Desde a sua irrupção, a Análise de Discurso materialista propõe-se como uma teoria de entrelugar. Em seu escopo, é impossível denegar que todo fazer científico é, também, uma tomada de posição. No Brasil, o seu processo de institucionalização está intimamente relacionado à figura de Eni Orlandi, intelectual que nos deu a conhecer Pêcheux e nos ensinou a pensar com ele, a partir dele.
As reflexões de Orlandi – vastas, heterogêneas e combativas – instauram um gesto inédito de interpretação do Brasil. Não pelo viés da história, da sociedade ou do inconsciente, categorias tão caras às Ciências Humanas e Sociais, mas do discurso: um objeto que está no entrelaçamento dessas três ordens, e, ao mesmo tempo, as subsume em sua configuração particular no campo do simbólico, para e por sujeitos.
É nesse estuário que surge “Terra à Vista”, uma das obras magnas da autora. Publicado pela primeira vez em 1990, o livro continua provocando (sempre) novos percursos de sentidos, encontros outros, diferentes formas de compreender e lutar pela realidade brasileira. Celebrando as três décadas deste lançamento, o Laboratório de Estudos em Análise de Discurso (LEAD), sediado nos Programas de Pós-Graduação em Letras das Universidades Federais de Pelotas (UFPel) e do Rio Grande (FURG), convida a comunidade acadêmica a acompanhar as atividades do “Colóquio 30 anos de Terra à Vista: um percurso de sentidos”, a ser realizado nos dias 7, 14 e 21 de julho de 2021.
07 de julho, às 14 horas:
• Conferência “Présences tsiganes en France (et divers pays d’Europe): le traitement politique et la perception de l’Autre, XVIe – XXLe siècle” (com tradução simultânea) – Prof. Dr. Emmanuel Filhol (Université de Bordeaux I).
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