Obsessão de um homem com personalidade dupla na série “You”

Por Josimara Megiato Rodrigues   

Série do suspense psicológico revela as duas faces de um gerente de livraria entre a bondade e o crime

A série “You”, da Netflix, conquistou muitas pessoas por sua trama de suspense psicológico. A produção é desenvolvida por Greg Berlanti e Sera Gamble e baseada no livro romance de 2014 de mesmo nome de Caroline Kepnes. O personagem Joe Goldberg, interpretado por Penn Badgley, narra a sua vida, no cotidiano em que parece ser um simples e pacífico gerente de livraria em Nova York. Sua personalidade, aparentemente, é de um simples homem apaixonado por livros, que parece ser simpático e gentil. 

          Personalidade e estratégias de Joe são desvendadas ao longo dos episódios                      Foto: Divulgação

Primeira Temporada

Na primeira temporada, Joe conhecerá a aspirante a escritora Guinevere Beck (Elizabeth Lail). Rapidamente começa a perseguir a moça, e torna-se obcecado por ela. A partir disso, começa o enredo da história, e a saga de Joe para conquistar, ou melhor, manipular Beck. 

Seguir alguém nas redes sociais, é algo comum de nossa prática diária, mas junto a isso, às vezes, há também a prática doentia de “stalkear” outra pessoa. Aparentemente, pode não ser nada de mais, além de uma curiosidade sobre a vida do outro. Mas não é o caso que o personagem de Penn mostra na produção. Joe, logo que se apaixona por Beck, começa a segui-la nas redes sociais e fazer uma espécie de “pesquisa” sobre sua vida. Estuda desde quem são as pessoas próximas de sua amada, até mesmo detalhes da sua personalidade. Ao longo da trama, sua paixão se revelará uma grande e perigosa obsessão, e a moça nem desconfia do verdadeiro perfil do gerente de livraria. Joe alimenta sua obsessão pela escritora pelas redes sociais, rastreando-a e eliminando qualquer um que fosse capaz de atrapalhar seu romance. Ao final da primeira temporada, Beck começará a desconfiar da verdadeira identidade de seu amado, e a consequência disto será alta. 

Pensar em narrativas que transformam um homem perigoso, com rosto de um bom moço, pode ser, muitas vezes, olhar para a nossa realidade. Além disso, o que faz algum telespectador sentir atração e/ou gosto por um personagem com níveis de psicopatia? O que se viu nas redes sociais, além de uma grande revolta pelo personagem de Joe, foi também, em contrapartida, muitas mulheres considerando-o um homem interessante. Joe é inteligente, simpático, sedutor, e, ao mesmo tempo, consegue transmitir um ar de paz e bondade. Cenário perfeito para seduzir as mulheres.   

Em seu perfil do Twitter, o ator Penn Badgley  bateu um milhão de seguidores já na primeira temporada. Ele publicou, então, um vídeo no Instagram. Afirmou em tom de brincadeira: “Eu não sei o que dizer, porque só precisei começar a matar pessoas (na série). Saiam Daqui”. Penn falou alegando que seu personagem era para ser odiado, já que é um obcecado e psicopata, e não para ser amado.  Para a crítica, a série se tornou um thriller psicológico sobre a toxicidade masculina, violência contra a mulher e a psicopatia.

Segunda Temporada

Na segunda temporada, a produção investiu em cenas pesadas, como assassinatos, além de englobar assuntos polêmicos, entre eles, a violência contra a mulher. Joe se mudará para Nova York com uma nova identidade, a fim de escapar de seu passado. Na mentalidade do personagem, ele ia focar para que não se apaixonasse novamente, mas o gerente de livraria não terá grandes mudanças, bastava uma oportunidade para iniciar uma nova obsessão. A vítima da vez será Love (Victoria Pedretti), uma mulher atraente que também se interessou pelo rapaz. Joe consegue “acreditar na própria mentira”, porque ele se considera um bom homem apesar das inúmeras ações que configuram crime.

Durante o enredo dessa temporada, ele irá criar novas amizades perigosas, como, por exemplo, um esperto jornalista que chega ao ponto de finalmente desvendar a verdadeira identidade do personagem de Penn. Apaixonado, mas obcecado, com altos sinais de psicopatia.  Logo que isto acontece, Love se torna prisioneira do homem. Joe comete homicídio de inúmeros personagens que estão à volta de sua amada Love, em uma tentativa alucinante para que ninguém atrapalhe seu novo romance.

Joe e Love prometem reações surpreendentes na segunda temporada        Foto: Divulgação Netflix

A grande surpresa da segunda temporada, ficará por conta da reação e do comportamento de Love, que descobre a psicopatia de Joe, e reage de maneira inusitada. O que parece completamente incompreensível, talvez possa ser explicado pelo fato da existência de uma alienação sobre a psicopatia de algum indivíduo, neste caso a moça já estava sob total encantamento com Joe, e se sentia na obrigação de tê-lo por perto para ser feliz. Além disto, outro argumento interessante a se considerar, é o fato de a personagem entender o real perigo de Joe, e “entender” que o melhor seria tê-lo ao seu lado, e não contra. 

A plataforma de streaming Netflix divulgou no final do ano passado que a série ganhará a terceira temporada, que deve chegar às telinhas no final de 2021.

“You” se transforma em um thriller psicológico sobre a psicopatia, toxicidade masculina e a violência contra a mulher.

Thrillers da série “You”

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“Pretos Unidos”: passo importante na jornada de Isaque Acosta

Por Nathalia Farias Borges    

Jovem artista rio-grandino lança videoclipe apesar das dificuldades durante a pandemia

Com a mensagem poderosa de “Pretos Unidos”, Isaque Acosta, artista rio-grandino de 21 anos, deu um passo importantíssimo na sua jornada dentro da indústria musical em meio a um cenário pandêmico. Em uma cidade pequena com pouco incentivo cultural, lançou o seu primeiro videoclipe. Mas a história de Isaque com a música é antiga e seus sonhos e objetivos são grandes.

Isaque está trabalhando no processo de finalização do seu primeiro EP       Foto: Divulgação

O cantor explica que o envolvimento com a música inicia já na infância e, principalmente, com a relação com a igreja. “Eu venho de uma família majoritariamente evangélica em que a música sempre foi muito presente. Minha avó materna tem um CD gospel de músicas autorais no qual meu avô, algumas tias e minha mãe cantam junto”. Isaque também menciona a importância do hip hop para suas raízes: “Tenho um primo que participou do Estrela Meiaumtres, um grupo que ganhou alguma expressão no cenário Hip Hop da capital, inclusive tendo gravado clipes com a RapBox”.

Mesmo com as influências familiares, o artista também conta sobre os desafios com os quais lutou e continua enfrentando para perseguir esse sonho. Ele destaca as adversidades que mais o marcaram foram a relação com as igrejas que frequentou durante sua vida inteira e as difíceis condições econômicas e incentivos financeiros que o cenário atual oferece a artistas. Mesmo assim, ele não se deixou levar e conseguiu ultrapassar os obstáculos.  Em março de 2020 foi demitido. Com todos os direitos rescisórios do comércio em que trabalhava, começou a investir na música. “Em relação a igreja, resolvi servir a Deus aqui fora”, diz Isaque.

O primeiro clipe “Estilo de Marca” foi lançado em 21 de janeiro de 2021, produção de SnakeBytte e direção de Ah Nanse, e conta com o protagonismo de vários artistas negros da cidade. “Estilo de Marca foi um desafio íntimo proposto pelo meu amigo diretor fotográfico Ah Nanse, também negro. Foi difícil para mim expor estas pautas, pois seria um discurso partindo de uma boca preta e gay. Referência de estilo para poucos”, o cantor explica. Quanto a mensagem da música, Isaque salienta a importância da família e do empoderamento para o crescimento dele, como homem e como artista: “Eu sempre me achei muito. Tenho a sorte de pertencer a uma família unida, onde 90% das pessoas são pretas retintas e que, nos seus limites, me ensinam, me encorajam, me empoderam. Sou bem acompanhado. Cantei o que eu vivo. Deste meu cenário é que consegui entender a importância da união e do empoderamento. Pessoas pretas precisam cada vez mais se enxergar em discursos para que alcancem a autoestima que verdadeiramente merecem”.

O artista explica ainda todo o processo de preparação e produção para que o projeto saísse do papel e fosse para rua. “Foi um tanto complicado pela falta de apoio financeiro. Batalhamos por dias para encontrarmos um local, por exemplo. Tivemos muito bloqueio por parte dos empreendedores rio-grandinos. Contudo, artista independente tem que fazer acontecer. A música foi gravada e preparada colaborativamente pelo produtor Snake, meu colega. Uma das dançarinas, também minha amiga, a Amanda, conseguiu o local pra gente três dias antes da gravação também com um amigo. Somos todos amigos. O clipe só existiu com a colaboração de todos e pelo poder da amizade”.

Isaque conta com a colaboração de vários artistas rio-grandinos na gravação de seus clipes

Isaque trouxe boas notícias.  Foi recentemente contemplado seu segundo edital financiado pela Lei Aldir Blanc. “Tem sido, por enquanto, a única forma de retorno financeiro e investimento para minha arte. Contudo, tenho usado este tempo para refletir o momento, estudar, me planejar e executar coisas que darão fruto quando este mau tempo passar”, desabafa.

Quando questionado sobre projetos futuros e próximos passos, Isaque já tem “spoilers”. “Eu estou no processo de finalização do meu primeiro EP. Será um trabalho bem pessoal, cujo lançamento será em breve. Tenho certeza, quem me acompanha irá se orgulhar.

Decidi trazer neste projeto três sons que remetem à minha busca incessante por liberdade, pois, por muito tempo, correntes me privaram de ser quem sou. No momento em que me encontro, começando carreira, é crucial para mim que eu use e abuse da minha liberdade para alcançar meus objetivos. Precisamos nos fazer livres para amar, para sonhar, para aproveitar nossa caminhada e para conquistar nossos objetivos. Espero que a mensagem aqueça corações!”, finaliza.

Veja o clipe “Sonhos”.

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Lindo texto! Que legal o espaço que foi dado a um artista iniciante. Parabéns! E ao Isaque, você tem talento para isso.

Queithi Valente

Expectativa do retorno às atividades do Theatro Sete de Abril

Por Victoria Dutra e Victoria Meggiato     

Reabertura da sala de espetáculos restaurada deve valorizar trabalho dos artistas de Pelotas

Como falar na cultura de Pelotas sem citar o Theatro Sete de Abril? O local foi o primeiro teatro construído no Rio Grande do Sul e é um dos mais antigos do País. Foi inaugurado em dezembro de 1834 durante o Ciclo Econômico das Charqueadas, na época em que Pelotas era uma das cidades mais prósperas do Brasil. O local possui características do estilo colonial, sendo um prédio coberto por telhado com beiral, projeto do engenheiro alemão Eduard van Kertchmar e execução de José Vieira Vianna. O nome foi dado como uma homenagem ao Dia da Abdicação de D. Pedro I ao seu trono, em favor de seu filho, que alguns liberais mais exaltados consideravam a verdadeira data de Independência do Brasil. Mas apesar de tamanha importância para a cidade, o teatro está fechado desde 2010 em razão de uma restauração completa, e a reinauguração, prevista para o segundo semestre deste ano, tem causado grande expectativa no público e artistas pelotenses.

As obras de restauro iniciaram em 2019 e tiveram uma pausa de apenas 22 dias no ano passado, por conta da pandemia do coronavírus. A reabertura do Theatro Sete de Abril promete grandes mudanças, valorizando os artistas locais e a cultura de Pelotas. A ideia é que a casa seja transformada em um espaço para a comunidade artística local e que seja acessível a todos os segmentos culturais.

O ex-secretário de cultura, que atualmente faz parte da diretoria do Sete de Abril, Giorgio Ronna, contou um pouco sobre como será o funcionamento: “O Sete de Abril estará sempre de portas abertas para a comunidade artística pelotense. Uma novidade será a abertura do teatro para um Programa de Residências, permitindo que nossas companhias de Circo, Dança e Teatro possam ensaiar  espetáculos ali, ou mesmo iniciar processos de investigação artística”.

Como equipamento cultural público, Giorgio Ronna destaca ainda que o teatro “estará disponível também para as apresentações culturais da Rede Municipal de Ensino”. “E, claro, colocaremos o Sete de Abril de volta ao circuito estadual e nacional de shows, concertos e espetáculos assim que tivermos segurança sanitária para esse retorno”, continua.

                       Theatro Sete de Abril deve retomar atividades no segundo semestre deste ano                                       Foto: Gustavo Vara – Prefeitura de Pelotas

 Previsão de atividades

O Theatro, que está fechado há mais de 10 anos, já tem previsão para a volta de algumas atividades, como oficinas de dramaturgia, as quais serão oferecidas para a formação de novas artistas, ainda este ano, como esclarece Giorgio Ronna. ”Precisamos enxergar o Sete não apenas como a magnífica casa de espetáculos que é, mas sobretudo como um lugar de prática artística e de formação e profissionalização das novas gerações. A partir de julho reativaremos o teatro a partir dos Núcleos de Dramaturgia, Cenografia e Dança, oferecendo cursos e oficinas ao longo do segundo semestre”.

Através de uma parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), até o momento a casa já tem programação para os meses de julho e setembro deste ano. As primeiras oficinas confirmadas acontecerão através de uma parceria com o SESC Dramaturgias. No momento estão programadas a Oficina de Dramaturgia Escrita, com Diones Camargo, de Porto Alegre, em julho, e a Oficina de Dramaturgia da Iluminação Cênica, com Guilherme Bonfanti, de São Paulo, para setembro.

“O tradicional programa Sete ao Entardecer retornará ao seu palco original com gravações e transmissões realizadas no palco do Sete de Abril, entre outras atividades que estamos preparando junto aos Cursos de Teatro e Dança da UFPel”, informa Ronna.

Nestes anos em que o Sete de Abril esteve fechado, houve muita pressão da população pelotense e da comunidade artística através de atos públicos, pela reabertura do local. Segundo Giorgio, agora que a previsão de reabertura do Theatro é para o segundo semestre de 2021, as expectativas são as melhores possíveis.

“Sabemos o carinho que o povo de Pelotas tem por seu teatro e contamos também com a curiosidade de todos que jamais ingressaram em seu interior por causa da interdição que demorou tantos anos. Ao longo desse ano, pude perceber no diálogo com diretores, dramaturgos, coreógrafos, atores, músicos, assim como gestores de Instituições, o grande potencial de esperança e inspiração que um teatro possui em sua reconstrução”, destaca.

As atividades que serão ofertadas ao público, através da parceria do Sete de Abril com o SESC, vão ser em formato virtual por conta da pandemia do novo Coronavírus. Em breve, as inscrições e as datas das oficinas serão divulgadas.

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Pandemia inspira série “Sweet Tooth” no streaming  

Por William Engel    

Fantasia lida de maneira simbólica com as dificuldades vividas no momento

Cartaz apresenta personagens principais           Foto: Divulgação

O serviço de streaming Netflix lançou sua mais nova série fantasiosa, “Sweet Tooth”, inspirada nos quadrinhos de mesmo nome de Jeff Lemire. Traz uma visão de um mundo diatópico e pós apocalíptico em que a população passa por grandes desafios. Há uma mudança no sistema global depois de uma onda viral, no mesmo momento em que os povos são surpreendidos por híbridos metade humano, metade animal.

Esta série é a primeira a contextualizar uma história, levando em conta o cenário em que vivemos no mundo de hoje com o vírus da covid-19. Apesar de se tratar de um tema que ainda traz uma tensão, “Sweet Tooth” dá leveza à realidade ao criar um mundo fantasioso, em que a natureza tomou as rédeas da situação e mais uma vez resolve se reinventar.

A história começa com o Gus (Christian Convery), uma criança de 10 anos, híbrida, metade humano, metade cervo, e seu pai Pubba (Will Forte), no momento quando eles vão se abrigar na floresta para fugir da destruição ocorrida na cidade. Segundo as palavras do responsável por transformar a história em quadrinhos em série, Jim Mickle, essa criação do personagem, cercada de floresta e animais, traz uma leveza e uma certa ingenuidade que acaba moldando seu personagem na série.

Situação de crise é tratada com leveza na história        Foto: Divulgação

“Sweet Tooth” apresenta oito episódios, mas podemos notar uma intensa preocupação e simpatia com o protagonista desde seu primeiro episódio. A série, além de agradar os fãs, tem o prestígio dos principais sites de crítica especializada em cinema e cultura, obtendo notas prévias como 3,5/5 no site brasileiro Adoro Cinema, 8,3/10 no Internet Media Database (IMDB) americano e, até mesmo, alcançou grandes notas no Rotten Tomatoes, site especializado em críticas, conseguindo aprovação de 91% e 100% no ranking de audiência, além de 98% e 100% no ranking do site.

A série encontra-se na Netflix e é super recomendada para quem quer se distrair um pouco sobre esse caos que vivemos na nossa sociedade nos dias de hoje e mergulhar nesse mundo lindo e utópico de “Sweet Tooth”.

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Fascínio de um ídolo na vida e morte de John F Donovan

Por Ana Rodrigues   

Longa do diretor canadense Xavier Dolan é uma opção no mês do orgulho LGBTQ+

Diretor Xavier Dolan ao lado de Emily Hampshire e Kit Harington, que interpretam casal Amy e John

O longa do ator e diretor canadense Xavier Dolan, “A vida e Morte de John F Donovan”, traz em duas horas a experiência de ser fã de um jovem ator em ascensão. É de se perguntar se Dolan colocou uma parte da sua própria experiência na tela, tanto como fã quanto ídolo. Da mesma forma que o personagem menino, o consagrado Dolan escreveu cartas enquanto criança para um dos seus ídolos.

O elenco mistura atores conhecidos com nomes novos, incluindo Kit Harington, Natalie Portman, Kathy Bates, Michael Gambom e Jacob Tremblay entre os principais nomes. O roteiro é de Dolan junto a Jacob Tierney. A direção de fotografia, de André Turpin (que já trabalhou com Denis Villeneuve anteriormente) e a direção de arte, de Pierre Perrault (“A Orfã”).

O diretor, que é fã assumido da franquia Harry Potter, conseguiu a todo custo adicionar Michael Gambon ao seu elenco em talvez uma das cenas mais coerentes do filme todo. O ator interpretou Alvo Dumbledore a partir do terceiro filme da saga de Potter.

O longa se dedica a retratar a ascensão de John F. Donovan como ator, interpretado por Kit Harington. Mas o cenário começa a mudar quando a imprensa descobre que o ator troca correspondência com uma criança de onze anos. O pequeno, que vê em Donovan um sonho inocente, traça um paralelo das suas vivências e a vida do jovem ator durante o filme todo.

Recheado de música pop, close-ups e cenas de drone intrigantes, “A vida e Morte de John F. Donovan” traz em seu enredo as dores de se esconder. Dolan, que dedica a sua carreira a explorar temas envolvendo a temática queer e as relações familiares, traz em seu sétimo filme as angústias de não assumir a própria homossexualidade e as consequências de uma vida dupla fora dos holofotes.

Para o mês do orgulho LGBTQ+, Xavier Dolan pode ser uma boa opção na hora de escolher filmes sobre a temática. A vida e Morte de John F Donovan não é um longa exclusivo sobre ser LGBTQ+, mas é principalmente sobre se inspirar em um modelo no caminho do autoconhecimento. Este e outros filmes de Xavier Dolan estão disponíveis no MUBI

Kit Harington interpreta o personagem protagonista em “A Vida e Morte de John F Donovan”

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Interessante! A arte servindo como uma forma de representar quem pode estar na mesma situação ou em situação parecida!

Fábio 

Oficina Empoderamento Gráfico estimula jovens artistas na produção editorial

Por Amanda Kuhn     

Aulas são disponibilizadas gratuitamente na internet e promovem o mercado independente

                      Divididas em seis vídeos, as aulas estão disponíveis no canal do Youtube                        Imagens: Divulgação

A Oficina Empoderamento Gráfico é uma iniciativa voltada para incentivar os jovens à produção de livros artesanais independentes e de artes visuais, estimulando-os a produzirem diretamente das suas casas. A ação é uma parceria do artista visual Gustavo Reginato, fundador em 2014, em Florianópolis, da Editora Caseira. Ele e seu empreendimento participam como parceiros da artista Beatriz Rodrigues na execução do Projeto Inventário, que engloba a Oficina.

As aulas são divididas em seis vídeos, com cerca de quatro a cinco minutos cada. Abordam uma introdução da história do livro e como funciona toda a parte editorial, desde a concepção do miolo, forma de construir a narrativa até a forma de encadernação e impressão. A primeira aula foi lançada no dia 30 de abril e a última será apresentada na sexta-feira (4 de junho), diretamente no Youtube e no site do projeto.

“O papel nunca vai substituir o virtual e o virtual nunca vai substituir o papel, mas eles podem coexistir” – Gustavo Reginato

Além disso, também há a proposição impressa, em que é possível imprimir e montar um livreto. Você pode baixar o e-book gratuito no Site, clicando aqui.

Como começou

O Projeto Inventário nasceu após a exposição individual de Beatriz com mesmo nome, em que Gustavo fez a curadoria. A parceria entre os dois se consolidou e tomou forma em 2019, quando a proposta foi realizada por Beatriz, contemplada pelo edital Procultura de Rio Grande.

Gustavo conta que a ideia da oficina surgiu das suas vivências no meio artístico e editorial: “Ela surgiu da minha trajetória enquanto editor e artista, cumprindo as diversas funções dentro do processo editorial, desde a escrita, diagramação, projeto gráfico, impressão, distribuição e todas as etapas do processo. E a vontade surgiu de compartilhar esses conhecimentos”, afirma.

Inicialmente, as oficinas seriam ministradas na Escola Estadual Silva Gama, em Rio Grande e, em virtude da pandemia, transformou-se para o formato virtual. Apesar da forte presença nas redes sociais, Gustavo compartilha que a adaptação para o virtual não foi fácil: “A adaptação para o formato virtual, tanto da Oficina, quanto da Feira, foi devida a muito pensamento, pra gente primeiro tentar entender, conseguir superar o isolamento individual, entender o que está acontecendo com a pandemia, pra gente conseguir expandir o nosso trabalho, e seguir trabalhando mesmo nas plataformas virtuais…Foi um grande desafio”, explica o artista.

Gustavo diz que a “vida de youtuber” foi uma experiência interessante e acredita que a iniciativa irá estimular ainda mais a produção desse formato de conteúdo. Os próximos passos do Projeto já estão definidos. No dia 19 de junho, ocorre o lançamento da Feira Empoderamento Gráfico, que será também de forma on-line e a publicação do e-book “Ruína Expandida”.

Feira online acontece nos dias19, 26 e 27 de junho

As inscrições para a Feira estão abertas para artistas e editores independentes até o dia 9 de junho. Além disso, a programação também conta com rodas de conversa que serão transmitidas pelo canal do Youtube, nos dias 26 e 27 de junho.

Acompanhe o Projeto Inventário nas redes sociais:

Instagram

Youtube

Site do Projeto Inventário

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Projeto cinematográfico mostra vivências em fronteiras gaúchas

Por Alexsandro Santos       

Filme reúne em cinco histórias as memórias, manifestações populares e intercâmbios vividos pelos habitantes nos limites do País

              Episódio apresenta encontro do agricultor Edu Macedo e do pintor Carlo Andrei Rossai para elaboração de retrato                    Foto: Divulgação

Está no ar o projeto Fronteiriz@s, uma produção audiovisual composta por cinco curtas-metragens que contam histórias e retratam a cultura da região de fronteiras entre Brasil e Uruguai. A ideia é compor um longa-metragem que pretende retratar os aspectos principais da integração cultural presente nestas regiões.

O Fronteiriz@s apresenta a ideia de que o conceito de fronteira está muito além de uma linha geográfica que delimita dois países. Nele estão reunidas memórias, manifestações populares, temáticas, laços familiares e intercâmbios. Além disso, o projeto apresenta diferentes olhares sobre o multiculturalismo, usando como pano de fundo as belas paisagens de cinco diferentes fronteiras do Rio Grande do Sul, locais onde foram gravados os curtas-metragens e que farão parte da composição final em filme, conectando contexto de cada história:

  • Santa Vitória do Palmar/Chuy – curta Milonga Lejana.
  • Jaguarão/Río Branco – curta Casa de Rio.
  • Pelotas – curta Além da Fronteira.
  • Bagé – curta La Sociedad.
  • Livramento/Rivera – curta

O episódio “La Sociedad” descreve o encontro do pintor Carlo Andrei Rossai e o trabalhador rural Edu Macedo, conhecido na região por representar um típico gaúcho fronteiriço. A reunião, com o objetivo de produzir um retrato pictórico de Macedo, aconteceu no início deste ano no ateliê de Carlo.

O filme foi contemplado na Lei Aldir Blanc nº 14.017/2020, pelo Edital da Secretaria Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e é assinado pela Sociedade Independente Cultural. O projeto conta com a produção geral de Ricardo Almeida e produção executiva de Magnun Patron Sória. O longa metragem ainda não estreou. Enquanto isso, os bastidores das gravações podem ser acompanhados pelas mídias sociais do projeto:

YouTube

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Instagram 

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Romance épico de Julia Quinn em “Bridgerton”

Por Andressa Siemionko Lacerda    

Produção de Shonda Rhimes cria transposição bem-sucedida de obra literária para canal de streaming

Cada episódiio de “Bridgerton” é uma adaptação de um dos oito títulos criados pela escritora    Foto: Divulgação Netflix

Nas livrarias, os romances de Julia Quinn não enganam. Com lindas mulheres, estampando capas de romances épicos e leves. São ingredientes perfeitos para uma produção de uma série de televisão cheia de charme, que encantou os assinantes da plataforma de streaming Netflix neste momento pandêmico. A criadora da família Bridgerton soma mais de 10 milhões de cópias vendidas de suas obras literárias no mundo todo.

A série retrata a curiosa procura pelo verdadeiro amor dos oito irmãos, filhos da matriarca Lady Violet, interpretada por Ruth Gemmell. Toda a trama se passa na alta sociedade londrina do século 19, com grandes bailes, vestidos pomposos, casamentos arranjados e muita fofoca.

A série é criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes, roteirista de grandes sucessos como: “Grey’s Anatomy” (2005-presente) e “How to Get Away with Murder” (2014-2020). Cada temporada da série Bridgerton é uma adaptação de um dos oito títulos escritos por Julia Quinn, sendo o primeiro: “O Duque e eu”.

Regé-Jean Page, como Duque de Hasting, e Phoebe Dynevor, como Daphne            Foto: Divulgação Netflix

A primeira temporada é focada na história de Daphne (Phoebe Dynevor), quarta filha da família e Simon, o Duque de Hastings (Regé-Jean Page), seu par romântico. Um casal improvável, mas que arranca suspiros e preocupação dos fãs da série. A preocupação se dá por uma promessa feita no passado pelo Duque de Hastings e isso pode acabar arruinando a relação do jovem casal.

Além de bem-humorada, a produção é cheia de glamour, com muitos vestidos e trajes de galas, cenários arquitetonicamente britânicos e aristocráticos, típicos do século 19. A série contou com mais de 20 casarões, castelos e parques para as gravações. Dentre eles, está a Ranger’s House – mansão construída em 1722 e localizada no Greenwich Park, em Londres, casa da família protagonista da trama, e o Castle Howard – palácio rural situado no condado de North Yorkshire, casa do Duque de Hastings, na obra.

Com mais de 7.500 figurinos feitos especialmente para a produção, a primeira temporada de Bridgerton foi um sucesso. Lançada no dia 25 de dezembro de 2020, em seus primeiros 28 dias no ar, a série foi assistida por 82 milhões de contas na plataforma. Atualmente é a série original Netflix mais vista, desbancando outras produções como “O Gambito da Rainha” (2020) e “The Witcher” (2019).

Futuro da trama

Jonathan Bailey vive o polêmico Anthony Bridgerton, protagonista da segunda temporada  Foto: Divulgação Netflix

Depois de garantir tanto sucesso, foi anunciada a produção da segunda temporada de “Bridgerton” em 21 de janeiro de 2021, e, em seguida, deverão também ocorrer a terceira e a quarta temporadas. A segunda vai tratar das desventuras amorosas do filho mais velho da família, Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), segundo título das obras de Julia Quinn: “O Visconde que me amava”.

“Bridgerton” foi lançada após os primeiros nove meses de pandemia. Possivelmente, seu estrondoso sucesso esteja ligado a esse momento. Com a situação vivida no mundo todo, os espectadores têm preferência por ver conteúdos mais leves, bem-humorados e bonitos, obras que sejam mais emocionalmente reconfortantes.

http://https://www.youtube.com/watch?v=pyi8QAlHR8k

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Semana dos Museus da UFPel começa nesta segunda

Por Helena da Rocha Schuster   

Evento faz parte da 19ª Semana Nacional e reflete o futuro das instituições em seminário

Desde o início da pandemia, museus ao redor do mundo vêm sofrendo duramente os efeitos do distanciamento social. Por isso, este ano, o Dia Internacional dos Museus, celebrado mundialmente no dia 18 de maio, será uma oportunidade de refletir sobre o futuro dos museus. O Conselho Internacional de Museus (Icom) escolheu a temática “Futuro dos museus: recuperar e reimaginar” para nortear a comemoração da data em todo o mundo.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) adotou a temática mundial para promover a 19ª Semana Nacional de Museus (SNM), evento realizado anualmente em referência ao dia 18 de maio. Durante esta “temporada cultural”, que ocorre, este ano, entre os dias 17 e 23 de maio, instituições em todo o País participam do evento, realizando diversas atividades alusivas ao tema. Em Pelotas, um dos eventos inscritos na SNM é a Semana dos Museus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que terá como principal atividade o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”.

Organização e programação das atividades

A Semana dos Museus da UFPel é o evento da Universidade alusivo à Semana Nacional dos Museus. As atividades da UFPel, este ano, acontecem entre os dias 17 e 21 de maio. Desde o ano passado, as atividades do evento são promovidas de forma online em função da pandemia. O evento é realizado pela Rede de Museus da UFPel, um órgão suplementar da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), criado em 2017, para manter e valorizar, de forma unificada, o patrimônio museológico da Universidade.

Entre instituições, projetos museológicos, acervos e coleções, a Rede contempla 20 iniciativas da Universidade. Desde março de 2020, os museus da UFPel estão fechados ao público em função da pandemia, conforme explica a coordenadora da Rede de Museus, Andréa Bachettini. “Os museus tiveram que se adaptar à nova rotina durante a pandemia, investindo no mundo virtual, nas redes sociais e nos sites das instituições”, explica.

Por isso, a Semana dos Museus da UFPel busca refletir sobre o papel e futuro dos museus da Universidade. “A proposta deste ano coloca o desafio de pensar o futuro dos museus em meio à pandemia e, no caso da UFPel, o papel dos museus universitários, que são importantes aparelhos culturais, educacionais e de divulgação dos conhecimentos produzidos dentro da Universidade”, conta Andréa.

Uma das principais atividades da semana é o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”, que será realizado entre os dias 18 e 21 de maio. O seminário contará com palestras de diversos convidados e apresentações de trabalhos universitários.

  Cartaz e programação do Seminário que começa na terça-feira                        Imagem: Divulgação

Mesas redondas, exposições virtuais, projeções de imagens e jogos interativos serão outras atividades oferecidas ao público durante o evento. A programação completa da Semana dos Museus da UFPel, com datas e horários, pode ser acessada na página da Rede dos Museus.

A coordenadora da Rede destaca, ainda, a importância de refletir sobre o futuro dos museus e da valorização desses espaços e seus funcionários. “Este seminário vai justamente proporcionar este debate [sobre o futuro dos museus]. Durante a pandemia ficou visível a carência desses espaços culturais, mas observou-se muita criatividade para se adaptar às novas circunstâncias, mesmo com poucos recursos e pouca mão de obra”, finaliza Andréa.

Todas as instituições pelotenses inscritas na Semana Nacional de Museus, e também toda a programação de outros estados, está disponível nesta publicação em pdf.

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A voz da periferia de Rio Grande

Por Carolina Amorim   

Projeto voltado à comunidade resultará em criação de documentário sobre produções e manifestações da zona oeste da cidade

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” apresenta a voz da periferia com oficinas on-line para a criação de um documentário. Desenvolvido através do edital Procultura, da Secretaria de Cultura de Rio Grande, a ideia do projeto é promover gravações audiovisuais a partir do ponto de vista da periferia. Os protagonistas são a própria comunidade Moradores interessados estão sendo convidados a participar.

A instituição E.E.E.M Professor Carlos Lorea Pinto carrega um vínculo cultural que desperta o interesse não só dos alunos, como também da comunidade. Em 2019, os alunos iniciaram o “Jornal dos Negão” – o qual teve sucesso e desencadeou a criação do Laboratório de Ciências Humanas (LABTECH). No mesmo ano, a equipe decidiu concorrer a um edital público para fins de verbas educacionais e o resultado foi o início do projeto Cultura da Zona Oeste.

Por causa da pandemia iniciada em 2020, no Brasil, vários projetos como este sofreram atraso. No ano de 2021, porém, iniciam as atividades de uma maneira antes não esperada: on-line.

Vale ressaltar que com a vitória lá em 2019 no edital Procultura, a escola começou a procurar mais editais para concorrer. Como resultado de grande esforço, a Tropa Dark Side- outro projeto que faz parte da instituição, venceu o prêmio da Central Única de Favelas (CUFA), no valor de cinco mil reais, em nível estadual. Esta outra proposta permite aos alunos diversas atividades, como eventos geek e oficinas multidisciplinares.

*Leia também – Tropa Dark Side: a cultura geek como educação

Já na Cultura da Zona Oeste a história não é diferente, mas o foco é mais abrangente: a periferia. De acordo com o professor de história Felipe Nóbrega, a Tropa Dark Side é uma inspiração e exemplo sobre a importância da participação dos alunos como protagonistas das atividades. A criação de artes, fotografia, design, assessoria partem deles e esta é uma troca importantíssima.

“O projeto que existe só na cabeça do professor dificilmente ganha continuidade, pois vai sempre faltar a troca, a necessidade de deixar que esse mesmo projeto também caminhe de um jeito que nem sempre nós vamos ter o “controle”, daí a importância sempre da autoria dos alunos ser reconhecida em um processo continuado”, comenta Felipe.

O projeto conta com a colaboração tanto dos participantes quanto da equipe fundadora. Na execução das oficinas, não há uma separação, a ideia é unir saberes e pessoas para um bem maior: mostrar a voz da periferia.

Oficinas

O centro tem que olhar e ir para a periferia, e ver que lá se produz muita coisa, e muita coisa de qualidade por pessoas que há anos estão na batalha”, afirma o professor Felipe Nóbrega.

As oficinas ocorrem via chamada de vídeo e são convidadas pessoas de diferentes áreas para tratar sobre o tema abordado. Mestre Toiço (fundador do grupo rio-grandino de Capoeira Berimbau de Ouro) e Sandrinha (coordenadora do grupo de rap gospel “Mente sem Limite” da Zona Oeste) são exemplos de convidados que participaram das oficinas.

                                         Mestre Toiço participa com oficinas sobre capoeira                                                            Imagem: Divulgação Facebook

A jornalista e doutoranda em educação ambiental (FURG/USP), Rachel Hidalgo, é responsável por ministrar o tópico de Educomunicação. Ela também vai produzir, através da produtora Preamar, as gravações do documentário.

De acordo com a equipe do projeto, estão sendo ofertadas oficinas de Educomunicação, Comunicação Comunitária e Produção Musical, que servem para ampliar a capacidade de expressão dos participantes antes das gravações do documentário.

Por causa do trabalho e outras atividades que cada participante possui, o ex-estudante da escola, Matheus Marques, teve a ideia de gravar as oficinas e publicá-las no Youtube. Segundo ele, esta foi uma maneira de não haver desistência e que qualquer pessoa possa ter acesso a qualquer momento o material.

Equipe

A representatividade do projeto chamou a atenção da ex-estudante Rayane Castro não só pelo enfoque, mas também pelas pessoas que fazem parte.

“Quando vi esse projeto sendo anunciado no status do Felipe, pensei que seria super importante contar a história da Zona Oeste com uma visão da própria Zona Oeste, sem serem pessoas de foras contando algo”, comenta Rayane

Para Matheus, a distância não impediu de colaborar com o projeto. Conhecido por suas edições de vídeo, DJ e youtuber, Felipe Nóbrega convidou o ex-estudante a ajudar no desenvolvimento e divulgação do projeto.

Igor Afonso, ex-estudante da escola Carlos Lorea Pinto e agora produtor musical da Zona Oeste, afirma ter sido incentivado pelo professor Felipe Nóbrega a participar por causa de sua afinidade com a música. Ao ser questionado sobre a importância que a Cultura da Zona Oeste tem para a comunidade, ele pontua que está muito interligada ao papel social:

Hoje tem muitos jovens criativos que acabam se perdendo com drogas ou más companhias. Acredito que seja por não terem acesso à informação do que eles querem fazer e também por falta de incentivo. Eles acabam encontrando outros meios para ‘gastar’ o tempo, já que não têm esse acesso à arte.”

Apaixonado pela música desde cedo, Igor estuda e trabalha há quase cinco anos sobre produção independente. Ele frisa que informações sobre música são muito escassas e, por isso, viu também a Cultura da Zona Oeste como um meio de divulgar um tema tão relevante culturalmente: a arte na música. Em sua área, ele afirma: “Vou me disponibilizar para fazer o melhor conteúdo para quem tem interesse em iniciar na produção de música.”

Documentário

Sendo orientado pela Educomunicação e Comunicação Comunitária, o documentário é sobre manifestações e produções da Zona Oeste e tem o objetivo de unir e dialogar sobre narrativas a partir do ponto de vista da comunidade e apresentar à população rio-grandina.

O Cultura da Zona Oeste não está à margem, ele é o centro de uma outra história que precisa ser contada, diz Felipe Nóbrega.

Ainda não se tem uma previsão concreta sobre as gravações para o documentário.  Conforme Matheus Marques, há oficinas para serem ofertadas que explicam como funciona um documentário. Devido à pandemia, ainda não se sabe também sobre o lançamento e isso será pensado mais para frente.

 

Felipe Nóbrega: ideia é unir saberes para um bem maior             Foto: Reprodução Facebook

Inscrições

Com a intenção de formar “Jovens Mediadores Culturais”, como são chamados pelos colaboradores do projeto, a participação é livre. Segundo Felipe, a faixa etária prioritária é de 12 a 23 anos, mas caso alguém não esteja inserido nesta idade e queira fazer parte da Cultura da Zona Oeste, pode chamar na DM do Instagram.

Lembrando aos interessados que não só basta ter interesse em colaborar, mas também ter ideias a partir do ponto de vista sobre a comunidade da Zona Oeste.

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” não se trata apenas de produções, mas de narrativas vindas da periferia. São histórias que precisam ser contadas e não esquecidas. A colaboração e o esforço de cada um apresentam um sentimento de fraternidade em tempos de distância.

Para mais informações sobre o projeto acesse este link.

O acesso direto para a página do Facebook pode ser feito por este link.

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