Programa de Acompanhamento de Ingressantes (PAI)

Figura 1: Churrasco de recepção dos ingressantes no primeiro dia letivo.

O ingresso na universidade marca uma fase de grandes transformações, mas também de muitos desafios. Pensando nisso, o Programa de Educação Tutorial de Engenharia Agrícola (PET-EA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolveu o Programa de Acompanhamento de Ingressantes (PAI). O projeto tem como objetivo principal facilitar a adaptação acadêmica e social dos novos estudantes, criando um ambiente acolhedor que promove a permanência e reduz os índices de evasão no curso.

Para alcançar esse objetivo, o PAI combina ações de acolhimento com ferramentas de diagnóstico e apoio prático. As atividades começaram já no primeiro dia de aula, com uma recepção para os calouros, realizada com o auxílio de professores do curso. Nas primeiras semanas, o grupo PET realizou uma apresentação detalhada para a turma, explicando o que é o programa, suas atribuições e divulgando outros projetos.

Paralelamente ao acolhimento, o grupo aplicou um primeiro questionário ao final da apresentação inicial, que obteve 34 respostas. O objetivo foi começar a traçar um perfil detalhado dos ingressantes, coletando informações pessoais como idade, cidade natal, renda familiar, escolaridade, se ingressaram por ações afirmativas e o principal motivo pela escolha do curso.

Figura 2: Aula de introdução à Engenharia Agrícola ministrada pelos membros do grupo PET-EA.

Visando o suporte direto, o PET-EA implementou diversas frentes. Para garantir um canal de comunicação ágil, foi criado um grupo de WhatsApp exclusivo para a turma, focado em tirar dúvidas iniciais. Através dele, foi distribuído o “Manual do Ingressante”, que reúne informações essenciais como locais de aula, horários de ônibus e localização das paradas. Além disso, para auxiliar diretamente na adaptação acadêmica, o grupo promoveu um minicurso de calculadora científica, preparando os ingressantes para as disciplinas iniciais.

A análise desses dados é fundamental para que o PET-EA possa identificar as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos e, a partir disso, propor soluções e atividades direcionadas como o próprio minicurso de calculadora que auxiliem efetivamente na permanência e no sucesso acadêmico dos estudantes no ambiente universitário.

Figura 3: Mini curso de calculadora científica.

Projeto de Acompanhamento dos Egressos

O Projeto de Acompanhamento dos Egressos (PAE) é uma importante iniciativa do PET Engenharia Agrícola que visa manter contato com os profissionais formados no curso de Engenharia Agrícola da UFPel. O projeto é fundamental para aproximar os egressos da universidade e entender se o que o curso oferece está alinhado às demandas do mercado de trabalho.

Dando continuidade ao trabalho realizado em 2024 (que coletou 39 respostas), o grupo focou suas atividades em 2025 na atualização e complementação do banco de dados de egressos da UFPel dos últimos cinco anos. O formulário foi reenviado a 15 egressos que ainda não haviam respondido, coletando 4 novas respostas.

Figura 1 – Questionário enviado aos Egressos do curso de Engenharia Agrícola da UFPel.

Os dados preliminares dessas 4 respostas reforçam o perfil profissional identificado em 2024: 75% estão empregados na área e 100% demonstraram alta satisfação com a profissão (atribuindo notas entre 9 e 10).

Além do foco local, o grupo buscou em 2025 expandir a pesquisa em nível nacional. Foi elaborado um questionário adaptado para a Universidade Estadual de Goiás (UEG), com o objetivo de entender o perfil dos egressos de Engenharia Agrícola de outra instituição, suas áreas de atuação e foco de pós-graduação. O contato foi estabelecido através da iniciativa “PET em Rede”, que conecta os grupos PET do curso de Engenharia Agrícola de diferentes universidades. Apesar da tentativa de colaboração, esta frente de pesquisa ainda não obteve respostas.

Figura 2 – Questionário enviado aos Egressos do curso de Engenharia Agrícola da UEG.

Com o banco de dados da UFPel (agora com 43 respondentes), o grupo avança para as próximas etapas do projeto. O objetivo final, conforme o planejamento, é traçar o perfil do profissional formado pela UFPel, organizar reuniões com a coordenação para implementar sugestões na revisão da grade curricular e estabelecer parcerias.

Dando um passo importante para as outras etapas do projeto, que visa  o estabelecimento de parcerias com os egressos para promover o curso, o grupo realizou no dia 15 de outubro a live “Inovação no Agronegócio”. O evento foi realizado com o egresso Engenheiro Agrícola David Peres da Rosa e teve como objetivo abordar ideias e experiências sobre o futuro do campo e o papel da tecnologia no agronegócio.

Potencial da ozonização no armazenamento de grãos e sementes

Figura 1: Armazenamentos em atmosfera modificada.

Com a crescente necessidade de tecnologias mais seguras e sustentáveis para o armazenamento de produtos agrícolas, a UFPel vem desenvolvendo estudos que exploram alternativas ao uso de defensivos químicos. Entre elas, destacam-se a ozonização de grãos e a aplicação de dióxido de carbono (CO₂) em sementes, duas abordagens que têm se mostrado promissoras na conservação pós-colheita.

O projeto desenvolvido no âmbito do Programa de Educação Tutorial de Engenharia Agrícola (PET-EA), tem como principal objetivo avaliar como esses tratamentos gasosos influenciam a qualidade de grãos de arroz e sementes de soja ao longo do armazenamento.

A primeira etapa, realizada no Laboratório de Água e Efluentes da UFPel, concentrou-se nos testes com grãos de arroz triturados submetidos à ozonização. Foram analisados macronutrientes como lipídios, proteínas, cinzas e umidade, além do comportamento dos grãos frente a diferentes doses de ozônio. Os resultados mostraram que concentrações mais altas reduzem lipídios e proteínas, enquanto doses moderadas preservam melhor o valor nutricional — um ponto importante para determinar limites seguros de aplicação. Esses achados reforçam o potencial do ozônio no controle de fungos e bactérias, ampliando as possibilidades de uma armazenagem mais limpa e eficiente.

Em paralelo, a segunda etapa do estudo acompanha o armazenamento de sementes de soja tratadas com 2500 ppm de CO₂ em atmosfera modificada, durante seis meses. As análises incluem germinação, vigor, condutividade elétrica, envelhecimento acelerado e outros parâmetros fisiológicos. Mesmo após três meses, as sementes apresentaram germinação elevada e vigor estável em praticamente todos os tratamentos, inclusive nos que receberam CO₂, revelando a capacidade do gás de ajudar a manter a qualidade fisiológica das sementes ao longo do tempo.

Figura 2: Sementes germinadas após um armazenamento de 3 meses.

Esses resultados, obtidos ao longo de 2025, reforçam a importância de desenvolver soluções que aliem eficiência técnica e sustentabilidade. O projeto segue em andamento, e a expectativa é que as análises finais contribuam para ampliar o conhecimento sobre tecnologias pós-colheita e apoiar o desenvolvimento de práticas mais seguras e inovadoras no setor agrícola.

Inovação em Mecanização Agrícola

Figura 1: Barra de pulverização com mangueiras e bicos de pulverização instalados.

No ano de 2025, o projeto intitulado “Inovação em Mecanização Agrícola” foi desenvolvido parcialmente conforme as diretrizes estabelecidas no planejamento inicial. A iniciativa teve como objetivo principal fortalecer o aprendizado teórico e prático dos acadêmicos do curso de Engenharia Agrícola, por meio da aplicação de conceitos técnicos em uma atividade experimental.

Como resultado final parcial do projeto, foi concluída a construção e instalação de uma barra de pulverização com finalidade pedagógica, a qual passou a integrar as atividades práticas do curso. O desenvolvimento da barra possibilitou a aplicação direta de conhecimentos relacionados à mecanização agrícola, promovendo uma aproximação entre a teoria abordada em sala de aula e as demandas reais do setor.

Durante a execução do projeto, foram realizadas etapas fundamentais, incluindo estudos preliminares e o desenvolvimento dos componentes por meio do software SolidWorks, permitindo o planejamento e o dimensionamento adequado da estrutura do equipamento. Também foi realizada a adaptação de um motor para o acionamento da bomba responsável pelo fornecimento de água aos bicos de pulverização. Para garantir a eficiência do sistema, foram confeccionadas polias específicas, assegurando a correta transmissão de movimento entre o motor e a bomba.

Além disso, as mangueiras e os bicos de pulverização foram devidamente instalados e ajustados, possibilitando uma distribuição uniforme do líquido ao longo da barra. No âmbito elétrico, foi implementado um sistema de acionamento para ligar e desligar o equipamento, bem como um dispositivo de parada de emergência, garantindo maior segurança durante a operação.

A construção do suporte estrutural que sustenta o conjunto motor-bomba também foi finalizada, assegurando estabilidade, segurança e adequado funcionamento do sistema durante os testes e a utilização prática. Após a montagem completa, o equipamento foi testado, apresentando desempenho satisfatório e atendendo aos objetivos propostos.

O projeto foi conduzido de forma colaborativa, com a participação ativa dos estudantes em todas as etapas de desenvolvimento. Essa abordagem contribuiu significativamente para a troca de conhecimentos, o aprimoramento técnico e o desenvolvimento de competências essenciais à formação em Engenharia Agrícola. Dessa forma, o projeto “Inovação em Mecanização Agrícola” consolidou-se como uma ferramenta didática eficaz, ampliando as possibilidades de ensino prático e fortalecendo a formação profissional dos acadêmicos.

Figura 2: Post realizado no perfil do Instagram do PET referente ao projeto.

Estabilizantes de Solos

O projeto de Estabilização de Solos foi desenvolvido ao longo dos anos de 2024 e 2025, período em que o grupo se dedicou à pesquisa e avaliação de novos aditivos com potencial para aplicação como estabilizantes de solos. As atividades tiveram como objetivo identificar alternativas eficientes e ambientalmente viáveis para a melhoria das propriedades físicas e mecânicas dos solos.

As análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Solos do Centro de Engenharia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O desenvolvimento do projeto teve impacto significativo na formação acadêmica dos integrantes, proporcionando contato direto com a área de engenharia de água e solos, além de possibilitar a aplicação prática de conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso de Engenharia Agrícola.

Inicialmente, foram coletadas amostras de solo e realizadas as respectivas classificações conforme o método Miniatura Compactada Tropical (MCT). Em seguida, foram conduzidos ensaios experimentais para avaliar o comportamento de diferentes aditivos, aplicados em variadas concentrações. Essa avaliação foi realizada por meio do método expedito das pastilhas, permitindo a análise da contração diametral e do comportamento das amostras quanto à absorção de água.

Complementarmente, foram executados ensaios de resistência a seco em esferas moldadas com diferentes teores de aditivos, com o objetivo de identificar aqueles que proporcionam maior resistência mecânica ao solo. Durante os testes, também foi observada a redução na emissão de poeira em algumas amostras tratadas, indicando um potencial adicional dos aditivos avaliados no controle de particulados.

O projeto de estabilização de solos consolidou-se como uma atividade essencial para o desenvolvimento do PET Engenharia Agrícola (PET-EA), contribuindo de forma expressiva para o fortalecimento das ações de pesquisa do grupo. Ademais, os resultados obtidos apresentam potencial de aplicação prática, com benefícios diretos à sociedade, especialmente na melhoria de estradas não pavimentadas, facilitando o deslocamento da população rural e o escoamento da produção agrícola.

Divulgação do Curso

Figura 1: Visita realizada na escola Carlos Meskó.

Com a contínua expansão do agronegócio no Brasil, a Engenharia Agrícola desponta como um dos mercados mais promissores do país. Contudo, muitos jovens que estão concluindo o ensino médio enfrentam dificuldades na escolha da faculdade, principalmente devido à falta de informações claras sobre as áreas de atuação e o conteúdo do curso.

Para atender a essa demanda, o Programa de Educação Tutorial de Engenharia Agrícola (PET-EA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), desenvolveu o projeto “Divulgação do Curso”. A iniciativa tem como objetivo central ampliar a visibilidade da Engenharia Agrícola, destacando aspectos essenciais como o processo de ingresso via PAVE e SISU, a formação durante a graduação e as vastas perspectivas no mercado de trabalho.

Ao longo de 2025, o PET-EA adotou duas frentes principais de atuação. A primeira, e de maior impacto direto, foi a divulgação presencial do curso em diversas escolas públicas das regiões Sul do estado.

Nossa equipe visitou os seguintes municípios e instituições de ensino: Camaquã: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), Colégio Estadual Sete de Setembro. Canguçu: Escola Técnica Estadual de Canguçu, E.E.E.M. Dr. Carlos Meskó, E.E.E.M. João Simões Lopes Neto. Pelotas: Colégio Estadual Cassiano do Nascimento. Cerrito: E.E.E.M. Dr. Adão Orlando Alves. São Jorge:E.E.E. Básica Pedro Nunes da Silva.

Durante as visitas, os membros do PET-EA apresentaram as principais áreas de atuação da Engenharia Agrícola, como mecanização agrícola, engenharia de água e solos, construções rurais e ambiência, energização rural e pós-colheita.

Após as apresentações, foram promovidas conversas e rodas de perguntas para esclarecer todas as dúvidas dos estudantes. Além disso, foi aplicado um questionário para medir o interesse dos alunos pelo curso, que obteve um total de 378 respostas.

Paralelamente às visitas, o projeto utiliza as redes sociais do grupo como uma ferramenta estratégica de divulgação, publicando conteúdos visuais sobre temas relevantes da Engenharia Agrícola.

Essas iniciativas foram fundamentais para aproximar o curso de Engenharia Agrícola da UFPEL da comunidade escolar, ampliando o conhecimento sobre as oportunidades oferecidas pela área e auxiliando os jovens em uma decisão profissional mais consciente.

Figura 2: Visita realizada na escola Pedro Nunes da Silva.

Bioinsumos

O termo bioinsumos refere-se a um amplo conjunto de produtos desenvolvidos a partir de organismos vivos ou de substâncias originadas deles, empregados na agricultura para diferentes finalidades. Esses materiais podem ser direcionados para estimular o desenvolvimento vegetal, controlar pragas e doenças ou aprimorar a nutrição das culturas, englobando categorias como bioestimulantes, biofertilizantes, bioinoculantes, bioinseticidas, entre outras. Cada classe desempenha funções específicas no suporte e na proteção dos sistemas produtivos. Considerados uma alternativa mais sustentável em relação aos insumos químicos convencionais, os bioinsumos utilizam mecanismos naturais para promover ganhos de produtividade e eficiência.

Nesse contexto, ao longo de 2025 o grupo PET dedicou-se à realização de diversas pesquisas em laboratório voltadas à identificação e avaliação de potenciais bioinsumos, fortalecendo tanto o conhecimento técnico quanto a base científica do grupo. Para esse propósito foram realizados testes de germinação, crescimento radicular e determinação de massa seca, com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes substâncias de origem biológica no desenvolvimento inicial das plantas.

As atividades experimentais tiveram início em fevereiro, com a realização de ensaios utilizando derivados de pescado, buscando verificar seu potencial como bioinsumo no estímulo ao crescimento vegetal. Em maio os estudos foram direcionados à ficocianina, uma proteína extraída de algas, amplamente reconhecida por seu potencial bioestimulante. Na sequência, em junho foram avaliadas algas provenientes de sistemas de tratamento de efluentes.

No segundo semestre, em outubro, foram analisadas microalgas dos gêneros Anabaena e Synechococcus. Por fim, em novembro, os experimentos foram realizados com o uso de Spirulina incluindo avaliações de germinação, crescimento radicular e massa seca.

De modo geral, as atividades desenvolvidas contribuíram significativamente para o aprimoramento das habilidades laboratoriais dos integrantes do grupo PET, além de fortalecer a compreensão sobre o potencial de diferentes bioinsumos no contexto da agricultura sustentável, alinhando-se às demandas atuais por sistemas produtivos mais eficientes e ambientalmente responsáveis.

Agricultura Familiar

A agricultura familiar no Brasil é responsável por cerca de 70% dos alimentos que chegam às nossas casas e enfrenta inúmeros desafios, como infraestrutura deficiente, problemas de comunicação e dificuldades de transporte. 

O Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) deu continuidade, ao longo de 2025, ao seu projeto de extensão focado nas “Necessidades da Agricultura Familiar na região Sul do Estado”.

Este trabalho é uma sequência das atividades iniciadas em 2020, que resultaram em um diagnóstico inicial importante. No ano anterior, em 2024, o grupo entrevistou 80 produtores familiares e identificou que a ausência de sistemas de irrigação era uma das principais dificuldades, com 69% dos entrevistados não utilizando essa tecnologia.

Figura 1 – Cabeçalho do questionário aplicado.

Link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSexvjDKNAlgxxyAixHDfswxigDyv3jRrpQfSQvclyo0FpOSWw/viewform?usp=header

Para o ano de 2025, o PET Engenharia Agrícola planejou uma nova fase do projeto, com uma metodologia estruturada e com objetivo geral de continuar o levantamento de dificuldades para buscar auxiliar os agricultores com suas demandas.

Ao longo deste ano, o grupo desenvolveu diversas atividades importantes. A primeira etapa metodológica consistiu em uma revisão bibliográfica aprofundada, essencial para estudar as culturas produzidas pelos agricultores familiares da região e compreender os principais problemas já documentados. Em seguida, com base no planejamento e no conhecimento adquirido, o grupo elaborou os formulários necessários para a segunda etapa, destinada ao levantamento de informações junto aos pequenos agricultores.

Além disso, buscando ampliar o alcance da pesquisa em comparação aos anos anteriores, quando a coleta de dados se concentrava sobretudo em redes de contato próximas à região de Pelotas, o grupo adotou novas estratégias de divulgação. Foram utilizadas diferentes mídias sociais, como Instagram e Facebook, com o objetivo de atrair respondentes de uma área geográfica mais ampla do Sul do Rio Grande do Sul.

Apesar do esforço de divulgação em novas plataformas, a captação de respondentes externos mostrou-se um desafio nesta fase. O grupo segue analisando os resultados desta etapa de disseminação para ajustar os métodos de coleta.

O projeto continua com seus objetivos de conhecer os desafios do pequeno produtor, buscar parcerias com os produtores para testes de tecnologia e com órgãos municipais, visando sempre o desenvolvimento de soluções que otimizem os processos agrícolas e melhorem a qualidade de vida no campo.

Visitas Técnicas

O projeto de Visitas Técnicas do PET–Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Pelotas desenvolveu ao longo do ano de 2025 uma série de ações fundamentais para aproximar os estudantes da realidade profissional do agronegócio, proporcionando experiências práticas que complementam os conteúdos trabalhados em sala de aula. A seleção dos locais visitados ocorreu a partir de discussões e conversas realizadas durante reuniões internas do grupo, bem como pela escuta ativa dos alunos do curso, que contribuíram indicando os segmentos e empresas que mais despertavam interesse para seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Considerando essas sugestões e avaliando a relevância das instituições para a Engenharia Agrícola, foram definidos como destinos principais a empresa de assessoria e gestão agropecuária Safras & Cifras e a indústria Pomerano Alimentos. Ambas as visitas foram planejadas com o objetivo de oferecer aos participantes uma visão ampla e aprofundada sobre áreas estratégicas do agronegócio, indo desde a gestão e sucessão familiar até o processamento industrial de alimentos.

A segunda visita técnica foi realizada na Pomerano Alimentos, localizada no município de São Lourenço do Sul, empresa que se destaca pela produção de alimentos derivados do leite, como queijos, iogurtes, manteigas e outros produtos lácteos. Durante a atividade, os estudantes tiveram contato direto com diferentes etapas do processamento industrial, iniciando pela recepção do leite e seguindo por processos como pasteurização, padronização, coagulação, dessoragem, prensagem, maturação, envase e armazenamento. A equipe técnica explicou detalhadamente os fluxos produtivos e as tecnologias empregadas, destacando os cuidados essenciais com higiene, controle microbiológico, temperatura, tempo de processamento e rastreabilidade, fatores fundamentais para garantir qualidade e segurança alimentar. Os alunos também tiveram a oportunidade de observar equipamentos específicos da indústria láctea, como tanques de expansão, pasteurizadores, dornas de fabricação, câmaras frias e sistemas automatizados de envase. Essa experiência permitiu relacionar conteúdos estudados em disciplinas como pós-colheita, operações unitárias, microbiologia, qualidade de alimentos e engenharia de processamento, compreendendo na prática como o leite é transformado em produtos finais com alto valor agregado.

A segunda visita realizada foi à Safras & Cifras, empresa reconhecida nacionalmente pela atuação em consultoria especializada em gestão, governança, planejamento estratégico e sucessão familiar no agronegócio. Durante a atividade, os estudantes foram recebidos por profissionais experientes, que apresentaram a estrutura organizacional da empresa e explicaram como o trabalho de gestão profissionalizada é determinante para a sustentabilidade econômica de propriedades rurais. Os participantes puderam compreender como a análise financeira, a gestão de pessoas, a organização patrimonial e a preparação das gerações para sucessão influenciam diretamente a continuidade das empresas agrícolas. Além disso, foi possível observar casos reais e exemplos de metodologias adotadas pela consultoria, demonstrando como a integração entre aspectos técnicos e administrativos é essencial para o desenvolvimento de propriedades modernas e competitivas. A visita proporcionou uma oportunidade única para que os alunos percebessem a amplitude de atuação do engenheiro agrícola, que não se limita aos processos operacionais, mas também abrange a tomada de decisões estratégicas dentro do setor.

Durante o percurso pelas instalações, os participantes também puderam esclarecer dúvidas sobre logística, controle de umidade, gestão de resíduos, eficiência energética e rastreabilidade dos produtos, temas que reforçam a importância do engenheiro agrícola na interface entre produção primária e agroindústria. A receptividade da equipe da Pomerano Alimentos, aliada à possibilidade de conhecer os processos de perto, contribuiu para tornar a visita uma experiência extremamente enriquecedora, ampliando o entendimento do papel da tecnologia e da organização produtiva dentro do setor alimentício.

De modo geral, as visitas técnicas realizadas pelo PET-EA ao longo do ano cumpriram plenamente seus objetivos, oferecendo aos estudantes vivências significativas que fortaleceram sua percepção sobre o campo profissional e expandiram sua compreensão sobre as múltiplas áreas de atuação da Engenharia Agrícola. Embora algumas propostas de visitas adicionais não tenham sido concretizadas devido à falta de retorno de certas instituições e limitações de recursos, as atividades efetivamente realizadas demonstraram alto impacto formativo, aproximando teoria e prática e incentivando os alunos a refletirem sobre seus caminhos profissionais. O contato direto com especialistas, equipamentos, ambientes de trabalho reais e processos produtivos permitiu aos participantes desenvolver habilidades técnicas e interpessoais, além de estimular maior interesse pelas áreas visitadas e reforçar a importância da ética, da responsabilidade social e da gestão eficiente no agronegócio contemporâneo. Assim, o projeto reafirma seu papel fundamental na formação acadêmica e profissional dos futuros engenheiros agrícolas, consolidando-se como uma das ações mais relevantes do PET ao longo do ano.

Figura 1: Visita técnica a empresa Pomerano Alimentos

Figura 2: Apresentação da empresa Safras e Cifras

Figura 3: Visita técnica na empresa Safras e Cifras

VI ConectAgro

No ano de 2025, o VI ConectAgro ocorreu, pela primeira vez, em formato híbrido, sendo transmitido pela plataforma do Youtube, no canal do grupo PET – EA, ocorrendo também, de forma presencial no Campus II da Universidade Federal de Pelotas e foi realizado com o apoio do Diretório Acadêmico do Curso de Engenharia Agrícola. 

O VI ConectAgro foi realizado entre os dias 07 e 09 de maio de 2025 no Campus II da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob o tema “Estratégias para um agro competitivo”. O evento ocorreu de forma presencial e contou também com transmissão ao vivo pelas plataformas do YouTube e Instagram, ampliando o alcance ao público externo. Sua organização envolveu um extenso processo de planejamento, dividido em etapas que contemplaram desde a definição das temáticas das palestras até a elaboração dos certificados finais, garantindo uma execução estruturada e eficiente.

Para operacionalizar todas as demandas, foram criadas comissões específicas dentro do PET–Engenharia Agrícola: a Comissão Geral ficou responsável pela coordenação das atividades e tomada de decisões; a Comissão de Palestrantes realizou a busca, seleção e contato com os profissionais convidados; a Comissão de Visitas Técnicas planejou e organizou a visita de campo; a Comissão de Mídias foi encarregada de toda a divulgação e transmissões ao vivo; e a Comissão de Inscrições e Certificados administrou os formulários, controle de presença e emissão de certificados. A divisão das responsabilidades permitiu que cada etapa fosse conduzida com maior organização e especialização.

O evento contou com quatro palestras, selecionadas estrategicamente para atender às principais áreas de interesse dos estudantes do curso. A primeira delas, intitulada “Inovações em Máquinas Agrícolas”, destacou-se por apresentar avanços tecnológicos aplicados aos equipamentos utilizados no campo, tema de grande interesse dos ingressantes devido à forte presença tecnológica e ao apelo prático dessa área. A segunda palestra, “Uso da Inteligência Artificial no Agronegócio”, abordou ferramentas digitais emergentes, aplicações de IA para tomada de decisão e potencial transformação dos processos agrícolas. A terceira palestra tratou do tema “Mercado Energético no Agro”, explorando tendências, fontes alternativas e impactos econômicos relacionados ao uso de energia nas propriedades rurais. Por fim, a palestra “Irrigação e Drenagem” apresentou técnicas fundamentais para manejo hídrico, tema altamente relevante para a produção agrícola da região Sul e para as demandas de sustentabilidade hídrica.

Além das palestras, o evento promoveu uma visita técnica à empresa Pomerano Alimentos, localizada no município de São Lourenço do Sul. Durante a visita, os participantes puderam observar diretamente o funcionamento da indústria, com foco em processamento de alimentos, equipamentos utilizados, linhas de produção, sistemas de controle e tecnologias que conectam a engenharia agrícola à agroindústria. Essa experiência proporcionou contato real com processos industriais, aproximando os estudantes da prática profissional e ampliando a compreensão sobre a área de Engenharia de Processamento de Produtos Agrícolas.

Outro destaque do VI ConectAgro foi o minicurso de Excel, pensado especialmente para os estudantes ingressantes, que muitas vezes chegam ao curso com pouca familiaridade com ferramentas de organização e análise de dados. O mini curso abrangeu conceitos fundamentais, como criação de tabelas, inserção de fórmulas, construção de gráficos e manipulação de dados, contribuindo diretamente para o desenvolvimento de habilidades essenciais para elaboração de relatórios técnicos e análises acadêmicas. O minicurso rendeu certificado próprio de 4 horas, podendo ser realizado independentemente das demais atividades do evento.

Para garantir o controle de presença e coleta de avaliações, ao final de cada palestra era disponibilizado um QR Code, direcionando os participantes para um formulário onde registravam presença e avaliavam a atividade. Essa metodologia permitiu rapidez no processamento dos dados e melhor acompanhamento dos participantes. Para obtenção do certificado de 20 horas referente ao evento completo, os inscritos deveriam atingir no mínimo 70% de presença nas atividades. Após o encerramento, a equipe responsável consolidou as informações, verificou a situação de cada participante e emitiu os certificados correspondentes.

Figura 1: Palestra sobre o uso da Inteligência Artificial.

Figura 2: Palestra sobre inovações em máquinas agrícolas

Figura 3: Palestra sobre irrigação e drenagem.

Figura 4: Palestra sobre o mercado energético no agro.

Figura 5: Visita a empresa Pomerano Alimentos.

Figura 6: Mini curso de Excel.

O evento registrou 75 inscrições, das quais 68 resultaram em certificados emitidos. As avaliações do público demonstraram alto nível de satisfação: todas as palestras receberam notas acima de 9,5, com destaque para “Inovações em Máquinas Agrícolas”, que alcançou a maior média, seguida pela palestra de Irrigação e Drenagem, que recebeu excelente retorno pela relevância prática e regional do tema. O minicurso contou com a participação de 37 alunos e a visita técnica foi amplamente elogiada, destacando-se como um dos momentos mais enriquecedores do evento.

De modo geral, o VI ConectAgro consolidou-se como uma atividade de grande impacto formativo para os estudantes, promovendo integração entre diferentes períodos da graduação, contato direto com profissionais experientes, vivências práticas e aprimoramento de competências essenciais para a formação do engenheiro agrícola. Além de beneficiar os participantes, o evento também contribuiu para o desenvolvimento dos membros do PET, que aprimoraram habilidades de planejamento, organização, comunicação e análise crítica, fortalecendo o vínculo entre ensino, pesquisa e extensão dentro da universidade