(R)existência e visibilidade LGBT+ em discussão na ESEF

Pela primeira vez na história, questões LGBT+ foram abordadas na Escola Superior de Educação Física

Por Isadora Mariko Ogawa

O “Educação física no combate às opressões”, projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), promoveu na última tarde de segunda-feira (02), o terceiro seminário do projeto. No auditório da Escola Superior de Educação Física (ESEF), os participantes debateram o tema “(R)existência e visibilidade LGBT+”, abordado pela primeira vez no local.

O projeto consiste em três tipos de atividades: oficinas de enfrentamento às opressões em escolas, auxílio na formação de professores da ESEF e seminários, que já pautaram questões raciais e violência contra a mulher. Segundo Giovanni Frizzo, um dos coordenadores do “Educação física no combate às opressões”, o projeto “surge para contribuir, através de ações de pesquisa, extensão e ensino, com causas sociais importantes”.

Em um ambiente acolhedor, a mesa de palestrantes foi composta por Renata Damasceno, professora de Educação Física da rede municipal de ensino, Breno Vasconcelos, mestrando e professor da área, Luiza Affonso, acadêmica de Psicologia e militante do coletivo feminista Ana Montenegro, e Jô Rocha, graduanda da ESEF. Reunidos para visibilizar e debater o tema, todos os palestrantes se identificam como LGBTs. “Temos a preocupação que as pessoas que estejam na mesa sejam representativas da causa”, ressalta Frizzo.

Mesa de palestrantes do seminário. Imagem: Isadora Ogawa

Durante o evento, houve o esclarecimento de termos como “identidade de gênero” e “orientação sexual”. Além disso, os palestrantes expuseram dados alarmantes sobre LGBTfobia dentro da área de educação física. A tarde foi de interesse do público, que participou ativamente do seminário. “Dentro da educação física, a gente não tem um acumulado desse debate. Tanto na formação de professores e professoras, como no trabalho realizado em escolas e outros espaços profissionais”, salienta o professor Giovanni.

No país que mais mata transexuais no mundo, segundo dados da ONG Transgender Europe (TGEU), ser a primeira mulher transexual, negra, a entrar na ESEF é revolucionário. Ela é Jô Rocha, 35 anos, que diz ter entrado “um pouco apreensiva e com medo”, mas que foi muito bem recebida pelos professores e veteranos. “Eu estou aqui pra mostrar que é possível”, declara a graduanda da ESEF. Ela também lembra a importância de abordar esses temas: “A partir do momento que tu discute a diversidade, começa a abrir espaço para que [os LGBTs] possam ocupá-lo”.

 

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