A volta do futsal feminino em Pelotas

Malgi estreou na Taça Farroupilha – Região Sul no domingo de Páscoa

Por Luis Collat

A Malgi, equipe pelotense profissional de futsal feminino, está em fase final de
preparação para o início das competições da temporada 2022.
O primeiro compromisso aconteceu neste domingo (17), às 15h30, pela Taça Farroupilha –
Região Sul, contra o Mayorka, de Rio Grande. A competição organizada pela Liga
Gaúcha de Futsal foi a primeira disputa entre equipes femininas do estado no ano, e
teve em seu caráter regional uma boa oportunidade de oferecer melhores condições
para a realização do trabalho das equipes envolvidas.

– A Liga Gaúcha se propõe a fazer essa etapa regional com fomento e isso é o mais
importante. São jogos oficiais, com 2 tempos de 20 minutos, tendo um jogo só por
rodada e não aquela coisa de viajar todo mundo e fazer um torneio de 3 ou 4 jogos
em um fim de semana, colocando as atletas em risco de lesão. Fomentar uma
competição regional nesse início de ano com jogos de custo mais baixo, arbitragem
de custo mais baixo, para que as equipes possam se organizar e jogar o gauchão
em um segundo momento, nós entendemos como uma ideia especial e aceitamos o
convite – declarou Maurício Giusti, técnico da Malgi.

Antes do início do torneio, a equipe pelotense teve a chance de disputar uma partida
amistosa contra as Leoas da Serra, um time de enorme tradição no futsal feminino
mundial. Pouco mais de duas semanas após a reapresentação das atletas, que
ocorreu no dia 15 de março, a Malgi foi até Lages, em Santa Catarina, enfrentar um
grande clube que tem no currículo, entre muitos títulos, uma Libertadores da
América e um Mundial Interclubes, além de ter sido por anos a casa de Amandinha,
eleita 8 vezes a melhor jogadora do mundo.

– A gente se propôs a aceitar o convite das Leoas da Serra por elas serem uma
referência mundial e por nos dar essa oportunidade de jogar uma partida de
altíssimo nível. O objetivo da Malgi é esse: buscar jogos de alto nível e nos colocar
no cenário nacional nesse primeiro momento, então receber convites como esse
mostra que estamos no caminho certo. Há alguns anos, desde que iniciamos a
profissionalização do projeto em 2015, a gente tem feito, anualmente, jogos desse
tamanho, em oportunidades como amistosos de final de ano, algumas competições
de tiro curto como a Taça Brasil sub-20, a Copa do Brasil onde enfrentamos o
Taboão da Serra de São Paulo, então nós temos conseguido nos colocar em
situações contra grandes equipes – disse o técnico.

O resultado final da partida foi um 8×0 para a equipe da casa, mas as lições
proporcionadas pela experiência de enfrentar um gigante da modalidade foram de
grande valor para o time de Pelotas.
– O resultado foi o de menos. Nós estamos acostumados a fazer jogos desse
tamanho e encontrar alguns problemas. Os momentos de preparação das equipes
são muito diferentes, elas estavam há 2 meses trabalhando e estavam há 1 semana
do início da maior competição do futsal feminino nacional (a recém criada Liga
Feminina de Futsal) enquanto nós não tínhamos nem 15 dias de trabalho – declarou
Maurício.

Atleta Carla em sei primeiro jogo com a camisa da Malgi, contra as Leoas da Serra/créditos: Fernanda Woziak Tavares – Assessoria de Imprensa da Malgi

O técnico também destacou que é normal para pessoas que não tenham uma
ligação maior com o esporte associar um placar tão elástico a um jogo ruim da
equipe que saiu com a derrota, mas que na realidade houveram muitos bons
momentos de sua equipe na partida em Lages.

– Fizemos um ótimo jogo, com saída de pressão a dois toques, quebras de linha,
em grandes momentos conseguimos empurrar a linha de defesa delas para trás.
Considerando o altíssimo nível físico e técnico das adversárias, ter momentos de
pressionar, colocar a bola na trave, forçar defesas da goleira, dá uma confiança
para as nossas atletas. E é importante ressaltar a maturidade desse grupo que vai,
se expõe ao resultado, mas sabe o que tirou de positivo do jogo – disse Maurício
Giusti.

Para a disputa da temporada, a Malgi manteve uma base forte vinda da temporada
passada, contando com 9 atletas presentes nos jogos de 2021, além de contar com
alguns importantes reforços, que ainda passam por um processo de adaptação à
nova casa. O treinador reiterou que é um processo lento e importante.

– Tivemos a graça de segurar 90% do plantel para esse ano. Contamos com muitas
pratas da casa, gente que é formada aqui e assume um protagonismo dentro do
jogo. Essa virada de chave é o mais importante. Com isso, as peças que
precisamos trazer vem para complementar o grupo. Temos atletas chegando de
diversos estados, como Ceará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, são
com culturas diferentes e experiências diferentes, cada uma com seu valor que vai
agregar ao projeto, e encontrando o DNA da Malgi para jogar, as coisas fluem
naturalmente – destacou.

Uma das caras novas do elenco que o treinador Maurício destaca é a fixo/ala Carla,
de 25 anos, natural de Minas Gerais. Ela está há cerca de um mês em Pelotas e diz
que as expectativas para a temporada são as melhores possíveis. Sobre sua
experiência como jogadora de futsal, Carla disse ter passado por diversos clubes
desde sua adolescência.

– Passei por alguns clubes de Minas, por Santa Catarina, joguei no Palmeiras em
São Paulo, mas considerando a carreira desde a base o meu currículo é bem
extenso, considerando que saí de casa para jogar futsal aos treze anos – disse a
jogadora. Por fim, Carla comentou a experiência de fazer parte da equipe pelotense
– Hoje é um privilégio para mim estar aqui na Malgi. Para mim, de todas as
estruturas em que já joguei, essa é uma das melhores. É um prazer estar aqui
jogando e espero que seja um bom ano pra mim e também para a Malgi.

Elenco e comissão da Malgi em viagem para Lages, em Santa Catarina, onde enfrentaram as Leoas da Serra/créditos: Fernanda Woziak Tavares – Assessoria de Imprensa da Malgi

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