Dupla hermana encanta ruas de Pelotas com sua música
Reportagem de Camila Mascarenhas –

Facu e Sol vieram de Buenos Aires e apresentam covers da cantora francesa Zaz Foto de Nágila Rodrigues
Um conglomerado de pessoas está reunido no calçadão de Pelotas, em volta de uma dupla simpática. O jovem Facu, com uma pequena caixa de som e violão, e Sol, uma moça de boina estilo francês e microfone na mão.
As canções de Ray Charles, misturadas com o francês da cantora Zaz, se escutam a três quadras de distância de onde estão. A alegria do som tocado pela dupla, que se denomina “Navegantes Del Sol”, cria um contraste entre o fim do inverno e o início do verão na região sul. O nome e as canções trazem a alegria de um dia ensolarado.
A dupla de 21 anos, vinda de Buenos Aires, da vizinha Argentina, toca junto há mais de um ano em bares e principalmente no metrô de sua cidade. Conversando em ‘portunhol’ , Facu diz que faz três meses que estão viajando pelos países da América Latina e Sol completa dizendo que, apesar de se sentirem aconchegados em seu país, amaram as praias brasileiras. Eles ficaram hospedados na praia do Barro Duro, que foi indicada no contato com outros mochileiros.
O repertório em sua maioria é composto por covers, mas eles afirmam que já têm algumas músicas autorais e inclusive uma em francês.
O objetivo da viagem não é apenas visitar cidades, mas conhecer cantores e convidá-los para participar da gravação do seu primeiro álbum. A ideia do CD é reunir vários músicos que eles vão conhecendo nas andanças por diferentes solos e gravar com eles o projeto intitulado Até o caos.
Ao comunicar que iriam cantar a última música e terminar o pequeno show, os comerciantes da volta pedem em uníssono ‘Mais uma! Mais uma!’ e logo a última canção se tornou penúltima.
Segundo os Navegantes Del Sol, a intenção deles é levar a arte e a música que vêm da alma e do coração às pessoas em cada apresentação.
Para quem quiser ver e escutar, aqui está um cover da música Je veux da cantora francesa Zaz. Eles têm uma página no Facebook : Navegantes Del Sol.
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Moda Pelotas revela talentos locais desde 2002
Reportagem de Brunna Vitoria e Manoela Bohlmann Duarte –
O Moda Pelotas surgiu em 2002 e foi responsável durante dez anos pelos lançamentos, abertura de mercado de trabalho e desenvolvimento da moda na região. Após uma breve pausa, o evento voltou em 2014. Além dos desfiles de marcas já consagradas, o evento permite a divulgação de lojas e de coleções feitas por talentos locais.
A Gaúcho e Prenda, loja de artigos regionais que está no mercado há 28 anos, participou do evento pela quinta vez. Gerti de Césaro, proprietária da loja, salientou a importância do evento na divulgação: “O Moda Pelotas nos ajudou a ampliar a visibilidade da marca e participar do evento foi vital para comunicarmos uma nova proposta da marca a um público mais amplo e diversificado”.
A empresária também afirma que sua loja participará mais vezes do evento: “Pretendemos estar presentes em todas as edições possíveis por entendermos a importância de comunicar de forma eficiente nossas coleções. É um evento muito bem elaborado”, elogia.
Outra atração do evento foi o Concurso de Talentos da Moda, que ocorreu pelo quinto ano consecutivo, quando foram escolhidos looks de estudantes de moda que concorreram à chance de fazer um desfile de uma mini-coleção no ano que vem. O estudante de Design de Moda, da Universidade Católica de Pelotas, Mário Junior, ficou entre os ganhadores. Com o tema “Do índio ao pampa a evolução de um povo”, ele utilizou materiais não convencionais na moda, como corda de sisal, estopa e algodão cru, ambos tingidos manualmente.
De acordo com Mário Junior, “o evento é uma grande oportunidade, pois chama a população não só para ver tendências e outros meios relacionados à moda, mas também para conhecer e valorizar marcas da própria cidade”. O concurso é fundamental para os estudantes de moda, visto que “o aluno pode ousar e abusar de sua criatividade, todo conhecimento vai ser útil durante sua jornada, o incentivo também sempre é muito válido, pois permite que o aluno tenha certo destaque no que ajuda a respeito de contatos para futuros projetos”, ressaltou.
O evento “Moda Pelotas” se tornou uma referência na cidade e foi incluído no calendário oficial do município, através da lei Nº 5.598, de 21 de julho 2009.
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Escritor recupera em romance as histórias dos imigrantes
Reportagem de Antoniéla Fonseca e Janaína Pereira –
O professor de Letras da Universidade Federal de Rio Grande (FURG) e escritor Oscar Brisolara lançou o seu livro Dos segredos de Eva Braun: Revelações Inusitadas do Sul do Brasil na I Feira do Livro de Canguçu, ocorrida em outubro, em promoção da Secretaria de Cultura juntamente com a Prefeitura Municipal de Canguçu e apoio da Secretaria de Educação e Esportes. A obra literária conta a história dos imigrantes alemães que vieram para o Rio Grande do Sul e trabalhavam na lavoura. Ao autografar seu livro, Brisolara foi receptivo e bem-humorado com quem queria saber mais sobre sua obra.
Arte no Sul – Seu livro desenvolve qual assunto? No que se inspirou para escrevê-lo?
Brisolara – O livro aborda a imigração alemã do sul do Rio Grande do Sul, mas tratando de imigrantes que vieram durante a Segunda Guerra Mundial. Eva Braun era a esposa de Hitler, assim a narrativa passa dos anos 40 até os dias de hoje, unindo elementos reais e fictícios. Minha inspiração para desenvolver o livro foi devido ao fato de ser neto de imigrantes austríacos e italianos, junto aos meus avós ouvia histórias do Rio Grande do Sul, principalmente de meu tetravô que veio da Itália para fazer a Revolução Farroupilha, o nome dele era Pietro Brisolara, assim quis inseri-los indiretamente na grande história.
AS – Que tipo de livro se trata? É um romance ou livro histórico?
Brisolara – O livro é um romance histórico, a narrativa consiste de fatos históricos que ocorreram com a vinda dos imigrantes alemães para o Rio Grande do Sul, trata-se de pessoas que estão vivas e são criados personagens de ficção para não dar os seus nomes, é um jeito de contar a história que não se repete.
AS – Esse livro tem por base parte de sua história familiar?
Brisolara – Esse livro procura abordar os relatos que ouvi de muitos imigrantes com que falei e de suas gerações. Juntei a história de famílias alemãs com elementos para romantizar a mesma, assim descrevendo como era sua vida no campo, e claro, por ser neto de imigrantes, procuro trazer essa realidade ao meu livro, para que sirva de base sobre como vieram da Itália e da Alemanha e como faziam sua vida no Rio Grande do Sul.
O escritor Oscar Brisolara publica o blog que leva o seu nome, em que divulga suas obras e novidades sobre literatura.
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Guantánamo Groove produz música sem amarras
Reportagem de Aléxia Tavares e Caroline Lemos –
A Guantánamo Groove é uma banda que não depende de gravadoras. Formada por três amigos, Gustavo Borges (guitarra/voz), Yuri Medeiros (baixo/voz) e Vagner Uberti (bateria), fala sobre o cotidiano santa-mariense numa mistura de estilos musicais como o funk, rock, ska e também samba. O estilo de som da banda foi surgindo, de forma não planejada, com cada integrante trazendo suas referências e gostos musicais para as composições.
A banda compõe as músicas em conjunto, mas as letras normalmente ficam por conta do guitarrista Gustavo Borges. Não se pode dizer ao certo quais influências e estilos cada integrante da banda leva para cada composição, nem mesmo qual é a sua linha musical, pois o processo de construção do repertório foi acontecendo naturalmente. Por ser uma banda independente, a Guantánamo Groove tem que ‘sobreviver’ da forma que é possível, assim eles fazem dois tipos de shows: apenas com músicas autorais da banda ou com covers e versões de grandes artistas feitas pelo grupo.
A Guantánamo Groove fez um show totalmente com músicas autorais em Pelotas no dia 9 de novembro de 2014, dia de encerramento do Macondo Circus Pelotas, festival de artes integradas, realizado pelo circuito fora do eixo, e organizado pela Casa Fora do Eixo Pelotas.
Em agosto do ano passado, gravou seu primeiro EP, chamado ‘Boca’, o que deu, segundo os músicos, “uma projeção muito grande para o seu trabalho, por ter um material físico e um contexto, algo palpável”. De acordo com os integrantes, há bastante dificuldade financeira, temporal e estrutural pra gravar as composições que estão prontas. Mesmo assim a banda já criou muitas músicas e lida com a dificuldade em gravá-las.
Com apenas três anos, Guantánamo Groove faz bastante sucesso na região, e além do EP gravado, eles disponibilizam diversas músicas na internet e já possuem mais de três mil curtidas em sua página no Facebook. Confira as músicas Psicose, Se Movimente e O Dono no YouTube.
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Feira do livro celebrou a cultura pelotense
Reportagem de Matheus Muniz e Ingrid D’Ávila –
As atenções ficaram divididas entre as obras e as apresentações. Quem visitou a 43ª Feira do Livro, ocorrida na Praça Coronel Pedro Osório, do dia 29 de outubro até o domingo passado, teve a oportunidade de prestigiar diversas atrações. O evento, que a cada ano ganha novas programações, tornou-se uma oportunidade de celebração da cultura pelotense.
Shows, esquetes de teatro e dança, palestras, corais, rodas de debate e até mesmo aulas de zumba. Além de abarcar vários públicos, o cronograma também foi pensado para ocupar prédios emblemáticos de Pelotas. Além da Tenda Cultural João Simões Lopes Neto, a Bibliotheca Municipal e várias edificações ao entorno da praça também acolheram atividades.
A integração das artes foi demonstrada logo pela escolha do tema. “O canto das letras” evidenciou a relação íntima entre a literatura e a música. A união de sucesso foi certificada pelo público. Segundo a organizadora Theia Bender, os shows noturnos foram grandes destaques da programação cultural. Para completar, o escritor, compositor e músico Vitor Ramil foi o patrono desse ano.
As sessões de autógrafo movimentaram os corredores. O número de lançamentos na Feira impressiona. Ao todo, cerca de 70 publicações ganharam o mercado a partir da 43ª edição. Sete assinadas por crianças, incentivadas, segundo Theia, pela cultura escolar de estimular a leitura desde as séries iniciais. “As professores estão trabalhando nas escolas no incentivo à produção literária”, enfatizou.
“Os Blancos de Jaguarão” foi uma das peças de teatro que presenteou o público. A apresentação escolar, protagonizada por alunos da Escola Municipal Dr. Joaquim Assumpção, teve colaboração da Confraria Amigos do Lobo da Costa, que estuda e interpreta as obras do autor pelotense. Camila Molo, que faz parte da confraria, considerou como importante o espaço. Sentimento compartilhado com Alláns Machado, outro membro do grupo. “Fiquei lisonjeado ao participar”, destacou.
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Livros para colorir viram febre mundial
Reportagem de Helena Mendonça e Rochele Ücker –
Para alguns, brincadeira de criança, já para outros, terapia. Assim são vistos os livros para colorir feitos para que os adultos deixassem o estresse de lado. O primeiro livro foi lançado em 2013 e hoje as edições já somam mais de um milhão de cópias vendidas. Só no primeiro semestre de 2015, no site Amazon, o livro da escocesa Johanna Basford, “Jardim Secreto”, ficou em primeiro na lista dos mais vendidos. E já chegou a Pelotas.
Nas redes sociais é só o que se vê. As pessoas estão todas comprando, pintando, desestressando. De acordo com a psicóloga Carolina Potrich Jacques, os livros para colorir são uma maneira de se livrar do estresse. “São muito bons para a ansiedade, para expressão de sentimentos, proporcionam um alívio de estresse, relaxamento pela atividade prazerosa de colorir, dessa forma as pessoas se desligam um pouco dos seus problemas e preocupações”. A psicóloga também afirma que o uso e escolha das cores pode justificar o sentimento da pessoa no momento da pintura. “A escolha das cores nos fala um pouco dos sentimentos, o vermelho, da agressividade, o verde, do relaxamento, o azul acalma”.
O livro virou febre aqui na Princesa do Sul, algumas livrarias precisam fazer encomendas, pois o estoque acabou. A fotógrafa Paola Martins, 27 anos, moradora do Centro, não deixou de adquirir seu exemplar, para ela, essa foi uma maneira de deixar o estresse de lado. “Eu o comprei pra desestressar mesmo, e adorei, ele é ótimo”.
Já a mestranda em Ciência Política, Bruna Cavallari, adquiriu o livro com o intuito de diminuir a tensão, mas o resultado foi um pouco além. “Comprei o livro, pois queria experimentar alguma coisa para me distrair, relaxar a mente. Por um lado, como todo mundo está fazendo, fiquei curiosa para experimentar também e ver se realmente é antiestresse. Por outro lado, tenho alguns artistas plásticos na família, mas nunca me achei com habilidade para as artes, pensei que com o livro talvez pudesse me testar e reexperimentar estar em contato com a arte, pra, quem sabe, mais à frente, experimentar coisas novas”.
Segundo a jovem, conseguir o exemplar não foi o problema, mas sim qual título escolher dentre as possibilidades. “Não foi difícil encontrar o livro, sabia de uma livraria que os tinha a pronta entrega. Mais difícil foi escolher qual livro, há uma variedade com diferentes temas e fiquei em dúvida de qual seria melhor. Acabei comprando o mais popular (“Jardim Secreto”), o que está fazendo mais sucesso”.
Bruna garante que não vai parar apenas em um. “Já estou de olho no próximo! Mas prometi que só vou comprar um novo quando pintar todos os desenhos deste, ainda tem muito que fazer”!
O livro proporcionou, além do relaxamento, muitos outros sentimentos que a mestranda em Ciência Política compartilha. “Quando escolho um desenho para colorir fico ansiosa pra terminar e ver pronto. O processo mecânico de ficar colorindo pequenos traços não é o que mais me atrai. O livro me proporciona pensar a combinação de cores, escolher as nuances e os tons, e ver o resultado no papel pouco tempo depois. O que me relaxa mais é poder fazer a escolha das cores e testar os resultados em pouco tempo. Ver o resultado das tuas escolhas no papel é a melhor parte”
É possível conseguir o best-seller de Johanna Basford, dentre outros títulos, nas livrarias de Pelotas ou nos sites que comercializam livros. O custo em média é de R$ 29,90. Após adquirir o exemplar de sua preferência basta ter lápis colorido e deixar a imaginação guiar. E uma dica da Bruna: os lápis de cor estão complicados de encontrar. “Foi mais difícil achar lápis de cor do que o próprio livro”.
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Gahuer Carrasco: “A luta por um sonho”
Reportagem de Isabelle Domingues –
Gahuer Carrasco tem muito a comemorar. Completando 20 anos de estrada, carrega consigo a arte como sua fiel escudeira e pode contar com o orgulho e satisfação de quem fez do mundo o seu quintal. Em meio às comemorações, as gravações do CD e DVD “Sem Limites” e o documentário “A Luta Por Um Sonho”, conta em entrevista um pouco da sua trajetória artística.
Lá fora chove e fraz frio, mas na Biblioteca Pública Pelotense, onde fizemos a entrevista, a latinidade esquenta o ambiente. Com semblante apaixonado e um brilho no olhar, de quem já avistou muitas paisagens e guardou na memória suas melhores lembranças, ele chega. Acostumado a falar para o público, sabe valorizar exatamente aquilo que lhe interessa explorar, a arte.
Na polidez de um homem culto e sofisticado, a emoção lhe escapa por entre os dedos ao violão através de sua poesia, sempre tão sincera e carregada de sentimentos. Nas histórias e experiências vividas, encontra sua maior expressão através das notas, tocadas e cantadas com exímia maestria, nas canções de amor. É o reflexo de sua identidade, da sua verdade. E o público, por sua vez, obtém o privilégio de assistir o mais belo encontro de um artista e sua música.
O talentoso violonista, cantor e compositor gaúcho fala da sua carreira, CD e DVD, novinhos em folha, que pretende lançar em meados de 2016.
Como Tudo Começou
Aquele garoto que, aos 14 anos, incentivado pelo tio, Baltazar Pereyra, passou a dedilhar os seus primeiros acordes no violão, mal poderia imaginar chegar tão longe. Estudou no Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas. Natural de Jaguarão, sempre esteve em contato com o Uruguai, país vizinho ao Rio Grande do Sul, cuja cultura e musicalidade lhe foram, desde cedo, muito familiares. Essa identidade latina transparece nas suas composições. Revela suas influências através de um repertório variado, que passeia pelo samba, blues e jazz, dentre outros estilos.
A cada novo projeto, são turnês bem-sucedidas e shows requisitados nas grandes casas de espetáculos mundo afora. Em países como Grécia, Itália e França, por exemplo, um público cativo aguarda ansioso o seu retorno, somente para, mais uma vez, poder desfrutar dos maiores sucessos do artista. “Eu me sinto muito acolhido. Em todos os lugares que eu fui, sempre me receberam de uma forma muito cálida, apaixonante, que me emociona bastante. Quando a gente toca uma música bem brasileira, um samba, uma bossa nova ou até um tango, pois eu sou meio uruguaio também, representando não só o nosso país, mas a nossa América, o pessoal adora!”, revela o músico, encantado com a receptividade e carinho dos fãs estrangeiros.
Gahuer Carrasco já atuou em diferentes festivais, no Brasil e no exterior. Recebeu indicação para o prêmio Brasil Sul de Música, em 2013. Foi vencedor, logo no início da carreira, do festival Milton de Lemos. Além disso, também figuram em meio à sua coleção de vitórias o prêmio Rosa Mística, de Curitiba, assim como do Concurso Internacional de Música, no Uruguai. No papel de jurado, esteve em festivais na Itália, Grécia, França, Bulgária, México, Paraguai e outros países.
Logo ao lançar seu novo disco, o “Sem Limites”, foi escolhido para representar o Brasil no Festival Internacional da Canção, no Paraguai. Em meio a candidatos de mais de 30 países, concorreu nas categorias de melhor cantor, melhor composição e melhor videoclipe. Quanto à expectativa com a apresentação, Gahuer disse que estava preparado e tranquilo. “Eu fico sempre muito emocionado de estar representando o nosso país, a minha cidade, o meu estado. Poder mostrar um pouco da minha música, que é minha, mas é nossa, na verdade. Vem tudo daqui, de onde eu vivi, onde eu morei. É uma responsabilidade e uma alegria muito grande estar levando a nossa cultura para outros países”, diz.
Sem Limites Para Amar
“Sem Limites”, gravado nos Estúdios Alfa Omega, do cantor lírico, João Ferreira Filho, é um trabalho autoral, mas com muitas parcerias. Uma delas é Kleiton Ramil, no clássico “Vira Virou”, da dupla Kleiton & Kledir. Vestida de blues e aliando-se à típica sonoridade da viola portuguesa, a canção recebeu uma roupagem diferente em relação à gravação original. Paco Quiroz, produtor musical e compositor mexicano, também participa do disco e assina “Tus Manos”, composta especialmente para Gahuer Carrasco. O disco conta ainda com a participação do músico Rui Cardoso, primo do cantor.
Trata-se de uma celebração do amor. O álbum fala de paixão, saudade, de estar junto mesmo na distância. É o caso de “Imprescindible”, composta pelo cantor quando morava no México. Nesse período, sentia-se muito sozinho, sem sua namorada que tanto amava. Gahuer Carrasco se diz um homem romântico por excelência. “Eu falo só sobre o amor. Eu sou um cara romântico! Acabo abrindo o meu coração para dar o melhor de mim. Mostrar o meu melhor!”, afirma.
O videoclipe “Só Pra Te Fazer Feliz” já está disponível on-line, numa amostra de tudo que vem por aí. A canção eleita carro chefe desse novo trabalho, é uma das preferidas do artista. Segundo ele, foi preparada com todo carinho e consiste numa mistura de samba, jazz e bossa nova. O clipe foi gravado inteiramente em Pelotas e tem a participação da modelo pelotense, Karen de Los Santos. A direção geral fica por conta do cineasta mexicano, Pablo Lemus.

Espetáculo sintetiza 20 anos da carreira do artista que tem suas raízes ligadas à Pelotas e região Foto: Divulgação
Gravação do DVD
No dia 6 de agosto, o palco do Theatro Guarany foi cenário de grande comemoração. O registro do show “Sem Limites” sintetizou 20 anos de carreira do artista que emocionou o público com seus antigos e novos sucessos. “A gravação do DVD foi realmente mágica, maravilhosa”, comenta ele, animado com o resultado obtido.
Foram necessários mais de seis meses de planejamento, além de horas e horas de ensaio até aquela noite. Na produção e gravação do DVD, estão envolvidos profissionais da área do teatro e cinema mexicanos, juntamente com uma produtora da cidade de Florianópolis, Santa Catarina.
Gahuer Carrasco é um artista habilidoso, gosta de se reinventar, estar inovando, sempre. Isso é aplicado não somente através dos sucessos que o consagraram, como também, na constante busca por novos estilos e sonoridades. A mistura de influências da sua trajetória musical foi dividida com o público e registrada por sete câmeras Full HD, além de uma aparelhagem de última geração.
A Luta Por Um Sonho
As melhores cenas do espetáculo, juntamente com outros momentos marcantes da carreira do músico, estão sendo selecionadas para o documentário “A Luta Por Um Sonho”. As filmagens registram turnês pela Espanha, França, Itália e Grécia. O documentário também contou com a participação de Marcio Kinzeski, diretor de cinema pelotense com vários filmes premiados em Los Angeles, EUA.
Mas será que após tantos anos de estrada, o coração do artista ainda bate forte, antes de uma apresentação? Ele garante que sim. Refere-se à música como sendo sua vida. Declara seu amor por ela. Neste momento, ainda é possível enxergar o mesmo jovem, talentoso e promissor, do início da carreira, cujo entusiasmo e dedicação o levarão a chegar longe. “Quando a gente está no palco é uma entrega. Não pensamos em técnica, não pensamos em nada. A gente só pensa em se doar, colocar o nosso melhor, naquele momento. No meu caso, é puro sentimento. Tento expressar aquilo que eu sinto!”
O DVD e o CD “Sem Limites” serão lançados, a princípio, no início de 2016. Então já sabemos que teremos muitas novidades para o ano que vem! “Gostaria de desejar ao meu público, que sempre me acompanha e pra quem eu sempre dou o meu melhor, muita paz, muito amor, música e arte, pois o resto vem junto!”, deseja o músico, ao finalizarmos a entrevista. O Arte no Sul, assim como, certamente, todos os seus fãs, deseja o mesmo, Gahuer. Muito sucesso e que sua estrela brilhe cada dia mais!
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Virada Cultural encerra domingo a Primavera Cultura Livre

Serginho da Vassoura faz apresentação na madrugada de domingo no Palco Primavera Foto: Arquivo pessoal
Reportagem de Anahí Silveira –
Os “Pontos de Cultura” envolvem as comunidades com atividades que estimulam a criatividade. Conforme a Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, propiciam o exercício da cidadania pelo reconhecimento da importância da cultura produzida em cada localidade. Basicamente, as organizações que manifestam interesse em representar um ponto de cultura passam por uma seleção e, logo após, recebem recursos para potencializar suas ações. Nasceu assim a Rede RS de Pontos de Cultura, que tem como objetivo promover a diversidade cultural e a articulação em rede no Estado. No mês de outubro, com a contribuição de um dos pontos da Rede RS, o Paralelo 33, foi promovido o Primavera Cultura Livre em Pelotas, que encerra domingo com a Virada Cultural.
Dentre os inscritos na Rede RS de Pontos de Cultura encontra-se o Paralelo 33 Transformundo, rede que é uma iniciativa do Instituto Unidade da Periferia, com sede no bairro Dunas, em Pelotas, e que envolve também os municípios de Santa Vitória do Palmar, Pedro Osório, Arroio Grande e Jaguarão. O projeto firmou três frentes de ação, sendo elas o Fortalecimento Local, o Coletivo Educador e a Produção e Circulação de Conteúdos e Serviços Culturais.
Foi neste espaço que o Paralelo 33, através de seu coordenador Herberto “Betinho” Mereb, se juntou aos esforços de realização do festival Primavera Cultura Livre, projeto também organizado pelo produtor cultural pelotense Manoval Robe, representando o coletivo Satolep Circus. Desde 2009, o Primavera Cultura Livre promove oportunidades de debate sobre o cenário cultural da cidade em meio à realização de diversos shows gratuitos. Em sua segunda edição, o festival propiciou ao público cerca de 12 horas de shows na Praça Coronel Pedro Osório.
Chegando na quarta edição, o festival surgiu na necessidade de protagonizar projetos culturais em Pelotas, a partir de uma tendência que já surgia em algumas capitais. “Nós juntamos esforços e pessoas interessadas para criar o Primavera. Reforçamos a ideia de que não se trata de um projeto de entretenimento, mas sim uma ação cultural, que pauta assuntos desse eixo”, explica Manoval. A cada ano de realização, novos coletivos e pontos de cultura, como é o caso do Outro Sul, somam esforços para a realização do evento, construindo uma história de grande mobilização regional e mantendo sempre o mesmo propósito: promover o debate sobre a cultura.
Com um tema por ano, a primeira edição do festival abordou a relação entre comunicação e cultura. Na segunda edição, foi a vez de discutir a formação do sistema local de cultura, o que contribuiu para a organização local e resultou no atual financiamento do Primavera Cultura Livre pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Procultura Pelotas/RS). Já o debate que foi tema da terceira edição focou no âmbito acadêmico: a implementação de uma graduação em Produção Cultural na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Manoval e Betinho analisam que a criação de um curso como este seria uma espécie de “guarda-chuva” para todas as outras graduações no setor das artes que já existem na instituição. A pauta ainda segue em debate.

O cantor e compositor Marco Gottinari tocou em 2010 quando o festival invadiu a Praça Coronel Pedro Osório Foto: Divulgação
Neste ano, o Primavera Cultura Livre teve como tema o sistema de cultura brasileiro, dando destaque ao Plano Nacional de Cultura (PNC), instituído por lei em 2010 e que busca o planejamento e implementação de políticas públicas de longo prazo voltadas à proteção e promoção da diversidade cultural brasileira. A lei que criou o PNC prevê metas a serem atingidas até 2020. Betinho enfatiza que, neste momento, é preciso que os agentes culturais mantenham as energias voltadas à essa questão. “Temos que acompanhar o andamento desse processo para que Pelotas esteja pronta para fazer parte desse Plano. A Secretaria Municipal de Cultura está fazendo o seu papel, mas ainda assim vamos acompanhar, sugerir, propor… A questão está andando, estamos no caminho”, diz. O Plano modificaria a realidade de dependência apenas de editais para que projetos sejam realizados e financiados.

A banda pelotense de Death Metal Postmortem será uma das atrações do primeiro dia Foto: Gustavo Vara














