Ballet em Pelotas

 

 

Reportagem de Calvin Cousin –

Várias modalidades e histórias memoráveis da dança nas escolas da cidade – 

 

Aula na Escola de Ballet Dicléa: formação na modalidade clássica dura cerca de dez anos  (Foto: Divulgação)

           

     Quem olha para um corpo de ballet e não enxerga além da graça e delicadeza apresentadas, nem imagina a imensa dedicação, esforço e técnica aplicados pelos bailarinos. A formação na modalidade clássica dura cerca de dez anos, se iniciada, preferencialmente, por volta dos sete anos de idade. Na cidade de Pelotas existem duas escolas voltadas exclusivamente para o ensino da dança: a Escola de Ballet Dicléa Ferreira de Souza e a PLESS – Studio de Ballet.

Dicléa de Souza, a história do ballet pelotense encarnada

     A homônima professora de dança, mestra de ballet, proprietária e diretora da escola (atualmente aos cuidados de sua filha, Daniela) já virou tema de livro e enredo (vencedor) de escola de samba. Recebeu diversos prêmios e homenagens, inclusive o título de Cidadã Pelotense, em 1991. No Rio, integrou a escola de dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal, como solista e membro do corpo de baile. Veio às terras sulinas, vinda do Rio de Janeiro, em julho de 1958, após seu casamento. “Cheguei em julho e em agosto já estava trabalhando. Comecei dando aulas no conservatório Angelo Crivellaro, um conservatório de música. Já tinham 118 crianças me esperando, e eu dava uma média de oito horas de aula por dia. Em 1960, abri minha própria escola,” conta a bailarina.

     Operando, originalmente, na Rua Félix da Cunha, a primeira grande apresentação da escola aconteceu em 1961, no Theatro Guarany. Nas palavras de Dicléa, “foi um horror”. Em função do tamanho do teatro, não era possível realizar um espetáculo apenas com piano, logo, foi convocado o maestro Tagnin, que precisava de músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) para a apresentação, trazendo os três primeiros violinos, o oboé, o violoncelo e alguns outros instrumentos. As partituras vieram do Rio de Janeiro, com segmentos de “Le Sylphides” e das “Bodas de Aurora” (uma parte da “Bela Adormecida”). Durante a apresentação, devido a problemas e atrasos durante os ensaios, o maestro anunciou de capo primo!, que significa “começar tudo de novo”. Dicléa gritou do palco: “dá capo primo! coisa nenhuma! Vai só no piano”. E o restante do espetáculo foi acompanhado apenas pelo piano, enquanto os músicos da OSPA fugiram para a Praça Coronel Pedro Osório, envergonhados.

     Isso não impediu a escola de fazer sucesso, recebendo milhares de alunas e alunos ao longo dos anos. Participações vitoriosas em festivais em Joinville fizeram com que o nome Dicléa fosse reconhecido a nível nacional. Hoje, a escola se encontra em um novo endereço, na Rua General Osório, e participa de festivais em lugares mais próximos, “porque as crianças gostam e se sentem importantes ao participarem deles”.

     Ensinando, prioritariamente, o ballet clássico, por ser a base de tudo na dança, a escola também dispõe aulas para adultos e baby class, para crianças com menos de sete anos. Utilizam-se muito os ballets de repertório, não apenas pela didática, mas também para aproximar o público da cidade da experiência de ballets profissionais. “Criamos um público em Pelotas, tornando os espetáculos de repertório acessíveis para aqueles que não têm condições de assistir a um ballet fora. No final do ano passado fizemos “O Quebra-Nozes”, que, modéstia a parte, foi um baita sucesso. O público veio abaixo”, lembra a professora.

     A escola conta com quatro professoras e, aproximadamente, duzentos alunos, muitos originários do projeto A Magia da Dança, uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas – UFPel, para dar aulas de ballet para crianças de bairros periféricos, na faixa dos oito aos 14 anos. Ainda que encontre resistência, o número de alunos homens vem aumentando, muitos deles estudantes universitários. Entre suas duas salas de aula (uma para baby class e outra para o clássico) e a boutique para venda de materiais de dança, a instituição apresenta diversas fotografias em preto e branco de Dicléa em meio de seus repertórios.

O Ballet Fitness

     Um estilo cuja popularidade tem crescido (inclusive entre famosos, como Grazi Massafera e Flávia Alessandra) é o Ballet Fitness, criado pela bailarina Betina Dantas, após uma lesão que a impossibilitou de seguir praticando o ballet clássico. Para não ficar parada, a profissional aproveitou sua formação em Educação Física para criar uma aula que misturasse movimentos do ballet com exercícios do mundo das academias. Alguns estabelecimentos de Pelotas ofertam aulas da modalidade, como a Escola Dicléa, sob o nome de moving dance, e a Academia Spazio, cuja professora é Nicole Gonzales. Formada em Educação Física pela UFPel, com mestrado na área pela mesma instituição, Nicole explica como funcionam as aulas:

     “São realizados abdominais, exercícios para braços e glúteos, além dos movimentos dos ballets tradicionais, como pliés (dobras dos joelhos), tendus (esticar uma perna ao lado do corpo enquanto a outra fica estática) e frappés (pousar um pé sobre o tornozelo do pé de apoio).” Os alunos realizam movimentos na barra, no chão e no centro, sem acompanhamento de música clássica ou apresentações externas, por ser uma atividade incluída nos currículos das academias como alternativa para quem quer se exercitar e tem gosto pelo ballet, mas não por exercícios com pesos. A modalidade é aberta para aqueles que nunca praticaram a dança, ajudando no fortalecimento muscular, na queima de calorias e na melhoria do equilíbrio, respiração, postura e flexibilidade.

     O Ballet Fitness é uma franquia, embora muitos professores utilizem de seus conhecimentos em educação física e ballet clássico para darem aulas, como é o caso de Nicole. “O curso de master só é realizado em capitais e, assim, possui um custo muito elevado para participar”. Contudo, diversos países, como os Estados Unidos, o Canadá e a Espanha, apresentam modalidades semelhantes, mas que trabalham com outros nomes, como Ballet Workout, Ballet Beautiful ou Barre Ballet. Mesmo com as inovações, o Ballet Fitness reforça a ideia de que, realmente, o clássico não cai, como diria Dicléa de Souza.

Um novo espaço para bailarinos

      O Studio PLESS, fundado em março de 2013 por Diego Porciúncula e Jean Coll, tem por objetivo a formação de bailarinos a nível técnico e artístico. Jean estudou com Dicléa, já na fase adulta, assim como Diego, que trabalhou com a mestra como professor de ballet, além de ter participado da companhia do Teatro Guaíra, em Curitiba. Ao voltar para a cidade, abriu a escola para ter maior autonomia e explorar o lado artístico da dança. “O técnico é aquilo que se aprende como matéria, mas ele fica muito frio no palco, então exploramos o artístico para trabalhar com a expressão facial e emotiva do bailarino”, afirma Jean.

      Com três modalidades, cinco professores e cerca de 120 alunos, a PLESS é uma escola exclusivamente de ballet. O ballet clássico de formação é dividido em níveis, que se estendem por cerca de dez anos, o período ideal para a formação de um bailarino clássico, que pode desempenhar papéis de destaque em qualquer ballet.

      Um diferencial do Studio é a carga horária de ensaio maior do que a de outros grupos da região. Utilizando como referência escolas do exterior ou companhias como a Bolshoi, que possui um centro em Joinville onde os bailarinos ensaiam cinco vezes por semana, algumas vezes durante todo o dia, a PLESS busca aproximar a realidade do ballet gaúcho com as de outros centros mais estabelecidos. São realizados três treinos semanais de uma hora e meia, ao invés das tradicionais duas aulas de uma hora. Para Jean, o correto para se obter um bom desempenho técnico seria pelo menos três horas de ensaio por dia, embora seja muito difícil consagrar a prática na região, devido ao preconceito e às questões do nativismo. “Quanto mais estudares, mais aperfeiçoado tu vais estar.”

      Ainda, a escola disponibiliza o Ballet Adulto, tanto para aqueles que nunca dançaram quanto para aqueles que praticaram durante a juventude, mas passaram muito tempo parados, e o Ballet Funcional, sem restrição de idade, desenvolvido pelo próprio professor Diego. Essa modalidade é composta por aulas de ballet que funcionam como exercícios físicos sem alto impacto ou os grandes saltos que existem nas outras duas categorias. A ideia do Ballet Funcional é semear os benefícios físicos da dança, como o tônus muscular, a boa postura e questões cognitivas, pela alta exigência que as bailarinas têm em se concentrar para contar a sequência de passos e o tempo de música. A categoria se diferencia do Ballet Fitness pelo fato de a segunda modalidade apresentar exercícios de alto impacto, impróprios para pessoas de mais idade ou com problemas de saúde.

     Por ser uma companhia nova, a PLESS apresentou poucos espetáculos, sendo eles “Cinderela” e, no final de 2016, “O Quebra-Nozes”, assim como a escola de Dicléa. A obra apresenta, em seu segundo ato, uma visita do “Quebra-Nozes” e da personagem Clara à Terra dos Doces, ou seja, Pelotas. Ao se apresentarem na cidade, as escolas mostram que a vida, algumas vezes, imita a arte.

  • Escola de Ballet Dicléa Ferreira de Souza

                  Localização: Rua General Osório, 1427

            Contato: (53) 3225-7975

  • Academia Spazio – Fitness & Wellness

                  Localização: Rua General Telles, 710

            Contato: (53) 3222-0491

  • PLESS – Studio de Ballet

                  Localização: Rua Santa Cruz, 2589

                  Contato: (53) 3028-0029

 

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História e tradição doceira

 

 

Reportagem de Juliana Rossler Ramires –

 

 O Museu do Doce UFPel foi criado em 2011 para celebrar a gastronomia local –

O prédio que sedia a instituição foi construído em 1878 a mando de Francisco Antunes Maciel, político pelotense

 

     O Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) situa-se no Centro Histórico da cidade, no Casarão 8, situado na Praça Coronel Pedro Osório. O projeto foi criado em 2011, com o objetivo de preservar a memória da tradição doceira da região sul, tendo como compromisso produzir conhecimento sobre o patrimônio cultural.

     O museu apresenta diversos projetos que visam preservar e produzir conhecimento sobre a região sul, como o Laboratório de Educação para o Patrimônio (LEP). Pretende refletir sobre os museus como agentes educativos. Ao mesmo tempo, busca colaborar para qualificação das ações educativas oferecidas pelas instituições museológicas do Rio Grande do Sul.

     A instituição também abriga um programa de extensão vinculado ao Departamento de Museologia, Conservação e Restauro da UFPel, que visa democratizar o conhecimento por meio da acessibilidade, chamado o Museu do Conhecimento para Todos. Esse projeto conta com a participação de acadêmicos de diferentes cursos de graduação da universidade.

A principal exposição

     A exposição principal é um resultado do projeto de extensão o Museu do Conhecimento para Todos. “Entre o sal e o açúcar: o doce através dos sentidos” possui uma série de recursos que visam ampliar a capacidade expositiva do museu. Promove o doce como uma memória local que é compartilhada por gerações. Na exposição, é também possível conhecer a história associada ao sal, que simboliza as charqueadas localizadas no município, durante o século XIX e início do século XX. 

 O casarão 8

     O local que abriga o museu é um casarão imponente, que por si só já diz muito sobre a história da cidade. O prédio foi construído em 1878 a mando de Francisco Antunes Maciel, político pelotense, que entre diversos cargos políticos foi até conselheiro do Imperador. A construção foi moradia da família do conselheiro até 1950, sendo tombada em nível federal em 1977, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e comprada pela UFPel em 2006. O projeto de adequação das instalações para o Museu do Doce começou em 2010 e, somente em 2013, o processo foi concluído.

Horário de funcionamento e passeio virtual

     O museu funciona de domingo a sábado, das 14h às 17h30min. Mas é possível conhecer um pouco das instalações sem visitá-las presencialmente, por meio do passeio virtual. Nesses vídeos, é possível observar detalhes da construção que ajudam a exemplificar o período de intenso fluxo econômico na Princesa do Sul.

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Várias atrações dia 8 de abril

 

 

Reportagem de  Rafael Mirapalheta Goulart –

 

Facool Festival agitará Pelotas com sete atrações nacionais  – 

     O mês de abril reserva muita animação para os amantes de música em Pelotas. Para comemorar o aniversário de oito anos e o lançamento de seu novo site, o Facool Festival promove no dia 8 um evento multicultural no Centro de Eventos da Fenadoce.

     As festividades têm início programado para as 18h, com diversas opções de lazer; feira de vinil, brechó, bazar, gastronomia, arte, atividades de interação com o público e, principalmente, música. Entre as atrações musicais previstas para se apresentarem no evento estão algumas bandas e cantores de renome nacional. São os casos de Armandinho, Cachorro Grande, Vera Loca, Tenente Cascável, Cartolas & Identidade, Vitor Kley e Valente, entre outros. Vale ressaltar que a entrada é permitida para jovens a partir dos 14 anos, sendo que menos de 16 precisam estar acompanhado de responsáveis.

     Existem três tipos de ingressos sendo vendidos para o evento: a pista Premium, a pista Solidária e o Camarote. A entrada inteira da Premium está no valor de R$ 90,00, sendo R$ 45,00 para estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais. O segundo módulo custa R$ 35,00 mediante a entrega de um litro de leite ou um quilo de alimento não perecível. Já a entrada para o lugar mais confortável, o camarote, está pelo valor de R$ 120,00 a inteira e R$ 60,00 meia entrada.

      A chegada do evento na cidade se torna fundamental para recolocar o cenário pelotense em evidência cultural. Com tanta tradição na música, Pelotas precisava justamente de atrações de peso e reuniões culturais como esta para dar à sua população a oportunidade de se manter com opções de lazer musical. Também para mudar um pouco o foco do Theatro Guarany e dar oportunidades a outras regiões de receber artistas importantes do cenário musical.

     A estudante Laís Souza, de 21 anos, comemora a realização da festividade e garante que o mesmo traz a possibilidade de novas realizações culturais na cidade. “Com toda certeza estarei no evento no dia 8 de abril. Pelotas estava precisando de mais eventos musicais e este com certeza trará um público enorme por ter acertado nas atrações. Além de, possivelmente, impulsionar a cidade a receber cada vez mais apresentações como estas”, comentou Laís.

     Para garantir presença no festival basta acessar o site Minha Entrada, escolher a modalidade de ingresso e seguir para a sessão de pagamento.

     Com as movimentações de vendas e de interesse em atender ao evento, o Facool Festival já é um sucesso antes mesmo de ter acontecido. Sinal de que a decisão de realizar tamanha festividade na cidade se mostrou um acerto. Que sirva de motivação para que outros eventos deste porte cheguem para entreter o público pelotense, tão carente de acontecimentos artísticos.

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Motoqueiros e rock unidos

 

Reportagem de Ricardo Leite –

20º Moto Lagoa promete movimentar São Lourenço do Sul – 

O evento recebeu 30 mil pessoas em três dias no ano passado e vem marcando a última parte do veraneio
Foto: Divulgação

     Entre os dias 24 e 26 de março ocorre em São Lourenço do Sul o Moto Lagoa. Evento que une shows, cultura, apresentações esportivas, exposições e encontro de motoqueiros. Nesse ano, será a 20ª edição do evento que promete ir além das anteriores, com várias bandas na programação.

     O Moto Lagoa tem marcado o verão na cidade de São Lourenço do Sul, ou melhor, como informa o organizador do evento, Albino Specht, “o Moto Lagoa serve, também, indiretamente, para ampliar a temporada de verão”.

     Specht explicou ao Arte no Sul que o evento ocorre nesse período para manter os turistas na cidade também no mês de março. “Como a temporada acabaria em fevereiro, o Moto Lagoa ocorre no fim de março e prolonga a temporada de verão, mantendo os empregos do veraneio e gerando mais renda na cidade”, completa.

     A expectativa é superar os 30 mil participantes de 2016, e para isso o evento traz, além dos músicos locais e regionais, apresentação de manobras radicais, artes marciais e mais de 60 expositores. “Para esse ano teremos lutas de Muay Thai, M.M.A. e Boxe, além dos shows, tudo com entrada franca. Por marcar os 20 anos, queremos fazer um evento de excelência”, indica o organizador.

     Em 2011, o Moto Lagoa quase foi cancelado devido à grande enchente que ocorreu na cidade. Para Specht o mais importante para o evento neste ano é a continuidade. “É muito difícil fazer que um projeto como este durante 20 anos ininterruptos, em alguns anos tivemos problemas, o de 2011 só foi possível porque tivemos muito apoio e doações. É um grupo muito unido e que trabalha muito para esse evento acontecer”, afirma Specht.

     O grupo que organiza o Moto Lagoa é uma associação que nasceu junto com o evento. “Quando começamos, éramos um grupo de pessoas que queria fazer isso acontecer apenas, agora somos uma associação registrada”. A Associação Guerreiros do Asfalto atribui ao presidente a organização todos os anos.  

     O evento terá cerca de 60 expositores vendendo seus produtos. Diversos empreendedores locais, porém muitos de todo o Rio Grande do Sul, e até Paraná e Santa Catarina. Além disso, os visitantes incluem turistas de toda a região e grupos de motociclistas nacionais e até internacionais. “Pelo número de contatos que temos recebido, teremos visitantes do Uruguai, Argentina, e do Sudeste e Sul do Brasil”, completa Albino Specht.

Programação:

Sexta-Feira – 24 março

15:00 Recepção na RS-265

20:00 Competição de artes maciais

Shows

19:00 Banda Calavera

20:00 Banda Zelda

21:00 Gueppardo

22:00 Banda Gobust

23:00 Q’Nome

24:00 Marenna

 

Sábado – 25 de março

9:00 Recepção na RS-265

11:00 Desfile com participação do grupo de manobras “Arte e Equilíbrio”

21:00 Apresentação do grupo de manobras “Arte e Equilíbrio”

Shows

17:00 Abertura oficial

18:00 Os Rebobináveis

19:00 The Jarbs

20:00 Nu Xadrez

21:00 Bourboun Schot

22:00 Dr. Dog

23:00 TNT – Tenente Cascavel

24:00 The Jarbs

 

Domingo – 26 de março

13:00 Banda The Rock Machine

15:00 Show de manobras radicais

18:00 Encerramento

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   Maravilhosa a matéria. mais uma importante contribuição para a divulgação do evento..Aproveito para agradecer e convidá-los para estar conosco nestes dias e receber um troféu do 20º MOTO LAGOA.

     Albino Specht

 

 

Festival nativista leonense

Reportagem de Igor Vianna e Luciano Coelho – 

Levante da Canção Gaúcha cultiva a tradição e valoriza talentos locais – 

Escultura homenageia o graniteiro, símbolo do Levante

     A música nativista gaúcha é uma veia que pulsa forte no interior do Rio Grande do Sul. O município de Capão do Leão cultiva essa semente da tradição através de um dos grandes festivais desta categoria no Estado, o Levante da Canção Gaúcha, que tem a nova edição prevista para o mês de maio.

     O nome surgiu em homenagem aos graniteiros do município, que trabalham na mineração de pedra, o maior potencial econômico da localidade. O levante é o nome dado ao tiro utilizado para a detonação e posterior extração das pedras.

     De acordo com Hugo Alexandre Albuquerque, um dos fundadores do Festival, a ideia surgiu em 2008, quando aconteceu a primeira edição, a fim de elevar e inserir a cultura nativista na comunidade leonense. Com base em outros festivais como o Reponte de São Lourenço do Sul e o Terra e Cor de Pedro Osório, a intenção é colocar novos artistas da região junto aos nomes consagrados do nativismo, no mesmo palco. Busca-se, em especial, a inserção de artistas leonenses no cenário. É feita uma triagem em separado dos talentos, chamada de fase local, existente desde a primeira edição do evento, garantindo a participação de quatro composições da cidade no palco e no CD do Festival.

     Em 2017, o município de Capão do Leão conta com um novo diretor de Cultura, Everson Maré, que é músico nativista de renome estadual. Ele falou um pouco sobre a perspectiva do Levante da Canção gaúcha para a nova gestão do município. Para Maré, a expectativa é de dar continuidade ao Festival e aumentar ainda mais a participação do público, que já é grande, segundo ele. Os objetivos são propagar e difundir a cultura do Rio Grande do Sul junto à comunidade leonense e proporcionar espaço para o surgimento de novos talentos. O Festival também evidencia e promove o município de Capão do Leão, suas potencialidades culturais, históricas e socioeconômicas. 

     O Levante teve as seis edições anteriores concomitantes à Festa da Melancia no município, este ano mudará de data e festividade. De acordo com o Diretor de Cultura, em virtude da Festa da Melancia ter sido extinta, o festival acontecerá junto com as festividades de aniversário do município nos dias 5 e 6 de maio, ainda com local indefinido.

     Maré explicou que haverá algumas alterações nos moldes do Festival: “A premiação teve mudanças não somente no que se refere à quantia em dinheiro, como também aos troféus oferecidos aos vencedores, que, agora, passam a ter nomes alusivos à história do Município”. As premiações serão os seguintes: “Troféu Levante”, alusivo ao tiro de levante utilizado pelos graniteiros na extração de pedras; “Troféu Emancipação”, alusivo à emancipação política de Capão do Leão; “Troféu Cultura”, que irá premiar o melhor tema sobre Capão do Leão e sua história, alusivo aos aspectos culturais e históricos locais; “Troféu Leopoldo Rassier”, alusivo a um dos maiores intérpretes do Estado e que, além disso, prestou relevante contribuição para a emancipação de Capão do Leão; e “Troféu Santa Luzia”, em respeito à protetora dos graniteiros.

     Uma das intenções do festival, conforme foi comentado por Hugo Albuquerque, é a inserção dos artistas leonenses no circuito cultural. O diretor do Festival Everson Maré afirma: “Estamos avaliando a possibilidade de usarmos dois palcos no evento, um para a realização do Levante e dos shows principais, onde também se apresentarão alguns artistas locais, e outro exclusivamente para atrações da cidade durante a Festa de Aniversário do Município e Levante da Canção Gaúcha de Capão do Leão.”

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Prata da casa

 

Reportagem de Beatriz Coan Peterle – 

Cantora e compositora pelotense lança single na internet – 

Julie Schiavon estuda Dança e impulsiona carreira musical

     Nascida em Pelotas e estudante de Dança na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Julie Schiavon, é uma das mais novas artistas da cidade tentando se lançar no cenário musical. Com 20 anos estreia seu primeiro clipe, “The Fear”, que traz sua opinião a respeito de experiências comuns às pessoas na sua volta. Em busca de visibilidade ela divulga seu trabalho na internet, principalmente, através de redes sociais.

     Desde criança, Julie é apaixonada por música e canto. Foi aos 11 anos de idade que ela diz ter começado de fato a cantar, quando iniciou suas aulas de canto. Nessa época, também já compunha algumas músicas, que expressavam situações que vivenciava, sendo “The Fear” a primeira a sair dessa linha. Tendo como inspiração artistas internacionais, principalmente norte americanos, suas letras são escritas em inglês. Aliás, foi através da música que aprendeu a língua.

     Seu maior suporte e apoio na carreira vem da sua família, em especial dos pais, e dos amigos, que sempre acreditaram no seu sonho e na sua capacidade de viver da música. Apesar de Pelotas ser rica em cultura, Julie não tem encontrado muito apoio na cidade. Sente uma falta de interesse pela área do público e de órgãos municipais. As experiências que teve em cima do palco incluem uma apresentação no Piquenique Cultural e outra na Fábrica Cultural.

     Seu primeiro e principal projeto no momento é o lançamento oficial do seu clipe “The Fear” na internet. É também a primeira música que produz. Julie conta que a letra fala sobre o medo que as pessoas têm de demonstrar sentimentos, de perder pessoas importantes em suas vidas, e quão vulnerável ficam os relacionamentos quando não se demonstra isso para o parceiro.

     Para saber mais sobre a Julie Schiavon e seus trabalhos é só seguir ela no Facebook e no YouTube.

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Planos da Cultura em 2017

 

Reportagem de Beatriz Coan Peterle – 

Secretário Giorgio Ronna expõe como a cidade planeja as suas atividades – 

Com mesmo orçamento de 2016 Giorgio Ronna busca manutenção de projetos                                                  Foto: Beatriz Coan Peterle

     O ano de 2017 iniciou com mudanças, principalmente no cenário político, com um novo mandato de governo municipal em Pelotas. A saída de Eduardo Leite para dar lugar à sua até então vice-prefeita, eleita em 2016 para substituí-lo no cargo, Paula Mascarenhas, gera uma modificação na estrutura governamental do município, incluindo a Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult).

     Apesar da troca de mandatos, a Secult manteve 80% da equipe que atuava no governo anterior, o que, segundo o secretário de Cultura, Giorgio Ronna, facilita a administração da secretaria. O mesmo pessoal, a mesma engrenagem, que estão familiarizados com o calendário de eventos da cidade e seus recursos disponíveis, facilita para planejar de forma mais ampla, com ações de médio e longo prazo.

     Com o orçamento do ano anterior, o desafio de 2017 é manter e aumentar as propostas de trabalho já existentes. A maneira é enxugar o máximo que pode, o que já vem acontecendo, segundo o secretário. No Projeto Verão que aconteceu em janeiro e fevereiro desse ano, continuaram sendo oito apresentações como nas edições passadas, o que não afetou a participação dos artistas, mas reduziu-se para dois dias de evento, diminuindo em mais de 50% os custos com o corte de aluguel de estrutura.

     O foco está em descentralizar a cultura, levar para todos os bairros apresentações, oficinas e programas custeados pela Secult. O secretário reforça “A secretaria não é uma promotora de eventos, é uma fomentadora de práticas culturais no município”. Com projetos de circulação interbairros, dentro do sistema penitenciário, e também na FASE, a secretaria busca uma ampliação de possibilidades e de visão para o futuro dos moradores de zonas violentas e ressocialização dos detentos.

     Todas as ações são promovidas através de editais, medida que foi adotada em 2014 pelo ex-prefeito Eduardo Leite, que segundo Ronna é a maneira mais democrática de se escolher os artistas. Em 2015 foram lançados por volta de 13 editais, em 2016 devido à crise esse número reduziu. Neste ano, o objetivo é aumentar a quantidade e as modalidades de editais. Incluindo assim ‘circulação do artista pelotense’ para custear viagens de apresentações, participação de seminários e palestras fora da cidade, ‘circulação interbairros’ para espalhar os artistas dentro do município, ‘programas’ que são ações sociais e culturais promovidas por outras entidades em Pelotas e também ‘programa de formação continuada’ para não só mostrar a cultura, mas capacitar os pelotenses.

     O que ficou marcado em 2016 foi a  inclusão de novas áreas como gastronomia, games e moda.  As escolhas nos editais são feitas por meio de uma comissão, formada por membros do Conselho Municipal de Cultura, da Secult e especialistas e professores da área do edital em questão. O programa PRO Cultura é o mais consolidado e que possui aumento anual de 15%, já confirmados pela nova prefeita Paula Mascarenhas, e é o único onde somente o Conselho Municipal de Cultura faz as escolhas.

     Giorgio Ronna traz também números em relação a investimentos. Por exemplo, o Pro Cultura, que iniciou com 90 mil reais de subsídio, hoje conta com 550 mil reais para a sua realização.  O que é visto de maneira muito positiva, pois demonstra o apoio da Prefeitura cada vez maior à cultura pelotense.

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Luanáticos esperam o dia 24

Reportagem de  Larissa Moraes e Lucas Pereira –

Luan Santana vem a Pelotas nesse mês e seus fãs amargam espera de dois anos –

Espetáculo acontece na Associação  Rural de Pelotas

     O cantor Luan Santana chega em Pelotas no dia 24 de março. O show é um dos mais esperados dos últimos tempos. O sertanejo faz uma turnê pelo Estado e apresenta as músicas do seu último álbum, com o título “1977”, na Associação Rural de Pelotas.

     Luan Santana é um meteoro da música sertaneja. Iniciou a carreira em 2009 com o álbum “To de cara”. Depois disso, lotou casas em São Paulo, Rio de Janeiro e sua cidade natal, Campo Grande. O sul-mato-grossense, de apenas 25 anos, é um dos mais bem pagos do show business.

     As inovações que o cantor trouxe para esse novo álbum são as parcerias. A gravação tem nomes como Marília Mendonça, Ivete Sangalo, Sandy, Anitta, Ana Carolina e outras mulheres de grande destaque na música brasileira.

     O cantor não vem a Pelotas desde 2015. E os fãs já estão loucos pela nova turnê e pra ver o ídolo de pertinho. A reportagem foi atrás de alguns fãs para saber como anda a angústia para o show do cantor.

 A inspiração

     Um dos grandes fãs de Luan é Adrian Saldanha. Adrian tem 21 anos e também é cantor sertanejo. Ele é de Santa Maria e virá a Pelotas pela paixão que tem pelo cantor. Ele já compareceu a 20 shows de Luan. “Eu e minha namorada já vimos muitos shows do Luan. Muitos desses shows foram aqui no estado, mas já fomos a São Paulo e a Florianópolis atrás dele.”

     Nessa viagem de Adrian a Florianópolis, ele relata que cometeu loucuras para estar mais próximo do ídolo: “Eu e minha namorada fizemos reserva no mesmo hotel que Luan. O mais legal foi tomar café da manhã com a banda e conhecê-lo. Ele foi muito simpático e acabou fazendo algumas fotos conosco”.

     A namorada de Saldanha também é fã de Luan, acompanhando-o em grande parte dos shows. Ele relata que foi mero acaso conhecê-la e ainda ser uma fã do cantor. Segundo o jovem, a música que embala a história de amor do casal, não podia ser de outro cantor. “Cantada”, do álbum “Acústico”, é uma das que vai emocionar os namorados se for tocada.

     A paixão por Luan é tão grande que Saldanha tatuou uma parte da canção “Meteoro”, a que lançou o cantor, “pois só quem sonha consegue alcançar”.

Adrian Saldanha homenageou músicas de Luan com tatuagem

     Ele diz ainda que o preconceito com quem é fã, de qualquer artista daqui do país, ainda é grande. “Passo até hoje [por esse tipo de preconceito], mas não dou bola. O Luan é minha inspiração e isso me ajuda a seguir cada dia mais forte nos meus sonhos”.

     Falando em sonhos, um dos que move o cantor é o de abrir o show do ídolo. “Me arrepio sempre que vejo a apresentação dele no celular. Baixei e assisto todos os dias antes de dormir. E imagino eu também em cima do palco.”

     A inspiração por Luan sempre foi grande tanto no pessoal como no profissional. Adrian é cantor e tem no seu repertório canções do Luan. Ele relatou que está preparando um projeto paralelo para apresentar as músicas do ídolo na região santa-mariense. “Meus admiradores gostam do meu trabalho. Eles super me apoiam e me dão força pra eu não desistir do que sonho!”

 Contando os dias

     Diferente de Adrian, Karina Rodrigues não precisará viajar para ver o ídolo de perto. A jovem é fã de Luan desde os tempos em que estudava, em meados de 2009.

Karina Rodrigues foi premiada com uma visita ao camarim

     A moça não esperava virar fã do cantor, porém, por pressão das colegas, ela ouviu a canção “Meteoro” e se apaixonou por sua voz. Desde então, a paixão só cresceu e então Karina foi aos dois últimos shows de Luan Santana aqui em Pelotas. “As minhas amigas que me apresentaram o Luan, ainda continuam fãs. Com algumas não tenho mais contato, porém acredito que continuem sendo fãs.”

     Karina se empolga ao lembrar os shows do cantor, mesmo com a dificuldade em posicionar-se em meio à multidão. “No primeiro que assisti, bem dizer não vi nada, pois fui na pista e tive que ficar em cima de umas caixa de som. No segundo, vi pouco também, mas eu ainda tirei uma foto com ele no camarim, pois passei o dia no hotel e ganhei o ingresso da produção, isso foi demais”.

     Para o próximo show, a revendedora espera que seja maravilhoso e que consiga ficar onde deseja.

     E a correria para comprar ingressos está acirrada. Karina ganhou os ingressos em uma promoção.

     A música preferida dela, desse novo álbum é “Mesmo Sem Estar”, parceria de Luan com Sandy. Conforme Karina, a espera está bem demorada. O sentimento, segundo ela, é de angústia, aflição e emoção.

      

Serviço

O que? Show do Luan Santana, apresentando a turnê “1977”

Quando? 24 de março

Onde? Associação Rural de Pelotas, na Avenida Fernando Osório, 1754

Ingressos? A partir de 40 reais nos pontos:

Portal Multimarcas – Rio Grande

Óticas VIP – Rio Grande

Ponto Kente Lanches – Rio Grande

Padaria Guarany – Rio Grande

DOG do Alemão – Rio Grande

Mundo das Capas – Pelotas e Rio Grande

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Conversa com Ian Ramil

Reportagem de Douglas Garcia Dutra e Julia Mello dos Santos –

Músico retorna à sua cidade natal no encerramento do projeto Acústicos RS –

 

Ian Ramil disponibiliza disco Derivacivilização na web                                                                                                                                        (Foto: Mariana Copland Cella)

 

     O músico gaúcho Ian Ramil esteve em Pelotas no dia 15 de fevereiro, juntamente com Duca Leindecker, no show realizado como parte da segunda edição do projeto “Acústicos RS”. Com entrada franca, o espetáculo lotou o Theatro Guarany.

     Ian tem apenas 31 anos e já conta com um Grammy Latino na bagagem. O artista, filho do também músico Vitor Ramil foi o vencedor na categoria Melhor Álbum de Rock em Lingua Portuguesa, com o disco Derivacivilização. Lançado em 2015, o álbum é o sucessor de IAN, de 2014, ambos pela Escápula Records. O material premiado está disponível para download gratuito no site do cantor, bem como nas principais plataformas de streaming.

     A reportagem conversou com Ian e conheceu um pouco do seu universo musical.

     Veja a entrevista pelo Youtube.

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“Desventuras em Série”

 

Texto de Nicole Mendizabal Collares  e Sara Carulina Silva da Rosa

Televisão – Crítica

Irmãos Klaus, Violet e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman)  recebem notícia de que pais morreram em incêndio

 

 

     “Desventuras em Série”, umas das novas séries disponibilizadas pela Netflix, vem conseguindo atrair, desde sua estreia no dia 13 de janeiro deste ano, cada vez mais espectadores. A produção é uma adaptação dos primeiros quatro livros da série homônima escrita por Daniel Handler (usando o pseudônimo de Lemony Snicket). A primeira temporada da série conta com oito episódios, adaptados dos livros “Mau Começo”, “Sala dos Répteis”, “O Lago das Sanguessugas” e “Serraria Baixo-Astral”.

     A produção apresenta a trágica história dos irmãos Baudelaire, que inicia com a visita de Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith) à Praia de Sol, onde recebem a notícia do falecimento dos seus pais em um misterioso e suspeito incêndio. As desventuras acontecem quando a guarda dos três passa a ser do Conde Olaf (Neil Patrick Harris), um ator e parente distante da família, que fará de tudo para conseguir a fortuna deixada para os Baudelaires por seus pais.

     Durante toda a primeira temporada, os órfãos enfrentam péssimos acontecimentos na tentativa de fugir do Conde Olaf, convencer a todos que ele quer roubar a sua herança e também investigar a morte e o passado de seus pais.

     A abertura da série destaca-se pela mudança da letra da mesma música, em forma de narração, apresentada em todos os episódios. Nela, são apresentados pontos já vividos pelos órfãos, assim como dicas do que ainda está por vir no capítulo. Um ponto em comum da letra é o enaltecimento a todo o momento para não olhar e deixar de assistir à história dos Baudelaires, que promete chocar o telespectador. Características essas que apenas nos deixam cada vez mais atentos e curiosos sobre a trama.

     Lemony Snicket, vivido por Patrick Warburton, pode ser descrito como um dos personagens mais interessantes da adaptação. Atuando como o narrador da série, ele adiciona um tom cômico e, – como um dos elementos mais envolventes – também quebra a quarta parede ao direcionar-se ao espectador. Snicket, assim como a abertura da série, nos orienta a deixar de assistir a produção, como também nos alerta que as desgraças irão continuar e que a trama não terá um final feliz.

     Aos fãs dos livros preocupados com a veracidade da adaptação, uma notícia: Daniel Handler, autor dos 13 livros da “Desventuras em Série”, é, também, roteirista e diretor dos episódios 1, 2, 5 e 6. Assim, fidelidade à obra original é que não falta.

     Ao mesmo tempo em que acompanhamos aflitos os infortúnios vividos pelos Baudelaires, nos divertimos com péssimas atuações e apresentações musicais da trupe de teatro do Conde Olaf.

     Para quem não lembra, também existe uma adaptação cinematográfica lançada em 2004 que conta a história dos três primeiros livros. O longa foi protagonizado pelo Jim Carrey, no papel do Conde Olaf, atuação tão marcante que deixou muitos fãs em dúvida sobre a escolha do Neil Patrick Harris para viver o mesmo papel na nova produção. Dúvida essa que provou-se errada. O trabalho feito por Harris é simplesmente incrível. Ele faz com que tememos aquela figura ruim que atormenta as crianças, assim como nos diverte com os disfarces e falhas de seu personagem.

     O pior personagem é, sem dúvidas, o banqueiro Mr. Poe, vivido por K. Todd Freeman. A função dele é ser responsável pela designação de tutores para os órfãos, trabalho esse que faz de forma terrível. Devido à sua total falta de atenção às crianças, conforme a trama é contada, acabamos por detestá-lo muito mais do que o péssimo Conde Olaf.

     Já a escolha do elenco mirim foi feita com perfeição. Os atores Malina Weissman e Louis Hynes nos surpreendem com uma ótima interpretação, cativando o observador com tamanha inteligência de seus personagens. O grande desafio é conseguir não se apaixonar com toda a fofura de Sunny, vivida por Presley Smith.

     A ambientação é fascinante. Além de nos deixar encantados, os cenários apresentam paletas de cores incríveis, que conseguem mostrar o contraste dos personagens. Além da decoração dos espaços conseguir caracterizar lugares com pequenos elementos que dão pistas para o destino da história.

     A série mistura diversos gêneros como comédia, mistério, drama e aventura, e já possui a confirmação de uma segunda temporada. A dica é ignorar os avisos de Snicket e acompanhar a história dos órfãos, que ainda vão viver muitas desventuras. Vale muito à pena assistir!

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