Djokovic e Naomi Osaka vencem o Aberto da Austrália e reinam no tênis mundial

Djokovic vence Nadal e conquista pela sétima vez o Aberto da Austrália. Imagem: Divulgação do Australian Open

Por Luís Artur Janes Silva

Na manhã deste domingo (27), no Brasil, tivemos a decisão do Aberto da Austrália de tênis, o primeiro dos quatro torneios do Grand Slam, que formam a principal série de competições deste esporte. A final do Aberto da Austrália reuniu os dois melhores tenistas da atualidade e, neste encontro de gigantes, o sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, bateu Rafael Nadal por 3 sets a 0, com parciais de 6-3, 6-2 e 6-3. Esta vitória garantiu o sétimo título de Djokovic na Austrália, tornando o sérvio o maior campeão deste torneio.

Nadal, que voltava ao circuito mundial do tênis, depois da lesão que sofreu na semifinal do Aberto dos Estados Unidos, em setembro, chegou à final do Slam australiano sem perder set algum, massacrando seus adversários de forma inapelável. Mas, diante de Djokovic, o espanhol não encontrou facilidade, sofrendo várias quebras de saque (duas no primeiro set, três na segunda parcial e duas na terceira). Nadal foi facilmente dominado pelo tenista sérvio, que sobrepujou o espanhol em praticamente todos os aspectos técnicos analisados em uma partida do esporte das raquetes. Com esta vitória, Novak conquista o seu 15º Grand Slam e o terceiro consecutivo, pois já havia vencido Wimbledon e Estados Unidos, no segundo semestre de 2018.

No discurso dado após a vitória, Djokovic elogiou Nadal por ter voltado de mais uma contusão que o retirou das quadras, referindo-se ao fato de que o espanhol mostrou o que é espírito de luta. O sérvio também comemorou a terceira conquista de Slam seguida, relembrando a cirurgia que sofrera no ano passado e dedicou o troféu conquistado à sua família. Com mais esta conquista, Djokovic aumentará a sua distância em relação ao tenista espanhol no ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).

Enquanto isso, o tênis feminino ganhou uma nova número 1 do mundo. A japonesa Naomi Osaka venceu a tcheca Petra Kvitova por 2 sets a 1, com parciais de 7- 6 (7-2), 5-7 e 6-4, e conquistou o segundo Grand Slam consecutivo de sua carreira. Osaka havia vencido o Aberto dos Estados Unidos de 2018, numa final polêmica contra Serena Williams. Desta vez, a discreta tenista nipônica, que vive em terras estadunidenses, conquistou a coroa de uma forma menos estrepitosa e de quebra roubou de Simona Halep, o posto de melhor tenista do mundo. Aliás, Naomi Osaka torna-se a primeira asiática a ocupar o posto de número um do tênis feminino.

No primeiro e mais disputado set do jogo, as duas finalistas se aproveitaram dos saques potentes e da força de seus golpes para decidir a parcial no 13º game, o tie-break. Neste momento da partida, Osaka sacou melhor e conseguiu a vantagem.

No segundo set, Osaka teve três chances para fechar o jogo e antecipar a conquista do título, mas permitiu que Kvitova ganhasse quatro games consecutivos e vencesse a parcial.

No set decisivo, a japonesa não se abateu pelo deslize da parcial anterior, quebrando o saque da tenista tcheca, logo no início desta parte do jogo. Naomi evitou a quebra de seu saque no quinto game e a partir daí caminhou para a vitória que a consagrou definitivamente no panteão das grandes atletas de sua modalidade.

Curtas sobre o Aberto da Austrália

Roger Federer, dono de 20 títulos de Grand Slam, mostra sinais de que vive o ocaso de sua carreira. Com 37 anos, o tenista suíço, que tentava a sua terceira conquista consecutiva na Austrália, foi desclassificado nas oitavas de final do torneio. Federer fez uma partida muito boa diante de um fantástico Stefanos Tsitsipas, o grego que promete ser um dos grandes tenistas do futuro. Certamente, um dos melhores jogos do campeonato, que brindou os amantes do tênis com um duelo entre o maior de todos os tempos, aproximando-se do fim de sua vitoriosa carreira, contra um dos mais promissores jogadores da atualidade;

É a segunda vez consecutiva que Federer é desclassificado nas oitavas de final de um Grand Slam. No Aberto dos Estados Unidos do ano passado, o suíço foi surpreendido pelo australiano John Milmann;

Stefanos Tsitsipas foi perfeito até as semifinais do Aberto da Austrália, quando foi massacrado por Rafael Nadal, mas mostrou que será um dos grandes no futuro, caso não se perca no meio do caminho. Além disso, os entusiasmados torcedores gregos deram um belo espetáculo nas arquibancadas;

O francês Lucas Pouille não vinha enfrentando adversários temíveis, mas surpreendeu nas quartas de final ao derrotar um ascendente Milos Raonic, que volta a mostrar um tênis de primeira qualidade. Assim, Pouille fez a sua primeira semifinal de Slam e, embora tenha sido massacrado por Djokovic, mostra que pode subir de patamar na sua carreira;

O canadense Milos Raonic foi desclassificado por Lucas Pouille, mas antes disso eliminou Nick Kyrgios, o ídolo australiano, e Stanislas Wawrinka, dono de um título em quadras austrais. Mostrando mais que um saque devastador, Raonic evoluiu como jogador e provou que pode voltar às primeiras posições do ranking mundial;

Andy Murray protagonizou o jogo mais emocionante da primeira rodada do Aberto da Austrália. Sua derrota para o espanhol Roberto Bautista-Agut (2×3), foi marcante porque pode ter sido a última apresentação do britânico na Terra dos Cangurus. Sofrendo com problemas físicos, Murray pode abandonar a carreira antes do encerramento desta temporada;

O espanhol Bautista-Agut, que pode ter abreviado a carreira de Andy Murray, foi outro destaque do Aberto da Austrália. Eliminando os promissores John Milmann e Karen Khachanov, Bautista derrotou o croata Marin Cilic, vice-campeão do Aberto australiano de 2018, nas oitavas de final, mas parou em Stefanos Tsitsipas na fase seguinte;

O japonês Kei Nishikori foi o homem de ferro do Aberto da Austrália, pois disputou cinco partidas e três destes jogos foram para o quinto set, dentre estes, destaque para o duelo contra o espanhol Pablo Carreno Busta, que foi decidido após uma decisão controversa da arbitragem. Extenuado pelo esforço, o japonês abandonou o jogo de quartas de final contra Novak Djokovic;

A grande decepção do Aberto da Austrália foi o alemão Alexander Zverev, número quatro do mundo e atual campeão do ATP Finals. Promissor, Zverev mostrou que ainda não pode ser chamado de grande do esporte, pois não venceu um Grand Slam e desta vez a sua atuação foi decepcionante. Tudo porque o alemão foi massacrado nas oitavas de final do torneio pelo canadense Milos Raonic, 3 sets a 0, com direito a duas parciais de 6-1;

No naipe feminino, as duas finalistas de 2018 decepcionaram. A campeã Caroline Wozniacki foi desclassificada na terceira rodada do torneio, derrotada pela experiente russa Maria Sharapova. Enquanto isso, a romena Simona Halep, vice-campeã de 2018, caiu nas oitavas de final, quando perdeu para Serena Williams. Além disso, com o título da japonesa Naomi Osaka, a romena vai perder o posto de número um do mundo;

Serena Williams, 37 anos, tentava a conquista do seu 24º Grand Slam e, assim, igualar-se à grande tenista australiana Margaret Court, mas sua caminhada foi interrompida nas quartas de final do Aberto da Terra dos Cangurus. Derrotada pela tcheca Karolina Pliskova, Serena voltou da licença-maternidade durante o ano passado e vem recuperando o seu condicionamento aos poucos. Vice-campeã nos Estados Unidos, o último Slam da temporada passada, Serena parece que ainda não recuperou a sua velocidade habitual e sente o ritmo forte de algumas partidas. Mas é muito provável que volte aos seus melhores dias e consiga reinar mais uma vez no tênis feminino, antes de encerrar a carreira;

A participação de maior destaque do tênis brasileiro no Aberto da Austrália foi de Bruno Soares, que ao lado de Jamie Murray, irmão de Andy, chegou às quartas de final do torneio de duplas masculinas, quando foram desclassificados pela dupla formada pelo australiano John Peers e pelo finlandês Henri Kontinen. Soares ainda chegou às semifinais do torneio de duplas mistas, atuando ao lado da estadunidense Nicole Melichar. Acabaram derrotados pela dupla local, formada por John Patrick-Smith e A. Sharma;

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