuar estudando para aperfeiçoar-se na área, além de estar trabalhando em uma nova composição, que escreveu aos 18 anos.

Artistas como o Hércio inspiram e mostram como o interior possui grande potencial, mas que, na maioria das vezes, não é visto. O Sul do Sul possui muitas riquezas, que vão além de belas paisagens: a cultura é única e merece receber cada vez mais espaço e destaque.

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Eu amei!! Incrível, e muito obrigado pelo reconhecimento, de coração!

Hércio Medeiros

O Hércio sempre foi muito dedicado, em todos os aspectos.
Ver o seu crescimento é uma inspiração!
Bela matéria! Um abraço!

Juliana Tacques Touguinha

Instituição interage com público nas redes sociais

 

Por Augusto Cabral   

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo: as dificuldades e readaptações durante a pandemia

Desde março de 2020, foram inúmeras as áreas afetadas pela pandemia do coronavírus. Com o aumento dos casos da doença, o isolamento social e os cuidados para não contrair o vírus se tornaram cada vez mais presentes na rotina das pessoas. Entre os diversos segmentos atingidos, está o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), localizado na cidade de Pelotas. Entre as inovações motivadas pela necessidade de distanciamento está a interação da instituição com o público através das redes sociais.

O MALG foi inaugurado em 1986 e está ligado ao Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Sua missão está relacionada à conservação e divulgação de obras feitas pelo pintor pelotense Leopoldo Gotuzzo (1887-1983), entre outras atividades. Este artista produziu trabalhos representativos da cultura pictórica refinada do seu tempo, ao longo de sua vida, tratando de temas como flores, nus, paisagens e retratos. 

O acervo possui mais de 3000 obras divididas em sete coleções: “Leopoldo Gotuzzo”, “Ex-alunos da Escola de Belas Artes”, “Dr. João Gomes de Mello”, “Faustino Trápaga”, “L. C. Vinholes”, “Século XX” e “Século XXI”. O MALG também possui a responsabilidade de desenvolver projetos educativos que ampliem o acesso da população brasileira aos bens artísticos e culturais produzidos no passado e na atualidade. 

Fachada do MALG em frente ao Mercado Central de Pelotas

Assim como diversos locais que movimentam a cultura pelotense e que tiveram que fechar as portas durante a pandemia, como teatros, casas de shows e cinemas, o museu também enfrentou dificuldades no período de isolamento social. Segundo o diretor do MALG, Lauer dos Santos, o museu já tinha uma programação prevista para todo o ano de 2020 com exposições marcadas, mas teve que fechar as portas em março do ano passado. “A primeira grande alteração que houve foi esse fechamento e não atendimento ao público, que causou uma série de outras implicações”, afirma.

Inovações no âmbito tecnológico

Nos dias atuais, com a necessidade do distanciamento social, a tecnologia está ainda mais presente em todos os meios. No museu, pouco tempo antes da pandemia chegar ao Brasil foi criada uma interação com o público através de uma rede social. Com o título “O eu: entre o autorretrato e a selfie”, a exposição tinha por objetivo gerar uma reflexão sobre a selfie, uma espécie de sinal contundente da criação de relatos, numa euforia coletiva que torna públicos os atos da cotidianidade. A ideia era que os visitantes da exposição tirassem uma foto no estilo “selfie” e fizessem uma postagem no Instagram com algumas hashtags que estavam na sala da exposição, criando assim uma interação virtual com o público. “Num primeiro momento nós demos sequência nessa atividade em outra plataforma. Antes os visitantes tiravam uma selfie dentro do museu, depois isso foi transformado em uma ação específica para o período de isolamento, quando as pessoas faziam uma foto para mostrar como estavam vivendo na pandemia”, relata Lauer. 

Publicação no Instagram chamou a participar

Outro aspecto que preocupa a maioria dos segmentos afetados pela pandemia é o tempo que a situação ainda vai demorar para normalizar. Para a direção, a expectativa era de retomar as atividades em agosto de 2021, o que já é considerado difícil tendo em vista a permanência dos altos números da covid-19 no País. Entretanto, o diretor do museu fala sobre a existência de outros projetos para seguir em frente nos tempos de pandemia. “Sempre tem um plano B, então nós já temos três ações que serão desenvolvidas em sistema virtual, chamadas de Malg Contemporâneo, Malg Coleções e Malg Educativo”, confirma Lauer.  

Visite a página do MALG no Facebook.

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Os Saraivas saúdam seus fãs na internet

Por Ronaldo Luis

Desde março do ano passado grupo musical pelotense apresenta samba e pagode em lives

Em 2020 Os Saraivas tiveram de cancelar seus shows presenciais por tempo indeterminado

E a pandemia chegava para nós em março de 2020. Ninguém imaginava que fosse durar tanto tempo. E os primeiros que sentiram seu impacto foram os músicos, que desde então estavam proibidos de tocar para o público. Nascia assim um movimento que antes era incomum. Cantores e grupos musicais resolveram seguir apresentando shows, só que de uma forma que alcançasse ao seu público fiel durante a pandemia. E vieram as lives, que tomaram conta das inúmeras redes sociais. E os fãs agradeceram.

Aqui em Pelotas não foi diferente. O grupo musical Os Saraivas, cuja dupla principal são os irmãos pelotenses Fábio e Felipe Saraiva, em 17 de março de 2020, cancelavam sua agenda por tempo indeterminado. E no dia 26 do mesmo mês faziam sua primeira live “Em Casa”, apenas com voz, cavaquinho e pandeiro. Os fãs responderam com centenas de curtidas e compartilhamentos. E mais outras vieram.

O projeto se tornou maior e eles partiram para a primeira Live Solidária Especial”, em 1º de maio de 2020, quando ainda imaginávamos que em breve voltaríamos ao normal. Tendo já lançado anteriormente dois CDs, a dupla apostou no sucesso autoral, “Não perca a Fé”, traduzindo o sentimento de todos neste momento. Embora fosse de outro período, a composição adaptou-se perfeitamente à atual conjuntura. E o resultado foram mais de 10 mil toneladas de alimentos arrecadadas.

A exemplo de praticamente todos os músicos nacionais, em razão da pandemia, Os Saraivas também passaram por momentos difíceis em 2020. Precisaram ter criatividade artística para enfrentar as dificuldades sociais criadas pelo Covid-19. E repetiram os encontros muitas vezes em sua casa, através do Facebook e Instagram.

No primeiro trimestre de 2020, todos nós começamos os momentos de isolamento social e, temerosos por nossa saúde, assistir às músicas conhecidas em nossos lares era um alento. E outras lives solidárias aconteceram. Num total de cinco, Os Saraivas foram algumas vezes acompanhados por colegas de profissão.

Músicos da região fizeram confraternizações em lives solidárias para enfrentar pandemia

Os seguidores da dupla, motivados com a possibilidade de ver seus ídolos, imediatamente passaram a divulgar entre amigos, nas redes sociais, as datas dos eventos. Foi sucesso garantido. Os Saraivas foram procurados por outros músicos pelotenses, que também viviam momentos complicados em suas profissões, e organizaram assim um grupo maior que iria enfrentar a série de lives programadas.

Desde o início da pandemia, Os Saraivas fizeram lives que contagiaram a todos que os assistiram. Fizeram a alegria dos pelotenses e alcançaram, inclusive, cidades de fora do Estado.

Fábio indicou links para ver suas lives mais recentes e de outros músicos que admira

Em entrevista pela internet, conversamos com Fábio Saraiva, líder do grupo musical.

Olá Fábio, quais artistas locais ou não da área musical influenciaram ou ajudaram a dupla de alguma forma ou em algum tipo de atividade on-line?

Fábio Saraiva – Sobre os artistas locais que mais influenciaram nosso grupo cito o Grupo Regional Avendano Jr., e todos os outros chorões, tais como Solon Silva. Destaco também o Grupo Oitava Cor, que nos anos 90 influenciou muito nossa dupla na área de samba e pagode, e também um músico que muito nos ajudou, com empréstimo de instrumentos no início da carreira e incentivador, o amigo Café, boêmio da noite pelotense. Pelé e Beto também nos influenciaram muito. 

A gente se influencia de uma maneira positiva tanto na carreira como nas atividades que a gente tem que realizar. E, durante a pandemia, nas lives, eu destaco, sim, alguns artistas que nos influenciaram muito. Aquela live do Alexandre Pires e o Seu Jorge, para mim foi a melhor, também a live do Diogo Nogueira na Cozinha, e também destaco a live do Fundo de Quintal.

Quais foram os dois últimos trabalhos autorais da dupla e qual o total de lives durante a pandemia?  

Fábio Saraiva – Os dois últimos trabalhos autorais foram no formato Fabio Saraiva e Nuança.  Isso antes de oficializar o grupo Os Saraivas, e na participação do programa Show Livre com Os Saraivas, em dezembro de 2019. Esses foram os dois últimos trabalhos antes da pandemia..

Em relação às lives, oficialmente a gente fez cinco que constam nos links abaixo:

Os Saraivas: Live 1E – maio 2020 

Os Saraivas: Live 2   – junho 2020     

Os Saraivas: Live 3   – agosto 2020   

Os Saraivas: Live 4   – janeiro 2021   

Os Saraivas: Live 5 – fevereiro 2021  

Tu poderias indicar alguns links com apresentações e shows da dupla postados nas plataformas das redes sociais e internet?

Fábio Saraiva – Os Saraivas se apresentaram no Release Showlivre, no dia 3 de dezembro 2019, com transmissão a partir das 17h. As Inscrições estiveram disponíveis no canal do grupo e foi solicitado que ativassem o sininho. Para assistir ao programa ao vivo, foi só acessar no showlivre.com. Depois, os vídeos foram editados e podem ser visualizados no showlivre.com.

Na live “Os Saraivas – Sente O Clima”, as inscrições também foram, a exemplo das demais, no canal do grupo e pedido que  ativassem o sininho. Para ouvir, podem ser acessados os aplicativos SpotifyDeezer e Apple Music . O projeto “Sobre o artista: Os Saraivas” foi criado em Pelotas por mim e meu irmão Felipe Saraiva, unindo o ritmo do samba com outras vertentes da música popular brasileira, samba raiz e pagode, entre outras.

Você citaria artistas locais que, em início de carreira, estão atualmente propondo algum tipo de atividade no formato on-line?

Fábio Saraiva – Conheço sim, artistas locais que se propõem a fazer trabalhos virtuais. Destaco aqui Amâncio Jorge e Márcio Jaguarão-sambista.

Quais foram as fontes de divulgação que ajudaram muito as pautas dos eventos do grupo?

Fábio Saraiva – Não tenho como identificar todas as fontes de divulgação que ajudaram muito nas pautas, sejam empresários, um e outro, porque iria ficar faltando informações. Mas eu destaco algumas empresas locais que nos ajudaram, embora em outra oportunidade, como na gravação do nosso primeiro disco que é a extinta Premium Informática. Também destaco o Frigorifico Castro, a Tchê Farmácias, as empresas de comunicação Rádio Pelotense,  RBS e Diário Popular.

Vocês já possuem projetos ou alguma data para novos eventos presenciais?

Fábio Saraiva – Tem o projeto nosso que será o DVD “25 anos de Carreira”, o qual iríamos lançar no ano passado, mas foi adiado em virtude de a pandemia ter se estendido. Esse projeto está esperando as coisas amenizarem para ser colocado em prática. A gente tem em vista marcar a data para outros eventos, mas em função de que a instabilidade não deixa a agenda ser contínua, não conseguimos fixar nada. Então temos de deixar passar esse mau momento que vivemos. 

Quais são os canais para o público acompanhar as lives de “Os Saraivas”?

Fábio Saraiva – Sempre no canal de Os Saraivas, no Youtube ou na fanpage no Facebook. Em caso de qualquer projeto de live, esses são os dois canais que a gente usa tocando e sobre a agenda é através das redes sociais.

Para encerrar nossa entrevista, qual seria a música preferida do grupo?

Fábio Saraiva – A música preferida do grupo, autoral, é “Não Perca a Fé”. Mas tem outras músicas de artistas que nos influenciaram muito no “Especial Pagode 90”, como as obras do Negritude Jr. e Só para Contrariar. Eu colocaria uma obra, embora sem nenhum lado político, afinal eu sou um grande fã do cantor e compositor, Chico Buarque. Ele é o autor e letrista do samba que eu gosto muito, “Vai Passar”.

A entrevista encerrou com nossos agradecimentos e o desejo de que essa pandemia acabe e que nosso “novo normal” seja positivo. A música, afinal, sempre nos acompanhará, de uma forma ou de outra.

“Não Perca a Fé” é a música preferida de Fábio e Felipe Saraiva em suas lives

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COMENTÁRIOS

 Adorei a matéria! Parabéns ao autor. Temos, mais do que nunca, que prestigiarmos gente daqui. E pessoas que são exemplos, tais como Os Saraivas.

Graça

Parabéns pela matéria e com a preocupação com nossos músicos locais.

Luciano

Parabéns pela matéria, orgulho de ter artistas na nossa cidade crescendo e trazendo alegria nas redes sociais e televisão (quando conseguimos passar a imagem para ela). Adorei! Parabéns!

Mariana

Ronaldo…agradeço a entrevista e parabenizo pela excelente matéria.
Gratidão

Fábio Saraiva

Pandemia revela pouca valorização da arte

 

Por Matheus William Müller Rückert     

Ator do Grupo Tholl descreve dificuldades enfrentadas no meio artístico

Fábio Marques Belém em uma das apresentações do Grupo Tholl 

Na atual conjuntura, muitos trabalhos e maneiras de sustento tiveram que ser repensados pelos artistas das artes cênicas da região. Aumentou, nos últimos meses, o número de casos da pandemia de Covid-19, que atualmente assola o mundo inteiro com um vírus letal e de rápido contágio. Obviamente, com o setor da cultura local não seria diferente, já que é uma das áreas que mais necessita da audiência ao vivo do público. E, claro, também teve que se reinventar. O ator Fábio Belém do grupo Tholl relata as dificultades que os artistas em geral estão enfrentando.

O setor cultural foi um dos mais afetados pela pandemia, pois depende diretamente do contato com os públicos para a realização de sua arte e, assim, manter as suas formas de ganho e sustento. Os artistas tentam seguir fazendo o que fazem mesmo que, na maioria das vezes, sem nenhum incentivo monetário ou moral por parte dos seus prefeitos e governadores. Persistem simplesmente porque amam o que fazem e fazem isso para alegrar os seus espectadores, ouvintes e seguidores.

Se, antes deste momento delicado em que estamos, a cultura artística já não era tão apreciada e tão seguida, imagine-se agora, com o contato com o público reduzido, sem quase nenhuma fonte de renda e sem previsões de quando tudo voltará ao normal. A situação em que os artistas locais se veem atualmente é mais crítica e confusa do que nunca.

Obviamente a cultura abrange muitos tipos de trabalhos e designações para que esta seja praticada de forma contínua. Dentre uma variedade de atividades, estão os grupos teatrais da cena pelotense e como eles estão lidando com as novas formas de levar a arte e a cultura para com os demais que acompanham seus projetos.

É claro que, independente do que aconteça, jamais deixará de existir arte e cultura, porque estas fazem parte da criação e da organização da nossa sociedade. Somos cercados por vários pilares que definem o rumo social como um todo e, com certeza, a arte e a cultura são alguns dos pilares mais importantes para esta formação. Ensinam e enxergar um mundo completamente diferente do habitual e agregam pessoas de várias classes sociais em seus projetos culturais.

    

Falta de valorização da arte

Fábio Marques Belém é ator, produtor cultural e professor. Com 36 anos de idade, ele já atua na carreira da artística há 20 anos. É participante e atuante do grupo de teatro pelotense Tholl há mais de doze anos. Também é responsável pela curadoria artística das páginas das redes sociais do grupo e sempre se coloca no lugar de todos os seus colegas e parceiros ao observar as dificuldades enfrentadas. Entende que, hoje, mais do que nunca, está difícil de se trabalhar com a arte, ainda mais com a cultura local, que não é tão influente em relação aos maiores centros urbanos, com mais oportunidades para a propagação das produções culturais.

No seu relato, Fábio descreve com clareza o porquê e o quão difícil é a carreira de um artista dentro do Brasil e como a pandemia dificultou ainda mais a execução de seu trabalho, e também sua fonte de renda.  “Infelizmente, viver exclusivamente de trabalhar com arte hoje em dia é bastante difícil. Devido à desvalorização da arte como um todo, pois não existem políticas públicas concretas para que o trabalhador ou trabalhadora cultural possa exercer plenamente seu ofício. As pessoas entendem a cultura como um simples entretenimento, mas não enxergam todo o trabalho que existe por trás. Hoje as pessoas estão passando dias e dias em casa por causa do isolamento social, assistindo filmes, séries, escutando música, lendo livros. Tudo isso é cultura e, infelizmente, quem produz isso é pouco valorizado”, diz.

Independentemente do quão difícil seja esta luta, os artistas, principalmente os locais, sempre vão estar dispostos para nos mostrar que têm sim uma solução para os problemas atuais. Sempre haverá a perseverança na hora de trabalhar artisticamente, seja quando for para um público gigante, ou, até mesmo, para uma plateia de duas pessoas.

Como muito bem colocado por Fábio, a desvalorização do trabalho cultural é real e ela acontece com muito mais evidência em tempos como este, quando as pessoas só ficam em casa consumindo músicas, séries e filmes e nem pensam sobre a repercussão artística local como parte do processo. Claro que isto não é apenas culpa do público e, sim, uma reação ao problema atual com causas anteriores. Mesmo assim, não deixa de dificultar ainda mais o trabalho dos artistas, que, muitas vezes, não conseguem nem se manter, apenas fazendo o que amam e têm que procurar por uma renda a mais, já que a arte não era devidamente valorizada e remunerada desde antes da pandemia.

O trabalho circense do Grupo Tholl, por si só, já é um trabalho complicado, e com essa situação do vírus ficou ainda mais difícil de continuar a atuar e levar alegria para as pessoas. Muitos projetos artísticos estão sendo executados on-line. com a apresentação de lives, ou seja, as gravações das apresentações que costumavam ser feitas nos palcos.

Mesmo que existam menos recursos e participantes, isso não é um empecilho para travar os amantes desse trabalho. Com muita interatividade e comunicação com seu público via rede social, o grupo Tholl vem repensando e redirecionando a maneira em que atua na cultura local, sendo um dos maiores e melhores grupos teatrais da região.

A Prefeitura de Pelotas vem alterando o seu decreto em relação às atividades remuneradas durante o período da pandemia. Os locais e instituições voltadas para apresentações teatrais não sabem ao certo quando vão poder voltar às suas atividades normalizadas, sendo que há uma maior atenção para o comércio convencional.

Por enquanto, os grupos teatrais se financiam como podem, seja isto feito com doações dos seus seguidores e admiradores do seu trabalho ou até mesmo investimentos pessoais por parte dos participantes dos grupos. A situação em que estamos não é nada simples e para quem depende de apresentações e eventos é mais complicado ainda. Obviamente, estes grupos não vão pôr em risco as vidas de seus participantes e nem as do seu público. Mesmo assim, o seu trabalho é muito afetado por conta disso, já que a maior parte do seu trabalho é algo que envolve algum tipo de apresentação ou entretenimento ao vivo.

É de certa forma injusto tratar a arte e cultura da maneira em que são tratadas pelas políticas públicas, muitas vezes, sem nenhum tipo de incentivo. Estas instituições de prática e de aprendizado englobam crianças, adultos e, às vezes, até idosos em seus grupos. Para manter um negócio neste nicho, não é algo barato, ainda mais quando se está no mercado há mais de 15 anos, como é o caso do grupo Tholl. A companhia conta com uma trupe de mais de 45 artistas, na qual todos podem ter a oportunidade de algum dia se apresentar em algum palco, como o do Teatro Sete de Abril. Isso é um sonho para muitos artistas, porém, não é uma jornada nada fácil. É preciso ter muita motivação, pois quem irá financiar seu próprio sonho é você e você mesmo.

   

Grupo Tholl conta com participação de 45 artistas      Foto: Juliano Kirinus

É preciso sempre ter em mente o quão difícil é para certas profissões continuarem a se manter num período pandêmico como este, e para os teatros e seus grupos isto fica ainda mais complicado. Espera-se que o mais breve possível essa situação vivida se normalize e, então, os artistas locais possam continuar a trazer seu espetáculo e sua arte, que, quando vistos de perto, encantam ainda mais a todos que assistem.

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Bom dia, buscamos uma peça de teatro animada e que nos faça rir, gostaria de saber se tem algo para nos oferecer, somos de Severiano de Almeida. próximo a Erechim, temos um evento no dia 09/04/2022.  Aguardo respostas (casadacultura@pmsa.rs.gov.br).

Mariza Zibetti