AgriNews: Processo de extração de óleo de sementes de maracujá

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujás, sendo que grande parte dessa produção é direcionada para produção de polpa da fruta, processo este que gera grande quantidade de resíduos, compostos por casca e semente, uma vez que apenas 30% do maracujá é polpa.

Os resíduos podem ser utilizados de diversas formas, um processo simples e que agrega muito valor é a extração de óleo das sementes. Para que se extraia este olho, primeiramente é necessário limpar as sementes, processo que consiste basicamente em remover a mucilagem que envolve as sementes.

Após limpas, as sementes devem ser secas, reduzindo seu teor de água até aproximadamente 10%. Com a matéria seca, basta realizar o processo de extração do óleo, o qual pode ser feito por prensagem à frio, solventes, líquido pressurizado e outros métodos.

O óleo bruto deve ser refinado para que seja comercializado, este processo pode ocorrer em 4 etapas: degomagem, neutralização, clarificação e filtração.

  • DEGOMAGEM: Consiste em adicionar 3% de água acidificada (0,1% de ácido cítrico ou fosfórico) em relação à massa de óleo aquecida a 60°C, sob agitação mecânica constante, durante 30 minutos. Uma posterior etapa de centrifugação retira a goma formada pela parte inferior da centrífuga, recuperando-se o óleo, na parte superior; 
  • NEUTRALIZAÇÃO: Adiciona-se um álcali (2% de soda cáustica ou barrilha) ao óleo degomado, para remover os ácidos graxos livres, glicerol, carboidratos, resinas e metais. Assim, o óleo e o álcali são misturados, formando sabões, as chamadas borras, que são removidas por centrifugação, quando então o óleo é recuperado; 
  • CLARIFICAÇÃO: Removem-se os pigmentos que conferem uma cor mais escura ao óleo, pois este precisa tornar-se claro e cristalino, e assim, mais aceitável aos consumidores. O óleo é então submetido a aquecimento e agitação, em tanques, onde são adicionados meios clarificantes para absorver os pigmentos: terras diatomáceas e carvão ativo ou argila bentonita;
  • FILTRAÇÃO: O óleo passa por um filtro de placas ou velas verticais, nas quais os meios clarificantes são retidos, para posterior descarte. O óleo refinado apresenta coloração levemente amarelada e odor característico.

Após estes processos, o óleo está pronto para ser comercializado, geralmente é muito utilizado na indústria de cosméticos e em farmácias de manipulação. A torta residual pode ser utilizada para fazer sabonetes e cremes esfoliantes, fazendo com que se tenha um ótimo aproveitamento de todo o fruto, uma vez que de 1 fruto fizeram-se 4 produtos: Polpa, óleo, sabonete, creme esfoliante.

 

FONTE: Junqueira, F. G. (2016). Maracujá: O produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília: Embrapa.