Relato de intercâmbio no exterior de estudante da FO-UFPel

Olá! Meu nome é Ana Beatriz, atualmente sou estudante do 9º semestre da Faculdade de Odontologia da UFPel. Em 2021, me inscrevi no edital do ELAP (Emerging Leaders in the Americas Program) da UFPel e fui contemplada com uma bolsa do governo canadense para estudantes de graduação. Com isso, tive a incrível oportunidade de passar um semestre acadêmico no Canadá, como estudante de intercâmbio (exchange student) na King’s University College at Western University, em London, Ontario. Lá, fui muito bem recepcionada pela equipe de relações internacionais da universidade, que, desde os primeiros e-mails até o dia em que voltei para o Brasil, foram muito atenciosos e responsivos a todas as minhas demandas. Como sou estudante de Odonto na UFPel e a King’s é uma universidade menor e de estudos liberais, cursei disciplinas diferentes do meu escopo habitual. No entanto, todas as disciplinas foram muitíssimo proveitosas e me proporcionaram imenso aprendizado. Escolhi disciplinas relacionadas a escrita acadêmica na língua inglesa, pesquisa qualitativa, determinantes de saúde, e instituições sociais da infância. A King’s é uma universidade menor acoplada a uma maior, a Western University. Portanto, como estudante da King’s, você pode escolher uma das cinco disciplinas possíveis para cursar no main campus da Western, além de usufruir de toda a estrutura da universidade principal.
A infraestrutura e o preparo da King’s e da Western para receber estudantes de todos os lugares do mundo é inigualável. Ambos os campi contam com bibliotecas repletas de livros, computadores para trabalhar, inúmeras salas de estudo fechadas e abertas, refeitórios com diversas opções, salas de convivência, academia, centro de recreação completo com dezenas de opções de atividades físicas e esportes com instrutores, reuniões de clubes, esportes diversos para participar e jogos das equipes da universidade para assistir, entre outros. Os funcionários e professores são muito atenciosos, compreensivos e prestativos. Provavelmente 40 ou 50% dos estudantes não são de origem canadense, então é muito interessante poder interagir e fazer amizades com pessoas do mundo todo. A universidade realiza diversas atividades todas as semanas para promover a integração dos estudantes. Algumas das que presenciei foram: jantas e almoços especiais, noite do sorvete, decoração de abóboras para o Halloween, festa de Halloween dentro da universidade para os alunos, janta de Natal com presença do Santa Claus, entre outras. O ano letivo no hemisfério norte começa em setembro (Fall Term), e sempre antes da primeira semana de aulas, a universidade promove a Orientation Week. A O-Week é uma semana repleta de atividades para promover integração dos alunos com os colegas e na universidade, a recreação e a introdução à estrutura física da universidade. Por motivos de quarentena obrigatória, infelizmente acabei participando apenas dos últimos dois dias e meio da O-Week, mas já foi o suficiente para me apaixonar por tudo, conhecer melhor meus colegas e me divertir muito.
Além disso, a universidade tem um programa de trabalho para os estudantes, o que possibilita ter experiências de trabalho muito interessantes e flexíveis em diversas áreas da universidade, fazer amizades e conseguir obter uma renda. Um aspecto interessante também é que o pagamento pode ser em remuneração na conta bancária ou há a possibilidade de já ser descontado da mensalidade da universidade. Isso se aplica a todos os estudantes locais e internacionais que pagam a mensalidade, mas não se aplica a bolsistas do ELAP e de alguns outros programas, para os quais há isenção de Tuition Fee. Meses antes de ir, apliquei para sete vagas de trabalho em diversos setores da universidade e fui chamada para duas. Trabalhei lá no centro esportivo como Event Staff e Oficial de Vôlei de Praia. Participei de entrevistas para seleção, treinamentos, e trabalhava nos finais de semana e durante algumas noites em dias de semana. Foi uma experiência memorável: me agregou muitíssimo conteúdo e vivência, auxiliou a desenvolver minhas capacidades de comunicação e interação interpessoal, fiz muitas amizades, consegui remuneração suficiente para complementar a bolsa do ELAP e possibilitar pagar minhas compras de supermercado e adquirir um novo computador e celular.
É um grande desafio colocar em palavras tudo o que vivi e senti neste intercâmbio. Desde pequena eu sonhava em estudar e morar no exterior, mas imaginava que só teria condições de fazer isso na pós-graduação. Foi uma grande e grata surpresa o fato de este edital ter aberto mesmo em fevereiro de 2021, em plena pandemia e eu travada no 7º semestre da graduação, e o fato de ter me inscrito e ter dado tudo tão certo (com muito esforço também, com certeza). O período de documentação (desde o momento que você recebe a aprovação no edital até o momento em que você se estabelece na universidade) pode ser um pouco estressante, mas tudo vale a pena e parece pequeno depois. Em resumo, recomendo fortemente a quem tem interesse, a realizar intercâmbios ou ter experiências no exterior. Meu intercâmbio acadêmico foi muito transformador e intenso, e passou voando. Se pudesse, viveria cada momento de novo.

Ana Beatriz Lima de Queiroz
Estudante de graduação da FO-UFPel
Comissão de Mobilidade Acadêmica

Publicado em Notícias.