Conversa com Ian Ramil

Reportagem de Douglas Garcia Dutra e Julia Mello dos Santos –

Músico retorna à sua cidade natal no encerramento do projeto Acústicos RS –

 

Ian Ramil disponibiliza disco Derivacivilização na web                                                                                                                                        (Foto: Mariana Copland Cella)

 

     O músico gaúcho Ian Ramil esteve em Pelotas no dia 15 de fevereiro, juntamente com Duca Leindecker, no show realizado como parte da segunda edição do projeto “Acústicos RS”. Com entrada franca, o espetáculo lotou o Theatro Guarany.

     Ian tem apenas 31 anos e já conta com um Grammy Latino na bagagem. O artista, filho do também músico Vitor Ramil foi o vencedor na categoria Melhor Álbum de Rock em Lingua Portuguesa, com o disco Derivacivilização. Lançado em 2015, o álbum é o sucessor de IAN, de 2014, ambos pela Escápula Records. O material premiado está disponível para download gratuito no site do cantor, bem como nas principais plataformas de streaming.

     A reportagem conversou com Ian e conheceu um pouco do seu universo musical.

     Veja a entrevista pelo Youtube.

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“Desventuras em Série”

 

Texto de Nicole Mendizabal Collares  e Sara Carulina Silva da Rosa

Televisão – Crítica

Irmãos Klaus, Violet e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman)  recebem notícia de que pais morreram em incêndio

 

 

     “Desventuras em Série”, umas das novas séries disponibilizadas pela Netflix, vem conseguindo atrair, desde sua estreia no dia 13 de janeiro deste ano, cada vez mais espectadores. A produção é uma adaptação dos primeiros quatro livros da série homônima escrita por Daniel Handler (usando o pseudônimo de Lemony Snicket). A primeira temporada da série conta com oito episódios, adaptados dos livros “Mau Começo”, “Sala dos Répteis”, “O Lago das Sanguessugas” e “Serraria Baixo-Astral”.

     A produção apresenta a trágica história dos irmãos Baudelaire, que inicia com a visita de Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith) à Praia de Sol, onde recebem a notícia do falecimento dos seus pais em um misterioso e suspeito incêndio. As desventuras acontecem quando a guarda dos três passa a ser do Conde Olaf (Neil Patrick Harris), um ator e parente distante da família, que fará de tudo para conseguir a fortuna deixada para os Baudelaires por seus pais.

     Durante toda a primeira temporada, os órfãos enfrentam péssimos acontecimentos na tentativa de fugir do Conde Olaf, convencer a todos que ele quer roubar a sua herança e também investigar a morte e o passado de seus pais.

     A abertura da série destaca-se pela mudança da letra da mesma música, em forma de narração, apresentada em todos os episódios. Nela, são apresentados pontos já vividos pelos órfãos, assim como dicas do que ainda está por vir no capítulo. Um ponto em comum da letra é o enaltecimento a todo o momento para não olhar e deixar de assistir à história dos Baudelaires, que promete chocar o telespectador. Características essas que apenas nos deixam cada vez mais atentos e curiosos sobre a trama.

     Lemony Snicket, vivido por Patrick Warburton, pode ser descrito como um dos personagens mais interessantes da adaptação. Atuando como o narrador da série, ele adiciona um tom cômico e, – como um dos elementos mais envolventes – também quebra a quarta parede ao direcionar-se ao espectador. Snicket, assim como a abertura da série, nos orienta a deixar de assistir a produção, como também nos alerta que as desgraças irão continuar e que a trama não terá um final feliz.

     Aos fãs dos livros preocupados com a veracidade da adaptação, uma notícia: Daniel Handler, autor dos 13 livros da “Desventuras em Série”, é, também, roteirista e diretor dos episódios 1, 2, 5 e 6. Assim, fidelidade à obra original é que não falta.

     Ao mesmo tempo em que acompanhamos aflitos os infortúnios vividos pelos Baudelaires, nos divertimos com péssimas atuações e apresentações musicais da trupe de teatro do Conde Olaf.

     Para quem não lembra, também existe uma adaptação cinematográfica lançada em 2004 que conta a história dos três primeiros livros. O longa foi protagonizado pelo Jim Carrey, no papel do Conde Olaf, atuação tão marcante que deixou muitos fãs em dúvida sobre a escolha do Neil Patrick Harris para viver o mesmo papel na nova produção. Dúvida essa que provou-se errada. O trabalho feito por Harris é simplesmente incrível. Ele faz com que tememos aquela figura ruim que atormenta as crianças, assim como nos diverte com os disfarces e falhas de seu personagem.

     O pior personagem é, sem dúvidas, o banqueiro Mr. Poe, vivido por K. Todd Freeman. A função dele é ser responsável pela designação de tutores para os órfãos, trabalho esse que faz de forma terrível. Devido à sua total falta de atenção às crianças, conforme a trama é contada, acabamos por detestá-lo muito mais do que o péssimo Conde Olaf.

     Já a escolha do elenco mirim foi feita com perfeição. Os atores Malina Weissman e Louis Hynes nos surpreendem com uma ótima interpretação, cativando o observador com tamanha inteligência de seus personagens. O grande desafio é conseguir não se apaixonar com toda a fofura de Sunny, vivida por Presley Smith.

     A ambientação é fascinante. Além de nos deixar encantados, os cenários apresentam paletas de cores incríveis, que conseguem mostrar o contraste dos personagens. Além da decoração dos espaços conseguir caracterizar lugares com pequenos elementos que dão pistas para o destino da história.

     A série mistura diversos gêneros como comédia, mistério, drama e aventura, e já possui a confirmação de uma segunda temporada. A dica é ignorar os avisos de Snicket e acompanhar a história dos órfãos, que ainda vão viver muitas desventuras. Vale muito à pena assistir!

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Novo single: Filme de Terror

 

Reportagem de Estevan Garcia e Mariana Argoud –

Confira a música recente da banda da Serra Gaúcha WAR –

Músicos planejam voltar a Pelotas para novas apresentações com seu novo trabalho

   

 

 

     No fim de fevereiro, os guris da banda da Serra Gaúcha WAR (We Are Revolution) chamaram atenção nas redes sociais, pelo lançamento do seu novo single “Filme de Terror”. A música foi divulgada exclusivamente pela Billboard Brasil, revista semanal norte-americana especializada em informações sobre a indústria musical, também conhecida como “The Music Bible”.  Os roqueiros ganharam destaque  ao lado do canadense The Weeknd.

     O guitarrista e compositor da banda, Mateus Kurmann, contou que “Filme de Terror” foi produzida pelo músico Pedro Ramos, das bandas Supercombo e Tópaz. Segundo Kurmann, o planejamento da produção das novas músicas começou no ano passado, mas eles já se conheciam desde 2010. A pré-produção foi feita em Farroupilha, e a produção em São Paulo.

     Sobre as referências para o novo trabalho,o guitarrista conta que a decisão era sair da zona de conforto. “Vamos fazer algo que nós não estamos vendo rolar por aqui, algo novo. Claro que é uma missão extremamente complexa, mas o objetivo era esse. Referências sonoras foram sons espacializados”, ressalta. E sobre inspiração da música, que trata sobre um romance que foi um filme de terror, ele brinca: “A inspiração foi um romance que tinha tudo pra levar um Oscar. Era tido como aquele romance referência, mas no final acabou levando a categoria errada. Acontece né, quem nunca?”.

     Sobre os próximos passos da banda, Kurmann conta que serão liberados dois novos singles, sendo o próximo em abril deste ano. Além disso, pretendem fazer um álbum de inéditas e uma tour. Nesse momento, a banda está montando uma agenda de apresentações, mas o guitarrista deixa o recado: “Queremos Pelotas na lista de shows! Devemos esse show. Incomodem muito as casas pra gente voltar! Esperamos ver todos os rostos conhecidos por lá”

Sobre a banda

     A WAR (WE ARE REVOLUTION ) é uma banda da serra gaúcha, formada na cidade de Farroupilha. Composta por Gabriel Parisotto (vocal e guitarra), Mateus Kurmann (guitarra), Giovani Ramos (baixo) e Evandro Valeré (bateria), vem ganhando espaço nos grandes palcos e muitos admiradores em cada show que faz, inclusive em Pelotas, lugar onde já abriu shows para Esteban Tavares, DoYouLike? e Fresno. Juntos há mais de três anos, a banda lançou o álbum Catharsis em 2014, o qual teve a produção de Marco Lafico, que já assinou discos de artistas como Fresno, Esteban Tavares e Seu Jorge.

     Confira aqui Lyric Video do novo single.

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Rio Grande reabre seu Teatro

 

Reportagem de  Fernanda Cadaval –

Único espaço específico de apresentações artísticas da cidade reabriu, mas passa novamente por manutenção-

 

Reinauguração do Teatro no ano passado contou com artistas de diferentes gêneros                           Fotos: Cláudia Dorneles

 

     Após dois anos de portas fechadas e gerando diversas manifestações da sociedade rio-grandina, principalmente de artistas e ativistas culturais, o Cine Teatro Avenida mais conhecido como Teatro Municipal reabriu em agosto do ano passado. A noite de reabertura contou com diversas apresentações artísticas como a esquete da Cia de Teatro André Barros, espetáculos de dança das Escolas Ensaio, Belas Artes Heitor de Lemos e Vanessa Picaluga, e para encerrar a noite, dois tenores também da Escola Belas Artes. Porém, para a tristeza do público e da comunidade artística, o Teatro voltou a fechar temporariamente, por necessidade de manutenção da parte hidráulica e elétrica. O novo tempo de fechamento deve ser somente de dois meses, pois o período de reabertura já demonstrou a importância deste espaço para a cidade.

     De acordo com Jane Borghetti, diretora do Teatro Municipal, “o longo período sem o teatro criou um distanciamento e um vazio muito grande na cultura rio-grandina, deixando os artistas e o público sem o único local que a cidade dispõe para assistir e realizar qualquer espetáculo. E a falta de outros espaços para atender todos os segmentos das artes cênicas (teatro, danças, música) é um dos grandes motivos de gerar tanta expectativa pela reabertura do Teatro”, menciona.

     Jane afirma ainda que confia “que o Teatro Municipal volte a ser o grande palco de nossas manifestações artísticas, com espetáculos de qualidade e que continue proporcionando momentos mágicos de exploração e descoberta das artes cênicas e de propagação de cultura em nossa comunidade”.

     Já o secretário municipal de Cultura Ricardo Freitas destacou a importância deste espaço para o incentivo e formação tanto de público apreciador de arte, como também de novos artistas na cidade do Rio Grande.

Espetáculos realizados após a reabertura

Escolas das redes particular e pública prestigiam espaço cultural

     Com uma agenda repleta de atividades o Teatro abriu suas cortinas para variados espetáculos, com uma programação que compreende a todas as faixas etárias. No ano passado o Grupo Pregando Peça de Santa Maria/RS realizou duas sessões do espetáculo de bonecos “O Macaco Simão e o Mistério do Rio” para o público das escolas das redes pública e privada do município. 

     A peça narra a história de Simão, um macaco que procura desvendar o mistério por trás da poluição do rio, bem como do lixo encontrado na floresta. O tema garante aos espectadores uma importante lição sobre a preservação do meio ambiente e sobre a valorização da vida. O espetáculo, de entrada franca, foi patrocinado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91).

     Segundo a diretora Jane, “promover espetáculos de qualidade, com preços especiais e gratuitos têm o objetivo de estimular o público a frequentar o teatro”. Diz que, “nesse sentido, as parcerias com o Serviço Social do Comércio (SESC) e grupos apoiados por Lei de Incentivo à Cultura têm proporcionado estes espetáculos para toda a comunidade”. Antecipa que, para 2017, estão programados festivais, oficinas, e apresentações de grupos de teatro, música e dança. 

Situação atual

     Desde sua reabertura o Teatro Municipal recebeu diversas peças e esquetes teatrais, direcionadas principalmente para o público infantil das escolas municipais. Devido à temporada de verão, as atividades artísticas e culturais se voltaram para o balneário Cassino e assim o Teatro não recebeu atrações neste período.

     Nossa reportagem entrou em contato com a direção do teatro para atualizar a programação para os próximos meses. No entanto, a diretora Jane Borghetti mencionou que o espaço precisará passar por novas adequações, desta vez na parte elétrica e hidráulica, precisando ficar mais uma vez de portas fechadas. Dessa vez a direção espera reabrir o Teatro em dois meses.

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Uma viagem ao passado

Reportagem de Matheus Garcia –

Exemplar arquitetônico mantém vivo o esplendor do século XIX –

A Charqueada São João foi construída em 1810 por Antônio José Gonçalves Chaves

     A cidade de Pelotas é conhecida por ser um município com uma bagagem histórica muito rica. Quem passeia pelas ruas pode conferir isso nas fachadas dos casarões que nos remetem até meados do século XIX, quando a Princesa do Sul tomava forma de cidade e ascendia economicamente com a produção do charque que, para quem não sabe, é a carne de gado abatida e salgada ao sol em processo de desidratação e que servia para a produção do famoso arroz carreteiro, prato típico aqui do Rio Grande do Sul. As lembranças da história remetem tanto ao período de riqueza, como também à escravidão que constituía o modo de organização econômica.

     Com colonização portuguesa, Pelotas teve seu período de riqueza através da construção das charqueadas à beira do arroio que leva o mesmo nome da cidade. No total, foram 13 dessas famosas construções rurais e de caráter industrial que foram erguidas para o trabalho com a carne salgada. Hoje, apenas oito se mantém de pé e somente uma delas ainda faz um resgate ao passado do município.

     A Charqueada São João começou a ser construída em 1807 por Antônio José Gonçalves Chaves, famoso barão do charque da época, e foi inaugurada três anos depois, em 1810, sendo, segundo relatos históricos, a segunda erguida nessas terras. Foram muitas as gerações que trabalharam com a fábrica de charque na propriedade. Mas quando a safra se encerrava, já que ela durava apenas de novembro a abril, nos outros meses a charqueada servia como olaria. A mão-de-obra, que era totalmente escrava, parava para dedicar-se à produção de tijolos e telhas. O telhado do lugar foi todo produzido manualmente, provendo daí a expressão muito popular, “feito nas coxas”. As telhas eram moldadas junto às pernas dos escravos, o que explica a irregularidade do material.

ABERTURA AO PÚBLICO

     Foram várias as décadas em que este ciclo se manteve vivo até sua extinção. Atualmente a residência, que já foi casa de outras três gerações, pertence à família Mazza desde 1952. Rafael Dias Mazza comprou a propriedade e presenteou a esposa Nóris com essa belíssima prova de amor. Dona Nóris dedicou grande parte da vida a preservar o patrimônio histórico e afetivo do lugar e, desde o ano 2000, ele passou a ser aberto ao público para visitações guiadas e também pode ser alugado para eventos. Após o falecimento de dona Nóris Mazza, em 2001, a charqueada é administrada pelo neto Marcelo Mazza Terra.

A visita ao local é uma volta ao passado da colonização de Pelotas. Desde que você pisa no pátio da charqueada, já passa a mergulhar na riqueza da época, mas também relembra um período de dor e sofrimento como o da escravidão. O tronco onde os negros eram açoitados, a senzala e as ferramentas de tortura são abertamente vistos no passeio guiado e, segundo Marcelo, nada pode ser escondido e tanto a parte gloriosa quanto os fatos ruins têm que ser contados para quem está visitando o local.

PRESTÍGIO MIDIÁTICO

O nome da Charqueada São João, segundo informações, foi uma homenagem de Gonçalves Chaves para o filho primogênito João Maria. Mas há quem diga que, na verdade, seja por causa da imagem de São João Batista construída no pátio, sendo ele o santo padroeiro da maçonaria, religião que Gonçalves Chaves era seguidor. Cenário para fotos de casamento e formaturas, também já foi locação para duas grandes produções que retrataram um pouco da história do nosso Rio Grande do Sul. Em 2002, foi palco para as gravações da minissérie global A Casa das Sete Mulheres. E dez anos depois, foi a vez de rodarem cenas do filme O Tempo e o Vento, adaptação cinematográfica da obra literária do escritor gaúcho Érico Veríssimo. A Charqueada São João é a única de todas as outras oito que se mantém de pé que ainda preserva os traços originais da construção e que possui o próprio acervo histórico.

Para Marcelo, a propriedade ter servido de locação para essas duas grandes produções foi além do prestígio que o lugar ganhou e também do aumento das visitas, já que muitas pessoas procuram a charqueada para conhecer o cenário das belas cenas que viram na televisão ou no cinema. Claro que foi um orgulho para nós termos sido palco de ‘A Casa das Sete Mulheres’ e de ‘O Tempo e o Vento’, mas o maior legado que essas duas produções deixaram foi o interesse que as pessoas adquiriram pela história de Pelotas e também pela grande influência na implantação do estudo das charqueadas no currículo escolar daqui, que antes não existia. Isso foi o melhor que elas poderiam deixar para nós, pois a criançada agora pode conhecer a história da cidade onde elas moram. É onde nasceram e se criaram e os pequenos têm o privilégio de vir até aqui para verem com os próprios olhos, fazer esse resgate. É bárbaro!”, disse Marcelo.

DETALHES TÍPICOS E LENDAS

O requinte do lugar mostra a riqueza da época do império e da ascensão econômica de Pelotas, durante o período do charque, no século XIX. As características de uma construção típica são mostradas pelos azulejos portugueses, os vitrais que, quanto menores eram, maior a fortuna da família que ali habitava, as louças de porcelana, os cristais, a prataria, os detalhes minuciosos de cada objeto, dos móveis, e o pátio interno, onde as mulheres podiam sair para tomar um ar. Além disso, muitas lendas que foram passadas de geração para geração ainda vivem no imaginário popular, como a da árvore figueira de mais de 500 anos, famosa por ser como uma espécie de fonte dos desejos. Reza a lenda que, se tocar na árvore e fazer um pedido, ele se realizará. E, segundo relatos do próprio Marcelo, muitos visitantes que foram atrás da crendice popular, retornaram um tempo depois à charqueada para contar que o pedido feito havia sido realizado.

PASSEIO DE BARCO

Depois do passeio guiado pelo interior da propriedade, o visitante ainda pode ter a possibilidade de fazer um passeio de barco pelas águas calmas do arroio Pelotas. Desde 2001 ele é ofertado ao público e a embarcação tem capacidade para 30 pessoas, todas sentadas em lugares individuais e acolchoados e devidamente equipadas com salva-vidas. O barco parte da São João, passando pelas outras oito charqueadas que ainda sobrevivem às margens do rio e o Marcelo possui qualificação profissional segundo as normas estabelecidas pela Marinha do Brasil.

Durante a viagem, além de conhecer um pouco mais sobre a história do ciclo do charque no município, os tripulantes podem apreciar a belíssima paisagem que lhes é ofertada pela natureza. Segundo Marcelo, a charqueada que herdou da família é importante por ser a única em Pelotas que mantém viva a história do município. Isso faz com que o trabalho que ele e sua equipe desenvolvem incentive outros empreendedores a tornar a cidade realmente um ponto turístico no Estado por causa do forte patrimônio histórico que ela possui. “Pelotas sempre teve potencial para ser uma cidade turística, mas nunca conseguiu ser. E esse trabalho que a gente vem desenvolvendo aqui há mais de 15 anos é um incentivo para muitos que querem empreender e pôr nosso município no mapa turístico do Brasil como além da terra do doce, mas também com o passado histórico muito forte que ele ainda tem e que está estampado nos casarões do centro histórico, aqui na São João, nas outras charqueadas e em vários lugares da cidade”, disse Mazza.

HORÁRIOS

A Charqueada São João fica aberta para visitação de segunda a sábado, das 9h às 18h. Nos domingos e feriados, o local abre das 14h às 18h e o valor do ingresso para a visita guiada é de R$ 25,00 para adultos, mas este preço sofrerá alteração a partir deste mês. Além disso, o barco pode ser alugado pelos visitantes por R$350,00 e o lugar oferece também almoço com um cardápio recheado de comidas tradicionais gaúchas, como feijoada tropeira e arroz carreteiro. É uma ótima oportunidade de resgatar uma importante parte da história de uma Pelotas antiga. Contatos podem ser feitos pelo telefone (53) 3015-1810 e pelo site. Vale a pena!

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Estou hoje visitando a Charqueada São João. Quantas lembranças estou revivendo. Na minha infância muitas tardes e finais de semana passei nesse local. Vim participar do Primeiro encontro Antirracista do SINDJUSRS. 27/11/2021.

María Albertina Nolasco Gonçalves

Café Pelotense na internet

 

 

Reportagem de  Isabelle Domingues –

Deborah Anttuart festeja dois anos do projeto e comemora o seu retorno –

Deborah Anttuart faz entrevistas sobre arte, moda e política

     Pelotas é mesmo uma cidade encantadora. Suas formas, cores e sabores agradam aos diferentes paladares daqueles apaixonados por curtir bons momentos ao lado de quem amam, inebriados pelo requinte e tradição da nossa Princesa do Sul. É nesse espírito que é produzido o programa Café Pelotense, que já teve versões para TV e rádio e mantém uma página no Facebook com suas entrevistas.

     Como recusar um delicioso cafezinho, do tipo que acalenta o coração e traz consigo as melhores lembranças enquanto dá vida a outras tantas, num final de tarde inspirador ou a qualquer  tempo? Toda hora é hora, diga-se de passagem, para um happy num dos cafés tradicionais da cidade, não é mesmo?

     O mercado central e sua atmosfera portuguesa é uma boa pedida. Cenário que serve também para grandes encontros e bate papos descontraídos, como este. Convite irresistível! E se dissermos a vocês que esse café vem acompanhado de muita cultura e um sorriso contagiante, de quem sabe a que veio e onde quer chegar? O resultado dessa mistura? Deborah Anttuart e o seu Café Pelotense!

Estreando com chave de ouro

     “Amante de arte, moda e política. Futura jornalista, logo curiosa/tagarela”, como descreve em seu perfil do Facebook, Deborah Anttuart é comunicadora por excelência. Disposta a se aventurar naquilo que mais ama, atitude não lhe falta.

     Logo que idealizou o Café Pelotense, juntamente com amigos parceiros desse projeto, pôde contar com a participação de um convidado ilustre…Ninguém menos do que Eduardo Leite, o prefeito da cidade de Pelotas.

     “Hoje quando olho para aquela entrevista, vejo o quanto evoluí desde então. Mas eu não poderia ter como primeiro entrevistado outro que não fosse o prefeito da cidade, não é mesmo? Conta ela, às gargalhadas e surpresa consigo mesma por sua coragem naquele momento.

     O que aconteceu em seguida? Bem, Deborah foi convidada pelo prefeito para ser apresentadora na campanha política de Paula Mascarenhas e Jorge Pozzobom. A considerar pela vitória da candidata Paula, a primeira mulher a ser prefeita na história de Pelotas, parece que a comunicadora soube muito bem como dar conta do recado. “Eu devo ser pé quente”, diverte-se.

De cara nova

     Inicialmente na internet e, em seguida, programa de rádio e televisão de um canal local, o Café Pelotense está de volta para mais uma temporada de muitas variedades e entretenimento. O objetivo continua sendo valorizar a cultura da cidade, mas, agora, veículado exclusivamente em seu canal no Facebook. Ao menos até o momento.

        Mesmo com as oportunidades que vão surgindo, pretendo continuar o meu trabalho na internet, pois ela é muito democrática. Você não precisa de grande aparelhagem técnica e nem de uma equipe enorme para mostrar o seu trabalho. Basta gostar do que faz e contar com a parceria de amigos e pessoas que acreditem e apostem na tua ideia”, comenta Deborah, prometendo muitas novidades em sua nova temporada. “Quem sabe ainda me torno uma youtuber famosa”, brinca, sempre muito divertida, a garota de rosto meigo e sorriso encantador, como descreve uma canção de sucesso, inspiração para muitas outras canções, tal e qual a apresentadora.

     O novo Café Pelotense possui uma variedade maior de atrações. “Eu quero trazer para o programa diferentes assuntos, o universo diversificado de conteúdos que a nossa cidade proporciona. Para a nova temporada o público pode esperar também altas gargalhadas, pois quando dou risada, a minha risada é alta. Podem contar com a Deborah como ela é de verdade se divertindo muito com seus convidados”, comenta ela, animada com seu retorno.

     Se vocês estão ansiosos para conferir os episódios já postados na internet é possível assistir na página oficial do programa. Deborah ainda deixa um  recadinho: “Gente, estamos preparando tudo com o maior carinho! Valeu a espera! Enquanto isso, da pra acompanhar muito spoiler pelo Facebook e Instagram do Café.” Vai um cafézinho, aí?

     Quer acompanhar todas as novidades? Então visite a página do Café Pelotense.

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Arte conceitual e utilitária

Reportagem de Manuela Soares –

Carlos Diego Silveira Alves e Valmir Lopes expõem na sala multiuso da Prefeitura de Rio Grande –

 

Valmir Lopes e Carlo Diego criaram um sofá da linha mobiliário a partir da reutilização de pneus                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Fotos: Manuela Soares

     Com obras de Carlo Diego Silveira Alves, 31 anos, formando do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e de Valmir Lopes, aposentado, a exposição “Creare – Fazer, crescer e elevar” convidou a comunidade a prestigiar uma tipologia diferenciada de arte no mês de fevereiro. Dispostas na sala Multiuso da Prefeitura Municipal do Rio Grande, as obras chamaram a atenção do público por fugirem da proposta das exposições tradicionais que mostram peças artísticas apenas para serem apreciadas.

     Ao explicarem seus conceitos, os artistas convidavam o público a experimentar as obras. As peças foram divididas em duas linhas: mobiliário e acadêmico. São realizadas artesanalmente, a partir de uma fusão dos conceitos de arte e design, e apenas com materiais recicláveis. Os autores salientam que, para a criação, apropriaram-se do conceito do município como pólo pesqueiro.

Surgimento da ideia

     Em 2008, a professora do curso de Artes Visuais da FURG, Teresa Lenzi, idealizou o projeto “Re-utilize”, que tinha como objetivo a reutilização de insumos da Universidade para criar materiais escolares. Em 2015, o então estudante de artes, Carlo Diego, inseriu-se no projeto iniciando o trabalho focado em desenvolver design de produtos com o projeto linha acadêmica – mochilas, estojos, entre outros.

     Para desenvolver este projeto, os estudantes passaram a ter acesso ao lixão multiuso da FURG, no propósito de oportunizar que estes realizassem coleta de material para o desenvolvimento das obras. Conforme Diego, a busca por materiais estimulou os participantes do projeto a criarem peças diferentes.

     O trabalho rapidamente teve sucesso, ganhando espaço em exposições, chamando atenção de diversos públicos. Com isso, foi proposto que os compradores das peças da linha realizassem fotos com os produtos adquiridos. Para a surpresa dos idealizadores, as peças circularam o mundo, os artistas contam que foram recebidas fotos de colecionadores utilizando as peças em países como Portugal, Espanha e Eslováquia.

     De acordo com o artista Carlo Diego, “o contato com as peças gera provocação, pois as obras fazem com que os indivíduos percebam que é possível reciclar qualquer coisa”.

Incentivo e frutos

     A verba arrecadada a partir da venda dos produtos desde o princípio era destinada aos gastos com etiquetas e maquinário para produzir produtos da linha. A etiqueta é um detalhe importante: “Tem o desenho de mãos, representa o artesanal, o fazer artístico de cada peça que tem reprodutibilidade limitada e viés orgânico e geométrico”.

Etiqueta personaliza do Estúdio Valmir Lopes e Carlo Diego em almofada da linha mobiliário

     Com o sucesso na venda dos produtos da linha acadêmica, foi criada a linha de mobiliários que proporcionou considerável lucratividade e foi incentivo para Carlo e Valmir, que eram amigos e já trabalhavam juntos, utilizassem da ideia para abrir seu próprio ateliê.

     Os artistas denominam seu espaço como “Estúdio Carlo Diego e Valmir Lopes”, o espaço é localizado na Rua dos Escalheres, 308, bairro Parque Marinha, Rio Grande e tem as seguintes funções: visitação, comércio de produtos, espaço de criação, troca de ideias e realização de encomendas.

     Atualmente, ambos afirmam que vivem da arte e que “vendem ideias, não mercadorias, que têm o propósito de serem produtos úteis, que propõem novos significados a partir de criações artesanais”. Além da capitalização da arte, é desenvolvido um trabalho de democratização da mesma com a comunidade. O público é convidado a participar de oficinas, as quais objetivam ensinar como podem ser criadas obras úteis com material reutilizável.

Como começou o trabalho conjunto

     Casualmente, Valmir e Carlo Diego se conheceram em um churrasco de família e mantiveram contato por terem interesses em comum. Com um desempregado e o outro vivendo apenas da renda da aposentadoria, ambos tiveram a ideia de começar a trabalhar juntos, realizando decoração de ambientes.

     Após isso, começaram a trabalhar com pintura, estofaria, costura e marcenaria. Com o desenvolvimento de muitos trabalhos artísticos e a inserção de Carlo no projeto da FURG, as circunstâncias foram favoráveis para que os dois iniciassem a produzir peças como estojos, mochilas, luminária e sofás, entre outros objetos, a partir de materiais recicláveis. 

A arte, o design e o interior

     Na percepção de Diego, “o design é crítico e geométrico, já a arte proporciona liberdade, porque ela não vê a necessidade de seguir regras, e a fusão destes dois conceitos proporciona a criação de peças que atraem a nova geração, que cria ou associa novos significados ao nosso trabalho”.

     Quanto ao fato de estarem trabalhando no interior do Estado, os entrevistados ressaltam que “este espaço não se mostra uma barreira para os artistas, a cidade de Rio Grande precisa ter esse olhar de que o espaço proporciona o conceito pesqueiro que pode ser aproveitado artisticamente”.

Planos para o futuro

     De acordo com os artistas, o plano éapresentar sua arte e explorar o Brasil, expor, criar, utilizando os conceitos do design e da arte, aproveitando-se da linha tênue entre os dois, que possibilita expor em diferentes eventos”.

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Guitarra e fado em Coimbra

Reportagem de Gabriela Schander –

Localizado na Torre de Anto, o museu revive a memória ativa da tradição coimbrense em Portugal – 

  

      A cidade de Pelotas é fortemente influenciada pela cultura portuguesa e, para quem for a Portugal, nada melhor do que conhecer um pouco mais das nossas raízes culturais. Entre construções ainda preservadas que remetem ao século XII, ruas estreitas e paisagens exuberantes, a cidade de Coimbra, localizada na região central de Portugal, é berço de uma das expressões culturais mais fortes em terras lusófonas: o fado coimbrense.

Guitarra utilizada pelo mestre Carlos Paredes

       Situado na Torre de Anto, na Sé Velha de Coimbra, o museu Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra está integrado ao programa do Museu Municipal de Coimbra, o qual tem o objetivo de promover o conhecimento e divulgação da cultura local de forma gratuita. Ali, os quatro pisos, idealizados por cantores, instrumentistas, compositores e violeiros, contam a tradição do estilo desde os primórdios até a atualidade.

       O museu conta com interações multimídia, as quais os visitantes podem acessar informações sobre artistas e músicas, além da possibilidade de assistir entrevistas e ouvir alguns fados que estão disponíveis. Além disso, o museu possui artigos raros para apreciação, como a guitarra de Carlos Paredes e a letra manuscrita de uma canção de Zeca Afonso, dois dos maiores expoentes do fado de Coimbra.

       A entrada é gratuita e além de conhecer um pouco mais sobre a história do estilo e apreciar os instrumentos, ainda proporciona ao visitante uma vista privilegiada da cidade de Coimbra.

 O fado de Coimbra: canções de protesto

     Oriundo do fado de Lisboa, o fado coimbrense, datado seu início no século XIX, é resultado da junção de diversas culturas locais das diferentes regiões do país. Com raízes populares e, quase que, em sua totalidade, ligadas ao meio acadêmico, o estilo era ensinado de geração à geração como uma tradição familiar. As primeiras escolas de fado surgem apenas em 1978.

     Os anos 20 podem ser considerados a época da “geração de Oiro” para o fado coimbrense. Isso se deu pelo fato de haver uma renovação e transformação dos temas, a forma de cantar, tocar e entoar os cantos pelas ruas da cidade.

     Após, os anos seguintes, até a década de 50, foram considerados decadentes para o estilo. A depressão econômica e a Segunda Guerra Mundial contribuíram para o declínio da produção artística. Somente então, a partir de 1950, surge a segunda “geração de Oiro”, com artistas revigorados e com novas perspectivas para o estilo musical.

     Já em 1970, o fado ganha uma nova característica: passa a ser usado como canções de intervenção e protesto no meio acadêmico. Os cantos eram entoados como forma de resistência e contestação, passando, portanto, a carregar um forte viés de aliado à luta política e social.

     Atualmente, o fado mantém sua tradição ligada à Academia, mas também ocupa outros espaços e correntes estéticas, já em formato contemporâneo. Na baixa Coimbra, é fácil encontrar locais que fazem serenatas diárias com o estilo.

     A tradição se mantém e o fado coimbrense é uma memória cultural ativa. Depois disso, que tal ouvir um fado de Coimbra?

 

Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra

Localização: Rua de Sobre Ribas (Torre de Anto), Coimbra, Portugal

Horário de funcionamento: terça a sábado 10h-13h/14h-18h

Entrada: gratuita

Site do museu.

Locais para assistir espetáculos de fado em Coimbra

À Capella (diariamente às 21h30)

Fado ao Centro (diariamente às 18h)

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Debate sobre feminismo

Texto de Alexia Ribeiro e Manoela Duarte –

Crítica – Livros

Chimamanda Adiche trata do feminismo a partir das suas próprias experiências

“O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser, em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero”.

 

     Simples. Rápido. Direto. Eficaz. “Sejamos todos feministas”, da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adiche, explora a questão de gênero exatamente desta forma. Com exemplos pessoais e de experiências próximas à autora, o livro explica questões básicas sobre gênero e é um bom ingresso ao assunto.

     Publicado no Brasil em 2015 pela Companhia das Letras e disponível gratuitamente em formato digital no site da Amazon,  a obra é a adaptação de uma palestra de Chimamanda para o TEDxEuston realizada cinco anos atrás. Atualmente, o vídeo original, disponibilizado no Youtube pelo canal do Tedx Talks  tem mais de três milhões e setecentas mil visualizações e, além de ser publicado como livro, faz parte da música Flawles, da cantora americana Beyoncé.

     Em sua segunda participação no Ted, Chimamanda aborda o feminismo começando pelo que definiu como um “diálogo necessário” – mesmo acreditando que pudesse ser um assunto não muito popular. E isto é o que vemos em seu texto. Questões sociais, culturais e econômicas são tratadas por ela e exemplificadas de maneira a deixar claras as várias formas de tratar as diferenças entre os gêneros.

     Com artefatos muitas vezes sarcásticos, o tema é explorado de diferentes maneiras e em diferentes cenários – que percorrem da criação de meninas e meninos, da escolha e do acolhimento no trabalho à problematização de fracas justificativas feitas socialmente para manutenção de uma cultura que oprime e limita o sexo feminino.

     Sem uma linguagem rebuscada demais, Chimamanda quer ser ouvida por diversos públicos e pelos diferentes gêneros. O desenvolvimento do livro não é uma narrativa ficcional nem nos exemplos trazidos. É lúcido e de fácil inserção no cotidiano de quem quer que esteja lendo. Nem por isto é superficial. Em poucas páginas e com simplicidade, temos bases suficientes para o início de uma reflexão e de um debate sobre o feminismo – do que ele trata e porque ele é fundamental para a construção da sociedade que precisamos.

     Temos na obra uma lembrança do que perdemos com a desigualdade política, social e econômica entre os sexos e um pedido para que sejamos todos feministas.

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Moana – Um mar de Aventuras

Texto de Camila Duarte Porto

Cinema – Crítica

Produção de Walt Disney inspira-se em aspectos culturais da Polinésia

     “Moana – Um mar de aventuras” é uma produção do Walt Disney Animation Studios e chegou às telinhas do cinema em janeiro deste ano. Com direção de John Musker e Ron Clements, traz a história de Moana Waialiki, uma jovem polinésia de 16 anos, vinda de uma longa linhagem de chefes de uma tribo da Oceania e tem como destino comandar seu povo. Almejando descobrir mais sobre os mistérios que envolvem seus ancestrais, ela embarca em uma aventura pelo Oceano Pacífico. Durante seu trajeto, encontra o semideus Maui que a acompanha em sua jornada. Juntos, vivem uma intensa viagem, cheia de ação, diversão e criaturas inusitadas.

     O filme infantil veio às telas cercado de polêmicas, o site Geledés julgou infeliz a forma como a Disney apropriou-se da figura mitológica de Maui, que é considerado em algumas culturas polinésias como “ancestral”. Sua forma física foi encarada com maus olhos, uma vez que na região a obesidade é um problema de saúde pública. O site ainda disse: “Na cultura da Polinésia, as tatuagens contam uma história pessoal. Reproduzir essas intimidades é considerado uma falta de respeito, e fazer isso com fins comerciais é um insulto.”

     Já outra parte do público amou o filme. Para o site da Uol, Moana é a mais interessante das princesas da Disney, a começar por ela não ser vista como uma princesa, mas sim como uma aventureira e que não segue o padrão físico das demais. Mas não é apenas a aparência de Moana que a diferencia. Para o site, o que mais destaca Moana é que ela não está à procura de um príncipe encantado: “Nada de príncipe. Nada de par romântico. Com a árdua missão de salvar sua ilha e seu povo da destruição, a jovem polinésia de Motu Nui não tem tempo para historinhas de amor.”

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