Campanha “Eu Menstruo” arrecada absorventes

O projeto de extensão “Mais Juntas” realiza campanha de arrecadação de absorventes pelo terceiro ano consecutivo e traz atenção para a pobreza menstrual

Terceira edição da campanha “Eu menstruo” começou em 13 de março. Foto: Reprodução/UFPel

Por Maria Eduarda Lopes / Em Pauta

No dia 13 de março, o programa de extensão “Mais Juntas”, do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), deu início à terceira edição da campanha “Eu Menstruo”. Com o intuito de arrecadar doações de absorventes para combater a pobreza menstrual na cidade, a ação é uma parceria entre o projeto unificado “Programa Enfrente” e a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC).

As doações serão recebidas até o dia 30 de julho nos pontos de coleta Avena, localizados na Rua Almirante Barroso nº 2216, e na M81 Engenharia, no endereço da Rua Félix da Cunha nº 680.

O acesso a itens de higiene menstrual, como absorventes, é direito garantido aos jovens estudantes do ensino fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e à população carcerária feminina, graças à Lei nº 14.214/2021, por meio do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. No Brasil, mais de 4 milhões de menstruantes não possuem acesso básico a itens de cuidados menstruais nas escolas, sejam eles estruturas sanitárias ou produtos de higiene.

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (ONU), a pobreza menstrual é a falta de recursos básicos, infraestrutura adequada e conhecimento para que as pessoas que menstruam tenham capacidade de cuidar de seu ciclo. É um fenômeno da desigualdade social, racial e de renda, que viola direitos humanos.

A coordenadora do projeto, Larissa Bolzan, explica: “A ideia do ‘Eu Menstruo’ surgiu no começo de 2020 em uma conversa com o Centro de Referência da Mulher, ao notar o quão importante seria se mulheres tivessem suporte quando se trata de menstruação em locais comuns: trabalho, escola, etc.”

“A primeira campanha conseguiu arrecadar 30 mil absorventes, que foram doados para a Universidade, à Prefeitura e algumas instituições parceiras”. Entretanto, a dificuldade para encontrar parcerias para as próximas ações foi exposta. Apesar do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual garantir absorventes às presidiárias na teoria, a situação não se aplica na prática: “As mulheres que mais precisam estão nos presídios e nós não conseguimos ter acesso. Tentamos entrar em contato de várias formas, através de advogados e médicos, e eles não recebem nossas doações de absorventes”.

A campanha “Eu Menstruo” surge como uma ação beneficente, que conta com a participação coletiva da sociedade acadêmica e da população de Pelotas. Para promover a dignidade menstrual, é importante que a sociedade adote abordagens inclusivas e crie espaços seguros onde se discuta o direito à higiene básica para todas as pessoas menstruantes, incluindo os indivíduos trans que são excluídos dessa problemática.

Mais informações podem ser obtidas na rede social do projeto: @programa_enfrente.

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