DES/ARTiculações Extemporâneas foi a ultima exposição da galeria A SALA do ano de 2018 e reuniu os formandos 2017 do bacharelado e licenciatura em Artes Visuais do Centro de Artes.
A exposição coletiva traz trabalhos dos artistas e pesquisadores que possuem uma diversidade de interesses e expressam de diferentes maneiras suas ideias.
O desafio proposto a esse grupo, que se reuniu somente para a exposição, era pensar o espaço e seus trabalhos nele. Os artistas Cibele, Gil, Elivelto Souza, Rafael Zé, Kathleen Oliveira, Maurício Ploenals e Tarla Roveré ARTicularam pensamentos e produções para reunir suas proposições e apresentar para o publico um conjunto coerente entre espaço e proposta. Assim, DES/ARTiculações Extemporâneas traz em seu conceito a ausência de coesão de ideias e a diferença como problemática de algo que ocorre fora do momento que se almeja, articuladora instaurada para a arte e para a vida,.
A coletiva foi aberta dia 18 de dezembro as 19 horas e permaneceu até dia 08 de março de 2019. A galeria A sala fica no Centro de Artes, na Alberto Rosa 62, UFPel.
Segue algumas informações sobre os trabalhos:
Elivelto Souza mostra
O trabalho que explora o farol, uma torre elevada que emite intensa luz e sinal sonoro, guia os navios e aviões durante a noite. Sua luz, que se direciona às estrelas ou tempestades, oferece proteção. O som da sirene atravessa as tempestades, seus raios salvam a vida das naves e dos marinheiros. Do mesmo modo, do que seria capaz uma percepção-farol? Nos proteger e proteger as coisas do mundo?
Kathleen Oliveira, mostra Rasto da costura, o corpo do caminhante registra os eventos transcorridos do seu deslocamento, suas sensações físicas e psicológicas. É através do meu olhar sobre outros caminhar, que procuro ver o que passou, o que aconteceu, o que nos tocou, o que ficou.
“A estrutura física do território reflete-se sobre o corpo em movimento (CARERI, 2012, p.133)”.
Maurício Ploenals.
Apresenta Célula Autônoma de Manejo Sustentável Urbano, uma
Performance- instalação que consiste mostrar registros da ação que ocorre em ambiente urbano, onde a figura percorre por entre o trânsito a procura de árvores frutíferas. Sobre um dispositivo de prolongamento dos membros inferiores.
A indumentária proporciona o alcance as copas das árvores, facilitando assim a colheita de alimentos na cidade. A proposição sugere um desvio na escala do corpo em relação ao espaço construído, buscando uma interação direta com a paisagem.
Rafael ZÈ
Apresenta, Pinturas Grotescas Metáforas como modelo de pensamento que ocorre durante os processos pictóricos do espaço desconhecido e profundo, escuro e frio. Pinturas de monstros, seres que habitam grutas, que se escondem em cavernas imaginárias. Grotescos, exagerados, desproporcionais.Com uma representação exacerbada do corpo que projeta um monstro na tela. Da pintura, literatura, cinema, televisão. São muitos os suportes em que encontramos referências aos monstros imaginários. Recorro a diferentes tipos de imagens para reformar imagens. Preciso delas para pintar. Trabalho através do procedimento de apropriação e releitura dessas imagens pré-existentes com as quais edito fotomontagens que são os modelos para as pinturas.
Tarla Roveré
Apresenta um corpo institucional através de uma fotografia performática, uma reflexão e experimentação do corpo com o a escola, resignificando o olhar e a existência no espaço de formação. Mas fui surpeendida por uma opressão e um controle institucional que eu mesma já carregava dentro de mim e das minhas experiências. Levei estas experimentações, então, para o espaço da universidade, a qual frequento há cinco anos e mudou muito o meu olhar e visão de mundo para a vida. Porém, a solidão, a repressão e a opressão ainda se presentificam no meu corpo e no cotidiano formativo. A escola-prisão e a anatomia política de Foucault (1975) seguida da sociedade de controle de Deleuze (1992) estão presentes nesta obra.”
(colaboração fotográfica de Lucas Galho)