Exposição Individual Daniel Acosta//// Natureza para Aurora de um novo tempo
Exposição individual do artista Daniel Acosta na Galeria ‘A Sala’ do Centro de Artes da UFPEL, de 8 de novembro a 8 de dezembro de 2018.
Intitulada ‘Natureza para a Aurora de um Novo Tempo” a exposição é a segunda individual do artista na cidade de Pelotas. Professor do Centro de Artes da UFPEL há quase 30 anos, Daniel vem dividindo seu tempo entre o trabalho de arte e a sala de aula. Nesta individual o artista preparou uma instalação específica para o espaço da galeria, tentando dar conta do contexto atual vivido no Brasil.
Para tanto o artista apresenta um desenho executado diretamente na parede da galeria, duas esculturas afixadas nas paredes e uma escultura de solo. No desenho um padrão de madeira retirado de uma fórmica da década de 70 (pau ferro) recobre a parede em toda a sua extensão, configurando algo como uma floresta ou uma mata densa de troncos de árvores. Em outra parede duas esculturas simulando toldos, estruturadas em madeira e recobertas com tecido verde com padrão de camuflagem. No solo uma escultura em compensado, revestida de fórmica com padrão madeira, se interpõem no espaço como uma reticula orgânica, um padrão ornamental vazado.
Para esta instalação, o artista faz uso dos elementos que tem caracterizado sua trajetória como os padrões de madeira, seja nos desenhos ou esculturas, um certo caráter ornamental que perpassa toda a sua produção, e no caso deste trabalho o padrão de camuflagem.
Relacionados entre si os elementos configuram uma certa natureza artificial ou estandardizada, feita para o espaço interno, para dentro da arquitetura da sala de exposição. Enquanto os elementos verticais no padrão do desenho remetem a uma possível mata ou floresta, os toldos estabelecem como que duas semi-arquiteturas que se projetam da parede, lugar para se estar em baixo, revestidos com os padrões de camuflagem, cada dia mais presentes na visualidade do cotidiano brasileiro. Essa questão da substituição da experiência mesma vivida na natureza, pela experiência em espaços artificiais que simulam a natureza, já vem sendo abordada pelo artista desde sua conhecida série de ‘Paisagens Portáteis’, trabalho do doutorado desenvolvido junto a USP em São Paulo.
Com vasto curriculum de atividades junto ao contexto da arte brasileira e também internacional, participou de coletivas de grande importância como as Bienais do Mercosul e São Paulo, além de individuas realizadas em museus e galerias de arte. Tem seu trabalho representado pela Galeria Casa Triângulo de São Paulo desde o início dos anos 90.
Recentemente realizou trabalho específico para o Octógono da Pinacoteca de São Paulo, uma plataforma giratória que ficou 5 meses girando no espaço da instituição.
Em abril último lançou na SP-Arte em São Paulo, livro contendo grande parte de sua produção dos últimos 30 anos, entre desenhos, esculturas, instalações, fotografias, mobiliário urbano e intervenções na paisagem. O livro será lançado no próximo dia 13 junto ao Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo como uma atividade paralela a Feira do Livro.
Coordenação: Kelly Wendt e Clovis Martins Costa
