“Novembro Negro” fortalece combate ao racismo

 

Uma das atividades em Rio Grande no início do mês foi a Quitanda Cutlural                 Foto: Facebook

     Marina Fagundes

     Aconteceu dia 10 de novembro a abertura oficial das atividades do “Novembro Negro”, em Rio Grande, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal. Foi realizada a mostra de trabalhos de rio-grandinos negros, fortalecendo o combate ao racismo. Em promoção do Executivo Municipal, entre as atividades deste ano, houve a feira de artesanatos, oficinas de turbantes, shows musicais, sobre o uso de plantas medicinais e rodas de conversa. Como foco dos debates, foram trabalhados três eixos: políticas públicas, a caminho da igualdade racial; combate ao racismo, visibilidades às lutas de raça, gênero e classe; e relatos de experiências, promovendo a consciência negra na comunidade escolar.

Além disso, também fizeram parte da programação a apresentação de trabalhos produzidos por alunos da Rede Municipal e Ensino e o lançamento do livro “Perspectivas Femininas Afro-Brasileiras”. A primeira atividade alusiva ao “Novembro Negro”, aconteceu dia 10 de novembro, com a realização da Quitanda Cultural, uma tradicional feira de artesanato e economia solidária realizada nos dois primeiros sábados de cada mês, na Praça Xavier Ferreira. Desta vez, a feira teve a participação do Projeto Africana Boneca Rana.

São apoiadores deste “Novembro Negro” a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o PROEXC/NEAB, a 18ª Coordenadoria Regional de Educação, IFRS, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Social e Cultural da Comunidade Negra do Rio Grande (CONDESCOM), Quitanda Cultural, ONG Águas Do Sul (Projeto Boneca Africana Rana), Anhanguera e a Associação Rio-Grandina de Umbanda e Terreiros de Matriz Africana (ARUTEMA).

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Documentário faz reflexão necessária

 

Larissa Patines

 

     “Sente-se numa almofada bem dura com as mãos colocadas uma sobre a outra. As costas bem retas. Em silêncio. Rigorosamente imóvel. E fique aberto ao que se passa… é o presente. E você verá que esse presente permanece presente. E viverá assim alguns minutos de eternidade. o presente nunca falha. O presente sempre está lá inteiro. Só você pode se apropriar do seu tempo. E se apropriar do seu tempo é viver o presente.”

Essa é uma das falas do documentário de Adriana Dutra, “Quanto tempo o tempo tem?”. O longa-metragem disponível pela Netflix traz depoimentos de cientistas, filósofos, sociólogos, jornalistas e diversos especialistas em um assunto que permeia a existência humana: o tempo. Questionando a efemeridade do tempo, sua construção social e o quanto disso afeta a existência humana, o documentário de 76 minutos é uma troca de ideias bem desenvolvida que propõe reflexões pertinentes a sociedade neste momento histórico.

O documentário chegou até meu conhecimento através da indicação de uma amiga e num primeiro momento me trouxe uma grande frustação em torno do sistema de marcação temporal do qual utilizamos. Vivemos em um sistema de um ano, dividido em 12 meses, com dias de 24 horas e diversas divisões de tempo que não condizem com os sistemas biológicos da natureza. Refleti sobre as informações apresentadas no longa por semanas, tentei explicar alguns dos conceitos para amigos e percebi como temos, num geral, dificuldades de nos afastarmos das convenções sociais entendidas no mundo. Vivemos há muito tempo assim para questionarmos coisas tão básicas como o funcionamento do relógio.

O debate sobre o tempo passado, o presente e as incertezas do futuro são tratadas com embasamento teórico e científico. As descobertas humanas até aqui e a revolução tecnológica são apresentadas como influenciadoras diretas na sensação do tempo, já que mesmo com marcações cronológicas, ele segue sendo complexo e relativo. O filme traz de forma didática a relação temporal com as descobertas do ser humano e seus anseios frente a finitude da vida. A expectativa de vida de um humano versus o sistema no qual ele está inserido.

A ironia do documentário é que, com 76 minutos, um tempo “relativamente pequeno”, ele passa uma considerada porção de informações acerca deste conceito com o propósito de fazer refletir justamente sobre o quanto de tempo o tempo realmente tem. Para mim, essas informações trouxeram impacto significante para pôr fim a ansiedade da era conectada e entender melhor o motivo de não encaixar minhas necessidades biológicas na rotina apressada e desenfreada que muitas vezes a sociedade moderna nos impõe. Repensei a forma de viver as coisas em meu próprio tempo. E, como o próprio longa cita, é desperdício de tempo passar frente a uma experiência e não mudarmos em nada, nem refletirmos sobre isso. Portanto, recomendo a reflexão e a mudança temporal para nos apropriarmos do nosso próprio tempo e vivermos, de fato, o presente sem perder tempo.

Trailer oficial do filme

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Bruno Lavermo: amor e autenticidade na arte

Bruno Lavermo durante live paint em São Paulo                                      Foto: Reprodução/Facebook

Rayane Lacerda

     Sensibilidade e um olhar maduro sobre o mundo são características importantes para consagrar um artista, principalmente quando o seu objeto de inspiração é o dia a dia caótico da cidade. Bruno Lavermo, artista pelotense, encontra beleza na simplicidade e busca sentidos profundos para o seu trabalho com ilustrações, desenhos e grafites. Com uma trajetória admirável, ele conta como conheceu as diversas formas de arte e como foi o início da carreira.

Bruno teve o seu primeiro contato com a arte por meio de desenhos que fazia quando ainda era criança. Ele explica que, inicialmente, não gostava dos resultados que alcançava, mas que sua mãe sempre admirou e incentivou o seu perfil artístico. Quando completou 12 anos de idade, passou a desenhar com uma frequência maior, preenchendo um pequeno portfólio composto por ideias projetadas no papel. Mais tarde, entre 15 e 16 anos, utilizava o tempo de aula na escola para aprimorar o seu traço, passando a reconhecer o seu próprio talento.

O contato com a arte do grafite

Dono de um trabalho que sempre ganhou destaque pelas ruas de Pelotas, ele vê o desenho como um ponto comum com o grafite e explica que o seu primeiro contato com essa prática surgiu por influência de Bero Moraes, artista e amigo próximo. Bruno conta que sempre percebeu uma estrela pintada pelos muros, mas, mesmo sendo amigo de Bero, não sabia que era ele o autor. “Eu pegava ônibus de manhã para o colégio com o Bero todos os dias, mas não sabia que ele fazia aquela estrela. Eu até já tinha desenhado ela nos meus cadernos. Quando descobri que era dele, foi um bom incentivo, passei a me interessar mais [pelo grafite] e a querer ir para a rua”, descreve.

Quando questionado sobre como acontece a escolha de muros para pintar, ele esclarece que sempre busca lugares que esteticamente combinem e encaixem com o seu formato de desenho: “Eu prefiro algum muro que tenha uma estética legal em que o meu trampo vai se encaixar com tudo que tem na volta. Mas, às vezes, só quero fazer um desenho e vou em qualquer muro ‘livre’ em que eu possa simplesmente criar”.

Transformando o olhar sobre a cidade

Desenho reflete rotina da rua Gonçalves Chaves, em Pelotas      Foto: Reprodução/Instagram

 

O grafite também foi muito importante para o amadurecimento e a transformação do seu olhar sobre a cidade. Bruno foi capaz de acessar outros pontos e formas de perceber o mundo, tendo contato com diversas pessoas e realidades. Para ele, não é algo superficial, pois passou a observar nas tags, papeis colados e texturas de muros algo mais profundo. “Indo para a rua passei a estar do outro lado da sociedade e, de certa forma, me tornando parte de um time de minorias que é visto com preconceito”, relata. Ele também acrescenta o contato direto com as diversas reações de quem encontra: “Além, ainda, do contato com as pessoas na rua, cara a cara com as diversas realidades, como mendigos que param para conversar, pessoas dizendo que irão chamar a polícia, senhoras dizendo que o desenho vai alegrar o local, etc.”.

Reconhecimento e processo criativo

Depois de experimentar o grafite, ele passou a buscar formas de sustento próprio, e foi então que iniciou o trabalho com design. Mesmo se considerando um freelancer ao longo da sua carreira de artista, hoje ele se percebe como um ilustrador autoral. Bruno começou em Pelotas, mas já passou por Florianópolis e, atualmente, trabalha em Porto Alegre. “Morei em Florianópolis por quatro anos e foi o período em que eu mais consegui viver de arte, trabalhando comercialmente e também espalhando elas por conta própria pela rua”, conta. Nessa fase da vida, ele construiu um reconhecido trabalho na área artística e teve importantes marcas como clientes, entre elas: Drop Dead Skateboards, Santa Cruz, Lay back beer, Hi adventure, Planet Hemp, Guaraná Antarctica e Noize.

Ao ser perguntado sobre o seu processo criativo, ele explica que é distinto entre trabalhos autorais e clientes específicos, dependendo muito do projeto que surge: “Quando o projeto é para algum cliente, tem que estudar conceito, público alvo, palavras chaves e fazer uma ligação de tudo para começar a criar. Quando é algo autoral flui mais naturalmente, a partir de reflexões que tenho – seja sobre coisas simples ou complexas –, mas é pensar sobre a vida, pegar uma caneta e jogar as ideias”. Além do processo criativo, algumas inspirações também são necessárias para embasar o trabalho de um artista. Para Bruno Lavermo, a rua, o cotidiano, o skate e as formas de expressões autênticas chamam a sua atenção: “Gosto de coisas verdadeiras, feitas com amor. Gosto quando o que a pessoa faz – seja na arte, no skate ou na dança – é uma expressão de personalidade própria. Isso se chama estilo”.

A expressividade dos desenhos observa o cotidiano com muito humor

 

E é assim que ele trata o seu trabalho e percebe a vida: com amor e autenticidade. Com as ilustrações atuais, ele é dono de uma arte expressiva e verdadeira. “Meu trabalho é realmente uma extensão da minha personalidade, tanto na ideia quanto no traço. O que faço se tornou mais meu e mais verdadeiro quando aceitei o meu jeito de ser. Aceitei meus erros e parei de tentar ser e fazer as coisas perfeitas. Acredito que o erro faz parte de mim e eu gosto dele. É ele que diferencia”, orgulha-se.

 

Para conhecer mais o trabalho de Bruno Lavermo:

Behance

Instagram

 

 

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Atividade interativa divulga Centro Histórico

Animação valoriza história de Pelotas e  teve participação de pesquisadores e jovens de escola municipal Foto: www.pelotasconvention.com.br

Bibiana de Moraes Dias

     Neste mês, Pelotas recebeu um material inovador que agregará no ensino da história da cidade de uma forma inovadora e cativante. A estudante do curso de Cinema de Animação da UFPel, Isabela Maria, junto à professora de pedagogia Lilian Lorenzato, e demais estudantes do grupo PET-GAPE, produziu uma animação que apresenta os pontos históricos da cidade.

A produção da animação se deu através do projeto “Conhecendo Pelotas”, no qual os alunos da Escola Municipal Machado de Assis visitaram os pontos históricos da cidade e produziram textos a partir de suas vivências, gerando assim um material compatível e na linguagem ideal para o ensino para crianças e para todos aqueles que desejam conhecer mais da nossa cidade.

O projeto foi produzido desde o ano passado e, agora, já pronto, pode ser acessado no Youtube. O vídeo disponibilizado recentemente tem cerca de oito minutos e conta a história dos casarões e outros pontos de maneira divertida.

A estudante Isabela Maria, realizadora do projeto, citou a importância dele na troca de saberes entre educandos e educadores, já que o mesmo foi elaborado pela experiência dos próprios alunos. “Acredito que esse trabalho tenha contribuído, dentre outras coisas, na forma de se abordar assuntos importantes, como por exemplo, o papel do Centro Histórico para os habitantes locais”, comentou. As imagens apresentadas ao longo do vídeo e o personagem que interage com quem assiste proporcionam um tom leve e ao mesmo tempo informativo.

Ao ser questionada sobre a relevâcia do projeto para os estudantes e para a escola, a orientadora do trabalho, Lilian Lorenzato, disse que o vídeo foi importante visto que as escolas trabalham de maneira conteudista e padronizada, mas o projeto veio como uma alternativa de mudança. A orientadora destacou que “se pode perceber a importância do diálogo entre a universidade e a comunidade, de modo que uma auxilia a outra, promovendo uma troca de saberes e também proporcionando aos educandos uma maneira prazerosa e contextualizada de aprender”. Lilian ainda ressaltou o quanto o trabalho envolveu não só a estudante de Cinema e Audiovisual, Isabela, mas também os demais integrantes do grupo.

O trabalho, disponível para ser acessado de qualquer lugar do mundo, pode servir como material em outras escolas e também para que pessoas de outros lugares conheçam a história da cidade de Pelotas.

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Animação: “Rick and Morty” pensa a humanidade

Rick e Morty em uma de suas aventuras intergalácticas e de questionamentos existenciais (Foto: Reprodução)

Rafael Gonçalves

     “Rick and Morty” é uma animação estadunidense de comédia e ficção científica criada por Justin Roiland e Dan Harmon para o bloco de programação noturno Adult Swim. A série narra as aventuras de Rick, um cientista alcoólatra e de seu neto Morty, um adolescente que acompanha seu avô em suas jornadas através das dimensões intergalácticas. O enredo conta também com Beth, Jerry e Summer.

Beth, filha de Rick e mãe de Morty é uma cirurgiã de cavalos frustrada profissionalmente, mas que herdou a inteligência e digamos o apreço por álcool de seu pai. Jerry é o marido de Beth, um pai apaixonado, mas ao mesmo tempo extremamente inseguro e infantil. Summer é a irmã mais velha de Morty, o típico estereótipo da adolescente alienada e fútil, mas que com o tempo começa a participar das aventuras de seu avô junto com seu irmão.

Muitos já sugerem que “Rick and Morty” seja a melhor série de animação já feita, ultrapassando até mesmo shows consagrados como “Simpsons”, “Family Guy” e “South Park”.

Isso se deve pela animação mesclar muito bem a ficção científica, com suas jornadas no espaço, visitas a planetas desconhecidos e realidades paralelas com questões mais profundas, como a crise existencial de seus personagens, as questões a respeito da vida e a relação do indivíduo perante o mundo.

A animação aborda temas existencialistas e até mesmo pesados como: Qual a nossa função na Terra? Por que existimos? Qual o objetivo de tudo isso? Tudo isso, é claro, com muito humor.

Uma das cenas mais marcantes do show é quando os personagens têm acesso a um óculos que lhes permite ver como seriam suas vidas em diferentes realidades, fazendo com que Summer descubra que ela nasceu de uma gravidez indesejada e, portanto, ela se questiona do propósito de sua existência. Então, seu irmão Morty revela que, em uma de suas aventuras com seu avô, eles acabaram destruindo o mundo inteiro e consequentemente matando a si mesmos, fazendo com que eles partissem para outra realidade. Morty mostra para Summer sua cova, que ele mesmo teve que cavar para enterrar seu corpo. Foi aí que Morty disse uma das frases mais famosas de toda a série: Ninguém existe sobre algum propósito, ninguém pertence a algum lugar, todos vamos morrer.”

Morty contando a Summer sobre sua aventura com Rick     (Foto: Reprodução)

A série critica de um modo ácido toda a relação humana, seja como forma de sociedade ou até mesma a relação com Deus. No episódio Get Schwifty (temporada 2 – episódio 5), o planeta Terra é abduzido por seres de cabeça gigante que realizam um concurso de melhor número musical da galáxia. Obrigam que Rick and Morty tenham que criar um número musical para a ocasião e evitar a destruição do planeta. Enquanto os dois trabalham nisso, toda a população vê as cabeças gigantes como um novo Deus a quem eles devem total idolatria, criando uma religião extremista e descabida.

Cidadãos usam Beth e Jerry como oferenda aos deuses     (Crédito: Reprodução)

Rick and Morty faz uma crítica sobre nossa sociedade de forma genial no episódio “The Ricks Must Be Crazy” (Temporada 2 – episódio 5). Neste episódio Rick fica sem bateria em sua nave espacial e acaba nos mostrando de onde ele obtém tanta energia, tanto para a nave como para seus experimentos. Ele a obtém escravizando um universo inteiro que trabalha sem parar gerando a energia necessária para carregar sua nave e seu celular, por exemplo. O que ele não esperava é que nesse mini-universo criado por ele, outro cientista também teve a mesma ideia de escravizar outra sociedade para gerar sua energia, criando um ciclo de trabalhos forçados.

Morty então questiona Rick se isso não era escravidão, e ele então responde: “Isso se chama sociedade. Eles trabalham uns para os outros, pagam uns aos outros, compram casas, se casam e até mesmo fazem filhos para os substituir quando ficarem velhos.”                  

Universos escravizados para geração de energia   (Foto: Reprodução)

A animação também é conhecida como uma metralhadora referências da cultura pop, uma piscada de olhos e algo pode passar desapercebido. Algumas das referências são sobre “Mad Max”, “Inception”, “A hora do pesadelo”, “Game of Thrones” e por aí vai.

Rick and Morty, sem dúvida, é a série do momento. Tem o poder e a sutileza de abordar temas dos mais variados e pesados aspectos, mas tudo da forma mais hilária possível.

Ainda não há previsão de estreia para a quarta temporada do Show. Dan Harmon, criador da série, afirmou que a animação terá mais episódios na temporada que está por vir, quatorze ao invés de apenas dez.

“Gosto de pensar que aprendi o suficiente com meus erros na terceira temporada, então definitivamente podemos fazer 14 capítulos agora. Uma forma saudável de fazer isso é provar – para nós mesmos, para emissora e para a produção – que os dez primeiros episódios serão tão fáceis que ganharemos capítulos adicionais,”  declarou Dan Harmon.

As duas primeiras temporadas da série estão disponíveis no Netflix. Veja alguns dos melhores episódios de “Rick and Morty” na internet:

Vazio existencial

Momentos mais absurdos

Veja mais referências de Rick and Morty aqui.

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Pelotas teve sua primeira Oktoberfest

Músicos em trajes típicos no Centro de Pelotas participam da festa germânica      Foto: Kímberlly Kappenberg

Kímberlly Kappenberg

     Gastronomia, dança, música, folclore. Pelotas festejou as tradições germânicas com sua primeira Oktoberfest, que aconteceu entre 31 de outubro e 5 de novembro. Apesar de a ascendência portuguesa predominar entre os pelotenses, alguns dos traços culturais difundidos pela Festa da Alegria – abraçada pelo Centro de Eventos da Fenadoce – podem ser encontrados no interior, como chope, cuca e bandinhas.

A assessora de imprensa do evento, Flávia Silva, destaca que a Princesa do Sul segue os passos de municípios gaúchos como Igrejinha e Santa Cruz do Sul, em que os festejos movimentam o turismo. Neste ano, em Santa Cruz do Sul, 380 mil pessoas participaram da terceira maior Oktoberfest do mundo, que teve sua 33ª edição. “Em Pelotas, mais de 20 mil pessoas se divertiram ao som de 15 bandas tradicionais alemãs, no espaço germânico – que reúne ainda cervejas especiais e o tradicional café colonial – além dos shows nacionais”, destacou Flávia. A popularidade do evento, é claro, está ligada à história, colonização e identidade, tanto que uma segunda edição da Oktoberfest de Pelotas já foi confirmada.

Show da banda Barbarella na Oktoberfest        Foto: Assessoria de Imprensa

No país, o Rio Grande do Sul foi o principal estado a receber os imigrantes alemães – cerca de cinco mil – que chegaram já em 1824. As primeiras famílias vindas para colonizar a Zona Sul se assentaram na então Colônia de São Lourenço, na Serra dos Tapes, 34 anos depois, conforme apontam estudos da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRGS) e a Unisinos. No século XX, outras colônias, como Arroio do Padre, abrigavam quatrocentos imigrantes e suas tradições. O trabalho de grupos familiares na agricultura e o convívio em comunidade deram origem aos símbolos hoje conhecidos, que foram repassados entre gerações como forma de perpetuar as origens e não esquecer a terra natal.

Além de boa música e comida, a colonização germânica influenciou a indústria e o comércio da Zona Sul, a exemplo de fábricas de velas, sabonetes, chapéus, cerveja e fumo. A religião também modificou os municípios, especialmente com a chegada de cultos evangélicos, como o luteranismo – que completou 500 anos no último dia 31 de outubro – e a fundação de escolas.

Esses mecanismos auxiliaram na conservação do conhecimento e costumes, que mesclados às culturas de outros povos, como indígenas, portugueses, etnias de matrizes africanas, espanhóis e italianos, foram assimilados e fazem parte da formação do povo pelotense. A realização da Oktoberfest surge como mais uma ferramenta de resgate cultural e afirmação de identidade para os descendentes, e uma nova celebração acolhida pela Capital Nacional do Doce.

Canecos de chope simbolizam festa que teve primeira edição na cidade                 Foto: Kímberlly Kappenberg

Origem da Oktoberfest

A festa de outubro faz parte desta identidade. Em Munique, na Alemanha, o rei da Baviera, Ludwig I, celebrou seu casamento com a princesa Therese da Saxônia-Hildburghusen, no outubro de 1810, dando origem ao que se tornou a Oktoberfest. Todos os moradores da cidade foram convidados para os festejos, que aconteceram em um parque batizado de Theresienwiese, em homenagem à noiva, e que ainda hoje sedia a Oktoberfest de Munique, a maior do mundo. A Festa da Alegria se espalhou pelo globo; Argentina, Estados Unidos, Hong Kong, Itália e Vietnam são alguns dos países que cultuam essa tradição, assim como o Brasil, onde os festejos começaram oficialmente em 1978, na cidade catarinense de Itapiranga.

Links de interesse

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Incêndio destruiu célebre Teatro 28 de Setembro

Espaço foi uma referência cultural gaúcha até 1917 em Bagé   Foto: http://memoriasdopampa.blogspot.com.br/

 

Mariana Lealdino

     O Theatro Guarany, na cidade de Pelotas, mantém sua reputação no interior do estado do Rio Grande do Sul e atrai os mais diversos shows e espetáculos para os apreciadores de qualidade artística. O Guarany se destaca em imponência, e nos detalhes arquitetônicos, e está presente nos roteiros turísticos que contam um pouquinho da história de uma Pelotas de outrora. O que poucos sabem, é que a aproximadamente 200 quilômetros de distância, Bagé já teve um dos teatros mais bonitos e importantes do Estado. O Teatro 28 de setembro estava em quarto lugar da região, em tamanho e acomodações, e chamava a atenção no quesito beleza, e em sua arquitetura luxuosa interna. Sua história está registrada no livro “Inventário cultural de Bagé: um passeio pela história”, de Elizabeth Fagundes (Praça Matriz de Bagé. 2005).

A criação da Sociedade “28 de setembro”, mantedora do teatro do mesmo nome, foi iniciativa do Clube Abolicionista, militantes do Partido Liberal, no período do Segundo Reinado. O nome do teatro foi uma homenagem à data que promulgou a Lei do Ventre Livre em 1871. O surgimento desta lei reacendeu, no Rio Grande do Sul, a campanha abolicionista. O teatro foi construído para servir de instrumentos aos ideais desse movimento humanitário que integrava o Partido Liberal.

Bagé já ostentava o título de cidade e não possuía um teatro amplo, só pequenos teatros adaptados. O projeto, segundo pesquisas, foi de José Obino. A execução da obra ficou a cargo de Paulo Gusiles, tendo como sócio João Moll. As pinturas do interior foram feitas por Ricardo Giovanini, italiano natural de Parma, que chegou em Bagé, em 1885, como cenógrafo da Companhia Lírica Italiana. Logo resolveu fixar residência na cidade. Giovanini também era pintor e ministrava aulas. No início do século, transferiu-se para Rio Grande.

Uma sociedade anônima criada em 1881, presidida pelo advogado pecuarista, José Francisco de Freitas, dirigia o teatro.

Conforme um artigo publicado no jornal Correio do Sul, de 12 de julho de 1992, escrito por Francisco Taborda, o cinema em Bagé teve sua estreia no Teatro 28 de Setembro, logo depois que as primeiras exibições ocorreram na França. A primeira sessão cinematográfica foi em Paris, no Grand Café, em 28 de dezembro de 1896, quando os irmãos Louis e August Lumière exibiram um documentário de 17 metros denominado “Saída dos Operários da Fábrica”.  Dois anos depois, em 1898, antes mesmo de Pelotas e de Rio Grande, que eram os pontos de entrada da Europa, Bagé assistiu a espetáculos do “cinematógrafo” dos irmãos Lumière.

No início de 1898, O Teatro recebia em seu palco a Companhia de Variedades do Teatro Lucinda do Rio de Janeiro. Na programação do dia 9 de janeiro de 1898, um domingo, figurou como integrando à segunda parte do programa da noite, a apresentação dos seis quadros do cinematógrafo. O jornal da época, O Commercio, publicou: “É a maravilha do século “!

No dia 16 de novembro de 1912, o médico Nicanor Peña, maragato, morreu, aos 53 anos de idade dentro do teatro. Conta-se que ele se sentiu mal, e teria dito: “Levantem-me, quero morrer de pé”.

Em 1916, o teatro chegou a receber a presença de Olavo Bilac, o cronista e poeta brasileiro do período literário parnasiano, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. 

Infelizmente, contudo, durante uma sessão cinematográfica, um incêndio destruiu o teatro.  A cidade inteira foi chocada com a notícia que em 10 de junho de 1917, às 22h30min, iniciou-se um fogaréu que afetaria gerações dos amantes das artes. As pessoas que assistiam ao filme, juntamente com os funcionários, saíram sem ferimentos. Mas o prédio logo foi consumido em chamas.

Segundo os jornais da época, o operador do cinema causou o incêndio ao ter aproximado um foco de luz elétrica de um rolo de fita, afastando-se da máquina sem tentar apagar o fogo rompido. Bagé não tinha corpo de bombeiros na época.

Até hoje, lamentavelmente, não houve recursos para se construir outro teatro local, que é uma demanda exigida por muitos artistas da cidade. Anos após, o terreno foi permutado e nele construído o Banco do Brasil.

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A resistência cultural do teatro

 

Peça’A Armadilha de Medusa’ do grupo Elefants Companhia de Teatro de Florianópolis (2016)                     Foto: Divulgação

Julia Wasieleski

     É preciso entender a importância do teatro na sociedade como forma de cultura e meio de comunicação. Com origem na Grécia Antiga, o teatro teve como primeiro espetáculo uma homenagem ao Deus Dionísio, registrado na literatura. O teatro é cultura e pode carregar uma infinidade de características dos mais diversos lugares do mundo. É possível fazer uma peça sobre romances dos anos 70 nos palcos atuais, ou uma peça francesa em palcos brasileiros. Levando em conta que a comunicação é quando duas consciências trocam informações, o teatro é um meio de comunicação, pois faz a troca de informações entre os personagens e a plateia por meio da atuação e dos símbolos.

A cultura passou por grandes mudanças com a globalização e as novas tecnologias. A mistura de culturas causou um grande impacto em diversos lugares do mundo. O acesso a informação ficou mais fácil. Saber o que é cultura e diferenciar uma da outra ficou mais difícil. Se antes era possível separar cultura erudita e popular, agora a cultura de massa ganhou espaço e o desmembramento de cada uma se tornou uma tarefa complicada. É perceptível que com o meio digital, o teatro foi perdendo espaço. Apesar disso, muitos artistas promovem peças e criam companhias com o objetivo de disseminar e preservar o teatro.

O teatro foi muito afetado com o surgimento das telenovelas. Passou a ser mais interessante ficar no conforto do sofá se divertindo com as histórias passadas na televisão. Os palcos se tornaram ultrapassados, menos interessantes. As pessoas passaram a se importar mais com o imediatismo, com as sensações que as novas tecnologias trazem. Deixaram de lado os teatros, museus, concertos e exposições.

A resistência do teatro como forma de disseminação de cultura pode ser visto nas companhias de teatro independentes, que tem o objetivo de passar para as pessoas todo o cunho cultural que o teatro carrega. O teatro é único, não se iguala às novas tecnologias, cada atuação, mesmo quando repetida, nunca vai ser idêntica. O teatro surpreende por ser, de geração em geração, uma forma de comunicar, informar e contar histórias. É capaz de misturar culturas sem perder a essência. É a originalidade da cultura no caos tecnológico.

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Anime: do Japão para o mundo

 

A partir de 1967 foram produzidos os primeiros desenhos animados criado por japoneses         Foto: Google

Sara Carulina Silva da Rosa

Que a cultura japonesa está em quase, se não em todos os lugares do mundo, não se tem dúvida. Que comidas, roupas, acessórios e principalmente tecnologias oriundas do Japão estão incorporadas na cultura mundial, devido à globalização, não há o que questionar. Mas ainda há uma produção japonesa que, recentemente, tem chegado ao Brasil: o anime.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os japoneses entraram em contato frequente com a cultura ocidental, principalmente com os Estados Unidos. A passagem da produção dos quadrinhos para os desenhos animados nos EUA chamou a atenção dos japoneses e, em 1967, foram produzidos os primeiros desenhos animados criado por japoneses. O primeiro anime de sucesso foi “Hakujaden” (“A Lenda da Serpente Branca”).

O anime é tradicionalmente desenhado a mão. Porém, com o desenvolvimento dos recursos tecnológicos de animação, principalmente a partir da década de 1990, muitos animes passaram a ser produzidos em computadores e a cada dia ganham mais fãs. Eles possuem características marcantes, como os olhos dos personagens, que são muito grandes e muito definidos, além dos enquadramentos diferentes dos desenhos animados ocidentais e também o uso de cores fortes. Outra característica marcante é a presença de personagens andrógenos e homossexuais.  As temáticas são variadas, podem ser abordados desde romance, passando por drama e ficção cientifica, e chegando em terror. Além de todas as características já citadas, tem também a expressão marcante de sentimentos, como uma gota de água que aparece do lado do rosto do personagem, representando o seu constrangimento; dentes e chifres aparecendo repentinamente nos personagens, representando raiva ou maldade; a diminuição súbita do personagem, representando a vergonha; nervos estilizados na testa de um personagem, também representando raiva. Outro elemento que é notório é a voz do personagem. Elas são selecionadas de acordo com a personalidade dos personagens, tendo vozes muito poderosas, infantis, estridentes, harmoniosas ou cavernosas.

No Brasil, os animes são exibidos há mais de 40 anos, e séries como “Don Drácula”, “Piratas do Espaço”, “Menino Biônico” e “Sawamu” colecionam fãs.  Mas o maior fenômeno foi “Cavaleiros do Zodíaco”, que, sozinho, gerou em 1994 o “boom” dos desenhos japoneses que ecoa até os dias atuais. A série virou referência, foi reprisada muitas vezes e rendeu muito merchandising.

Além do grande crescimento dos animes nos últimos anos no Brasil, outra atividade que tem ganhado mais adeptos todos os dias é o cosplay. Trata-se do ato de vestir-se igual a um personagem e realizar encenações de seus atos e falas característicos. A ideia surgiu nos Estados Unidos, no final dos anos 70. O Brasil se destaca em competições de cosplay, como a World Cosplay Summit.

Renata Faria adentrou no mundo dos animes há 15 anos. Conheceu os desenhos na infância por assistir canais como Cartoon Network, que transmitiam animes. Ao gostar dos desenhos, começou a alugá-los em fita VHS nas locadoras e também receber de presentes dos amigos e da família, por saberem do seu gosto por fantasia animada. Aprendeu a ler muito cedo e, em decorrência disso, criou encanto pelo gênero fantástico e pelo mundo dos animes. Segundo Renata, “ele possui grande variedade de histórias com personagens cativantes e enredos bem escritos, fugindo da fórmula pré-pronta que se encontra nas produções dos filmes e livros atuais”. Seu gosto pelos animes acontece pela diversidade das histórias em todos os sentidos, tanto nas narrativas como nas animações. De acordo com a fã dos animes, “quanto mais a história fugir do clichê, mais ela a mantém presa e esperando pelo próximo episódio”.

Encantada pelos animes, Renata Faria é uma adepta do cosplay                Foto: Arquivo Pessoal

 Suas temáticas favoritas são fantasia, com bastante ação e aventura. Além de acompanhar os animes, Renata também faz cosplay desde 2014. Seu encanto é por poder interpretar por alguns instantes um personagem que gosta, sendo desafiada a tornar-se o mais próximo possível do personagem, em todas as formas. No entanto, ela confessa que não é nada fácil ser cosplay, as dificuldades vão desde juntar o dinheiro para montar a fantasia, criar um método para fazer a roupa tal qual o personagem, inclusive com acessórios. Para ela é uma prática bastante divertida e saudável, por que se adquire muito conhecimento sobre áreas que nunca tinha conhecido, como mecânica, tecelagem e costura. Para Renata, o cosplay envolve gostar muito do personagem e o desafio é divertido e prazeroso quando chega até o resultado final.

Como visto ao longo dessa reportagem, os animes são muito mais do que simples desenhos originados no Japão, têm histórias fortes e características peculiares. Veja nos links abaixo os cinco animes mais famosos mundialmente, considerando popularidade, qualidade e originalidade. Conheça um pouco mais dessa produção que vem ganhando o mundo:

Dragon Ball Original 1986

Naruto Shippuden

Pokémon

Death Note

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COMENTÁRIOS

Amigos, espero muito me dar bem no trabalho que estou fazendo em cima desse artigo.
Mas essa Renata Faria é um exemplo de pessoa no mundo dos animes.

Lucas

Bom…,eu achei bem útil essas informações, por que assim eu sei mais sobre animes, eu vejo animes faz cinco anos, mas…as vezes queria entender mais sobre…,e agradeço por passar essas informações, agora eu compreendo melhor, não 100%, mas…fazer o quê, não dá para entender as coisas 100% , mesmo assim…,obrigada, tchau.

Roseane Souza Santos

Aaah, literalmente foi bem útil para mim. Agora eu sei por onde posso fazer meu trabalho de arte com assunto que eu amooo…

Luiza

Esse site possui várias informações, e estou muito grato, sou fã de animes há mais de três anos e, agora, estou fazendo um trabalho escolar sobre o mesmo, estas informações me ajudarão muito. Obrigado à autora!

Lucas Daniel

Foi muito bom ler esse POST com informações sobre as animações do meu país de ascendência. Eu já sabia bastante sobre os animes, mas isso me ajudou mais. Arigatooo

Koharu

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Crítica: O provável futuro de The Handmaid’s Tale

Carolina Ávila

 

A atriz Elisabeth Moss foi homenageada com o Grammy 2017 de melhor atriz         Foto/Divulgação

 

     A série The Handmaid’s Tale é ambientada em um tempo não especificado, mas é em um futuro possivelmente próximo. Baseada em um romance de Margaret Atwood, “O Conto da Aia”, escrito em 1985 – e mesmo assim, atual – mostra que dependendo de quem detém o poder, qualquer coisa pode acontecer.

The Handmaid’s Tale é uma série do serviço de streaming Hulu, mas também está disponível no iTunes e a estreia no Brasil será no início do ano de 2018 pela Paramount Channel. A trama foi a grande vencedora do Emmy 2017– a maior premiação de programa de televisão do horário nobre dos EUA – e além de levar o prêmio de melhor série, também conquistou o troféu de direção e o de roteiro. Ainda levaram a estatueta Elisabeth Moss (protagonista), como melhor atriz, e Ann Dowd, como melhor atriz coadjuvante. Assim, o Hulu se tornou o primeiro serviço de streaming de vídeos a ganhar um Emmy de melhor série.

O que é The Handmaid’s Tale

A série acontece num lugar chamado Gilead, onde um dia existiu os Estados Unidos. No “passado” um fenômeno surgiu: a taxa da natalidade caiu consideravelmente e poucas crianças conseguiam sobreviver após o nascimento. Baseada em uma nova religião fundamentalista cristã, as pessoas passaram a viver em uma teocracia totalitária. A sociedade foi dividida em castas e as mulheres em quatro grupos: “Esposas”, as mulheres dos comandantes; “Martas” as mulheres que não possuem maridos e agora trabalham nas casas dos comandantes; “Tias” que ensinam e comandam as Aias; e, finalmente, as “Aias”, mulheres que não possuem maridos e ficam sem nenhum direito, mas têm uma vantagem: só elas são férteis.

A trama se passa aos olhos da aia Offred (Elisabeth Moss) que antes da mudança se chamava June e trabalhava em uma editora. Era casada, tinha uma filha, só que era a segunda esposa e, na teocracia, só era admitido casar uma vez. Offred encontra forças na motivação para encontrar sua filha, o que a ajuda a passar por situações absurdas nesse novo mundo. Situações estas, como ser serva da família de um comandante, onde é obrigada a servir a patroa e a fazer a “cerimônia”, na qual é obrigada a ter relações sexuais com o “homem da casa”, ou seja, um estupro mascarado de “objetivos religiosos”.

Entre momentos de aflição, angústia e mistério, a atriz Elisabeth Moss faz com que os sentimentos sejam percebidos através do seu olhar, mostrando o medo de se ver privada, de uma hora para outra, dos direitos fundamentais que consideramos adquiridos. Ser separada da família, ser usada como um “gado” somente para reprodução, não poder questionar, ler, pensar. O seu olhar grita por socorro, mas também transmite determinação, inteligência, coragem, vontade de mudar – mesmo que com cautela. Outras histórias também são mostradas e, até um certo ponto, uma corrente de esperança é sentida.

Questões femininas, de poder e política perpassam a trama fictícia                 Foto/Divulgação

Embora seja uma história de horror, é feminista, política e reivindicativa, pois não se compreende como se chegou naquela situação e muito menos como sair. A série é uma ótima reflexão do que o poder e o extremismo podem fazer, no qual um discurso bem elaborado e fundamentado pode ser usado como forma de manipulação das massas. Todos devem, não só assistir a essa incrível trama, como também refletir e pensar no agora e que o futuro próximo da série pode vir a se tornar o nosso.

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