Após vitória consagradora, Pelotas volta a ter dificuldades no Gauchão e apenas empata contra o São Luiz

Torcida do Pelotas oferece belo espetáculo nas arquibancadas, mas o time não consegue vencer o São Luiz. Imagem: Pedro Lopes

Por Luís Artur Janes Silva

 

Domingo, um tórrido dia 27 de janeiro, marcou a estreia do Pelotas na Boca do Lobo neste Campeonato Gaúcho. Depois da épica vitória contra o Inter, no Beira-Rio, o áureo-cerúleo voltou a campo para enfrentar o São Luiz, de Ijuí, em jogo válido pela terceira rodada da fase inicial do Gauchão. O resultado da partida, 0x0, foi consequência da atuação pouco inspirada do Pelotas, que não teve competência para furar o bloqueio defensivo do São Luiz, pois não conseguiu criar nenhuma jogada organizada durante o jogo e que, ainda por cima, sofreu com os contra-ataques do adversário.

PRIMEIRA ETAPA

Na primeira etapa de jogo, o Pelotas até tentou propor as ações, mas não conseguiu o objetivo, esbarrando no bem postado time do São Luiz, que se defendia com cinco jogadores no meio campo. Léo Costa, o armador do Lobo, esteve pouco inspirado e não conseguiu fazer o time jogar.

As dificuldades do Pelotas se fizeram sentir pelo lado esquerdo do campo e ficaram latentes com a saída precoce do artilheiro Giovane Gomes, que foi substituído por Santa Cruz. Jarro e Germano, responsáveis pela ala canhota do Lobo, não obtiveram sucesso no sentido de criar chances de gol para o Pelotas.

Assim, restrito aos poucos chutes de fora da área, desferidos por Léo Costa ou Reinaldo Dutra, o áureo-cerúleo não ameaçou a meta de Carlão. Além disso, os únicos momentos em que o Pelotas conseguia se aproximar da área do São Luiz, aconteciam quando o lateral John Lennon subia ao ataque e fazia a combinação de jogadas com Costa e Dutra. Na base dos cruzamentos, o Lobo tentava incomodar o goleiro Carlão.

A produção ofensiva do Pelotas foi tão fraca, que a única chance real de gol da equipe aconteceu aos 42 minutos de jogo, quando Léo Costa cruzou da esquerda e Jarro, deslocado no meio, cabeceou a bola, que foi defendida em dois tempos por Carlão.

Enquanto isso, o São Luiz jogou no erro do Pelotas e teve êxito parcial no sentido de incomodar o setor defensivo do Lobo. Atacando preferencialmente pelo lado direito, aproveitando-se da insegurança do lateral paraguaio Giménez, o São Luiz incomodou bastante nas investidas de Tawan e Thiago Alagoano e nas bolas paradas de Márcio Goiano, que eram cobradas fechadas, e que obrigaram o goleiro Aírton a intervir nos lances.

Mais consciente em campo, o time de Ijuí teve duas chances claras de gol no primeiro tempo. Aos 32 minutos, o lateral Maicon acionou o volante Claiton, que estava posicionado próximo a meia-lua da área, mais pelo lado esquerdo. Claiton ajeitou a bola e chutou colocado. A bola tinha endereço certo, mas Aírton mandou para escanteio, de mão trocada. Três minutos mais tarde, o centroavante Marcão ganha da defesa do Lobo na raça e deixa Tawan livre e de frente para o gol, mas o meia-atacante chuta torto e a bola vai para fora.

Ao término da etapa inicial surgem os primeiros sinais de insatisfação da torcida com a atuação do Pelotas. Refletindo isso, o zagueiro Felipe Chaves deu o seu depoimento e afirmou que tinha faltado qualidade no último passe, fazendo com que o Lobo fosse pouco efetivo.

SEGUNDA ETAPA

No segundo tempo, o jogo teve mais movimentação, mas não melhorou na sua parte técnica. O Pelotas adiantou suas linhas e tentou incomodar o sistema defensivo do São Luiz. Mas a falta de criatividade do Lobo atrapalhou os planos de abafar o adversário, pois na maioria das vezes em que teve com a bola, os jogadores do Pelotas se utilizavam dos levantamentos na área. Fora isso, os lances de bola parada, que foram eficazes na partida contra o Inter, eram a alternativa de ataque ao Pelotas.

Assim, o Lobo até teve mais volume de jogo, mas chances reais de gol aconteceram apenas duas. Aos 18 minutos, Rubinho cobrou escanteio da esquerda e Germano, o mais regular jogador em campo, cabeceou livre, da risca da pequena área, mas sem o cacoete do atacante, a bola passou por cima. A outra chance apareceu aos 48 minutos, quando Santa Cruz e Jarro puxaram o contra-ataque, a bola sobrou para Jarro, que dentro da área pelo lado esquerdo, chutou na saída de Carlão, mas a bola foi por cima.

Já o São Luiz continuou jogando nos erros do Pelotas e passou a explorar o lado esquerdo de ataque, impedindo as subidas de John Lennon. A periculosidade do time de Ijuí teve seu grande momento aos 14 minutos do tempo final, quando Márcio Goiano foi à linha de fundo e cruzou. A bola passou por Thiago Alagoano, mas sobrou para Tawan, outra vez de frente para o gol, que ajeitou e desferiu um forte chute, que bateu no travessão.

Depois dos 30 minutos da etapa final, o Pelotas cansou e o São Luiz passou a ter mais posse de bola e, ao mesmo tempo, começou a entrar na área do Lobo com mais regularidade. Sem criatividade no meio, o Lobo não conseguia reter a bola e quando tinha a sua posse não conseguia ser vertical. Pior que isso, a torcida irritou-se quando os jogadores aúreo-cerúleos começaram a recuar o balão para o sistema defensivo.

Além disso, o Pelotas perdeu poder ofensivo na parte final da partida, porque Jarro atuou descontado fisicamente por causa de uma lesão. Para não deixar o time com dez jogadores, já que Gavilán havia feito as três substituições, o atacante partiu para o sacrifício.

Assim, o jogo encaminhou-se para o final e o placar zerado não foi alvo de críticas maiores da torcida, que ainda estava relativamente embevecida com a histórica vitória contra o Internacional, conquistada na rodada anterior. Atônito, Rubinho pediu que seus companheiros levantassem a cabeça depois deste revés.

Após este empate, o Pelotas ocupa a quinta posição na tabela de classificação com quatro pontos, mas pode cair um posto, dependendo do resultado da partida entre Grêmio e Juventude, que completará a rodada. O Lobo volta a campo na próxima quarta-feira, quando enfrentará o São José. O jogo está marcado para o estádio da Boca do Lobo e começará às 20:30 horas.

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