Flexibilização no uso de máscaras: o que se sabe até agora?

Relaxamento de protocolos clássicos da pandemia faz crescer as dúvidas entre a população.

Caroline G. Quincozes/ Em Pauta

Há mais de dois anos atrás, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretava estado de pandemia mundial. Desde o acontecimento que mudou a vida de todo o planeta, a população teve de se acostumar com uma rotina diferente, principalmente em momentos críticos da Covid-19, onde é possível lembrar dos meses em que o Brasil registrava mais de 3 mil mortes diárias e não havia indícios de vacinas para nem metade dos brasileiros. De fato, o cenário mudou e medidas foram flexibilizadas ao longo do tempo, inclusive, diversas delas estão sendo questionadas. A retirada das máscaras, quase que exclusivamente. Nesse dilema, muitos estão se perguntando se a medida, que já se tornou peça do cotidiano nesses últimos tempos, deve se tornar opcional ou não.

Pelotas tem poucos casos de COVID-19 segundo últimos dados, e população ainda mantém o hábito do uso de máscara

O período sombrio de 2021, cujo era rotina evidenciar milhares de mortes (em sua maior parte, evitáveis) sendo noticiadas na televisão, parecia ter ficado para trás com a imunização em massa, e a considerável queda nos casos e óbitos deixou todos esperançosos. A partir da Ômicron, inúmeras “quase certezas” que eram, em certos instantes, unânimes, voltaram novamente a serem contestadas. Simultaneamente, outra parcela da população considera que o vírus esteja se encaminhando para uma endemia. De qualquer maneira, talvez seja correto dizer que a pandemia está em patamares bem discrepantes deste capítulo mortal que acometeu o país e o mundo.

Nesse momento, o Brasil marca mais de 659 mil vidas para a Covid-19, enquanto no Estado do Rio Grande do Sul, 38 mil não resistiram à doença. Na cidade de Pelotas, contabilizam-se 1.374 óbitos, mas o município não registra uma média de mortes parecida com outras épocas. Em 18 de março de 2021, o pior momento da pandemia no país, Pelotas computou 15 óbitos num único dia.

A estudante de Psicologia, Annelise Flores, acredita que muitas pessoas defendem a retirada das máscaras por conta que acreditam representar um símbolo de liberdade, também citando a desinformação e falta de incentivo em relação ao uso. Apesar de acreditar que as pessoas estão aproveitando mais a vida e saindo mais do que antes, ainda defende o uso de máscaras, especialmente em lugares fechados.

– Meu ambiente de trabalho é um bom exemplo do quanto a máscara protege. Em todo esse tempo de pandemia, apenas um colega se contaminou, enquanto outros colegas não tiveram Covid porque estavam protegidos com a máscara. Além disso, a máscara diminuiu os casos de gripes e resfriados também – cita a estudante.

Helena Cardoso, estudante de Enfermagem, faz parte do grupo que considera a máscara uma medida ainda necessária, não concordando com falas relacionadas a Covid estar se tornando uma endemia. Também reforça que existe um consenso entre os profissionais da área da saúde em relação a algumas medidas contra o coronavírus, como o alerta quando há aumento de casos, manutenção dos locais de atendimento exclusivos a síndromes gripais e testagem abertos, o uso da máscara em lugares fechados e locais onde há grande concentração de pessoas, e também a exigência do passaporte vacinal.

– Ninguém quer voltar aos piores momentos, as ondas e a sobrecarga do sistema de saúde – completa Helena.

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