Resenha – Dor e Glória

Por Graça Vignolo de Siqueira

Sinopse:

“Salvador Mallo (Antonio Banderas), diretor de cinema em declínio, relembra sua vida e carreira desde sua infância, na cidade de Valência, nos anos 60. Salvador tem lembranças vívidas de seus primeiros amores, seu primeiro desejo, sua primeira paixão adulta, na Madrid dos anos 80, e seu interesse precoce pelo cinema.”

Quem aí conhece o diretor e roteirista espanhol, de 69 anos, Pedro Almodóvar? De filmes como Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, Ata-me! De Salto Alto, À Flor de Meu Desejo entre outros tantos?

Embora nunca tenha podido estudar Cinema, por falta de recursos financeiros, ficou famoso, ganhando vários prêmios, inclusive o Oscar e Festival de Cannes, sendo respeitado no mundo inteiro.

Esse, em especial, é seu projeto mais pessoal. Trata de sua vida, seus amores, suas dores, decepções e recomeço. Afinal, ficou afastado das telas por um período, naufragado em vício e tristeza pela morte da mãe.

Caso não o conheça, mas gosta muito de Antonio Banderas, saiba que esse ficou famoso com os filmes do amigo Almodóvar. Sempre está a sua disposição e não foi diferente desta vez.

Tanto no filme como na realidade, Almodóvar revela: “Meu maior fantasma é não poder fazer cinema por questões físicas ou por me faltarem ideias, ou por perder a paixão”.

Dor e Glória é o legítimo filme europeu. Sério, com pitadas de humor, pouca trilha sonora, com tom mais maduro e, de certa forma, contido do diretor. Encanta pela singeleza. Pela forma com que mostra certas cenas de uma forma completamente natural. 

O uso de flashbacks, não lineares, não atrapalha em nada. O amor pela mãe está em cada gesto do pequeno ator Asier Flores (Salvador criança). A descoberta da homossexualidade é acompanhada de uma carga leve. Mas o beijo (não técnico) entre Banderas e Leonardo Sbaraglia é de tirar o fôlego.

Pausa para falar sobre Sbaraglia, que trata o amor que existe entre os dois de forma respeitosa e doce. Ótimo ator.

A trama do filme se baseia nessas dores, lembranças, pequenos momentos de depressão e alguns de alegria, do diretor que tão bem está no comando dessa obra. Por trás das câmeras ou na frente dela como personagem, ambos merecem aplausos. Em Cannes já arrebatou corações e o prêmio de Interpretação Masculina. 

Nota: 9,5

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