Jornal SINAPSE Informa: O que preciso saber sobre o Teste de progresso?
Iniciamos, com um tema que muitos provavelmente nunca haviam ouvido falar, contudo recentemente está sendo amplamente comentado e divulgado por causa do surgimento de uma pauta importante: a adesão da FAMED-UFPel ao teste de progresso.
Mas afinal, o que seria este “teste de progresso”?
Surgido nos Estados Unidos na década de 1970, o teste de progresso (TP), desde então, vêm se expandindo pelo mundo e principalmente no Brasil, incentivado pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e demais entidades médicas como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e algumas comissões de residência médica. Dessa forma, atualmente o TP está presente em mais de 30% das escolas médicas do país, com expectativas de abranger 100%.
O teste de progresso é uma avaliação longitudinal de conhecimento do estudante que objetiva promover uma reflexão dos conhecimentos adquiridos ao longo da graduação, bem como permitir à instituição a realização de um diagnóstico curricular, evidenciando possíveis deficiências.
A prova normalmente é composta por 120 questões de múltipla escolha, avaliando o conhecimento cognitivo, o raciocínio e a reflexão sobre ciências básicas, ciências clínicas (Saúde coletiva, pediatria, cirurgia, tocoginecologia e clínica médica), além de conhecimentos sobre ética médica. Aplicada igualmente a todos os semestres o teste possui a intenção de visualizar a crescente evolução do acadêmico, realizando uma análise do seu desempenho, não sendo classificatória ou seletiva.
• Vantagens da realização do Teste de Progresso:
– Permitir uma autoavaliação e reflexão sobre o desempenho acadêmico, identificando lacunas durante o processo de formação, possibilitando o reforço e resgate deste conteúdo;
– Revisão de tópicos importantes para a prática médica;
– Evidenciar ao acadêmico o processo evolutivo de ensino-aprendizado;
– Há correlações da realização do TP com uma melhor performance nas primeiras fases das provas de residência médica;[1]
– A participação do TP contabiliza pontos nas seleções de Residência Médica de vários programas;
– Identificação de dificuldades pedagógicas e curriculares, orientando estratégias de aprendizado;
– Refletir sobre a educação médica na Faculdade em relação às demais instituições de ensino superior.
– Desenvolvimento de políticas de desenvolvimento institucional baseadas nos resultados do TP.
• Desvantagens da realização do Teste de Progresso:
– Limitação financeira;
– Dependente de uma boa organização logística;
– Necessidade de uma ampla participação dos acadêmicos para os resultados serem válidos;
– Déficits em conteúdos abordados durante a graduação;
Além do exposto, o TP se alinha ao indicador do Ministério da Educação (MEC) – Processo de autoavaliação institucional. Desta forma, o teste de progresso abrange de forma completa a educação médica e é uma ferramenta valiosa para a análise situacional do curso em diferentes aspectos.
Nesse sentido, seguindo a proposta trazida em campanha, a gestão NOSSA VOZ propôs a iniciativa de retomar com a amplo debate com a comunidade estudantil, procurando diálogo e constante evolução da qualidade da FAMED, para isso formularam o seguinte questionário de modo a analisar o real interesse, sendo trivial a participação da maior quantidade de pessoas exercendo a própria voz dentro da faculdade: https://forms.gle/5bksZWgb5zSkJQAn7
Equipe SINAPSE- Henrique Meneghetti e Vinicius Queiroz
Logo mais iremos trazer entrevistas e debates para aprofundar este e demais temas relevantes para a comunidade acadêmica. Fiquem ligados e caso possuam sugestões nos contate pelo Instagram @sinapsenoticias ou e-mail: sinapsemedufpel@gmail.com
[1] HAMAMOTO FILHO, Pedro Tadao et al. The Correlation Between Students’ Progress Testing Scores and Their Performance in a Residency Selection Process. Medical Science Educator, v. 29, n. 4, p. 1071-1075, 2019.
[2] BALDIM, Thuany Lacerda; ARCURI, Mariana Beatriz; VICENTE, Claudia Aparecida Oliveira. O teste de progresso sob a visão do discente. Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis, v. 2, n. 1, p. 41-54, 2018.