Fenadoce: uma Feira cultural

Associação da Cohab Tablada contribui com sua dança para a Fenadoce

Carolina Ávila

     A Fenadoce 2017 já acabou, mas em 2018 tem mais. A feira abre anualmente e dura um pouco mais de duas semanas. Etnias e visões de mundo se integram, pois, além dos visitantes locais, há público de diversas cidades, estados e até países. A arte da dança é uma daquelas que contribui para fazer deste evento um momento dos mais significativos da vida cultural da região.

Para doceiras, doceiros e confeitarias, é uma ótima oportunidade de divulgar e vender os doces pelotenses. Para expositores, é uma maneira de divulgação e renda extra no ano. Para os visitantes, é um momento de conhecer a gastronomia e cultura local, além de ser prazeroso e divertido. Há também oportunidade para a divulgação de trabalhos de diversos artistas e, uma das maneiras ofertadas, são as apresentações que acontecem no palco da Praça de Alimentação.

Conforme os dados do site da Fenadoce, em 2016 foram 271 mil visitantes que pisaram na feira. Quem está trabalhando e divulgando seu produto, ganha bastante visibilidade.

A Fenadoce também é o momento de valorização de diversas manifestações artísticas, como a dança. Mariana Espilman é professora de dança no Colégio Simon e também coordena seu próprio grupo (vinculado a Associação Comunitária do bairro Cohab Tablada), que leva o seu nome. Ela trabalha com técnicas de ballet clássico e jazz. Ressalta que o colégio onde trabalha possui uma vertente voltada ao desempenho físico e treinamento, mas é mais amadora, por isso a visibilidade de suas realizações não é tão grande. Destaca que o reconhecimento do grupo de dança vem de eventos culturais, como a Feira do Livro, criações próprias e, a própria Fenadoce.

Recentemente foi criada uma associação na cidade de Pelotas – ADAP – formada por bailarinos, professores e coreógrafos, os quais lutam pela legitimação da área. Mariana fala que, depois desta criação, há um maior reconhecimento local na área de dança, mas ainda há muito caminho pela frente. Por isso, é importante que a cidade proporcione eventos que atraiam um grande público. Segundo a professora, “a Feira do Doce é um excelente espaço para apresentar trabalhos culturais, aliás, um dos poucos espaços que temos na cidade. Dançar na Fenadoce traz muita visibilidade para os grupos, além de funcionar como uma espécie de intercâmbio cultural para professores e bailarinos”.

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Novo espaço estimula a leitura

A sala na Rodoviária possui uma estante única com obras de autores pelotenses           Foto: Quindim Cultural

     Ricardo Borges Leite

     No dia 3 de Maio, a Estação Rodoviária de Pelotas (Eterpel) inaugurou o projeto “Embarque na Leitura”, que tem como objetivo aumentar a circulação na Rodoviária, e estimular a leitura entre a população.

     Com idealização da Eterpel e apoio do Sesi e da Fiergs, a sala de leitura, localizada no segundo andar do prédio da Rodoviária, conta com mais de dois mil livros para empréstimo aos usuários que se cadastrarem.

     A ideia da sala de leitura foi concebida no ano passado pelo hoje diretor financeiro da Eterpel Wagner Rodrigues, quando ainda era diretor-presidente. Segundo Rayane Lacerda, da área de comunicação da Eterpel e que participou do planejamento do projeto, buscou-se parceiros para expandir a proposta. “Afinal, quando trabalhamos em conjunto, as chances de ser um projeto melhor são grandes”, observa.

     A Eterpel fechou acordo com o Banco de Livros de Porto Alegre, que enviou livros regularmente, chegando à marca de 2000 exemplares. Somando-se às doações da comunidade, a sala de leitura tem, hoje, 2300 obras, que podem ser retiradas após cadastro no local. A ideia é de criar um vínculo entre a população e a Rodoviária, para que o local não seja apenas de passagem, mas uma área de convívio social e cultural.

     Com pouco mais de um mês e meio de funcionamento, o retorno por parte da sociedade parece ser bastante positivo, indicam os idealizadores. O projeto já conta com mais de 100 pessoas cadastradas, que retiraram livros para a viagem ou para levar para suas casas durante uma semana.

Objetivo é incentivar a leitura

     Segundo Rayane, o projeto tem por objetivo principal “incentivar o hábito da leitura e proporcionar contato direto com os livros, pois a empresa entende que muitas pessoas não têm acesso a eles”.

     Além disso, os idealizadores apontam que esse projeto pode estimular uma “rede de incentivo à leitura através das rodoviárias do Estado”. Pelotas é pioneira, porém, representantes de outras rodoviárias já deram sinais de que se interessam pela ideia, indica Rayane.

Como funciona o “Embarque na Leitura”

     Qualquer pessoa pode se cadastrar e retirar um livro por até sete dias, sendo possível renovar por mais sete. Os usuários que forem ler durante a viagem e não voltarem a Pelotas tem a opção de deixar no banco do ônibus, sendo que a empresa devolverá à biblioteca.

     A sala do Embarque na Leitura possui títulos dos gêneros literatura estrangeira, literatura brasileira, espiritualista, religião, infanto-juvenil, infantil e história, além de livros didáticos. Ainda, a sala de leitura possui uma estante única com obras de autores pelotenses, e está aberta aos autores locais que buscam promover suas obras. O espaço também pode ser utilizado para eventos culturais, nesse caso, os interessados devem entrar em contato com o setor de comunicação da rodoviária.

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Instituto João Simões Lopes Neto deve reinaugurar neste mês

Fachada do Museu localizado na Rua Dom Pedro II, 810

   Luis Fernando de Vargas Junior

     Localizado na Rua Dom Pedro II, número 810, o Instituto João Simões Lopes Neto é um local que reflete significados culturais na história de Pelotas. O museu que está em reforma desde janeiro de 2017, tem pretensão de reinauguração neste mês. A casa, entre tantos papéis, possui um objetivo único de salvaguardar o simbolismo do importante escritor pelotense.

     João Simões nasceu no dia 9 de março de 1865 e veio a falecer em 14 de junho 1916, com apenas 51 anos. De acordo com os estudos literários, o pelotense pode ser considerado um dos maiores autores regionalistas do Rio Grande do Sul, pois procurou em grande escala expressar o seu amor pela terra gaúcha. Os livros ‘’Contos Gauchescos’’ (1912) e ‘’Casos de Romualdo’’ (1914), foram algumas das suas obras, sendo o primeiro livro responsável por grande parte de seu sucesso.

     A jornalista e secretária da Instituição, Jéssica Gebhardt, apontou a procura de agendamento para visitas, as solicitações em grande parte são feitas por professores. A entrevistada ainda relatou que a reforma está acontecendo em ambientes específicos como, por exemplo, no auditório e ressaltou: “Está ficando tudo muito lindo e não vemos a hora de poder reabrir”.

     Nossa equipe também conversou com o presidente da Organização, Antonio Carlos Mazza Leite que relatou o empenho do Instituto em preservar, valorizar e divulgar a memória e a obra de João Simões Lopes Neto, bem como a história e a cultura pelotense. Antonio Carlos apontou que a instituição tem promovido diversas atividades, essas procuram dar maior relevância à obra do escritor como, por exemplo, palestras, debates, concursos de monografias, apresentações teatrais e diversos outros movimentos.

      O responsável ressaltou um importante passo para a preservação e divulgação da obra do homenageado da casa: “Finalmente, a estátua de Simões Lopes Neto, inaugurada na Praça. Cel. Pedro Osório, em dezembro do ano passado, transformou-se em atração permanente para os pelotenses e para os turistas, que não se cansam de tirar fotos ao lado do escritor e se interessam por conhecê-lo melhor”.

     Para os interessados em redescobrir a história de um dos mais importantes escritores regionalistas do Brasil ou para solicitar uma visita após a reabertura, é possível contatar a organização por meio do telefone (53) 30271865, pelo e-mail assessoriainstitutojsln@gmail.com ou pela Fan Page do Museu no Facebook. É válido lembrar que o Instituto João Simões Lopes Neto possui entrada franca e seu horário de funcionamento é das 14h às 18h de segunda à sexta.

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Cinema em Pelotas: os bastidores das salas de exibição da cidade

 

Matheus Pereira

Os cinemas competem com o fácil acesso aos filmes no conforto do lar

             Quem conheceu Pelotas há algumas décadas sabe que cada bairro tinha uma ou mais salas de cinema. Vários eram os espaços onde a população podia desfrutar dos mais diversos exemplares do audiovisual. Com o tempo, as salas foram entrando em extinção e grandes cinemas foram fechando as portas, deixando prédios abandonados ou nas mãos e outros negócios. Onde antes havia o Cine Capitólio, um dos maiores cinemas da cidade, hoje existe um estacionamento de veículos.

            As explicações para o fechamento de cinemas são inúmeras e vão desde o surgimento das tecnologias e pirataria até a simples perda de interesse o público. Em Pelotas, hoje, dois cinemas dividem a atenção do público. Um é o CineArt, o mais antigo da dupla, que tenta conquistar mais público através de uma mudança radical.

            Localizado no centro da cidade, no terceiro andar de um pequeno centro comercial, o CineArt tenta vencer a concorrência e as adversidades do negócio ao tentar cada vez mais melhorar os serviços prestados ao público. Depois de ano exibindo filmes em película, a gerência finalmente trocou todo o sistema de exibição para modernos projetores digitais. A tecnologia 3D também chegou na intenção de inovar e trazer as pessoas que acabaram migrando para a forte concorrência que surgiu há alguns anos.

            No Shopping Pelotas, pouco mais distante do Calçadão central, uma enorme rede de cinemas inaugurava mais uma de suas filiais. O Cineflix Shopping Pelotas acabou conquistando com uma variedade maior de filmes, além de maior rapidez nas estreias. Além disso, investiu em cinco grandes salas de exibição com conforto, projeção digital e em 3D. A concorrência parecia desleal, mas com o tempo as situações foram equilibrando.

Espaço para todos

            Conversando com os gerentes de ambos os cinemas, a resposta é uma só: ainda há público e espaço para o cinema. Para os proprietários do CineArt, é cada vez mais difícil convencer as pessoas a saírem de casa para assistir um filme. Com plataformas de streaming, downloads, TV a cabo e muitas outras opções, sair do conforto do lar pode ser a última escolha de uma família. É por isso que é preciso inovar em conforto, novos filmes, variedades nas guloseimas à venda e, claro, nas promoções.

            O mesmo acontece no cinema do Shopping Pelotas. Para a gerência do lugar sempre haverá público. A dificuldade é saber como agradá-lo. A questão dos filmes dublados e legendados é uma das mais polêmicas. A equipe, por exemplo, joga filmes legendados para o turno da noite, o que gera reclamações por parte daqueles que só têm a tarde livre. Já as cópias dubladas são mais procuradas, mas afastam completamente aqueles que procuram uma experiência mais pura, com som original e texto mais fiel.

            No meio da briga, as salas de exibição tentam agradar todos os públicos, mesmo que isso seja impossível. Os lançamentos, por exemplo, não são decididos pela equipe local. Quem define o que entra e sai de cartaz é uma equipe específica para isso que envia os filmes selecionados para cada cidade. O processo não é inteiramente conhecido, mas a seleção certamente leva em conta o histórico da cidade e o mercado. Em outras palavras, se o público pelotense não procura por filmes de terror quando estes estão em exibição, a empresa não exibirá esse gênero no futuro.

            Cinema, no final, é um negócio. As opções são diversas: tem salas pequenas, grandes, filmes dublados, legendados, 3D, promoção, pipoca e muito mais. Quem curte uma opção diferenciada ainda há o Cine UFPel, que realiza exibições especiais com programação predefinida.

            Agora, no início do inverno, muitos talvez prefiram ficar em casa, no conforto e calor de seus lares. É bom saber, entretanto, que os cinemas estarão lá, em seus devidos lugares, sempre que quisermos retornar. Como um lar, uma segunda casa.

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Casa Cultural Las Vulvas: uma discussão sobre produção cultural e empoderamento feminino

Clara Celina

Este espaço alternativo dá lugar para diversas manifestações artísticas e a discussão das questões femininas

     A produtora cultural Cássia Camila é administradora da Casa Cultural Las Vulvas, centro cultural que tenta promover a visibilidade de artistas independentes e colocar as mulheres em foco. É também um dos únicos locais em Pelotas que promove eventos abertos exclusivos para mulheres, permitindo um ambiente de interação seguro, no qual elas podem conversar entre si a respeito de suas vivências e dificuldades.

     Nesta entrevista Cassia Camila fala especificamente do contexto artístico e dos empreendimentos culturais pelotenses, com base nos conhecimentos e experiências de administradora da Casa Cutural Las Vulvas. Também comenta as dificuldades de ser produtora e artista enquanto mulher.

Cassia fala da trajetória do espaço desde os tempos do  Arte Cidade Criativa                                                                               Foto: Quindim Cultural/YouTube

 

 

Arte no Sul – Como é empreender em arte e cultura, dando visibilidade para a cena local, para artistas independentes e que estão em início de carreira?

Cassia Camila – É um trabalho que eu considero bem difícil, sobretudo porque nós não recebemos apoio e em minha opinião é quase como um serviço público porque Pelotas tem muitos artistas, mas poucos lugares que são para a arte e a cultura. Tem muitos barzinhos de lazer que envolvem música e exposição, mas o foco não é no artista. Nós, aqui com a casa começamos como um espaço de encontro entre artistas independentes que conhecemos através da nossa experiência e, por ventura, são esses artistas que menos conseguem visibilidade.

Acho que é um processo natural, porque artistas com mais visibilidade procuram locais que existem há mais tempo, que envolvem mais grana… Isso complica nossa trabalho como produtoras culturais, que é uma profissão nova – na verdade, ainda nem é considerada profissão -, mas que tentamos encarar com responsabilidade, porque entendemos que vários problemas sociais podem ser sanados com arte e cultura, não em termos de recursos, mas de conscientização.

Por exemplo, eu penso que em vez de ir prestigiar cantores e artistas que já têm certa visibilidade, mas que trazem discursos preconceituosos e machistas, é melhor valorizar artistas independentes que estão começando, mas que possuem discursos de resistência. Isso já faria toda diferença. E acho que esse é um dos problemas da nossa sociedade, é uma desigualdade muito grande que se exerce no campo cultural também.

Tem muitos artistas que ganham muito, produtores culturais que ganham muito – tanto de recurso privado, quanto de recurso público – e artistas que ganham muito pouco, que têm acesso mínimo a esses recursos e eu não acho que a falta de acesso se deva à falta de qualidade. Pelo contrário, alguns possuem muito mais qualidade do que os que possuem maior visibilidade, só que não encontram oportunidades. E essa falta de oportunidades se dá por vários motivos, às vezes as pessoas não abrem portas para alguns artistas porque são mulheres, ou porque são da periferia ou se envolvem com determinados segmentos culturais que não são bem aceitos. Então, aqui, a Casa Las Vulvas é um espaço alternativo e de resistência, porque para ter um espaço assim tem que ter muita grana e para ter essa grana nós fazemos várias coisas, inclusive vender comida na rua. Por isso, também, eu acho que é um empreendimento cultural e social. É difícil se manter, sobreviver do que a gente faz.

Arte no Sul – E como é para você enquanto mulher empreendedora, quais as dificuldades que você encontra no meio?

Cassia Camila – Nós colocamos esse nome, Casa Cultural Las Vulvas, também para deixar claro que é uma casa de mulheres. Antes tínhamos outro nome, era Arte Cidade Criativa. Nessa época o coletivo tinha homens e as coisas ocorriam de outras formas, quando os homens começaram a sair do coletivo – por diversos motivos, alguns se formaram, mudaram de cidade, enfim – quando ficaram apenas mulheres e passamos a fazer eventos só para mulheres, tudo mudou completamente. Isso ainda com o nome de Arte Cidade.

Antes de ter só mulheres, as pessoas não sabiam quem geria a casa, viam só que tinha uma representação masculina. Quando as mulheres começaram a formar a identidade do coletivo e, sobretudo, depois, quando ficou só eu e a Ana, um casal de lésbicas, as coisas mudaram. Por mais que nós não tenhamos estabelecido que aqui fosse um lugar de mulheres para mulheres, as pessoas já viam isso e mudou o público da casa. Alguns homens, artistas que trabalhavam junto com a gente, simplesmente pararam de trabalhar. Entende? Ao ponto de não conversar mais, de não tocar no assunto, não vir mais na casa.

Muitas pessoas perguntam se essa casa é só pra mulher. Por mais que não seja, nunca perguntam se um lugar é só pra homens só porque é gerido e com foco em homens. Nós sentimos várias dificuldades, até para concorrer a edital público. Antes, quando não tinha esse foco, nas mulheres, era muito mais fácil, ganhávamos tudo que era edital. Agora, mesmo já tendo uma caminhada, alguns anos de experiência, não ganhamos mais. Aí eu me pergunto qual é a questão, por que antes, sem experiência, conseguíamos e agora não mais, o que acontece? Para mim, é explícito de que é porque somos mulheres, lésbicas, essas coisas.

Arte no Sul – A Casa Cultural Las Vulvas é um dos únicos ambientes de Pelotas que proporciona eventos só para mulheres, como você organiza isso?

Cassia Camila – Nós fazemos alguns eventos só para mulheres, acho que pelo menos metade, tem o Encontro das Bruxas, algumas rodas de conversa e oficinas. Só que mesmo nos eventos abertos, para o público geral, dificilmente vêm homens. Alguns ainda perguntam se o evento é só para mulheres, respondemos que não, que a casa não é só para mulheres e que nós informamos quando o evento é restrito. Então isso também dificulta nosso trabalho, porque às vezes tem meninas heterossexuais e se os namorados não podem vir, elas também não vêm.

Então, assim, os eventos só para mulheres criam um ambiente mais seguro, só que financeiramente nós não vivemos uma situação de mundo em que mulheres têm poder aquisitivo para conseguir manter um espaço sem adesão dos homens.

A maior parte dos eventos nós não cobramos entrada, e quando cobramos é um valor simbólico justamente porque consideramos essas questões. Hoje, 70% da população pobre é composta por mulheres. A maioria das mulheres, até artistas – quando estávamos focadas na questão do Rap, por exemplo, as mulheres do Rap que são da periferia tinham muito mais dificuldade do que os homens, muitas eram casadas, precisavam da autorização do marido para vir, tinham filhos, não podiam vir à noite, etc. – Então existem várias questões que dificultam nosso trabalho e não dificultariam se fossem homens.

Financeiramente, para a casa, o encontro das bruxas é um evento em que conseguimos arrecadar o suficiente para a manutenção do espaço, mas muitos encontros nós pagamos para fazer.

Às vezes nós vemos meninas reclamando de festas misóginas, e também é algo que me incomoda porque falam muito disso, reclamam desses ambientes, mas ao mesmo tempo não aparecem aqui. Se esses mesmos ambientes fazem uma festa legal para cada dez festas machistas e você vai, já tá ajudando na manutenção do espaço deles. Enquanto aqui, deixando de vir em um evento também já se deixa de ajudar na manutenção do espaço.

Então existe um lugar seguro para mulheres, mas não se valoriza. Gostaríamos que as mulheres também valorizassem mais o trabalho que fazemos aqui.

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Cenário musical de blues e rock predomina nos bares pelotenses

 

Larissa Medeiros

     Pelotas oferece um grande número de bares e festas com shows notáveis. No que diz respeito a blues e outros gêneros musicais “irmãos”, além de vertentes como o rock, por exemplo, os shows fortalecem a cultura local. A maioria deles é feita por artistas e grupos pelotenses, como Mato Cerrado, Clown, Shaka Bullets, Matudarí, Postmortem, Freak Brotherz, entre muitas outras, e costumam tocar para públicos consideráveis em diversos eventos.

    Muitas desses bandas possuem integrantes em comum, o que cria uma amizade muito grande entre si e traz apoio mútuo, até mesmo entre os seguidores delas. Stefano Rosa, baterista da Clown, ressalta que tudo flui com naturalidade. “Poder tocar em vários projetos, com estilos e músicas diferentes, é mais massa ainda. E não só porque somos amigos, mas são músicos muito bons, antes de qualquer coisa”, diz. A banda Clown iniciou o trabalho recentemente, no segundo semestre de 2016, e já conta com boas avaliações dos públicos por onde passou. Passeia tanto por shows maiores, com bastante público, quanto por locais com público menor, como em pubs.

Banda Clown com Luã Funari (baixo), Stefano Rosa (bateria), Eduardo Machado (vocal) e Yuri Barbosa                                                                                                                                Foto: Reprodução/Facebook

    Bares como Bar do Nenê, Sherlock, Bar da Lua, Diabluras, o Bazar da Cerveja, Bierlaguer, e Johnnie Jack são alguns desses locais. Com programações que envolvem quase toda a semana, esses lugares já têm clientes fiéis. Mesmo assim, para atrair novos consumidores, apostam em artistas que já possuem histórico de carisma com o público. É o caso de músicos como César Lascano, Eric Peixoto, Alex Vaz, Kamilla Queiroz, Matt DeHarp, Matheus Torres, Eduardo Machado e Marília Piovesan. Matheus Torres e Eric Peixoto, por exemplo, formaram uma dupla em 2014, Desde então tocam em torno de quatro vezes por mês, pelo menos. Focando no blues e em suas vertentes, suas influências vão de Albert King e Stevie Ray Vaughan a Neil Young e Dave Matthewz.

Eric Peixoto e Matheus Torres na apresentação do Terça com Música em 2016                                                                                     Foto: Reprodução/Facebook

     Mas esse cenário não é feito apenas de belas músicas e artistas talentosos. Algumas avaliações negativas são feitas pelos músicos, como o pagamento, por exemplo. De acordo com vários artistas, a remuneração que recebem não é adequada ao trabalho que realizam. O couvert artístico, por exemplo, deveria ser repassado de forma integral ao músico, mas nem sempre isso acontece. Alguns bares têm essa prática e nem mesmo se responsabilizam pelo equipamento de som.

     Matheus Torres afirma que os estabelecimentos, de forma geral, não querem pagar os valores considerados justos pelos músicos. “Ninguém quer ter prejuízo, ninguém quer pagar o verdadeiro valor que o trabalho artístico vale”, ressalta Torres.  Stefano Rosa complementa a reclamação e ainda comenta: “Os donos de estabelecimentos têm que ouvir e sentir mais a noite, e não pensar só em enriquecer. Afinal, todos fazem a noite juntos, tanto o empresário, quanto os clientes, músicos e funcionários”. Essa situação causa incômodo geral aos artistas, já que há uma desvalorização do músico enquanto profissional. A reclamação é recorrente, e os músicos pedem compreensão e colaboração dos empresários para que a arte siga sendo compartilhada com todos os clientes da melhor forma, contentando todas as partes.

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A melhor banda de Pelotas é BRUXA DE SADE!!! 

Bruno Okuma

 

 

 

Junho Socioambiental promove cultura ecológica

 

Jessica Correa Pereira

Houve participação intensa da comunidade nas atividades ambientais e artísticas em Rio Grande

     No sábado, dia 10 de junho, aconteceu em Rio Grande o encerramento das ações da quarta edição do Junho Socioambiental. Promovido pela Secretaria de Município do Meio Ambiente – SMMA/PMRG, o evento busca integrar educação ambiental e cultura com a comunidade durante o mês do Meio Ambiente.

   Neste ano as ações foram realizadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Zelly Pereira Esmeraldo, localizada no bairro Cidade de Águeda, sendo uma das propostas para esta edição a descentralização dos eventos municipais. Para o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Morrone, foi positivo realizar esta edição do Junho Socioambiental num bairro afastado do Centro, pois houve uma participação ativa da comunidade em geral desde o planejamento das atividades realizadas em conjunto com organização escolar até o encerramento.

   Durante a tarde de sol a comunidade pode aproveitar o trabalho musical do Dj MaGreen enquanto apreciava a “Passarela da Moda do Reciclado” da estilista Maria de Fátima e a coreografia “Hip Hop Não Tem Idade” do Grupo Maturidade em Ação, do Núcleo de Iniciação Esportiva da Secretaria de Município da Educação – SMEd.

   Para garantir a diversão da criançada, o Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (SESC-RS) disponibilizou para o evento os brinquedos infláveis e o Núcleo de Educação para o Trânsito da Secretaria de Município de Mobilidade Urbana e Acessibilidade – SMMUA integrou as atividades com a Escolinha de Trânsito.

    A novidade na edição também foi o 1º Festival de Rap Ambiental, uma oportunidade para os estudantes com o apoio dos professores experimentarem a criação musical e se apresentarem para o público. A estudante do quinto ano, Yasmim Pereira, trouxe em sua letra de rap o receio pelas ações predatórias provocadas pelo homem ao meio ambiente “O que é? Desmatamento e queimadas / Destrói a natureza sem nenhuma piedade / Poluindo os mares destruindo o meu mundo”. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Morrone, o festival proporcionou “reflexões ambientais de extrema importância e relevância, interagindo com a educação ambiental e as atividades culturais”. Todos os inscritos no festival concorreram no sorteio de brindes realizado pela SMMA com o apoio da Sagres Rio Grande.

    Na semana do evento ocorreram palestras para os estudantes da escola, como “A Importância da Árvore” que resultou na conscientização ambiental através do diálogo e no plantio de mudas de árvores na área escolar na tarde de encerramento. Também foram oportunizadas oficinas de confecção de caminhas para cães e gatos com materiais reciclados, de cascos de tartaruga com papel e de Arte com Sucata.

    Somando com as ações o “Castramóvel”, Unidade Móvel de Esterilização Cirúrgica da Coordenadoria Municipal de Defesa do Direitos Animais – CMDDA, está localizado neste mês na escola para atender os animais levados por responsáveis que são moradores do bairro.

    O Junho Socioambiental 2017 também contou com o apoio das Secretarias de Município da Cidadania e Assistência Social – SMCAS, da Saúde – SMS, da Cultura – SMCult, da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres – CMPM e da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer – AAPECAN.

    A receptividade do público durante a ação realizada fez com que, além das atividades propostas, integrassem espontaneamente a promoção do meio ambiente através de ações culturais com a comunidade.

A Escola Municipal Zelly Pereira Esmeraldo sediou o evento no bairro Cidade de Águeda

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Espetáculo no Mercado

Grupo Vc Sabe Quem apresenta peça segunda-feira com entrada franca – 

Reportagem de Mariana Florencio –

     Na próxima segunda, dia 26 de junho, a companhia de teatro Vc Sabe Quem apresenta sua peça Dona Frida no encerramento da primeira temporada do Sete ao Entardecer 2017. A história vai acompanhar a viúva Dona Frida, que vai ter seu mundo virado de cabeça para baixo com a chegada da filha e seu amante em sua casa. A performance vai ocorrer no pátio 1 do Mercado Central de Pelotas às 19h, com entrada franca.

     O Sete ao Entardecer é um projeto realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas (Secult) semestralmente, que tem o objetivo de fomentar a produção artística, destacando e fortalecendo a cultural local. Assim, em março desse ano, foi aberto o edital do projeto, que contemplou doze projetos artísticos de música, dança e teatro.

     A companhia de teatro Vc Sabe Quem teve um dos seus projetos escolhidos pela secretaria, e não foi por acaso que escolheu a peça Dona Frida para concorrer no edital. O espetáculo teve sua estreia em junho do ano passado no Procultura, programa também realizado pela Secult, pelo qual foi contemplado com uma temporada de oito apresentações teatrais realizadas na Biblioteca Pública Pelotense. “O espetáculo foi, além de muito bem recebido pela sociedade, de imensa satisfação de ser produzido. Decidimos por inscrever ele neste edital por acreditar na capacidade da mesma e para podermos apresentar uma outra vez pela Secult a peça,” disse Diego Carvalho, um dos integrantes do grupo.

Em relação ao preparado para esta apresentação, o grupo diz que já estava com ensaios marcados e estrutura pronta, pois pretendem levar a montagem para outros festivais de teatro do Estado ao longo deste ano. E a oportunidade de se apresentar no Sete ao Entardecer é uma ótima chance para o grupo trazer mais visibilidade para a peça e a companhia.

     E o que se esperar da Dona Frida? Acima de tudo, muita diversão! Diego relatou: “a peça é uma grande tragicomédia melodramática, cheia de situações que, ainda absurdas, são próximas as nossas, provocando o riso e identificação com o público. No enredo encontramos comédia, briga, vingança, muitas reviravoltas dignas de ‘uma radionovela francesa’, citando Pierre, um dos personagens”.

     O grupo está na ativa desde julho de 2013. Surgiu do desejo dos atores pelotenses em formar na cidade uma escola de espectadores. Atualmente ele é composto por nove membros, que se dividem em produzir, atuar, dirigir e construir peças, além de ministrar diversas oficinas de teatro na cidade. Quem quiser conferir mais sobre a peça Dona Frida, e outros trabalhos, pode acompanhar sua página do Facebook ( em que o grupo posta todas as informações.

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Destaque à música autoral

 

Reportagem de Anahí Silveira e Larissa Patines –

Mostra A Vapor apresenta novos compositores sábado e domingo, a partir das 15h, na esplanada do Theatro Sete de Abril em Pelotas –

Rodrigo “Esmute” Farias, Ana Maia e Lauro Maia: à frente do estúdio A Vapor

 

     Indiferença. Por muitas vezes, esse é o obstáculo para aqueles que se mantêm na música através de trabalhos autorais. Na verdade, os obstáculos são múltiplos – do incentivo escasso até a falta de acesso às gravadoras -, mas talvez lidar com a desmotivação e a luta incansável por oportunidades sejam cruciais, especialmente em um país onde a cultura de massa predomine nos espaços de produção.

      Em um caminho oposto a essa indiferença está a Mostra A Vapor de Música Autoral. A descoberta, visibilidade e aposta naquilo que é feito na cidade de Pelotas são elementos facilmente identificados no projeto que abriu inscrições para aqueles que desenvolvem trabalho musical autoral e que ainda não haviam lançado seus materiais profissionalmente em áudio ou audiovisual.

     A Mostra tem como objetivo difundir e divulgar a música autoral feita na cidade, além de viabilizar registros fonográficos e/ou audiovisual dos trabalhos dos músicos, e está sendo promovida pelo estúdio pelotense A Vapor, com o financiamento da Prefeitura de Pelotas, por meio do edital de eventos da Secretaria de Cultura  (Secult).

     Ana Maia é uma das sócias do estúdio – ao lado de Lauro Maia, seu irmão, e de Rodrigo “Esmute” Farias – e organizadora da proposta que teve início em 2016, e explica como a ideia foi colocada em prática. “Começou com outro projeto que fiz, em novembro de 2015, que se chamava Lendo Música”. A ação ocorreu durante a Feira do Livro daquele ano, na praça Coronel Pedro Osório. Através de um fone de ouvido, eram apresentadas músicas feitas na cidade para as pessoas que passavam pelo local, e as reações eram filmadas. Para isso, Ana e equipe solicitaram divulgação nos veículos de comunicação locais para chamar a atenção daqueles que tivessem trabalhos gravados na cidade, pedindo que enviassem para o projeto – essas seriam as músicas apresentadas posteriormente ao público. O resultado disso foi um alcance tão grande que impressionou pela quantidade de material existente por aqui, que ultrapassa o que é geralmente visível. “Acabamos vivendo em um circuito, numa espécie de bolha que a gente não cria nem alimenta, mas é natural, acontece, porque não tem como dar conta de tudo. A gente acaba conhecendo os mesmos artistas, nos mesmos lugares. São coisas super boas, mas deixamos de conhecer muito”, avalia Ana.

     Ela destaca a reação dos participantes quando foram surpreendidos por criações locais em meio à feira literária. “As pessoas achavam inacreditável que tudo era feito em Pelotas porque existe uma ideia de que só existem estúdios no Rio de Janeiro e São Paulo”. Durante o Lendo Música a equipe ainda teve os equipamentos roubados, às vésperas da exibição do resultado do projeto, nos últimos dias da Feira, necessitando realizar novamente a intervenção para obter novos materiais.

     “A gente juntou as duas experiências”, relata Ana sobre o projeto de “apreciação pública de música” que motivou o surgimento da Mostra. Além disso, o A Vapor, com seis anos de atuação no mercado fonográfico, por si só também favoreceu a ideia pelo trabalho com grande fluxo de informações. O estúdio, que oferece serviços de produção musical, mixagem online, gravação, dentre outros, passa por um momento de grande reconhecimento, após intenso trabalho e muitos artistas envolvidos: Lauro Maia ganhou o Grammy Latino por conta do álbum “Derivacivilização”, do jovem músico porto-alegrense Ian Ramil, premiado como “Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa” de 2016. Lauro foi o engenheiro de som do CD. Sobre o reconhecimento, Ana enfatiza: “estamos tentando surfar essa onda”.

     A divulgação da Mostra foi priorizada nos bairros e, para isso, Ana e Alexandre Mattos, também da equipe do projeto, dividiram-se no mapeamento informal de localidades diversas para identificar, de fato, qual a identidade cultural de cada espaço e entender qual poderia ser o alcance da ação. “Levamos mais tempo nisso do que a gente previa por que ficou muito rico e decidimos continuar. Não tínhamos noção de que teríamos tanto [material]”, lembra.

     Ana também destaca a questão do projeto ter participado através de edital e obtido o financiamento da Prefeitura. “Uma coisa que aconteceu nos últimos anos em Pelotas e acho que é uma conquista do pessoal da Cultura é ter passado a ter os eventos por edital. Isso permitiu uma concorrência mais próxima do justo”, diz, acrescentando que artistas da cidade não conseguem participar das seleções por editais justamente por não terem material gravado com alta produção para tanto. “Isso tudo fomos observando e levando em conta para constituir esse projeto que hoje é a Mostra. A ideia principal é apresentar para o público quem são essas pessoas e o que elas fazem”.

A banda Prof. Ludovico participa da primeira etapa da Mostra

     Através do preenchimento de formulário e breve descrição do trabalho, era possível efetuar a inscrição para a Mostra de forma rápida. E antes mesmo de encerrar as participações, o projeto já contava com um número de inscrições muito maior do que o previsto. O processo ficou aberto do início de fevereiro até 3 de março e recebeu 67 inscrições. Para Ana, a seleção é algo “doído”, pela quantidade de participantes que ficam de fora, mas também torna-se um fator valioso para motivar outros projetos.

     O resultado de toda essa articulação (e visibilização) será levado ao público durante a Mostra, nos dias 25 e 26 de março, sábado e domingo, a partir das 15h. Os 20 artistas selecionados irão se apresentar na esplanada do Theatro Sete de Abril, sendo 10 artistas por dia e cada um interpretando duas músicas. Depois disso, uma nova etapa será realizada: a mesma comissão que selecionou os artistas para os dois dias de shows escolherá alguns deles para realizarem uma produção musical em áudio e vídeo no A Vapor. “A ideia é que essas pessoas possam sair dessa experiência com esse material e possam utilizar da melhor forma”, projeta.

     Uma das bandas selecionadas na Mostra é a Prof. Ludovico, que mistura MPB, choro e  samba e é formada por Bruno Soares, César Gularte, Lucas Torres, Mauricio Schäfer e  Otonni  de  Leon.  Para  eles,  a  inscrição  quase  no  término do prazo só deixou a notícia da seleção ainda mais especial. “Nos inscrevemos na última hora, pois queríamos regravar uma das músicas. Demoramos, mas deu tudo certo. A notícia de que fomos selecionados foi muito comemorada, foi uma surpresa gratificante demais. A certeza que temos daqui pra frente é a de que devemos seguir acreditando até o fim, e que precisamos trabalhar cada dia mais. O que buscamos sempre é o reconhecimento e o momento é esse”, conta Lucas Torres. A programação dos dois dias com os horários das apresentações será divulgada em breve pela página da Mostra. Confira os selecionados:

  • Bombai
  • CAU
  • Chispa
  • D Mix Charme Rappers
  • Endrigo
  • Estação do Baixo
  • Gustavo de Oliveira Otesbelgue
  • Will e Banda
  • Laboratório Suicida
  • Leo Lelling
  • Mariozinho Porto
  • Matheus Torres
  • Mauscacos
  • Natora
  • Nilton Medonha
  • Ludovico
  • Silverdani
  • Sinais de Fumaça
  • Solidão Povoada
  • Yuri Marimon

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Chowchiulla: Árvore experimentalista

 

Texto de  André Pereira

Música – Crítica

Capa do CD foi criada por Bruno Chaves e Gabriel Redü

     Arbo significa árvore. A árvore, em muitas considerações, é o símbolo da vida e representa a evolução sempre adiante, sempre para cima. Esse nome também pertence ao último trabalho da Chowchilla, lançado em abril de 2016.

     A banda pelotense transita desde 2012 pelos palcos da cidade e região, de lá pra cá, a formação foi alterada e hoje conta com: Bruno Chaves, na guitarra e voz, Fabricio Gonçalves, no baixo, Gabriel Soares, na bateria e Gabriel Redü, na guitarra.

     O rock do início deu lugar ao experimentalismo. Inclusive, já ultrapassou essas questões de rótulo. Como diria o sábio, existem dois tipos de música, música boa e música ruim. A Chowchilla pertence à primeira categoria.

     Com dez faixas, “Arbo” é o resultado de dois anos de composições, gravações e alguns percalços pelos quais a maioria das bandas independentes no Brasil passa. Durante o processo; a banda modificou a sua formação com a saída do guitarrista Matheus Bastos. Também por causa disso a obra levou mais tempo que o esperado para ver a luz do dia.

     O disco é conceitual, seguindo exemplos de obras como “Dark side of the moon” do Pink Floyd, ele é todo pensado para ser ouvido na ordem em que foi gravado, um recurso bastante interessante e cada vez mais fadado à extinção, pela forma atual de se consumir música.

      Outra particularidade são as mudanças de andamento durante as músicas e as diversas camadas instrumentais, algo pouco comum em tempos de canções “pasteurizadas”, produzidas e embaladas para tocarem na rádio.

     As letras abordam questões existenciais e mostram todo o amadurecimento que vieram com a estrada, nesses quatro anos de banda.

     Produção impecável, criatividade e originalidade: esse é Arbo.

     Ouça agora.

     Gostou?! Curta a página da banda!

Chowchilla em ação no show de lançamento do Arbo em frente ao galpão Satolep em abril de 2016

 

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