A produção agrícola, a geração de energia e a sustentabilidade do meio ambiente estão entrelaçadas de modo que uma depende da outra para uma existência eficiente e maiores benefícios para aqueles que as promovem e consomem. Sem uma geração de energia constante e de alto grau, não há produção de qualquer espécie ou qualquer rentabilidade. Da mesma forma, sem uma produção de energia ecologicamente planejada, pode causar o declínio do ambiente em que se situa, trazendo malefícios e desvantagens para todos ao redor. Por fim, sem sustentabilidade na produção agrícola, haverá a falta de recursos, uma produção minguada e sem incentivos para continuá-la. É imprescindível que esse ciclo mútuo seja preservado e expandido, para que não haja desequilíbrio e consequências irreparáveis.
Desde o início da produção agrícola, estudos são feitos para que seja melhorada e haja meios de aprimorar os recursos utilizados, além de se tornar cada vez mais rentável e diversificada. Como supracitado, a produção de energia e sua utilização são fundamentais para uma agropecuária sustentável e eficiente.
Atualmente, a diversificação da matriz energética é a chave para uma mudança nos paradigmas de produção, visto que com maiores opções de produção haverá economia e conservação de diversos recursos, que mesmo utilizados para a geração de energia, podem ser revertidos para outras frentes. Desse modo, se vê a geração de energia hidrocinética como uma ferramenta muito bem-vinda na produção agrícola e no auxílio à matriz energética atual.
Com isso, o grupo PET-EA realizou um projeto de pesquisa onde o objetivo principal foi avaliar o potencial de geração da energia elétrica a partir do uso de energia hidrocinética dos canais de irrigação da Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), localizada no município de Camaquã/RS.
A coleta de dados ocorreu no dia 17/11/2022, período em que uma das três bombas utilizadas para irrigação estava desativada, feito isso, foram realizados cálculos e analisados todos os resultados, onde foi possível concluir que, a geração de energia hidrocinética num dos canais de irrigação do Arroio Duro se mostrou inviável no momento. A velocidade média da correnteza com apenas duas bombas de irrigação em pleno funcionamento não atingiu valores satisfatórios, resultando em potenciais baixíssimos e incompatibilidade com qualquer tipo de equipamento voltado à geração de energia hidrocinética.
Figura 1: Petiano Guilherme realizando a coleta de dados.
Também foi possível concluir que a terceira bomba de irrigação não estar ativa é a principal razão por ter afetado os valores encontrados. Essa terceira bomba desativada, afetou diretamente a vazão da água e, consequentemente, a velocidade do fluxo. É possível que, quando as três bombas estejam em pleno funcionamento, haja melhores condições para estipular que tipo de equipamento de geração seria mais adequado.
Este projeto serve para afirmar que o canal de irrigação da AUD possui potencial de geração de energia hidrocinética. Não no momento nem com a tecnologia disponível, no entanto abre espaço para duas propostas: a de transformação do canal e a de desenvolvimento tecnológico. Para extrair o máximo de energia que o canal oferece, é preciso ligar esses dois pontos de forma que um possa ser mútuo ao outro. Uma reforma do canal de irrigação nada será de útil a não ser que uma tecnologia qualquer possa atender às suas características. Da mesma forma, uma tecnologia nova não servirá se não levar em conta o que o canal – e demais canais – de irrigação possui como fatores demandantes. Maiores estudos são necessários nos canais de irrigação da AUD e pode ser expandido, em especial ao Rio Camaquã, que possui um volume de água extremamente maior e permanente.
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