A Mandala como forma de expressão: a trajetória de Luana Rohr na arte

A artista transforma sentimentos, palavras, sonhos e até mesmo vivências em grandes pinturas coloridas circulares chamadas de Mandalas

Luana e sua arte: Mandalas feitas à mão com cores expressivas / Foto: Instagram @Luanarohr_

Por Gabriella Cazarotti

Luana Rohr é natural de Arroio do Meio, crescida em meio a natureza e paisagens bucólicas do Vale do Rio Taquari, no interior do Rio Grande do Sul. Sua inclinação para a arte é oriunda de experiências familiares e vem do pai, para a artista, a família é um grande estímulo.

“Meu pai era um grande artesão, um grande marceneiro, ele estava sempre criando alguma coisa. Ele tinha uma espécie de oficina onde ele construía muitas coisas, fazia peão. Até o final da vida dele ele estava criando algo novo.” – relembra Luana.

Quando criança, experimentou as diversas áreas dessa veia artística: cantou no coral da escola, se apresentou com grupos de dança e teatro e teve liberdade de criação. A auto expressão sempre esteve presente, “Eu acredito que todo mundo, em algum nível e em algum grau é um ser artístico. E a arte é um canal de expressão daquilo que a gente sente de fato. Hoje eu faço mandalas mas amanhã eu posso estar encenando uma peça de teatro e num outro dia eu posso estar cantando uma música, e no outro eu posso estar construindo uma casa!” – afirma.

Luana exerce duas funções estritamente conectadas: mãe e artista. Respectivamente, essas funções formaram o que ela entende por profissão hoje. Depois de ter sua filha Maya, no período de puerpério, a fase pós-parto do corpo feminino, ela entrou em contato com uma mandala presente na decoração da casa. Seu companheiro havia comprado uma mandala de uma artista de Porto Alegre, e esse objeto estava presente no dia a dia da artista.

— No puerpério da minha filha, que é um momento de redescobrimento feminino, eu senti que eu precisava expressar minhas angústias e dúvidas através da arte. Eu queria muito acompanhar o crescimento da minha vida e não queria mais continuar no CLT. Então eu sentei e fiz uma mandala. Eu não fui atrás de como faz, não pesquisei, não estudei. De tanto visualizar essa mandala que tinha em casa, gravou no meu inconsciente e eu já sabia o caminho. – conta.

“eu posso dizer com firmeza que eu sai de uma depressão pós parto com as mandalas – Luana Rohr”

Maya Rohr, inspiração inicial para a carreira artística de Luana, segurando uma mandala/ Foto: Instagram @luanarohr_

Reconhecendo o potencial das suas peças, Luana decidiu ir para a rua vendê-las. O começo das vendas foi trágico, engraçado e empoderador. A primeira vez que ela saiu para vender as mandalas, escolheu a frente de um banco da cidade de Arroio do Meio. O gerente do banco chamou a polícia para a artista e mandou retirar as peças do local. Posteriormente, a solução para as vendas foi o mercado online, “Aquilo me gerou uma revolta e decidi fazer algo bom com aquela raiva: comecei a usar a internet. Utilizei para oferecer a minha arte para as pessoas”, afirma.

A partir disso, as vendas se tornaram cada vez mais personalizadas. Quem encomenda uma mandala passa por uma conversa com a artista onde se discute a essência daquele objeto. Fala-se sobre intenção, cores, desafios pessoas, sentimentos e qualquer outro elemento que a pessoa deseja que seja transmitido pela artesã. E, então, as mandalas são produzidas.

O trabalho e futuros projetos de Luana podem ser acompanhados pelo seu Instagram, @luanarohr_ 

 

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