Vitor Ramil lança o álbum “Mantra Concreto” em Porto Alegre

 

Show  acontece nesta quinta-feira, no dia 24 de outubro, no Salão de Atos da PUCRS

 

      Vitor Ramil foi contaminado pela poesia de Leminski e compôs um grupo de canções interligadas em “Mantra Concreto”  Foto: Divulgação/Marcelo Soares

 

O show de lançamento do novo álbum de Vitor Ramil, “Mantra Concreto”, será nesta quinta-feira, dia 24 de outubro, às 21h, no Salão de Atos da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681, Prédio 4, Partenon, Porto Alegre).  No novo trabalho, o compositor e intérprete gaúcho reúne 15 músicas criadas por ele com base nos versos do poeta curitibano Paulo Leminski. Além dessas novas canções, o show terá no roteiro grandes sucessos de Vitor: “Loucos de Cara”, “Não é céu”, “Astronauta lírico”, “Foi no mês que vem”, “Tierra”, “A ilusão da casa”, “À beça”, “Estrela Estrela” e “O velho León”. Tem destaque a nova versão de “Natália em Coyoacán”, composta em parceria com Paulo Leminski e gravada originalmente no disco “Tambong” (2000).

Em um texto, Ramil resgata o processo criativo do novo álbum desde 2021, justamente o período de isolamento da pandemia. Ele considera que, neste momento, foi contaminado mesmo pela poesia de Paulo Leminski (1944-1989). “Certo dia, enquanto lia o poema ‘Sujeito Indireto’, passei a mão no violão e minha imunidade baixou. ‘Quem dera eu achasse um jeito, de fazer tudo perfeito’ logo virou canção. Nos dias subsequentes, a cena se repetiu com outros poemas. Em três semanas, treze poemas, treze canções: ‘De repente’, ‘Teu vulto’, ‘Administério’, ‘Amar você’, ‘Profissão de febre’, ‘Palavra minha’, ‘Um bom poema’, ‘Anfíbios’, ‘Será quase’, ‘Sujeito indireto’, ‘Minifesto, Caricatura’ e ‘Mantra Concreto’.”

“A contaminação fora brutal. Não demorou para que o contagiante repertório tomasse meus pensamentos. Eu nunca criara um grupo de canções tão coeso em tão pouco tempo”, revela o cantor. 

O disco é uma homenagem a Paulo Leminski, sendo gravado e lançado em 2024, ano em que, por coincidência, o poeta completaria 80 anos. “Eu não sabia dessa efeméride, que me pareceu meio mágica, feito o meu surto criativo. O que, sim, sabia, era que cada aspecto do trabalho deveria estar contaminado pelo autor e sua poesia”, escreve.

Vitor Ramil, que canta e toca violões e viola, estará no palco com Alexandre Fonseca (bateria, tablas, percussão e programações) e Edu Martins (baixo sintetizador e baixo acústico). Os dois músicos também dividem com Vitor a produção do álbum em lançamento, colaborando na gravação de quase todas as músicas. 

Além deles, o disco conta ainda com as participações de Carlos Moscardini (violão), André Gomes (sitar e guitarra), Santiago Vazquez (kalimba), Toninho Horta (guitarra), Vagner Cunha (violino e arranjo), José Milton Vieira (trombone) e Pablo Shinke (violoncelo). Vagner, José e Pablo também fazem participações especiais no show. 

A iluminação do espetáculo é de Isabel Ramil, a concepção de vídeo e animação de Vini Albernaz e o som de Lauro Maia e André Colling.

Os ingressos estão à venda no Campus da PUCRS e na plataforma Sympla. Adquira aqui o seu ingresso.  Ouça neste link o álbum “Mantra Concreto”.

Serviço  

  • Classificação Indicativa: Livre 
  • Ponto de venda de ingressos sem taxa de conveniênciaCampus da PUCRS – Av. Ipiranga, 6681, Saguão do Living 360º, Prédio 15, em frente à PUCRS Store (de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h). Nos dias 03, 04 e 24 de outubro, a venda física de ingressos acontece diretamente na Bilheteria do Salão de Atos da PUCRS, Campus da PUCRS, Prédio 04, a partir das 13h até o horário de início do espetáculo do dia.
  • Tarifa especial de estacionamento no Campus da PUCRS: R$25,00 para compra antecipada pelo site da Indigo:

https://indigoneo.com.br/pt/booking/999901058 Código promocional: 10CEPUC24

Valor dos Ingressos: 

  • Plateia Baixa R$250,00 
  • Plateia Alta R$200,00 
  • Mezanino R$80,00  

 

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Como o Brasil seleciona um filme para o Oscar?

O longa “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi o escolhido para representar o país em 2025        

Por Gabriel Veríssimo   

   

Fernanda Torres vive na tela a história real de quem sofreu na pele os dissabores do período ditatorial no Brasil   Foto: Divulgação

 

A Academia Brasileira de Cinema anunciou no dia 23 de setembro, o filme que representará o Brasil na corrida por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2025. O longa “Ainda Estou Aqui” (2024), dirigido por Walter Salles, foi selecionado por unanimidade pela comissão de especialistas e já desponta como uma das grandes apostas do País para a competição mundial. Levando em conta a produção brasileira recente de filmes, o título está passando por algumas etapas antes de chegar à indicação definitiva à cerimônia em Los Angeles.

A trama de “Ainda Estou Aqui se ambienta no Brasil, em 1970, e adapta o livro autobiográfico homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que narra a vida de sua mãe, Eunice Paiva (Fernanda Torres). Na trama, uma mulher casada com um político influente tem sua vida transformada quando o marido, Rubens Paiva (Selton Mello), desaparece durante a ditadura militar. De dona de casa, ela passa a lutar como ativista dos direitos humanos.

A estreia no Brasil está marcada para ocorrer durante a 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que começou nesta quinta-feira, dia 17 de outubro. O lançamento comercial nas salas de cinema do País está previsto para 7 de novembro. No cenário internacional, o longa já acumula reconhecimento: venceu o prêmio de Melhor Roteiro no prestigiado Festival de Veneza e foi exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, onde recebeu aclamação da crítica.

Como é o processo de seleção para o Oscar de Melhor Filme Internacional?

A escolha de “Ainda Estou Aqui” como representante brasileiro no Oscar seguiu um rigoroso processo de seleção estabelecido pela Academia Brasileira de Cinema e Artes. Para concorrer à vaga, o filme precisa atender a uma série de requisitos estabelecidos tanto pela academia brasileira quanto pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que organiza o Oscar.

Em primeiro lugar, a produção deve ter sido lançada no Brasil durante um período pré-definido. Além disso, o filme precisa ter sido exibido em um cinema comercial por pelo menos sete dias consecutivos e não pode ter sido transmitido previamente na televisão ou em plataformas de streaming.

Após o lançamento comercial, cabe à produtora do filme inscrever a obra no site da academia, apresentando documentos como o Certificado de Produto Brasileiro (CPB), emitido pela Ancine, e comprovações da exibição nos cinemas, como críticas ou reportagens. O filme também não pode ter concorrido no ano anterior, o que garante que apenas novas produções entrem na disputa.

O filme passa pelo filtro do comitê de seleção da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. Ele é composto por 25 membros, 21 escolhidos por votação entre os integrantes da organização, e quatro escolhidos pela diretoria, visando diversidade. Este comitê fica responsável por assistir todas as obras elegíveis que se inscreveram no processo seletivo, aberto no site oficial para que as produtoras possam enviar seus candidatos.

Uma vez definido o representante, a Academia Brasileira de Cinema e Artes informa sua escolha ao comitê de Hollywood, e a inscrição final na premiação fica a cargo dos produtores da obra escolhida.

O anúncio dos cinco filmes finalistas que concorrerão ao Oscar será feito no dia 17 de janeiro de 2025, após uma pré-lista de finalistas, que será divulgada em 17 de dezembro de 2024.

Filmes brasileiros indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional

Embora o Brasil tenha submetido diversos filmes à categoria de Melhor Filme Internacional ao longo dos anos, apenas quatro produções conseguiram a cobiçada indicação final à cerimônia do Oscar. O primeiro a disputar a estatueta foi “O Pagador de Promessas” (1963), de Anselmo Duarte. O segundo, “O Quatrilho” (1996), de Fábio Barreto, e o terceiro a alcançar a indicação foi “O Que é Isso, Companheiro?” (1998), de Bruno Barreto. A quarta produção foi “Central do Brasil” (1999), de Walter Salles, que trouxe grande reconhecimento ao cinema nacional e ainda garantiu uma indicação de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro.

Agora, com “Ainda Estou Aqui”, o Brasil renova suas esperanças de retornar à lista dos finalistas e, quem sabe, conquistar sua primeira estatueta. A 97ª edição do Oscar será no dia 2 de março de 2025.

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Festa em São Lourenço do Sul celebra literatura e livros

Promoção do Centro de Escritores Lourencianos acontece a partir do dia 22 e terá caminhada literária na abertura

 

Estão previstas oficinas literárias, apresentações artísticas e lançamentos de livros    Foto: Divulgação

 

O Centro de Escritores Lourencianos (CEL) realiza de 22 a 25 de outubro a 3ª edição da Festa da Literatura e da Cultura em São Lourenço do Sul. A programação conta com caminhada literária nas ruas centrais da cidade, oficinas literárias, lançamento de livros, apresentações culturais, entrega de premiações e jantar comemorativo aos 28 anos do CEL. As atividades ocorrem no Grêmio Esportivo Lourenciano (rua Marechal Deodoro).

A 3ª Festa da Literatura e da Cultura em São Lourenço do Sul é executada através da Lei Paulo Gustavo. Consolida o trabalho do CEL que atua através de seus voluntários, visando acelerar o processo de inclusão social com a valorização da literatura, cultura e o incentivo à leitura.

Veja a programação:

Dia 22/10 – Terça-Feira

14h – Abertura das atividades com a Caminhada literária. Cada participante deverá homenagear um livro que gosta, levando-o consigo no passeio. Será da Afubra até a Praça Central, culminando num encontro com autoridades. Durante o trajeto, será tocado o hino do CEL no carro de som, com distribuição de livros;

17h30min – Lançamento do livro “Crianças do mundo e as crianças de São Lourenço do Sul” de Verena R. Becker .  Palestra “Contando uma história” com Angela Cabral;

19h – Lançamento “Nossa gente, nossas histórias” V. 3, Sarau do Kilombo Literário, Exposição de artesanato das autoras e apresentação musical de Fernando Teixeira.

Dia 23/10 – Quarta-Feira

14h – Momento FusCultura – “O Fusca que carrega história”;

15h – Oficina de Escrita Terapêutica: “Expressão, afeto e cura”, com Sandra Veroneze;

16h – Lançamento de “Convite às musas”, livro coletivo de poemas originários da oficina literária da Pragmatha Editora;

18h – Lançamento de “Sob o signo da águia − semeando recomeços” – Loiva I. Tessmer Bütow;

19h Lançamento de “Puxa o banco que te conto” – Wilmar José da Fonseca;

20h Sarau: “A poesia ilumina o CEL” com lançamento dos livros “Retalhos de Poesia” (Agenor de Mello Coelho), “O tempo de você comigo” (Magno Machado de Freitas) e “POEVAS” (José Honório T. Ribeiro).

Dia 24/10 – Quinta-Feira

15h – Palestra de Sandra Veroneze para componentes do Projeto Conviver: “Narrativas de vida: importância de preservar a memória”;

16h – Conviver (dança) – Contação de um causo do Wilmar Fonseca do livro “Puxa o banco que te conto”;

17h – Lançamento de “Entre linhas e propostas”, obra coletiva contendo crônicas oriundas da oficina literária da Pragmatha Editora;

18h – Lançamento “Quando as águas invadem nossas vidas” e apresentação do projeto musical de Aline Seefeldt;

19h – Lançamento do segundo volume de “Aventuras e Memórias sobre Rodas”  e apresentação artística do Grupo Misenscene;

20h – Lançamento dos livros infanto-juvenis “A menina e o tubarão”, de Lorena Fontoura e “A menina, os pássaros anjos e a bruxa”, de Ilda Maria Costa Brasil.

Dia 25/10 – Sexta-Feira

10h – Oficina para alunos de 7º, 8º e 9º ano: “Fazendo arte com palavras”, com as professoras Ilda Brasil e Lorena Fontoura;

11h – Oficina para professores: “De verso para verso – De prosa para prosa”, com Ilda Brasil e Lorena Fontoura;

14h – Oficina para alunos de Ensino Médio: “Fazendo arte com palavras”, com as professoras Ilda Brasil e Lorena Fontoura.

15h – Oficina para professores: “De verso para verso – De prosa para prosa”, com Ilda Brasil e Lorena Fontoura.

19h – Jantar alusivo ao 28º aniversário do CEL; Entrega de premiação do 2º Concurso Literário Sérgio de Laforet Padilha; Lançamento da 22ª Antologia do CEL e apresentação musical de Adão Quevedo e Danilo Kuhn.

 

Apresentações musicais farão parte da agenda de atividades da festa literária

 

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Amor e Loucura: Coringa e Arlequina em Delírio a Dois

Filme está em cartaz nos cinemas de Pelotas e traz história complexa com mistura de humor e tragédia      

Por Júlia Koenig 

    

Lady Gaga e Joaquin Phoenix dão carga psicológica aos personagens principais        Fotos: Divulgação

 

“Coringa: Delírio a Dois” é uma continuação do aclamado filme “Coringa” de 2019, dirigido por Todd Phillips e, assim como na versão anterior, o diretor traz o ator Joaquín Phoenix encenando o aclamado vilão da DC. O filme, que estreou em meio a muitas críticas negativas, traz uma nova camada à história do Coringa, focando em sua relação tumultuada com a Arlequina (interpretada por Lady Gaga) e mergulhando na complexidade dessa relação, onde amor, obsessão e loucura se entrelaçam num misto de humor e tragédia. À medida que o Coringa enfrenta em júri a consequência de suas ações cruéis, Arlequina luta para encontrar um lugar ao seu lado, criando uma dinâmica que provoca reflexões sobre a natureza da insanidade e do afeto. A produção pode ser vista atualmente nas salas de cinema de Pelotas

Todd Phillips, que já tinha estabelecido um tom sombrio e realista no primeiro filme, mantém essa abordagem em “Delírio a Dois”. Sua direção mescla elementos de thriller psicológico com números musicais. O diretor explora as nuances entre loucura e romance, utilizando uma paleta de cores vibrantes que contrasta com a escuridão das temáticas abordadas. A direção de arte e a fotografia contribuem para uma atmosfera que intensifica as emoções dos personagens.

Passado e presente

A estrutura narrativa é não linear, intercalando momentos do presente com flashbacks que revelam a infância e os traumas de Arthur Fleck (o nome de fato de Coringa). Essa técnica permite que o público compreenda a origem de seus problemas psicológicos e a evolução de sua relação com Harleen Quinzel, a Arlequina, que é o ponto central da narrativa. A história se desenvolve em um ritmo acelerado que mistura momentos de tensão e fragilidade emocional, essa dinâmica é aprofundada por situações que revelam as fraquezas de ambos, ampliando o entendimento sobre o que os une e os separa.

O filme apresenta uma crítica social que se manifesta através das interações de Arthur com figuras como os guardas da prisão, que por diversas vezes abusam de sua autoridade, culminando numa cena de violência cruel. Além disso, o júri a que se submete representa uma crítica a como são tratados casos de saúde mental em varas criminais. Esses encontros não apenas expõem as falhas do sistema criminal e carcerário, mas também refletem a alienação e a frustração de Arthur em um mundo que não o aceita.

Nesse universo, Phoenix entrega uma performance que humaniza o personagem. No filme, ele lida com questões de amor, aceitação e a fragilidade de sua sanidade. A relação com Harleen traz uma nova dimensão ao coringa, revelando uma vulnerabilidade que contrasta com sua personalidade caótica. Em “Coringa” (2019), a interpretação do ator foi aclamada por sua profundidade. No entanto, “Delírio a Dois” se distancia do tom puramente trágico do primeiro filme, incorporando elementos de humor e romance que relembra a representação do Coringa em adaptações anteriores, como a de Heath Ledger (“Batman, o Cavaleiro das Trevas”/2008), e também oferece uma nova perspectiva ao explorar o lado humano do vilão.

Enquanto isso, Gaga oferece uma interpretação intensa e multifacetada, mostrando uma Dra. Quinzel que se vê atraída não apenas pela complexidade de Arthur, mas também por sua própria instabilidade emocional. A dinâmica entre os dois personagens é um dos principais motores da narrativa, desafiando os limites da obsessão e da dependência emocional.

Questionamentos sociais

Os personagens secundários não apenas enriquecem a narrativa, mas também refletem os temas centrais do filme, como a busca por amor, aceitação e a crítica à sociedade. Cada um deles contribui para a construção do mundo interno de Arthur e sua trajetória. Essa abordagem faz com que o público não apenas compreenda a transformação de Arthur, mas também se questione sobre os contextos sociais que produzem figuras como o Coringa. A exemplo disso, o filme explora o passado de Arthur através de personagens que aparecem em flashbacks, como sua mãe, Penny Fleck (Frances Conroy). Ela representa a fonte de traumas e conflitos internos que impulsionam Arthur. As memórias com Penny são marcadas por uma mistura de afeto e manipulação, revelando as raízes de sua instabilidade emocional.

A estética do filme é uma extensão da sua narrativa. Visualmente, o longa impressiona, com uma estética sombria que reflete a desordem do mundo interno dos protagonistas, a paleta de cores que vai do sombrio ao vibrante retrata as oscilações emocionais dos personagens e cenas sombrias contrastam com momentos mais iluminados, especialmente nas interações entre Arthur e Harleen. A câmera, muitas vezes, aproxima-se dos rostos, capturando expressões sutis que revelam a fragilidade emocional e a profundidade da performance dos atores.

 

Filme desafia a audiência  a confrontar suas próprias percepções sobre o que significa ser humano

 

A trilha sonora também contribui para a atmosfera, intensificando a tensão e a emoção com números musicais, apesar de estes, por vezes, tornarem a narrativa cansativa e serem grande alvo críticas negativas em relação ao filme. As composições variam de clássicos do jazz a canções originais e ajudam a estabelecer o tom emocional de cada cena. O uso de música em momentos-chave, como os números musicais que surgem na relação entre Arthur e Harleen, cria uma atmosfera que destaca a linha tênue entre a realidade e a fantasia na mente de Arthur.

Em suma, as escolhas narrativas e estéticas em “Coringa: Delírio a Dois” se entrelaçam, criando uma experiência completa. A profundidade emocional da narrativa, combinada com uma estética visual e sonora, provoca reflexões sobre temas universais e sombrios. Essa combinação desafia os espectadores a confrontarem suas próprias percepções sobre o amor e a luta pela aceitação em uma sociedade que frequentemente marginaliza os vulneráveis. Essa abordagem faz com que a obra desafie o público a confrontar as suas próprias percepções sobre o que significa ser humano em um mundo muitas vezes cruel e indiferente. Apesar dos pontos positivos o longa deixa a desejar no que toca a apresentar um final bem amarrado e coerente para com a riqueza do enredo. Não há como ignorar as pontas soltas e o frustrante desfecho entre os personagens principais, que termina de maneira fria e abrupta. Para além das críticas, o filme entrega boas reflexões e o desempenho dos atores é digno de elogios.

Ficha Técnica

Nome Original: Joker: Folie à Deux

Dirigido por Todd Phillips

Elenco: Lady Gaga, Zazie Beetz, Catherine Keener, Joaquin Phoenix ,

Distribuição Warner Bros.

País de Origem: EUA

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Sally Rooney e as vivências em um belo mundo em crise

A escritora irlandesa representa com maestria o cotidiano e os dilemas do século XXI   

Por Enzzo Lopes Rodrigues 

    

Sally Rooney lançou seu quarto romance “Intermezzo” em setembro  Fotos: Divulgação

 

No mês passado, em setembro, Sally Rooney lançou mundialmente seu quarto romance, “Intermezzo”. A obra narra a história de dois irmãos com personalidades distintas que buscam reconstruir suas vidas após a morte do pai. A expectativa do público em relação a este lançamento é alta, impulsionada pelo sucesso comercial e pelas críticas positivas que os trabalhos anteriores da autora receberam.

Em uma época em que as crises são constantes, tanto políticas quanto climáticas, Sally Rooney emerge como uma das principais escritoras da geração, contando histórias sobre pessoas normais tentando lidar com seus problemas e com os tumultos do mundo. Com uma abordagem leve e sem muitos plot twists, seus livros trazem à luz discussões relevantes. 

Graduada em Inglês pela Trinity College, em Dublin, Rooney se identifica como uma marxista, que tenta demonstrar em suas obras, entre outras coisas, o papel que o sistema de classes desempenha em relacionamentos, sejam eles românticos ou familiares. Essa temática permeia principalmente suas duas primeiras obras, “Conversas entre amigos” (2017) e “Pessoas normais” (2018), mas não deixa de fazer parte do resto do seu trabalho.

 

Alisson Oliver e Sasha Lane na minissérie “Conversas Entre amigos” baseada na obra da escritora

 

Em “Conversas entre Amigos”, Sally explora a relação de Francis, uma estudante na casa dos vinte anos, e o ator Nick, enquanto ela segue próxima de Bobbi, sua ex-namorada, e a esposa do ator, Melissa. O livro reflete muito sobre os modelos de relações e dinâmicas de poder dentro de vínculos afetivos, enfatizando as diferenças de classes e de idade. A obra foi adaptada em uma minissérie em 2022.

No segundo livro de Sally, “Pessoas Normais”, Connell e Marianne se conhecem na escola, onde um é muito popular e a outra é excluída dos círculos sociais por sua fama de ser “feia” e “irritante”. Ambos começam um relacionamento que dura anos. A premissa do livro publicado em 2018 parece clichê à primeira vista, mas se torna uma história densa que aborda os mesmos temas do primeiro livro de Rooney de maneira mais natural e profunda.

“Pessoas Normais” se tornou o lançamento mais popular da autora, ganhando uma adaptação em 2020, na série produzida pelo Hulu, estrelada por Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones. É nessa história que o público encontra uma crítica mais acentuada ao sistema de classes pela autora. Connell é de classe baixa, filho da faxineira Lorraine, que trabalha para a mãe de Marianne. Durante toda narrativa, desde a escola à faculdade, é perceptível como Connell se sente inferior ao resto das pessoas ao seu redor por não possuir o mesmo status social que eles.

O sucesso que esse livro ganhou é justificável. Em pouco menos de 300 páginas, Rooney descreve de maneira excepcional todos os aspectos do crescimento de duas pessoas diferentes, mas que se encontram no sentimento de não pertencer a lugar nenhum. A história contempla temas como amizade, romance, saúde mental, classes sociais e outros pontos que ressoam na vida de muitos.

 

Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones em “Pessoas Normais” 

 

Em 2021, na segunda metade de uma pandemia que mexeu consideravelmente com o estado mental do mundo, Sally Rooney surge com a estreia de seu terceiro romance, cujo título traz uma pergunta feita por muitos “Belo mundo, onde você está”. Nele conhecemos quatro pessoas – Alice, Felix, Eileen e Simon – que, no começo dos seus 30 anos, lutam para conduzir suas vidas e suas relações em meio a todas as crises globais.

Rooney captura de maneira precisa o espírito da época recente, quando não se via muitas razões para se ter esperança ou um objetivo definido, enquanto coletivamente deparava-se com um futuro tão incerto. É com isso, e por isso, que os acontecimentos do livro se desenrolam da maneira que acontece.

De que serve ter esperança? Para que se desgastar tentando construir algo? Nessa obra, a irlandesa mais do que convencer, busca demonstrar para o leitor a sua resposta para essas questões, revelando personagens que se apegam uns aos outros em busca de força para seguir em frente. Ela sugere a existência de um mundo metafórico paralelo ao que estamos, onde toda a beleza está nas conexões humanas.

Como em suas obras anteriores, Rooney critica o sistema liberal e o cenário político mundial, trazendo um foco especial para questões ambientais. As análises também tocam na cultura de celebridades, trazendo reflexões da personagem Alice, uma escritora que ganhou notoriedade e que se vê incomodada com as especulações a respeito da sua personalidade baseados unicamente em sua arte.

 

Penúltimo livro da autora foi lançado meio ao período pandêmico

 

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Museu Gruppelli retoma suas atividades com várias atrações

Após um período de reformas, reabertura acontece no dia 10 de novembro   

Por Amanda Leitzke e Chaiane Römer     

 

Com mais de 2000 objetos, instituição conta história dos modos de vida e trabalho do homem e da mulher do campo Foto: Divulgação

 

O Museu Gruppelli, localizado na Colônia Maciel, sétimo distrito de Pelotas, retoma suas atividades no domingo, dia 10 de novembro, a partir das 13h30min, após passar por reformas internas e externas. A programação de reabertura conta com apresentações musicais, lançamento de livros, mostra fotográfica e audiovisual, distribuição de pipoca, brinquedos infláveis gratuitos, exposição de flores, mateada, exposição de joias e outras programações.

O Museu Gruppelli foi fundado no dia 30 de outubro de 1998 por incentivo da comunidade local, com o interesse em preservar a história, memória e identidade da região colonial de Pelotas. Em uma frente liderada pela professora Neiva Vieira, pelo fotógrafo Neco Tavares e a família Gruppelli, conseguiram, aos poucos, reunir os objetos que hoje fazem parte do acervo.

Atualmente, o Museu Gruppelli possui dois mil objetos que contam a história da região e dos modos de vida e trabalho do homem e da mulher do campo, a maioria voltada ao trabalho rural. O acervo é configurado e organizado por meio de diferentes cenários, como a barbearia, gabinete dentário, armazém, trabalho rural, cozinha, costura, exposição temporária, vinícola, exposição sobre a enchente e a hospedaria.

O Museu Gruppelli se encontrava fechado por nove meses devido às obras que precisavam ser feitas no local. Sobre a reestruturação, Maurício Pinheiro, museólogo voluntário do museu, fala que o espaço “estava necessitando de uma reforma no telhado devido às ações do tempo degradarem o madeiramento, causando muitas goteiras. Isso afetou o acervo bastante, então em 2022 inscrevemos um projeto no Procultura de Pelotas e fomos um dos selecionados”. Com isso, eles puderam recuperar o telhado, trazendo mais segurança às pessoas e ao acervo, e também construíram uma rampa de acessibilidade e uma escada ao piso superior, proporcionando melhor acesso e transitabilidade aos visitantes.

Quando questionado sobre a importância do museu e da história que ele carrega e exibe para seus visitantes, Maurício Pinheiro afirma que “o Museu Gruppelli tem uma importância muito grande para a região. Foi o primeiro museu rural da cidade, tem uma grande relevância por ser precursor na ideia de preservar o patrimônio rural, que com o passar do tempo estava se perdendo”. Também conta que foi por causa da criação do museu que as pessoas começaram a perceber a importância da sua história e de preservar os objetos antigos que possuem para que as próximas gerações possam também ver a sua história e se enxergarem dentro do museu.

 

Em exposição vários objetos ligados ao cotidiano rural ao longo do tempo    Foto: Alvaro Pouey

 

Excepcionalmente, no dia da reabertura, o horário de visitação do museu começa a partir das 13h30min, mas o horário de funcionamento normal é das 10h até às 15h30min, somente aos domingos.

O evento seria realizado no dia 22 de setembro, mas por conta da enchente causada pelas fortes chuvas do mês passado que atingiram o local, a reabertura acabou sendo adiada para o dia 10 de novembro. Depois do trabalho exemplar da equipe do museu, o espaço, novamente, já se encontra em perfeito estado para que todos possam visitar e aprender mais sobre a cultura local.

Confira o cronograma do evento de reabertura:

 

Divulgado pelas redes sociais do Museu Gruppelli

Acompanhe as atividades do museu pelo Facebook e pelo Instagram.

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“Flores para Algernon”: Quanto pesa o conhecimento em uma sociedade desigual?

Através da ficção científica, obra faz uma crítica às ideologias capacitistas e preconceituosas      

 Por Ricardo Bandar       

 

 

Em seu romance de estreia, Daniel Keyes trabalha o preconceito e a vida de uma pessoa com deficiência intelectual em uma sociedade hostil. O livro “Flores para Algernon”, primeiramente publicado no ano de 1966, conta a história de Charlie Gordon: um homem de 32 anos de idade com um retardo mental grave. Ele vive seus dias trabalhando em uma padaria e escrevendo relatos em seu diário, até o momento em que passa a fazer parte de um experimento inédito de aumento de QI.

A obra aborda uma questão muitas vezes invisibilizada na sociedade, o capacitismo, neste exemplo específico, relacionado às pessoas com deficiência intelectual. O escritor traz situações degradantes pelas quais o protagonista vive no dia a dia, como “piadas” que o tratam como inferior, a falta de confiança das pessoas nas suas capacidades, a baixa paciência com os seus erros e a inexistência de respeito por ele.

A crítica social presente no livro é notável. A jornada de Charlie demonstra como a sociedade, inúmeras vezes, tende a marginalizar e desumanizar as pessoas com deficiência. Afinal, antes da cirurgia que iria aumentar o seu QI, ele é tratado como uma “coisa”, um objeto de piada e desprezo. A cada interação dele com outra pessoa, é revelado o preconceito enraizado nas atitudes dos indivíduos ao seu redor. O capacitismo é a discriminação e o preconceito contra pessoas com deficiência. O tema central enfatiza que a valorização de um ser humano, muitas vezes, depende de sua capacidade intelectual.

Conforme Charlie se torna mais inteligente, as suas relações mudam, mas também se complicam. Tornam-se evidentes para o protagonista as relações e interações baseadas em superficialidade que antes aceitava, bem como a fragilidade da felicidade ligada à aceitação social. Tudo isso resulta em questões importantes sobre o que realmente significa ser “normal” em uma sociedade incapaz de compreender o valor da empatia e da humanidade, em vez da mera conformidade às normas sociais e à valorização das coisas superficiais.

Dessa forma, “Flores para Algernon” é um convite à reflexão sobre como as pessoas com deficiência são tratadas, provocando uma nova interpretação sobre a humanidade. E evidencia como as concepções de inteligência e valor humano podem ser limitadas. A obra não apenas denuncia o capacitismo, mas também apresenta uma visão mais inclusiva e empática. O livro ressalta que a verdadeira dignidade e valor de uma pessoa não estão atrelados à sua capacidade de ser “normal” aos olhos da sociedade.

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Museu de Ciências Naturais: 54 anos proporcionando lazer e cultura

Instituição contribui para uma melhor conscientização ambiental e proporciona maior acesso à pesquisa científica      

Por Júlia Koenig       

 

Instituição buscar inovar formas de acesso ao acervo pela comunidade           Fotos: Divulgação

 

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, localizado na praça Coronel Pedro Osório, número 1, no Centro Histórico de Pelotas, faz parte da rota turística da cidade e oferece informação e lazer a população pelotense de forma gratuita.

O museu conta com cerca de 5540 exemplares de espécies taxidermizados, entre elas 540 aves e 4500 insetos. Em sua grande maioria de peças, o acervo reúne animais cuja taxidermia foi realizada por Carlos Ritter, mas há ainda espécies doadas por amigos do naturalista. E também animais taxidermizados por estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

A UFPel trabalha junto ao Museu de Ciências Naturais para manter preservado o acervo de Carlos Ritter e garantir o acesso da população a esse material, entre os cursos que trabalham junto ao museu estão Biologia, Museologia e Veterinária.

Hoje as visitas ao museu ocorrem com entrada franca, de segunda a sábado, das 13h às 18h. Durante o tour, os visitantes têm acesso ao acervo exposto e recebem a orientação de um guia, com uma explanação geral sobre a história do museu e curiosidades quanto ao acervo e às espécies expostas.

Arthur Tavares, estudante de Biologia e guia turístico do museu, revelou o interesse da equipe da instituição em facilitar o acesso das redes de ensino ao acervo através de uma espécie de museu itinerante. “Hoje em dia, a gente tem trabalhado junto com as secretarias municipais de cultura e educação, principalmente, do Capão e aqui de Pelotas, para levar o Museu para dentro das escolas usando espécies taxidermizadas que estão sendo preparadas de forma que possam ser tocadas, até por uma questão de inclusão”.

Segundo o guia, a maior dificuldade para ampliar o projeto é conseguir o apoio das autoridades públicas. “Esse projeto do Museu Itinerante não está finalizado. A ideia era fazer algo em conjunto com a Prefeitura, mas está difícil a comunicação, a Secretaria Municipal de Educação até deu respostas, mas a Prefeitura tem deixado muito ao vento”.  

 

Museu funciona em prédio de valor histórico no Centro de Pelotas

 

Quem foi Carlos Ritter

Carlos Ritter foi um renomado taxidermista brasileiro, conhecido por seu trabalho meticuloso na preservação e montagem de animais, principalmente espécies da fauna brasileira. Atuando no século XX, ele se destacou por sua habilidade técnica e por sua abordagem científica, contribuindo para o conhecimento da biodiversidade do país.

Ritter trabalhou em estreita colaboração com zoológicos e instituições científicas, e sua paixão pela natureza e pela educação ambiental refletia-se em sua prática. Seu acervo, que inclui uma vasta coleção de espécimes taxidermizados, é considerado um importante patrimônio histórico e científico. Ritter não apenas preservou a fauna, mas também buscou conscientizar sobre a importância da conservação ambiental. Sua obra é frequentemente estudada por biólogos e especialistas em zoologia, servindo como um recurso valioso para a pesquisa e a educação sobre a rica biodiversidade brasileira.

O horário de funcionamento do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter  é de segunda à sábado, das 13h às 18h.

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“Contra a Parede” traz dilemas éticos do jornalismo

Filme mostra desafios que profissionais da imprensa encontram entre diversos interesses e a responsabilidade de informar a sociedade   

Por Antonio Berndt   

     

           

A ética no jornalismo é o foco principal do filme “Contra a Parede”. O personagem central, Cacá (Antônio Fagundes), se depara com um dilema entre suas crenças pessoais e sua atuação profissional, tendo que decidir se irá preservar a imparcialidade e a integridade ou se cederá às pressões externas que podem pôr em risco sua carreira e a própria democracia. A relação próxima de Cacá com os candidatos provoca reflexões sobre a capacidade de um jornalista em manter-se objetivo e imparcial quando há um envolvimento emocional com suas fontes.

“Conta a Parede” tem o enredo que explora a ética e a corrupção, situado alguns meses antes de nebulosas eleições presidenciais, em que os grandes partidos PMB e PG veem seu espaço reduzido para dar lugar a uma terceira alternativa. Não é complicado interpretar os sinais, assim como reconhecer o país retratado no filme como o Brasil contemporâneo. Uma significativa parcela da sociedade percebe a nação atolada na corrupção em todas as esferas, sem políticos dignos de confiança, um país em que nada parece funcionar.

A trama acompanha um jornalista em sua jornada em busca da verdade, confrontando-se com um intenso dilema entre suas responsabilidades profissionais e suas crenças pessoais. A história levanta questões relevantes sobre a manipulação de informações e os obstáculos que os profissionais da imprensa enfrentam diante de pressões externas e interesses políticos. A batalha do protagonista para preservar a ética jornalística espelha a realidade de diversos jornalistas no Brasil, especialmente em épocas de polarização e desinformação.

Esse ambiente transforma “Contra a Parede” em uma obra instigante e contemporânea, explorando questões de ética, poder e o papel do jornalismo em um período crucial para a democracia. A dificuldade entre o anseio por uma aposentadoria digna e a urgência de optar pelo bem coletivo cria um terreno fértil para a reflexão acerca da integridade profissional e as consequências de nossas escolhas.

Essa história pode também tocar o público, uma vez que muitos podem se ver refletidos nas batalhas internas que Cacá enfrenta, o que o transforma em um personagem intrigante e envolvente. Ademais, as questões abordadas no filme podem estimular debates sobre o papel dos meios de comunicação na moldagem da opinião pública e na dinâmica democrática.

Para finalizar, “Contra a Parede” traz um convite à reflexão sobre a integridade e a responsabilidade no jornalismo, especialmente num contexto político altamente polarizado e em tempos de desinformação. A trama de Cacá Viana nos lembra que a credibilidade do jornalismo é um pilar da democracia e que as decisões éticas dos jornalistas podem ter um impacto profundo não só nas suas carreiras, mas também na sociedade como um todo.

 

        Personagem de Antônio Fagundes simboliza presença do jornalismo no cotidiano             Foto: Divulgação 

 

Ficha técnica:

Gênero: Drama

Direção: Paulo Pons

Produção: Antônio Fagundes

Narração: Marília Gabriela

Elenco: Antônio Fagundes, Caio Blat, Edson Celulari, Emilio de Mello, Marcos Caruso, Adriana Bengonzi, Alexandra Martins, Amanda Costa, Brenda Ligia, Bruno Fagundes, Caco Ciocler, Clarissa Drebtchinsky, Clarisse Abujamra, Flávia Damiani, Ilana Kaplan, Marcio Ferraz e Paulo Ernesto

Música: Paulo Pons e Bernardo Adeodato

Cinematografia: Thiago Lima Silva

Companhia(s) produtora(s):Fafilmes e Pax Filmes

Distribuição: Rede Globo

Lançamento: 11 de agosto de 2018

Idioma: Português

Duração: 93 min.

Ano: 2018

País: Brasil

Classificação: 14 anos

Onde assistir: Globoplay, Youtube

 

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Espetáculo ‘Ecos de Nós’ reflete sobre as relações modernas nesta sexta

Inspirado nas interações humanas na atualidade, o espetáculo com entrada franca é produzido pela aluna Joana Botelho do curso de Licenciatura em Dança da UFPel     

Por Bruna Farias e Renata Ávila       

O espetáculo de dança “Ecos de Nós”, produção autoral da discente do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Joana Botelho, promete trazer reflexões em torno da fragilidade e escassez dos sentimentos nas relações modernas. A apresentação será gratuita no Auditório Antônio Edgar Nogueira do Colégio Pelotense, no dia 18 de outubro, sexta-feira, às 19h.

Com 15 coreografias, compostas por movimentos contemporâneos e a técnica do Jazz, o espetáculo explora os sentimentos de solidão e passagem do tempo, que tornam o afeto e contato físico entre as pessoas escassos. “O objetivo do nosso trabalho é de conscientizar o público acerca de como as relações têm se tornado rasas e monótonas em consequência dos dias corridos e infinitos”, conta a diretora da montagem, Joana Botelho.

 

Pôster de divulgação do espetáculo “Ecos de Nós”        Divulgação/Joana Botelho

 

A produção e criação do espetáculo pelos alunos começa na disciplina de Montagem de Espetáculo I, mas apenas é colocada em prática e apresentada para a comunidade em Montagem de Espetáculo II. Conforme a professora orientadora do projeto, Eleonora Santos, a cadeira é fundamental para os discentes do curso em sua futura profissão. “A gente acredita que o nosso egresso tem que ser estimulado para quando estiver na escola como professor, informando e trazendo conhecimento aos estudantes a partir da Dança”, diz.  Ele deve ser “um potencial estimulador da produção artística na escola, e a montagem de um espetáculo é um grande agente para gerar esse pensamento”, explica a orientadora.

 

A diretora do espetáculo, Joana Botelho, conversa com os bailarinos antes do ensaio iniciar   Foto: Bruna Farias

 

No ensaio geral, era visível a animação e dedicação dos 23 bailarinos envolvidos no projeto. Alguns dos dançarinos são alunos do curso de Dança, já outros são amigos e bailarinos convidados por Joana. Estudante do curso de Nutrição, Daiana Thurow conta que ficou muito feliz com o convite da amiga para participar da obra. “A coreografia “Medo” tem sido minha preferida. A ideia de que o medo prende e acorrenta, mas que pode ser superado, conversa muito com a minha própria visão e dificuldades sobre esse sentimento. Poder colocar em expressões e movimentos algo que é tão paralisante se torna ainda mais mágico e profundo para mim”.

 

Por meio dos movimentos é possível refletir sobre as relações humanas na modernidade    Foto: Renata Ávila

 

Para outros bailarinos, o espetáculo é uma forma de sair da rotina do dia a dia, como é o caso da professora e fundadora da companhia de dança Grupo Mariana Espilman. “Aqui eu sou só bailarina, entende? Ao mesmo tempo que eu consigo estar no palco com as meninas, que são minhas alunas, eu consigo resgatar essa coisa antiga que eu tinha de quando eu era bailarina, tá sendo uma experiência ótima”, relata Mariana. Já, para a dançarina Eduarda Bilhalba, um dos grandes diferenciais da montagem é a direção cuidadosa da estudante. “Eu sinto muita gratidão por estar participando desse espetáculo com a Joana, porque ela é uma pessoa e coreógrafa incrível, ela torna tudo mais leve e isso é muito bom”.

“É sempre bom se apresentar, principalmente com amigos nossos. O espetáculo é muito bonito e sentimental, queremos fazer uma baita apresentação para todo mundo que for assistir”, conta a bailarina Larissa Borges, que convida toda a comunidade a prestigiar o espetáculo. Mais informações sobre a apresentação de ‘Ecos de Nós’ e demais produções dos alunos de Dança da UFPel podem ser encontradas nas redes sociais do curso @cad_danca.ufpel.

 

Evento: Espetáculo ‘Ecos de Nós’

Dia: 18 de outubro de 2024

Horário: 19h

Local: Auditório Antônio Edgar Nogueira (Colégio Pelotense), avenida Bento Gonçalves, nº 4357-4395

Entrada gratuita

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