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  • Nota Oficial sobre o estudo Epicovid19

    Nota Oficial

    A administração da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vem a público prestar necessários esclarecimentos sobre a pesquisa EPICOVID19-BR, o maior estudo populacional sobre o coronavírus no Brasil. O estudo é coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, que há cerca de 40 anos, realiza estudos epidemiológicos em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. O EPICOVID19-BR é financiado e apoiado pelo Ministério da Saúde, tendo em vista essa experiência de mais de 40 anos da UFPel em pesquisas similares, além da experiência exitosa do EPICOVID19-RS, que já concluiu três fases, incluindo a testagem de anticorpos para coronavírus em 13.189 pessoas, de nove cidades gaúchas.

    O projeto EPICOVID-BR foi submetido à apreciação ética da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), tendo sido aprovado no dia 28 de abril de 2020, sob o número CAEE 30721520.7.1001.5313. Para a coleta de dados, foi contratado, após processo seletivo, o IBOPE, empresa com larga experiência em estudos populacionais. Todos os requisitos éticos e de segurança estão sendo seguidos, incluindo o uso de equipamentos de proteção individual, a inclusão apenas de entrevistadores com teste negativo para anticorpos do coronavírus e instruções para o descarte dos materiais, conforme pactuado com o Ministério da Saúde.

    O Ministério da Saúde responsabilizou-se por contatar os 133 municípios participantes da pesquisa, o que ocorreu por meio de ofício durante essa semana. Além disso, o estudo está divulgado na capa da página oficial do Ministério da Saúde (www.saúde.gov.br). Infelizmente, desde o início do trabalho de campo no dia 14 de maio (quinta-feira), as equipes da pesquisa vêm passando por diversas situações constrangedores, amplamente noticiadas na mídia. Em quase 40 cidades, os pesquisadores estão de braços cruzados, esperando autorização dos gestores municipais, num processo burocrático que pode causar prejuízo aos cofres públicos, visto que a pesquisa é integralmente financiada com recursos públicos.

    Nas situações mais graves, os entrevistadores do IBOPE foram detidos, com uso de força policial, tendo sido tratados como criminosos. Trata-se de cerca de 2.000 brasileiros e brasileiras, que estão trabalhando para sustentar suas famílias, numa pesquisa que pode salvar milhares de vidas, e que mereciam proteção das forças de segurança e uma salva de aplausos por parte de toda a população. Ao contrário, as forças de segurança, que deveriam proteger os entrevistadores, foram responsáveis por cenas lamentáveis e ações truculentas, algumas delas felizmente registradas.

    Por mais que a comunicação formal do Ministério da Saúde aos municípios possa ter chegado muito perto do início da coleta de dados, nada justifica o comportamento de “xerifes” assumido por alguns gestores municipais, que impedem ou atrapalham a realização de uma pesquisa que, com o perdão da repetição, pode ajudar a salvar a vida de milhares de brasileiros.

    Em meio a uma pandemia sem precedentes, o Brasil mereceria que todos os gestores municipais, das 133 cidades incluídas na pesquisa, tivessem o mesmo comportamento da Prefeitura de Manaus, a cidade mais afetada pela pandemia no país, e que mesmo assim, foi a primeira na qual a coleta de dados foi encerrada. Ao invés de citar os maus exemplos, fazemos um agradecimento especial à Prefeitura de Manaus, que soube compreender a relevância da pesquisa, e mesmo vivendo a maior crise de saúde da história do município, permitiu que nossos pesquisadores fizessem o seu trabalho, dando todo o suporte necessário.

    Pedimos que essa nota seja amplamente divulgada, pela mídia, e por toda a população brasileira, especialmente nos municípios cujos gestores municipais não estão permitindo a realização da pesquisa. Apesar de tudo, nossas equipes estarão em campo até a terça-feira, dia 19 de maio de 2020, para garantir que o maior estudo populacional sobre coronavírus do Brasil continue ajudando a salvar a vida de milhares de brasileiros.

    UFPel_Nota-Oficial_EPICOVID19-Pesquisa-que-pode-salvar-vidas

    Fonte: http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/05/17/nota-oficial-sobre-o-estudo-epicovid19/

  • Programa Geronto apoia população idosa

    O projeto de extensão da UFPel Programa de Terapia Ocupacional em Gerontologia (PRO-GERONTO) está desenvolvendo duas ações de apoio à população idosa. A primeira é a elaboração de material informativo que é amplamente compartilhado na internet e com instituições que atendem idosos. A ideia é que idosos que tenham acesso à internet possam receber informações pertinentes ao trabalho do terapeuta ocupacional. As publicações desse material são feitas geralmente a cada 15 dias.

    A segunda ação se refere ao teleatendimento a idosos, especialmente aos que têm dificuldade de acesso à internet. O projeto oferece orientações sobre o COVID-19, cuidados com a saúde mental, depressão e funções cognitivas. Todas as orientações são centralizadas na interferência que cada aspecto citado trás nas ocupações diárias realizadas pelo idoso. As ocupações são atividades do cotidiano e têm toda uma simbologia para que cada um se relacione à saúde, educação, cultura e sociedade. “A preocupação do projeto, assim como também da Terapia Ocupacional, é manter uma vida Ocupacional ativa com máxima independência e autonomia”, disse a coordenadora do trabalho, Zayanna Lindôso .

     

    Fonte: http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/05/15/programa-geronto-apoia-populacao-idosa/

  • Nova etapa de estudo estima que 0,22% dos gaúchos testam positivo para Covid-19

    Dados mais recentes coletados pelo estudo EPICOVID19, pesquisa liderada pela Universidade Federal de Pelotas e pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, sugerem um aumento na prevalência de pessoas com anticorpos para o coronavírus no Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Na terceira fase do levantamento, 0,22% das pessoas testadas apresentaram resultado positivo. Na testagem anterior, realizada no último fim de semana de abril, esse índice havia sido de 0,13%. No primeiro levantamento, há um mês, foi de 0,05%.

    O aumento da prevalência de pessoas com anticorpos no estado veio acompanhado de uma diminuição do número de pessoas respeitando as orientações de distanciamento social. Entre o primeiro levantamento e o último, o percentual da população que relatou sair de casa diariamente aumentou de 20,6% para 30,4%.

    Nesta terceira etapa, realizada no último final de semana, os pesquisadores realizaram 4,5 mil entrevistas e testes, dos quais dez apresentaram resultado positivo. Quatro deles foram apenas em Passo Fundo, município que já vem apresentando números de casos e mortes elevados nas estatísticas oficiais, o que indica a importância de observar diferenças entre as cidades. É interessante notar que um estudo similar foi realizado em Ribeirão Preto (SP), com o mesmo teste, e resultou em uma prevalência de 1,6%, sugerindo a existência de disparidade também entre estados.

    Os novos dados estimam que, para cada milhão de habitantes no Rio Grande do Sul, haja 2,2 mil casos reais de infectados por Covid-19 e apenas 248 casos notificados – ou seja, para cada caso notificado, haveria nove subnotificados. Pela margem de erro, esse número pode variar entre 4 e 16. É importante ressaltar que os números ainda baixos requerem um cuidado extra na interpretação das estimativas.

    O teste utilizado (WONDFO SARS-CoV-2 Antibody Test) avalia anticorpos produzidos pelo organismo após a infecção, e não identifica o vírus ativo logo após o contágio. Ele pode produzir 15% de falsos negativos e 1% de falsos positivos – ainda assim, foi recentemente avaliado como uns dos melhores no mercado.

    “Os casos notificados representam apenas uma parcela do total, confirmando a nossa teoria do iceberg de que existe uma parte visível, representada pelas estatísticas oficiais, e uma parte submersa, que precisa ser conhecida para que sejam tomadas as melhores decisões para o seu enfrentamento”, afirma Pedro Hallal, reitor da UFPel e coordenador do projeto.

    A pesquisa ainda está em andamento. A previsão é realizar, até 25 de maio, entrevistas e testes com 18 mil pessoas em nove cidades gaúchas, mas já foram confirmadas pelo menos mais duas fases, cujas datas serão anunciadas em breve.

    Os dados obtidos no atual estágio da pandemia são similares aos coletados em outros países como Áustria e Islândia. Eles se referem exclusivamente ao estado do Rio Grande do Sul, mas o EPICOVID19 também será replicado no Brasil inteiro. A primeira fase do estudo nacional vai a campo nesta quinta-feira (14). A previsão é coletar amostras em 133 cidades em todos os estados, realizando mais de 33 mil testes em cada uma das três fases, intercaladas por duas semanas, totalizando quase 100 mil pessoas.

    O EPICOVID19 é coordenado pela Universidade Federal de Pelotas e pelo Governo do Estado Rio Grande do Sul. O objetivo do estudo é estimar o percentual de gaúchos infectados pela Covid-19; avaliar a velocidade de expansão da infecção; fornecer indicadores precisos para cálculos da letalidade e determinar o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas. O estudo conta com financiamento do Instituto Serrapilheira, Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta.

    Fonte: http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/05/13/nova-etapa-de-estudo-estima-que-022-dos-gauchos-testam-positivo-para-covid-19/http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/05/13/nova-etapa-de-estudo-estima-que-022-dos-gauchos-testam-positivo-para-covid-19/

  • PRAE divulga resultados parciais do Sisu, Pave e do edital de Reingresso, Reopção, Transferência e Portador de Título

    A PRAE divulgou o resultado parcial do SISU e PAVE (1ª, 2ª e 3ª convocações) e o resultado parcial do edital de Reingresso, reopção, transferência e portador de diploma, confere aqui:

    1ª convocação:

    SISU https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/05/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-04-2020/

    PAVE https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/05/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-05-2020/

    2ª convocação:

    SISU https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/06/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-07-2020/

    PAVE https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/06/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-08-2020/

    3ª convocação:

    SISU https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/07/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-09-2020/

    PAVE https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/07/resultado-parcial-edital-vinculado-prae-10-2020/

    Edital Reingresso, reopção, transferência e portador de diploma: https://wp.ufpel.edu.br/prae/2020/05/07/resultado-parcial-edital-prae-03-2020-transferencia-reingresso-reopcao-portador-de-diploma/

     

    Fonte: http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/05/11/prae-divulga-resultados-parciais-do-sisu-pave-e-do-edital-de-reingresso-reopcao-transferencia-e-portador-de-titulo/

  • Pós-Graduação em Epidemiologia abre seleção de alunos para programa estratégico emergencial

    O Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel divulga editais de seleção de alunos para Mestrado e Doutorado em Epidemiologia – Programa Estratégico Emergencial de Prevenção e Combate a Surtos, Endemias, Epidemias e Pandemias. Acesse os editais no link:

     http://www.epidemio-ufpel.org.br/site/content/sala_imprensa/noticia_detalhe.php?noticia=3101

    Informações adicionais podem ser obtidas em contato pelo e-mail secretaria.ppge@gmail.com.

  • UFPel prorroga a suspensão das atividades acadêmicas até 31/05

    A UFPel por meio de publicação da Portaria nº 791 de 27/04/2020 prorroga até 31 de maio a suspensão das atividades acadêmicas e do Calendário Acadêmico 2020. A portaria também determina que a realização das atividades administrativas continue a dar-se por meio de trabalho remoto, no que couber, até o dia 31 de maio de 2020.

    Saiba sobre a proposta de Calendário Acadêmico Alternativo em http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/04/27/ufpel-estuda-calendario-academico-alternativo-para-o-primeiro-semestre/.

  • UFPel aprova antecipação de formatura de cursos de saúde

    O Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (Cocepe) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aprovou na manhã desta quinta-feira (16) a regulamentação interna sobre a antecipação da colação de grau de cursos na área da saúde. A decisão é referente à portaria do MEC que dispõe sobre o tema como ação de combate à pandemia do novo Coronavírus.

    Estão aptos, conforme os requisitos, 45 alunos de Medicina, um de Enfermagem e dois de Farmácia – que podem aderir a essa antecipação, se assim desejarem. Após a divulgação do documento pelo Cocepe, os colegiados agendam, em acordo com a Coordenação de Registros Acadêmicos (CRA), as datas da colação on-line.

    A proposta de regulamentação foi elaborada pela Pró-Reitoria de Ensino, em discussão com os cursos, e previamente analisada pelo Comitê Acadêmico da UFPel na Pandemia de Covid-19, que deu parecer favorável à antecipação.

    De acordo com a portaria, assinada nesta sexta (17) pelo reitor Pedro Hallal, os cursos da área da saúde (Medicina, Enfermagem e Farmácia) farão o levantamento e chamamento dos estudantes que se encontram em final de curso – no caso da Medicina, com 75% da carga horária do internato concluída, e nos casos da Enfermagem e da Farmácia, com 75% da carga horária de estágio obrigatório concluída, aptos à antecipação de conclusão do curso.

    Para terem direito à antecipação, os estudantes não poderão ter pendências com outros componentes curriculares previstos para a integralização curricular.

    Os candidatos à conclusão do curso deverão assinar um termo de responsabilidade, atestando ciência das condições estabelecidas na legislação vigente para a antecipação da colação de grau e ciência de sua responsabilidade quanto à realização de seu registro no respectivo conselho profissional. Na documentação dos formandos ficarão registrados os termos da conclusão do curso.

    Para os egressos que anteciparão a conclusão do curso, a Universidade oportuniza a modalidade de matrícula denominada de Regime Especial, caso seja do interesse o retorno para aprofundamento em área específica.

    Regulamentação
    A decisão atende à MP 934, de 1 de abril – que estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo do ensino superior decorrentes das medidas para enfrentamento da situação de emergência de saúde pública – e da Portaria n. 383/MEC, de 9 de abril, que dispõe sobre a antecipação da colação de grau para os alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia, como ação de combate à pandemia do novo Coronavírus – Covid-19.

     

    Fonte: http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2020/04/18/ufpel-aprova-antecipacao-de-formatura-de-cursos-de-saude/

  • Coronavírus: UFPel busca voluntários para trabalho em pesquisa

    A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está recrutando profissionais e estudantes da área da saúde para atuar como voluntários em pesquisa inédita sobre a prevalência do coronavírus na população de Pelotas. Encomendado pelo Governo do Estado do RS, o estudo irá levantar, com base científica, a proporção de casos da doença e auxiliar na elaboração de estratégias de saúde pública no combate à pandemia. Os voluntários irão realizar entrevistas domiciliares e aplicar testes rápidos para a Covid-19 em quinhentos moradores da zona urbana do município, sorteados aleatoriamente para participar do estudo.

    Os pré-requisitos para o trabalho voluntário incluem:

    – ser profissional ou estudante da área da saúde, com noções sobre procedimentos de segurança em condutas de saúde;

    – estar fora do grupo de risco, ou seja, ter menos de 60 anos de idade, não ser fumante, e estar livre de doenças crônicas (como hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, insuficiência cardíaca, renal ou doença respiratória crônica)

    – dispor de veículo automotivo e carteira de motorista;

    – ter registro no PIS (Programa de Integração Social), preferencialmente;

    – de preferência, dispor de telefone celular com sistema operacional Android para aplicação dos inquéritos.

    Para se cadastrar, os voluntários devem enviar mensagem eletrônica para pesquisacovid19ufpel@gmail.com com as informações de:

    – nome completo, endereço, telefone para contato, números de RG (carteira de identidade) e CPF (Cadastro de Pessoa Física)

    – área de formação, ou curso e semestre de graduação em andamento (estudantes devem anexar atestado de matrícula)

    – dados de conta bancária: números de agência e conta corrente.

    Todos os voluntários irão receber treinamento especializado para uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s) e realização dos testes e questionários. Além disso, serão fornecidas ajudas de custo de R$ 50,00 para cobrir gastos de combustível e R$ 10,00 por aplicação de questionário. A estimativa é de que sejam realizadas vinte entrevistas – dez em cada dia de coleta de dados. Ao final, serão emitidos certificados de participação voluntária na pesquisa.

    O estudo conta com o financiamento de parceiros privados: Unimed Porto Alegre, Instituto Floresta, também da capital, e Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.

    Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail pesquisacovid19@gmail.com.

  • Covid 19 – embasamento para a tomada de decisão

    SOBRE O MOMENTO, A LÓGICA E O BOM SENSO: “apenas uma flor, capitão”
    COVID 19 – 28 mar 2020, sábado, 08h42

    O meu argumento é CONTINUEM EM CASA. Este não é um texto científico. Até porque a ciência médica também tem os seus limites. E um deles é o senhor tempo. Nenhum cientista viveu até 2030 para analisar as estatísticas sobre as pessoas contaminadas, comparar com as não contaminadas, aplicar os testes e estabelecer as generalizações que tanto precisamos hoje. Tão pouco invocarei o bom senso, porque precisamos tomar decisões sérias e rápidas. Porque precisamos correr, mas precisamos correr para o lado certo. E o bom senso pode nos enganar neste tipo de cenário.

    “Em momentos críticos, o homem vê exatamente o que deseja ver.” Sr. Spock, o vulcaniano, uma mistura de lógica e empatia, do seriado Jornada nas Estrelas, um dos poucos programas na televisão em Uruguaiana na década de setenta. A ciência médica tem nos ensinado uma dura lição há décadas: a premência de fazer algo, de tomar uma atitude, de usar o bom senso, nem sempre é o melhor a ser feito. Apesar dos franceses, há mais de trezentos anos, terem sido os pioneiros no uso da matemática para apoiar a tomada de decisão médica, lembrem-se das ventosas e das sanguessugas para tratamento de pneumonia, ainda na década de 80, durante minha faculdade, o referencial para a tomada de decisões era a fisiopatologia, ou seja, o bom senso. E fazia sentido, porque era o que tínhamos de melhor. Nesta década, a medicina mudou. A forma de decidir mudou. Vejam por que mudou. Até então, se o doente vinha ao consultório e apresentasse muitos batimentos prematuros do coração, um tipo de palpitação, o médico deveria lhe receitar um antiarrítmico embasado no bom senso, pois os antiarrítmicos pareciam proteger os doentes com infarto agudo do miocárdio e com as mesmas palpitações. Pois vamos, então, aos números: foi iniciado um estudo justamente para ver se os doentes ambulatoriais com palpitações estariam realmente se beneficiando dessa intervenção. O estudo precisou ser interrompido logo no início, porque o grupo que tomava o antiarrítmico estava morrendo mais do que o grupo de tomava um comprimido “de farinha”, de placebo. Aqui nasce, para a medicina, uma outra forma de pensar. A chamada medicina embasada em evidências, em provas, as “evidences” do inglês. E essa é a primeira lição que a ciência médica pode nos ensinar nesse momento crítico. O bom senso pode iluminar, mas nem sempre ilumina o lado certo.

    Mas se o bom senso não é suficiente e se a ciência não chegará a tempo, que vamos fazer? Outra verdade para o nosso momento é que a ciência não tem a resposta definitiva para tudo. E nem nunca terá. Até porque, para ser científico, o conhecimento precisa ser passível de ser refutado, segundo Karl Popper, o filósofo da ciência moderna. Se não puder ser refutado, deixa de ser ciência e passa a ser dogma religioso. E aqui é que precisamos “chamar pela mãe”, a mãe de todas as ciências: a Filosofia. A sociedade brasileira está em xeque. Por um lado, o coronavírus que mata pessoas no mundo inteiro, por outro lado a questão econômica ameaçada pela única saída lógica nesse momento: o isolamento social. Nós gaúchos sabemos que, apesar do susto, chimarrão não mancha. Se tiver paciência e não esfregar, o desastre seca e a mancha sai com um soprão. Filosoficamente, esse é o momento de definirmos quais são os nossos verdadeiros valores. Vejam se faz sentido aplausos para os profissionais da saúde que estão saindo dos seus lares para morrer por um sistema que não coloca o ser humano em primeiro lugar. Não há coerência nisso. Mas, então, vamos todos nós morrer de fome? É claro que não! Primeiro, todo mundo para dentro de casa. Saímos da situação de xeque. Segundo, usamos a nossa razão, a nossa inteligência, análises de custo benefício, para decidirmos quem sai, como sai e quando sai. A economia depende da nossa inteligência. Vejam quantas sociedades completamente destruídas se reergueram e nem demorou tanto assim. Vejam o Japão, vejam a Europa, vejam nossa vizinha São Lourenço do Sul depois do “tsunami”. Não percam as esperanças. Nós podemos! Mas precisamos continuar vivos.

    E, para aqueles que consideram a razão pura incompatível com o afeto, resgatei outra frase do vulcaniano:

    “Uma pessoa pode começar remodelando a paisagem com apenas uma flor, Capitão.

    Samir Schneid, professor de clínica médica