Pesquisa FAMED!
CNPq – Por que popularizar?
“A partir das mudanças tecnológicas que ocorreram na última metade do século XX, causadas principalmente pelo advento da tecnologia da informação e das novas formas de comunicação, a ciência e tecnologia passaram a ser fundamentais e determinantes para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país, com conseqüências diretas para o mercado de trabalho e para a demanda pela qualificação de profissionais. Diante do processo de democratização, novos questionamentos relativos à responsabilidade social do conhecimento e à conquista da cidadania são igualmente incorporados ao debate, de modo a que os indivíduos desenvolvam maior consciência e responsabilidade pelos seus atos. O desenvolvimento científico e tecnológico atinge, assim, o cidadão comum, que muitas vezes está longe do mercado técnico-científico, mas que deve possuir um pensamento crítico e reflexivo para se posicionar diante dos problemas que o rodeiam. Deverá estar cada vez mais incorporado ao cidadão o espaço dos seus direitos e deveres, influindo no caminho das soluções técnico-científicas e pressionando pela incorporação dos benefícios sociais da pesquisa científica e tecnológica ao seu cotidiano. Bem-estar, segurança e sobrevivência são objetivos a serem perseguidos pelo desenvolvimento científico e tecnológico para toda a humanidade. Porém, para que essa dimensão se concretize, é preciso que os resultados científicos e tecnológicos sejam divulgados para além da academia e alcancem a sociedade, realizando, assim, a popularização da ciência. Nesse sentido, a pesquisa científica e tecnológica deverá ouvir mais a sociedade e, por outro lado, a sociedade deverá acompanhar mais esse desenvolvimento, por meio da sua divulgação para um público amplo. Para isso, a formação escolar deverá desenvolver hábitos mentais e atitudes que atendam ao indivíduo na sua necessidade formativa e informativa, para que ele se torne efetivamente um cidadão consciente de seus direitos e deveres e capaz de exercer a democracia, lidando com o diferente e o antagônico. […] Por outro lado, a formação do indivíduo está cada vez menos restrita ao espaço escolar. Ampliaram-se os espaços de formação complementar, como museus e centros de ciência, exposições, publicações etc., que efetivamente contribuem para a cultura científica, despertando o interesse pela ciência e ampliando o conhecimento de sua importância no cotidiano da vida social moderna, bem como para a conservação do patrimônio histórico e cultural de um povo. A formação do cientista e do tecnólogo, portanto, deve estar aberta às questões éticas do desenvolvimento científico e tecnológico, como também para discutir a responsabilidade ético-político-social do cientista”.
Fonte: CNPq