Nevando em Bali: Conheça a história dos brasileiros presos na Tailândia por tráfico de drogas

Obra é a terceira parte da série de livros escritos pela jornalista Kathryn Bonella, que pesquisou e entrevistou diversos traficantes de Bali

Capa do livro “Nevando em Bali” da autora Kathryn Bonella Foto: Divulgação / Editora Geração

Por Carolina Ferreira / Em Pauta

Sexo, drogas e aventuras são as palavras que descrevem as primeiras 200 páginas de Nevando em Bali. A obra da jornalista australiana Kathryn Bonella leva o leitor até as mais luxuosas praias de Bali, na Indonésia, para contar a história de como o tráfico ocorre neste local que pune esse crime com pena de morte e prisões perpétuas. Bonella fez uma pesquisa abrangente sobre a vida dos traficantes de Bali, e transformou a história em três livros: Hotel Kerobokan, Operação Playboy e Nevando em Bali.

Ao longo das páginas de Nevando em Bali a jornalista nos apresenta vários nomes – muitos deles brasileiros e surfistas – de pessoas que viajaram para a ilha paradisíaca com o objetivo de ter a “vida dos sonhos”. Esse sonho rapidamente se mostra ter um custo muito alto, e a facilidade de ganhar dinheiro com o tráfico acaba chamando a atenção de muitos turistas, que começam como “mulas”, mas logo acabam coordenando grandes operações de tráfico internacional. Nesse cenário os brasileiros Rafael, Marco e André acabam rapidamente tornando-se grandes traficantes da ilha.

O livro acompanha os personagens (muitos deles com nomes fictícios para proteger a identidade), contando as histórias de cada um, desde como eles se inseriram no tráfico, a luxuosa vida que viveram, e as consequências finais. A jornalista constrói uma narrativa fluída, inserindo comentários feitos pelos próprios traficantes, imagens, e recria cenas que cativam o leitor e fazem com que soltar esse livro seja quase impossível.

A leitura de “Nevando em Bali” não é fácil, por muitas vezes é angustiante. Será que eles serão pegos? Em que momento? Eles receberão pena de morte? São pensamentos que acompanham o leitor durante toda a obra, que decorre de forma cronológica. Ao mesmo tempo, ela nos proporciona o contato com uma realidade que provavelmente a maioria de nós jamais teremos: no primeiro momento, a vida de luxo, praias e festas; e depois, as celas sujas e a angústia de carregar uma pena de morte nas costas.

Bonella é jornalista e foi capaz de ganhar a confiança de suas fontes: os grandes traficantes. Ela foi até a prisão Kerobokan e viu de perto toda a dor e angústia relatada no livro. Logo, ao mesmo tempo em que relata histórias, ela consegue denunciar abusos e corrupção por parte da polícia da Indonésia. É um trabalho informativo, com veracidade e apuração dos fatos. Porém, ao mesmo tempo, não deixa de ser um bom entretenimento.

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