Em meio à pandemia: Coletivo AMU e Mano Rick apostam na reinvenção

Por Nathianni Gomes da Cruz

Desafios do ano 2020 levam a descobertas e inovação na área musical

Como você imaginou o ano de 2020 no dia 1º de janeiro? Certamente, para músicos, poderíamos esperar a resposta de um ano de lançamentos e shows em vários cantos do País. Infelizmente, com a pandemia que assolou o mundo, a área cultural foi uma das mais afetadas, exigindo dinâmica para elaboração de novas ideias.

Foi o caso do artista pelotense de Rap, Mano Rick, e do Coletivo Apoie o Movimento Underground (AMU). Artista e Coletivo se encontraram em entrevista no programa da RádioCom Pelotas 104.5 FM no dia 16 de outubro, para debater aspectos da carreira do rapper, lançamentos de singles e iniciativas para manter a produção musical, apesar da falta de shows e espaços públicos para realizá-los durante o isolamento social.

Nathianni Gomes, Maicon Rodrigues e Lucas Lima na entrevista com Mano Rick no programa do Coletivo AMU

Coletivo AMU
Criado em Pelotas, o Coletivo AMU está na ativa desde 2017, apoiando artistas, músicos, escritores e promovendo o acesso à cultura e da ocupação de espaços culturais. A ideia de criação do coletivo surgiu através da reunião de músicos como Douglas Jardim, integrante da banda Suburban Stereotype, Pedro Soler, vocalista da banda Marina’s Found, e teve a ajuda de outros nomes conhecidos da cena pelotense, como Maicon Rodrigues, Lucas Consentins, Vinicius Lemes, Mateus Daldon, Arthur Gros, Jocemar Daniel, entre outros apoiadores importantes.

De acordo com Maicon (30), professor de Geografia e guitarrista da banda Inimigo Eu, o coletivo AMU tem o objetivo de utilizar espaços para promover debates, abrir palcos para apresentações e debater as questões políticas que permeiam movimentos sociais, organizados ou não: “Pela conscientização de classe, pelo empoderamento das minorias!”.

Antes da pandemia, o AMU vinha com uma proposta de promover eventos musicais, muitas vezes, trazendo para Pelotas artistas de todo o Brasil para tocar na cidade. Além de contar com um programa semanal na RádioCom, difundindo a cultura underground e realizando entrevistas com artistas da cena local.

“A gente tá sempre tentando valorizar a cena independente, seja ela do rock, que é a que a gente faz parte, seja do rap também”, explica Maicon Rodrigues, um dos participantes do Coletivo.

No contexto atual, o Coletivo buscou inovar na apresentação do propósito do AMU, de apoio às bandas e artistas, pois utilizar o espaço da RádioCom se tornou ainda mais essencial. Sem os movimentos das ruas, o programa AMU investiu em entrevistas online, não só com artistas locais, mas, também, com artistas de todo o País. Maicon conta sobre o novo modelo de entrevistas do programa, já que foi preciso o afastamento da rádio e do contato ao vivo, com o isolamento social: “Estamos testando esse novo formato de entrevistas gravadas, por causa da pandemia. E estamos disponibilizando também em podcast para a galera”.

O programa do Coletivo AMU, continuando com a missão de difundir cultura e apoiar o movimento underground, está no ar na RádioCom Pelotas, 104.5 FM, todas as sextas-feiras, às 20h, e conta com entrevistas como a do Mano Rick, falando sobre música, pandemia, experimentos musicais, notícias semanais e indicações de bandas.

Mano Rick
Um dos convidados recentes do programa de rádio é uma das grandes influências no Rap pelotense. O músico Luís Henrique “Mano Rick” Barcelos Duarte tornou-se conhecido por grandes trabalhos nacionais e internacionais.

Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), morador do bairro Dunas, Mano Rick lançou seu primeiro EP em 2013, o “Fatos e Fatos”; e em 2017, apresentou seu primeiro álbum, o “Do Dunas Pro Mundo”, que alavancou a carreira a outros patamares. 

Mano Rick na época do lançamento de Flash Your Face

Desde então, o rapper fez parcerias com diversos artistas, como os músicos pelotenses Lucas Consentins e Gabriel Soares, e com artistas como Stime, da Angola, e com Marley do Beat, na música “Além do Tecido”, lançada no ano passado.

Com planos de lançamento de um novo álbum, Mano Rick se reinventou na cena musical: “A gente resolveu não lançar um álbum, achamos que não seria propício. Então decidimos lançar as faixas do álbum em formato de singles”. Os lançamentos estão previstos até dezembro. 

O rapper, que tem sua trajetória marcada por influências de rap dos anos 1990 e de rap de protesto, em 2020 decidiu trazer várias vertentes diferentes para as novas produções: “São experimentos. Tem música de amor, tem música com uma pegada mais ‘charme’ […] Tudo vai se transformando. As referências estão aí”.

KL Jay, do Racionais MC’s, fez parte do primeiro lançamento deste ano, em 1º de agosto. O interlúdio, que antecipa o single “Música pela Arte”, foi uma parceria mantida desde 2016, depois de uma entrevista realizada em Pelotas, que se consolidou no ano passado, em São Paulo. 

A letra foi escrita para a composição do álbum de estreia do artista, em 2017, mas ainda não estava completa. Foi finalizada em 2019, e a gravação foi feita em fevereiro deste ano. “Ela era para ser desse álbum, eu a guardei, fechei e lancei esse ano. Ela encerrou o processo ‘Do Dunas Pro Mundo’”, explica o rapper.

“O Rap trouxe muito autoestima para os pretos do mundo inteiro”. Ouça no álbum KL Jay na
Batida – Vol III Disco 1. 

Chuva dá início a novos lançamentos
“O estúdio é um laboratório, onde fazemos experimentos […] E ‘Chuva’ é mais um desses experimentos”, conta Mano Rick, sobre essa nova perspectiva musical que será lançada a partir do single, compondo uma dinâmica de diferentes estilos musicais com um mesmo propósito: experimentar, lançar clipes, e estudar a música através de contextos diferentes. “Eu não consigo me prender às caixinhas. Eu quero fazer música”, conta. 

A discografia está disponível nas plataformas YouTube, Spotify, Apple Music, Deezer e iTunes

“Chuva” tem a temática de ciclos. A ficha técnica conta com nomes como Luciano Matuck, Gabriel Soares e Lucas Consentins. “Sonhar/correr/pode ser difícil/ eu sei […] E mesmo quando a chuva vem/pode ser bom.” Vale conferir no Youtube a criação recente de Mano Rick, com poesia e ritmo para enfrentar esses tempos. 

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Cine UFPel realiza mostra virtual durante a pandemia

Por Danieli Schiavon   

Projeto realiza evento online com convidados para debater diversas temáticas durante o período de distanciamento

O Cine UFPel é uma sala de cinema criada em 2015 por iniciativa de docentes do Colegiado dos Cursos de Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação da Universidade Federal de Pelotas. Originado por meio de um Projeto de Extensão, o Cine UFPel é sediado no auditório Luis Simões Lopes, na Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim, à Rua Lobo da Costa, nº 447, no centro de Pelotas.

A criação do Cine UFPel se deu para estimular a universalização do acesso às obras cinematográficas e audiovisuais e incentivar a reflexão e discussão de ideias por meio do cinema e de suas interfaces culturais e sociais. Dentre a programação do cinema se destacam principalmente as produções autorais e independentes, nacionais e latino-americanas, filmes fora dos padrões de cinemas comerciais e, também, as obras produzidas pelos alunos da UFPel nos cursos de Cinema.

Sala de Cinema do Cine UFPel funciona de forma virtual durante pandemia / Reprodução

As sessões de filmes são gratuitas e abertas a todos os públicos, em horários variados de segunda-feira à sábado, mas desde setembro de 2018, quando um incêndio atingiu a sede da Sala do Cine UFPel, as atividades do projeto estavam suspensas. No começo de 2020, o espaço foi novamente liberado, mas em razão da pandemia do novo coronavírus, as atividades não chegaram a ser retomadas. De acordo com a coordenadora do projeto e docente do Centro de Artes da UFPel, Cintia Langie, o Cine UFPel não costumava produzir mostras online, mas diante do cenário de distanciamento social e das propostas de atividades virtuais sugeridas pela Universidade, houve a iniciativa de criar exibições através da página do Facebook do projeto.

A primeira mostra ocorreu em julho, com exibições quinzenais de curtas-metragens produzidos por alunos e ex-alunos da Universidade. Na dinâmica, após a exibição do filme, acontecia uma conversa com os produtores sobre os filmes, com participação dos internautas, por meio de mensagens enviadas no chat da transmissão.

Com os bons resultados da primeira experiência, em outubro foi lançado o Cine UFPel Convida, com a ideia inédita de convidar coletivos e grupos sociais para debater temáticas como sobre direitos humanos, liberdade de expressão e diversidade.

“Agora que estamos confinados, é um grande momento para saber ouvir e ter sensibilidade. É importante nos entendermos enquanto grupo de pessoas com lutas e visões de mundo comuns. A pandemia nos oportunizou esse momento de formar redes, trocar ideias, fazer parcerias”, pontuou Cintia. 

Segundo a coordenadora, é a primeira vez que o Cine UFPel produz mostras com convidados, visando dar maior visibilidade a esses grupos. “Há uma série de coletivos tão legais que têm produzido materiais, conhecimento, ações sociais muito importantes. Achamos interessante tirar a centralidade daquele curador que escolhe filmes por questões autorais e de estética e voltar nosso olhar para o cinema enquanto encontro e multiplicador de sensações e visões de mundo que podem melhorar nossa realidade”, completou.

A dinâmica desta mostra vai ser um pouco diferente da ocorrida no primeiro semestre. Os filmes serão divulgados na página do Facebook na semana anterior ao debate, e às quintas-feiras, às 18h, ocorrerá a transmissão do debate entre os convidados. 

A primeira exibição ocorreu na quinta-feira (15), no Canal do YouTube do Cine Ufpel. O coletivo convidado para abrir o evento foi o Macumba Lab, integrado por realizadores negros do Rio Grande do Sul. O filme escolhido foi o “Um é pouco, dois é bom”, produzido por Odilon Lopez, o primeiro longa-metragem realizado por um diretor negro no Brasil.

Cartaz do filme “Um é pouco, dois é bom” de Odilon Lopez / Divulgação – Facebook Cine UFPel

O próximo coletivo convidado vai ser a Usina Feminista, um grupo pelotense que gera empregos e renda para mulheres da cidade. Os temas desta Mostra vão transitar entre o movimento negro, feminista, LGBTQI+, índigena, ambiental e sobre agroecologia. A divulgação dos coletivos e da programação dos filmes escolhidos para os próximos debates pode ser acompanhada pela página do Facebook do Cine UFPel.

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O Dilema das Redes

Documentário expõe as contradições do uso das mídias sociais e impõe reflexões sobre comportamento humano

Por Paulo Lopes Marques

O documentário “O Dilema das Redes” aborda a complexa relação entre os benefícios oriundos dos avanços da tecnologia e os problemas associados ao uso indiscriminado das redes sociais na internet. A obra é uma produção da Netflix e está disponível nesta mesma plataforma de streaming. O longa com a direção de Jeff Orlowski (diretor dos documentários “Perseguindo o Gelo” e “Em busca dos Corais”) tem a duração de 94 minutos e foi lançado no Brasil em setembro de 2020.

A produção é baseada em depoimentos reais de ex-funcionários de empresas como Facebook, Twitter, Instagram, Google, Gmail, Whatsapp, Youtube, Pinterest e outros aplicativos. Além das entrevistas, atores assumem um papel coadjuvante, encenando um enredo de uma família com dois filhos adolescentes que são usuários compulsivos destas plataformas tecnológicas. Interessante destacar a palavra usuário, pois ela aparece em um depoimento ao longo do filme que afirma que este termo é utilizado apenas por dois segmentos de indústrias para nominar seus clientes (o de drogas e o de internet), sugerindo o nível de atividade viciante que estaria atrelado ao uso excessivo e sem controle dos aplicativos de mídias sociais.

O protagonista de destaque no documentário é Tristan Harris, um ex-funcionário da área de designer do Google e que era responsável pelo departamento ético da empresa. Além de Harris, há vários outros depoimentos de ex-funcionários das múltiplas plataformas sociais, sendo que muitos deles exerciam cargos de direção nas empresas.

Tristan Harris é ex-funcionário do Google e atualmente dirige a ONG “Time Well Spent”

No transcorrer do documentário, os depoimentos dos profissionais vão se intercalando e atestando aquilo que os atores encenam na ficção, que é a dependência que as pessoas desenvolvem no uso das plataformas digitais, principalmente através do uso de smartphones.

Nas entrevistas, os especialistas das áreas de tecnologia afirmam que as plataformas foram criadas para facilitar a vida das pessoas e que, lá no início, não se imaginou os efeitos colaterais que poderiam causar. É inegável o avanço conquistado ao se pedir um carro de transporte ou uma refeição na porta de casa, o encontro de amigos e parentes que se havia perdido o contato, a união de pessoas em busca de doação de órgãos e outras formas de cooperação e solidariedade que se utilizam das redes. No entanto, os profissionais também não se furtam em questionar a gratuidade destes aplicativos. Embora não cobrem diretamente dos usuários pelo produto que oferecem, os próprios utilizadores são parte do produto. Com seus sistemas inteligentes composto por algoritmos, as plataformas conseguem monitorar os gostos e desejos das pessoas, seus pensamentos e movimentos e, desta forma, sugerem notícias, vídeos e, principalmente, publicidade de produtos e serviços, que são realmente quem financia as redes sociais e, não à toa, essas empresas de tecnologia estão entre as mais ricas.

Este monitoramento e manipulação das pessoas são demonstrados no documentário em forma de ficção, em que três administradores de mídias sociais exercem a função que seriam de algoritmos, instigando a todo momento o interesse dos usuários em se manterem conectados, aumentar o engajamento e, paralelamente, manterem-se vinculados às suas bolhas. O ser humano é comparado a um avatar, em que seu cérebro é condicionado à vontade de quem administra as mídias.

O documentário também dá voz a profissionais da área de psicologia, que expressam a preocupação com a dependência das pessoas estarem conectadas o tempo todo às redes, sobretudo os mais jovens e os adolescentes. Sentimentos de ansiedade, frustações, diminuição de autoestima e depressão são alguns dos efeitos danosos causados e que, em casos extremos, podem levar ao cometimento de suicídio, fato que tem aumentado entre os jovens nos últimos anos.

Além dos problemas de saúde mental ocasionados nas pessoas, o uso indevido das redes sociais está acarretando uma série de outros problemas de ordem social. Entre os principais, pode-se destacar a ignorância proporcionada pela proliferação de mentiras, a radicalização das opiniões, a polarização política e a ameaça às democracias. Focando em temas bastante atuais, o documentário expõe as fragilidades e perigos das mídias sociais, mostrando as interferências constatadas nas últimas eleições em países democráticos como Estados Unidos e Brasil, além da enxurrada de falsas informações e de debates ideológicos inflamados no período de pandemia mundial da Covid-19.

Os profissionais da área de tecnologia entrevistados demonstram a preocupação com o rumo que a utilização das redes sociais pelas pessoas está tomando e que alguma coisa dever ser feita em breve para frear este movimento, seja em formas de regulamentação por parte dos governos, seja pela conscientização da sociedade de que estamos ficando doentes tecnológicos. A tecnologia em si não é a ameaça, mas a forma como ela usa a psicologia a seu favor, acaba tendo a capacidade de despertar o pior na sociedade, como a distração, a alienação, a falta de capacidade de focar nos problemas reais, a falta de confiança no outro, a incivilidade, o discurso de ódio, resultando, por exemplo, na expansão do populismo, em fraudes eleitorais e revoltas contra a democracia.

O documentário pode até ser considerado um pouco sensacionalista. Logo no início, por exemplo, aparece uma frase filosófica que compara a internet a uma maldição. Os personagens não possuem limite algum em sua vontade própria e são facilmente levados pelos comandos dos algoritmos das plataformas digitais, o que pode ser considerado um certo exagero. Mas, em suma, a produção é um excelente exercício de reflexão sobre o uso destas tecnologias e os perigos que se escondem por trás das telas de interação.

Segundo os especialistas entrevistados, estamos cruzando uma fronteira muito tênue entre a era da informação para uma da desinformação. Eles sugerem que as pessoas desinstalem dos seus aparelhos de celular tudo aquilo que não for realmente imprescindível e desativem as notificações. Além disso,  aconselham que os pais tentem evitar que seus filhos façam uso indevido das redes sociais. É preciso um redirecionamento. Usar com mais cautela essas tecnologias; pensar em quais aplicativos são realmente essenciais e fazem diferença em nossas vidas; não expor tanto os nossos dados; escolher os vídeos pela nossa vontade e não simplesmente porque são recomendados; checar as informações e suas fontes antes de compartilhar; sair um pouco das nossas bolhas, seguindo pessoas que pensam diferente de nós; são algumas das sugestões dadas para alterar a lógica na qual a sociedade está inserida. Desta forma, poderíamos usufruir melhor dos benefícios que seriam os objetivos originários quando da criação das mídias sociais.

Documentário aborda a complexa relação entre os benefícios oriundos dos avanços da tecnologia e os problemas associados ao uso indiscriminado das redes sociais na internet

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Essa resenha realmente foi muito bem escrita, e acima de tudo, faz nós leitores entrarmos em uma reflexão, mesmo não assistindo ao documentário. E uma parte que achei muito interessante foi a que faz uma ponte entre estarmos a todo tempo conectados e a ansiedade, baixa autoestima, depressão, etc. Porque realmente isso acontece. Vemos ali pessoas “perfeitas” com vidas “perfeitas” e começamos a nos sentir inferiores a elas sem ao menos saber a real verdade sobre aquela pessoa. E concordo que realmente nós devemos nos redirecionar, e usar a tecnologia para o bem, para o que ela realmente foi planejada e criada.

Bruna Rodrigues Félix Duarte

Muito obrigado pelo texto!

Verônica

eu quero videooooooooooooooooooooooooooooooooo com o resumoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo

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Grupo Tholl realiza live especial do Dia da Criança

O evento é uma parceria com a ACPO empreendimentos e ocorrerá no dia 12 de outubro

Por Carolina Ferreira

O dia 12 de outubro, Dia da Criança, costuma ser uma data com diversos eventos. Brinquedos infláveis, apresentações e brincadeiras tomam conta dos shoppings e estabelecimentos. Esse ano, porém, devido a pandemia, a indicação é que as crianças fiquem em casa, ou que evitem aglomerações. Com isso, os eventos tiveram que ser adaptados para o espaço online.

Em parceria com a empresa ACPO Empreendimentos, o Tholl está realizando uma live especial no Dia da Criança, feriado da próxima segunda-feira. O espetáculo inédito “A Casinha de Chocolate” é uma peça adaptada pelo dramaturgo pelotense e professor universitário Valter Sobreiro, com base no conto clássico dos Irmãos Grimm, “João e Maria”. O evento será online e gratuito, e sua transmissão ocorrerá no Youtube e na página do Facebook da ACPO empreendimentos, no dia 12 de outubro, às 19h.

O produtor do Tholl, Yuri Rossbach, conta que o grupo tem passado por um período difícil desde o começo da pandemia, uma vez que todos os eventos, assim como os treinamentos, tiveram que ser interrompidos. A mudança constante nas bandeiras da cidade de Pelotas e região também dificultou a atividade do grupo, que foi convidado para vários eventos drive-in que acabaram sendo cancelados por conta de mudanças na bandeira. Porém, através das lives, o Grupo Tholl segue trazendo alegria para a comunidade de Pelotas.

O Tholl é uma oficina permanente de técnicas circenses, fundada em Pelotas e muito prestigiada na região. Além do espetáculo “Casinha de Chocolate”, o grupo tem mais cinco espetáculos oficiais. O espetáculo “A Casinha de Chocolate” promete ser encantador, leve e muito divertido. É uma produção inteiramente local. Para mais informações sobre a live, acesse aqui e cadastre-se. Visite as páginas do Facebook da ACPO empreendimentos e do Grupo Tholl.

Visita ao Museu do Doce em vídeo

Por Gilmar Hermes

No início deste mês, dia 2 de julho, a emissora TV Brasil apresentou uma edição do programa Conhecendo Museus sobre o Museu do Doce de Pelotas, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas da UFPel. E, desde o dia 15 de julho, o episódio da temporada deste ano pode ser assistido no Youtube. Enquanto estamos na fase de distanciamento devido à pandemia do novo coronavírus, o vídeo é uma forma de visitarmos o local e sabermos muito sobre a história da região, sua cultura e atividades econômicas.

O diretor do Museu, Roberto Heiden, informa que também estão sendo compartilhados novos conteúdos sobre as tradições doceiras de Pelotas e região nas páginas do Museu do Doce no Facebook e no Instagram. Foram produzidas séries temáticas, explorando questões históricas em torno do doce, personagens e lugares importantes para o surgimento e consolidação das tradições doceiras, registros históricos e memoriais das fábricas de doce em conserva que existiram na região. Também são disponibilizadas entrevistas com colaboradores, imagens e textos sobre o edifício sede do Museu do Doce. Assim como o doce de Pelotas, o prédio do museu também é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio cultural brasileiro.

“Estamos trabalhando na produção de duas exposições virtuais sobre as tradições doceiras que serão lançadas nas próximas semanas, assim como em alguns vídeos curtos sobre os mesmos temas. Ainda criamos um grupo para que o público do museu possa trocar receitas de doces entre si, durante a pandemia”, descreve Heiden.

O diretor do museu considera que não se pode ter certeza neste momento de quando o museu poderá reabrir fisicamente. “Enquanto a pandemia não estiver controlada certamente não teremos essa possibilidade, mas seguiremos trabalhando com a dimensão virtual do museu. Estamos ansiosos pela reabertura”, diz.

Segundo Heiden, os museus do mundo inteiro foram duramente prejudicados neste ano. Ele observa que alguns estudos chegam a numerar em 90 por cento o número de instituições que já fecharam suas portas por algum período, a maioria ainda sem reabrir. “O setor cultural foi um dos mais prejudicados pela pandemia, em razão das próprias características do meio, e esse mesmo setor infelizmente será um dos últimos a poder retomar normalmente suas atividades”, comenta.

O Museu fica na Praça Coronel Pedro Osório no Centro de Pelotas

Gravações foram em 2019

O programa exibido pela TVE foi gravado em março de 2019. A equipe de produção do programa esteve em Pelotas durante três dias, convivendo com a rotina do museu, seus funcionários e o entorno da cidade. Heiden avalia que os episódios da série “Conhecendo Museus” surpreendem pela qualidade da produção. “Presenciar parte do processo de produção de um dos episódios permite que se perceba que o trabalho desenvolvido é elaborado e cuidadoso”, elogia. Ele recorda que alguns meses antes da gravação propriamente dita, a equipe já estava em contato com o museu para discutir o conteúdo que seria abordado e para começar a organizar o cronograma de atividades da gravação. “O museu não tem responsabilidade no roteiro, mas a equipe museológica colaborou diretamente no contato com profissionais e locais que poderiam prestar depoimentos ou figurar no episódio”, lembra.

O museu colaborou com imagens e informações que tinham origem no seu acervo. No que diz respeito à produção, Heiden acompanhou diretamente os três dias em que a equipe trabalhou no próprio museu com as gravações. Houve um cronograma intenso de atividades que iam desde tomadas diversas da cidade de Pelotas, entrevistas dentro e fora do museu, e o registro de cenas das suas instalações e das exposições. “Foi notável o trabalho paralelo de pesquisa histórica desenvolvido pela equipe, de modo a fomentar o diálogo entre as gravações e o conhecimento produzido em torno do tema”, destaca. Após as gravações, a equipe de produção do programa permaneceu em contato para compreender melhor alguns aspectos históricos e conceituais e o museu seguiu colaborando nesse sentido.

“A equipe do museu de uma forma geral ficou bastante satisfeita com o resultado, e pessoas próximas ao museu de uma forma geral também ficaram. No âmbito da UFPel também houve um retorno muito positivo”, comenta o diretor.

O episódio da série “Conhecendo Museus” é uma coprodução do Instituto Brasileiro de Museus, Ministério do Turismo, Fundação José de Paiva Neto, TV Brasil e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Tem direção, pesquisa e roteiro de Mariana Palumbo e conta com imagens dos arquivos do Museu do Doce e do Museu da Baronesa.

História viva

O programa descreve que a casa com arquitetura eclética que sedia o museu foi construída em 1878 e foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN) em 1977. Em 2001, o prédio estava ameaçado pela falta de manutenção e a UFPel assumiu o trabalho de restauração e adequação das instalações. O Museu do Doce foi criado em 2013. Além de promover exposições permanentes e temporárias, reúne atividades de pesquisa e extensão de vários cursos sobre a tradição doceira e o patrimônio edificado.

O prédio foi residência do casal Francisca Gonçalves Moreira (1838-1910), filha do Barão do Butuí, e de Francisco Antunes Maciel (1847-1917), que veio a exercer cargos políticos, defendendo os interesses provinciais dos charqueadores.

A arquitetura do prédio é no estilo eclético

Conhecido como Barão do Butuí, o pai de Francisca, José Antônio Moreira (1806-1876), foi um dos maiores barões do charque, a carne salgada, símbolo das atividades econômicas dos séculos XVIII e XIX na região, dentro do sistema de trabalho escravista. O gado era usado para a produção de couro – exportado para os Estados Unidos e a Europa – e o uso do sal era o meio de conservar a carne, que serviria para a alimentação nas áreas do país que se voltavam para as plantações de café e cana de açúcar. As embarcações se dirigiam ao norte do país carregadas de carne e voltavam com açúcar, o que motivou a produção de doces.

Ao visitar o museu, é importante olhar para cima, pois os diversos aposentos são identificados por decorações em relevo no teto, ora mostrando de quem eram a casa e os seus respectivos quartos, ora a finalidade do ambiente, como acontece com a sala de jantar.  

Decorações do forro identificam antigos moradores dos quartos

Tradição doceira

O consumo de doces era inicialmente um hábito da elite que passou gradativamente a ser compartilhado por toda a população. Em 1920, quando o charque já estava em decadência com o surgimento dos frigoríficos, os doces da região começam a ter fama nacional

A atual exposição – que poderá ser vista quando houver a reabertura do museu – “Entre o Sal e o Açúcar, o Doce Através dos Sentidos”, explica a tradição do doce com a participação de vários imigrantes e povos que fizeram o caldo cultural de Pelotas. Está relacionada com as pesquisas que contribuíram para o inventário de referências nacionais e o reconhecimento da tradição doceira como patrimônio nacional. Há duas vertentes, os doces de bandeja, ligados à economia das charqueadas e ao luxo da vida urbana no século XIX; e a dos doces coloniais, relacionados à vida rural dos imigrantes de origem italiana, francesa, pomerana e alemã, com a produção de doces a partir de frutas para conservação. 

Local reconstitui época dos “doces de bandeja”

No museu, há objetos simples e sofisticados, textos, documentos, recortes de jornais e fotos que contribuem para a compreensão da história, muitas vezes relacionados aos rituais do chá e do doce. Os tachos são um objeto central na produção de doces, mas há também há outras tecnologias relacionadas à fabricação. Em cartazes, fotos e anúncios é possível conhecer a Confeitaria Nogueira, a com maior duração na cidade, fundada em 1889 e que completou quase cem anos.

Documentos, objetos e imagens lembram tradição doceira

A industrialização dos doces é apresentada como uma contribuição dos imigrantes franceses. Já o produtor das primeiras compotas no final do século XIX foi Amadeo Gustavo Gastal (1828-1903). A princípio eram para o consumo das famílias, mas de 1950 a 1970, havia 61 fábricas de compotas na zona rural. Elas acabaram devido à pressão das grandes indústrias, com tecnologias e equipamentos novos.

Tachos são objetos emblemáticos da tradição doceira

O projeto “Museu do Conhecimento para Todos” propõe a inclusão de pessoas com deficiência visual com a disponibilidade de maquetes tácteis, propiciando assim um melhor aproveitamento da visita ao museu

O Museu do Doce fica na Praça Coronel Pedro Osório, no Casarão 8, mas temporariamente está fechado de maneira a contribuir para o distanciamento em meio à pandemia. Enquanto isso, é imperdível ver o episódio da série Conhecendo Museus. Outros museus também podem ser vistos no site do programa

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Sesc promove arte e cultura em casa

Por Ana Cláudia Rodrigues

Ao longo do mês de julho o Senac RS está promovendo uma série de atividades culturais ao
vivo para promover a arte e cultura em casa. O projeto, que se chama Arte Sesc – Em casa
com você, conta com uma variedade de atividades como workshops, oficinas, bate-papo e
apresentações ao vivo. A faixa etária da programação é livre: contando com programas
voltado para o público infantil até à terceira idade. 

O objetivo do projeto é levar diversas manifestações artísticas e culturais para a população neste período de isolamento. A programação conta com peças de teatro, circo, apresentações de dança, cinema, artes visuais, música e literatura. As atividades são abertas ao público e podem ser acessadas por meio do Facebook e pelo canal Sesc RS no Youtube.

Programação: 

  • 21 de julho às 19 horas – Bate papo sobre literatura com os vencedores gaúchos do prêmio
    Sesc de Literatura
  • 23 de julho às 19 horas – Clube de leitura: centenário de Clarice Lispector – Inscrições:
    jrossato@sesc-rs.com.br
  • 23 de julho às 20 horas – RAPajador Chiquinho Divilas, Rafael Deboni e DJ Hoood
  • 24 de julho às 19 horas – Artes Integradas Pratas da Casa – entrevistas
  • 24 de julho às 20 horas – Curta Canoas – Exibições de filmes em sala fechada – Inscrições:
    agendamentocanoas@sesc-rs.com.br
  • 25 de julho às 20 horas – Bruno e Gustavo Fernandes (Sertanejo)
  • 26 de julho às 16 horas – Espetáculo O silencioso mundo de Flor – Grupo Teatro Depois da
    Chuva
  • 27 de julho às 15 horas – Artes integradas/ esporte Sesc São Sebastião do Caí entrevista
  • 27 de julho às 19 horas – Poesia Desanuviada: contra a mistificação da atividade poética
  • 30 de julho às 20 horas- Tatiéli Bueno – Tributo Mercedes Sosa
  • 31 de julho às 20 horas – Talk show cultura e dança cigana.

Tatiéli Bueno faz tributo à Mercedes Sosa no dia 30

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Douglas Vallejos anima ruas de Rio Grande em meio à pandemia

Por Carolina Ferreira 

O mocinho canta na calçada de sua amada uma serenata para chamar sua atenção e declarar o seu amor. Essa é uma cena comum nas telas de cinema, mas nos últimos meses tem sido comum também na cidade de Rio Grande. O músico Douglas Vallejos, acompanhado de sua mulher e seu saxofone, tem emocionado diversas famílias que encomendam o seu pacote de serenatas. 

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o ano de 2020 está sendo desafiador para todos. Entre um fechamento total e uma eventual flexibilização do comércio, bares e casas de show, considerados serviços não essenciais, encontram-se longe de uma perspectiva de reabertura. Porém, é justamente nesses lugares que músicos, como Douglas, obtêm seu sustento. Sob o cenário de passar meses sem poder realizar o seu trabalho, o músico teve que ser criativo e se reinventar. 

Douglas Vallejos participa de vários projetos musicais (Foto: Divulgação)

Douglas encontrou uma maneira de seguir levando a música para as pessoas sem causar aglomerações: as serenatas na calçada. Ele conta que a ideia surgiu no meio de abril, quando um amigo pediu que ele fizesse uma serenata para comemorar o aniversário de sua sogra. O vídeo da serenata foi postado e, desde então, Douglas não passou mais um dia sequer sem ser chamado para tocar. O pacote de serenatas é composto por três músicas, e a apresentação é feita respeitando a distância recomendada.  Além das serenatas na calçada, o músico também realiza chamadas de vídeo e cartões digitais. Ele conta que tem feito chamadas com pessoas de diversos lugares do Brasil e até de outros países. 

O projeto recebeu o nome de Ame Mais com Música, e ele pretende seguir com a ideia mesmo depois da reabertura das casas de show. Ele destacou que, muitas vezes, ao tocar em festas particulares e bares, o seu público era restrito, na maioria das vezes composto por pessoas com mais dinheiro, porém, com as serenatas, é possível levar a sua música para pessoas com menos recursos financeiros. “Hoje eu consigo tocar nas vilas, tem pessoas que se emocionam quando eu começo a tocar, pessoas que nunca tinham visto um saxofone.”

Projeto Ame Mais Música emociona em suas apresentações nas ruas (Foto: Divulgação)

Douglas nasceu em Pelotas, mas cresceu e viveu a vida toda em Rio Grande. De família evangélica, ele esteve inserido no mundo da música desde criança. Ele conta que começou a tocar apenas com 5 anos. A partir dos 15 anos ele começou a sua carreira profissional, dando aulas de música, atividade que faz até hoje. Ele participa de projetos com os músicos Luiz Marenco e Thedy Corrêa, do grupo Nenhum de Nós, entre eles o projeto chamado “A Cidade Encontra o Campo”. Além disso, Douglas também participa de diversos projetos de jazz, pop e rock instrumental. Há cinco anos faz parte da banda Absoloop, no contrabaixo, saxofones, harmônica, flauta e vocais. 

Para mais informações sobre o projeto e para contratar o serviço, visite o Instagram do projeto: @amemaiscommusica

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Nossa é maravilhoso ver o Douglas Vallejos tocar saxofone. Toca na alma. Amei esse projeto Ame Mais com Música ��❤������
Madeline
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Quero orçamento para festa de 15 anos para julho…
Peter – 3/5/2022
Resposta do site: Sugerimos que tu faças contato com o músico Douglas Vallejos pelo Instagram:  https://www.instagram.com/amemaiscommusica/
Um abraço da equipe do Arte no Sul!
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Adoro sax,  acho lindo!  Douglas, estás de parabéns!
Nair Prestes

Segredos de Hollywood

Por Gilmar Hermes

Em tempo de quarentena, uma opção são os filmes e séries dos serviços de streaming, como uma infinidade de títulos. “Hollywood” é uma nova série da Netflix que teve a sua primeira temporada com sete episódios lançada em maio. Com uma excelente trilha musical de jazz, expõe alguns dos antigos segredos da meca do cinema. Recria com final feliz o passado, levando em conta tanto traumas como mudanças.

Na abertura dos episódios, aparece sempre o célebre letreiro identificando o distrito Hollywoodland, que se via nas colinas de Los Angeles entre 1920 e 1949. Depois de 1949, permaneceu somente a palavra Hollywood. E as personagens escalam as letras gigantes, o que representa os desafios que irão enfrentar ao longo dos episódios. A série acompanha a revisão crítica e também documental que outras produções vêm tratando ao longo dos anos recentes. Hollywood lança luz sobre personagens ou situações antes marginais da cultura norte-americana que, agora, podem ser vistas como o que a cidade das estrelas tem de mais provocador para mostrar.

O diretor e um dos produtores Ryan Murphy disse na divulgação para a imprensa que a ideia da série foi fazer um retrato esperançoso e otimista da Hollywood dos anos 1940. A história, porém, parte do registro de um lugar um tanto polêmico da história do distrito, o posto de gasolina onde “trabalhadores do sexo” se encontravam com celebridades através da senha “Dreamland”. No ano de 2018, foi lançado o documentário Scotty and the Secret History of Hollywood, em que o real dono do posto, Scotty Bowers, tem a sua vida retratada. Em co-autoria com Lionel Friedberg, ele escreveu a autobiografia Full Service: My Adventures in Hollywood and the Secret Live of The Stars, que serviu como base para o filme documental. Uma das características da sua personalidade recente era o vício de acumular objetos encontrados em casa.  Scotty morreu no ano passado, aos 96 anos. Na série, ele é encarnado pelo personagem Ernie West (interpretado por Dylan McDermott).

O polêmico dono do posto de gasolina é vivido por Dylan McDermott. (Foto: Divulgação)

Constantemente ameaçados pela polícia, os “trabalhadores” do posto viviam cercados pela vergonha. O protagonista é Jack Castello (no papel David Packard Corenswet) um daqueles que tendia a ser visto apenas como uma mercadoria humana. O diretor se propôs a reescrever uma história imaginativa, em que os preconceitos já tivessem sido superados já nos anos 1940, quando a história se passa. E trouxe com isso ao longo dos episódios e a vida das personagens, várias questões que marcaram os movimentos de Hollywood na época e que vêm sendo transformadas pelos movimentos sociais ao longo das décadas até hoje, a discriminação racial, a falta de liberdade quanto à orientação sexual, a submissão das mulheres a papéis subalternos, os preconceitos em relação à terceira idade, etc. 

Com bastante liberdade de criação, a série produzida em 2020 mistura personagens e situações reais e fictícias. Pouco a pouco vão sendo revelados personagens reais, que às vezes são apenas uma inspiração para a história, sem a pretensão de contar literalmente as biografias. As festas na casa do cineasta George Cukor são um dos itens excêntricos, que já apareceram no filme Deuses e Monstros, inspirado na vida de James Whale, diretor de “Frankenstein” (1931) e a “A Noiva de Frankenstein” (1935), que fez trabalhos conjuntos com Cukor. Os dois estão entre os diretores queer mais famosos de Hollywood. 

Novo final para histórias reais

A produtora Janet Mock disse que a intenção foi iluminar tragédias que de fato aconteceram, mas contando uma história de triunfo. Há várias personagens reais citadas ao longo dos capítulos. As atrizes Anna May Wong, Hattie McDaniel e o ator Rock Hudson são alguns deles. Janet diz que eles eram pessoas que poderiam ser elas mesmas e assim celebradas, mas não foram. Foram vítimas do sistema de Hollywood, depreciadas, com finais tristes. A ideia foi dar-lhes um “happy end”. 

Michelle Krusiec na pele de Anna May Wong (Foto: Divulgação)

Anna May Wong (interpretada por Michelle Krusiec) foi a primeira grande estrela asiática do cinema norte-americano. Mas um dos piores traumas da sua carreira foi ser preterida por outra atriz para uma produção da Metro-Goldwyn-Mayer. A escolhida fez o papel com maquiagem para parecer asiática.

Com dezenas de participações em filmes, Hattie McDaniel foi a primeira atriz afrodescendente a receber um Oscar por sua atuação em O Vento Levou, mas ela precisou de uma autorização especial para comparecer ao evento, pois o local da cerimônia não aceitava a presença de pessoas negras. Na série a atriz e cantora Queen Latifah faz uma participação especial interpretando a personagem da atriz, que apoia a jovem Camille Washington (interpretada por Laura Harrier) na conquista de um lugar ao sol, apesar do racismo. 

Cena com Laura Harrier e Queen Latifah (Foto: Divulgação)

Outro personagem, Rock Hudson (na pele de Jake Picking), foi um galã do cinema hollywoodiano nos anos 1950 e 1960, com inúmeras atuações no cinema e na televisão, sendo um dos atores mais populares do seu tempo. Foi perseguido com ameaças em decorrência da sua homossexualidade. E foi a primeira grande celebridade a morrer em decorrência da Aids, tendo marcado com a sua própria vida o início da luta contra essa doença.

Jake Picking no papel de Rock Hudson

O personagem que incorpora o vilão Henry Willson (interpretado pelo ator Jim Parsons) é a materialização dos abusos dos empresários no meio cinematográfico com assédios e submissão dos atores e atrizes aos seus interesses escusos. Esse personagem representa de fato o homem que foi empresário do ator Rock Hudson. O produtor Ian Brennan considera que a série está sintonizada com o movimento #Metoo, denunciando as dinâmicas dos movimentos de poder abusivos. Ryan Murphy diz que a história real é dolorosa e continua sendo, mas, justamente, sua intenção foi produzir um final feliz.

Jim Parsons interpreta vilão da história (Foto: Divulgação)

Na história, artistas jovens lutam por um lugar ao sol na indústria cinematográfica. Em meio a uma multidão, enfrentam as mais diversas adversidades, ameaças de manipulação e acordos forçados. A luta pelo reconhecimento artístico vem lado a lado com os dilemas da vida pessoal, em que raça e identidade sexual são ingredientes significativos. Experimenta-se filmes dentro do filme e a própria vida passa a funcionar como um filme. 

Deixar de vender o corpo para viver do seu processo criativo é a luta do ator que se até certo ponto se deixa humilhar para conseguir chegar às telas. O corpo aparece como uma moeda de troca em um ambiente em que a palavra “hipocrisia” funciona como uma senha para explicar tudo. 

As questões raciais têm especial relêvo. A atriz negra quer evitar o estereótipo dos papéis de empregada. O roteirista  Archie Coleman, que é um homem gay e negro (interpretado por Jeremy Pope), é barrado pela cor da pele de assinar o seu nome no roteiro de sua autoria. A atriz com traços orientais também é discriminada. E o candidato à carreira de diretor, Raymond Ansley (com Darren Criss no papel) que se diz “meio asiático”, vai cumprir com o papel de fazer mediação com os produtores “brancos”. Também o papel do dinheiro e a violência justiceira da máfia não são esquecidos.

 De episódio a episódio uma ou outra temática é mais enfatizada. E o final desta temporada é definitivamente hollywoodiano, imerso no imaginário que que o reconhecimento do Oscar representa e com muitas emoções. Um aspecto importante é a exposição ao longo dos episódios do processo de produção de um filme desde a escolha do roteiro até a finalização do projeto, descrevendo as várias armadilhas e empecilhos que possam surgir ao longo do caminho.

Jeremy Pope, Darren Criss e David Packard Corenswet encarnam a luta de jovens talentos (Foto: Divulgação)

 

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Projeto congrega trabalhos artísticos de várias áreas

O Projeto Canal Satolep está fazendo uma campanha para financiar 125 trabalhos artísticos digitais das áreas de teatro, dança, música, artes visuais, audiovisual, folclore, literatura ou artes interdisciplinares. As inscrições estão abertas até o dia 19 de junho e os trabalhos selecionados receberão o pagamento de R$ 300,00.

Conforme o produtor Carlos Escouto a ideia visa estimular o processo de criação dos artistas durante a pandemia, financiando obras artísticas em formato digital. Os trabalhos serão divulgados diariamente nas plataformas do Canal Satolep do Facebook e Youtube, além dos perfis no Instagram e Twitter. Serão lançados dois vídeos diários durante 63 dias de programação.

Qualquer artista interessado pode se inscrever, com a identificação feita pelo número do CPF. O interessado em participar não pode ter vínculos como servidor público, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.

Os critérios de seleção serão o currículo; repertório do grupo/artista; coerência técnica na construção da proposta, assim como a qualidade da apresentação; linguagem acessível; e a singularidade e força da obra como trabalho artístico. O vídeo deverá ser gravado na horizontal, com duração entre cinco e 20 minutos e ter qualidade mínima de 720p.

Deverão ser anexados o currículo/portfólio, proposta artística e links de vídeos de trabalhos já realizados ou em construção. A proposta não pode estar disponível nas plataformas de Youtube e Facebook.

A previsão inicial de entrega do produto finalizado é para a partir do dia 10 de julho. A organização entrará em contato com as propostas selecionadas, que terão o prazo de cinco dias para os proponentes enviarem o trabalho.

Deverão ser selecionadas para a programação do Canal as propostas com qualidade técnica comprovada.  O critério de desclassificação caso haja necessidade se dará por sorteio entre as áreas com equiparações de currículos.

De acordo com o produtor Carlos Escouto, este é um projeto que tramitará na lei de incentivo a cultura estadual LIC/RS. Após as inscrições, ele será enviado para a Secretaria de Cultura e Conselho de Cultura do Estado para análise e aprovação em adequação a lei de incentivo. “Passada esta fase, entraremos então na execução do projeto da programação do Canal SATOLEP com a gravação e exibição dos trabalhos”, explica.

A inscrição se dará através do preenchimento do formulário neste link.

Outras informações na página do Facebook do projeto. 

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Tédio em “Campo do Medo”

A atriz Laysla De Oliveira é a protagonista do filme lançado neste ano

Por Liziane Stoelben Rodrigues

Campo do medo(In the Tall Grass) é um filme de terror lançado neste ano pela Netflix. Em uma  viagem de carro, no Kansas, uma moça grávida e seu irmão escutam uma criança pedindo socorro em um matagal. Eles entram no terreno para ajudá-la e se perdem um do outro sem conseguirem voltar para a estrada. Sob direção de Vincenzo Natali, a obra foi escrita por Stephen King (autor de O Iluminado,  It- A Coisa e  Os Estranhos) e seu filho Joe Hill, que costumam inovar no gênero terror. Não foi diferente aqui, mas a produção peca em alguns aspectos, tanto que leva o filme a sensações diferentes que vão de medo e tédio em questão de segundos.

Mesmo que desde o começo do filme exista uma tensão sobrenatural, o filme trata de uma premissa simples, conta a história de dois personagens perdidos em um lugar incomum (um matagal). Depois, vai explorando o incômodo natural dessa situação, soltando pistas dos mistérios sobrenaturais do lugar. Posterior a isso, a narrativa dá uma reviravolta, o que antes era incômodo se transforma em desespero ao ponto que uma sucessão de fatos estranhos nos leva a uma experiência diferentemente cativante.

O terror está nas situações mais simples, como o fato de um personagem cair um tombo de um lugar alto e sem saber se ele está ou não vivo. Na sequência de fatos, os autores têm bastante espaço para desenvolver as histórias adaptadas de um livro (escrito pelo próprio Stephen King), mas sem estabelecer uma relação harmônica entre os diversos ingredientes da narrativa. A partir do momento em que certos personagens se encontram, algumas histórias externas vêm à tona e isso atrapalha o roteiro por apresentar muitas brigas e situações descartáveis para o todo do filme.

O problema está no vício de seguir os mesmos rumos de outras obras do gênero, ao ponto que algumas cenas são basicamente pessoas correndo sem nenhuma razão aparente, sem que exista nenhuma preparação do espectador para tal. A tentativa de criar um vilão para a história ser completa é equivocada por se tornar um pouco clichê para o terror proposto no filme.

A ideia da loucura de alguns personagens é bastante importante para o andar da história, porque pessoas em plena consciência não dariam nenhum seguimento ao desenrolar do filme. A continuidade é bastante confusa por trazer muitos elementos diferentes que, ao mesmo tempo, não são muito explicados, o que acaba comprometendo a coesão da história.

O filme faz uma breve insinuação de como a personalidade das pessoas é, de fato, trazendo argumentos como a pretensão do texto de mostrar que as pessoas têm lados e momentos diferentes. Nem sempre serão só boas ou ruins, mas, em tempos diversos, arrogantes ou justas, acessíveis ou intolerantes.

A produção acaba ficando desinteressante por tentar trazer muitas coisas ao mesmo tempo sem dar conta de quase nenhuma delas. Mas não deixa de ter pontos de profundidade e significado. O enredo atribuí ao imaginário do campo elementos que são possíveis estarem ali, como a pedra gigante, a plantação alta, diferenças climáticas e conflitos de localização entre os personagens.

Link para o site oficial do filme.

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Muito ruim em todos o aspectos, sem contexto e sem história. Não consegui assistir nem até a metade.
Na verdade, de terror ali não tem nada.
Um filme psicológico.

Marina de Lima do Nascimento

Eu amei o filme. Só que não entendi completamente. Ele é muito sinistro, mas eu amei esse filme. É completamente doido e ao mesmo tempo legal, dá muita adrenalina, juro.

Manuella Cazelato

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