Criatividade no rolar de dados

Imagem: Thiago Silva/Instagram

O jogo de RPG tem obtido mais adeptos a cada ano e propicia benefícios maiores que apenas a diversão entre amigos

Por Lia Xavier

Imagine a cena: uma caverna iluminada apenas por tochas, onde se pode encontrar todo tipo de adversidade ou criatura que precisa ser vencida. A única forma de derrotá-los tem grande chance de dar errado e, ainda assim, sua perspectiva sobre tudo permanece positiva. Parece loucura? Nos mundos criados para as aventuras de RPG tudo isso é possível.

A sigla, que resume a expressão em inglês Role-Playing Game, é um tipo jogo onde os participantes criam personagens, baseados em determinado local e situação especifica, que deverão interpretar as narrativas, histórias e enredos criados e guiados por um “roteirista”, geralmente chamado de Mestre do Jogo. Cada jogador deverá criar um personagem com uma classe, raça, atributos e características e, com isso, criam uma ficha de seus pontos mais fortes, fracos e habilidades para, então, adentrar esse universo que mescla teatro, ficção, estratégia e, principalmente, sorte, uma vez que cada decisão que for idealizada deverá ser confirmada com o rolar de dados.

Cenário utilizado em uma mesa de RPG. Imagem; Youtube/Reprodução

Criado na década de 70 por dois estudantes de História, esse modelo de jogo se ramificou em vários sistemas, sendo o mais conhecido e jogado deles o Dungeons & Dragons (D&D). Um aspecto bastante positivo dos encontros é o estímulo a criatividade, ao raciocínio lógico e a colaboração que ele promove, sendo, inclusive, recomendado pelo MEC para desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar.

É o que corrobora a psicóloga e também jogadora, Cristal Marques, 26 anos. Para ela, a forma em que o jogo se desenvolve facilita o tratamento de determinados assuntos que podem ser difíceis de trazer a superfície: “A interpretação, principalmente, pode ser usada como forma lúdica de elaboração de questões pessoais, como conflitos com pessoas ou figuras específicas. Pessoalmente, vejo muitas semelhanças no jogo do RPG, se usado terapeuticamente, às técnicas utilizadas no psicodrama.”

Para o jogador Nathan Castro, 27 anos, apesar de ter começado a pouco a se aventurar por este universo, os resultados, em sua opinião, têm sido bastante positivos: “vejo que o que mudou é em relação à forma de interagir socialmente, também em questão de interpretação e estratégia”. Os jogos espelham a vida, e a deixam mais empolgante.

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