Espetáculos nas ruas de Pelotas

Vagner Meneses contribui para visão mais rica da música com shows e CDs

Fábio Ávila

     O entretenimento cultural é algo de suma importância na vida das pessoas, o cinema, teatro e os shows musicais, sobretudo de modalidades mais populares. Não diferente de tantas outras opções de distração, os shows estão cada vez mais caros e alguns tornam-se inacessíveis à maioria da população. Há artistas que chegam a cobrar em torno de 300 reais por pessoa, por uma apresentação de pouco mais de uma hora, o que inviabiliza qualquer possibilidade de grandes públicos deleitarem-se nesses shows, de sorte que as possibilidades de entretenimento alternativo e barato são almejados e bem-vindos. Apreciadores de músicas clássicas ou mesmo de populares “flash backs” podem dispor de apresentações de alto nível profissional e técnico, diariamente nas ruas da cidade de Pelotas. Artistas de rua encontraram seu meio de sustento nas praças, ruas e no centenário Calçadão da rua Andrade Neves.

Quem vai ao Centro provavelmente cruzará pelo chafariz na esquina das ruas Sete de Setembro e Andrade Neves, por uma obra de arte consagrada, vinda da França em 1873, que serviu para abastecer a população com água. Bem perto desta beleza visual, a música de Vagner Meneses ou o Vagner Sax também merece contemplação, mas não veio da França ou da América do tio Sam. Vagner é pelotense, tem 36 anos, casado com Ivanise Portella dos Santos, pai da graciosa Giselle de 12 anos.

Vagner Sax é músico não acadêmico, formado pelo sargento aposentado do Exército José Francisco da Luz, conhecido como seu Luz, que era professor da gloriosa banda de música da extinta Etfpel/Cefet e atual Ifsul. Dentre outras atividades exercidas, Vagner teve uma passagem pela banda de música da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, também é ativo em atividades da cultura pelotense e região, participando de diversos trabalhos como músico com bandas populares, fanfarras e bandas de bailes. Há cinco anos desenvolve um trabalho solo que o levou ao reconhecimento através das redes sociais, culminando com convites para apresentações, inclusive no exterior.

A grande realização foi a gravação do CD que, inicialmente, era apenas um teste para aferir a aceitação e o nível de popularidade, todavia revelou-se uma forma de obtenção de sustento para completar as lacunas das apresentações em shows e participação de eventos musicais. Mesmo tendo boa aceitação do público, a demanda de apresentações não era suficiente para suprir o sustento da família, tendo o músico de trabalhar em outra atividade profissional. Em 2014, quando se viu desempregado, com o fim dos trabalhos do Polo Naval, onde desempenhava a função de soldador, passou a viver da venda de CDs no Centro de Pelotas, no Calçadão da Andrade Neves, próximo ao chafariz, e em eventuais contratações para festas, cerimônias de casamento, formaturas, lançamentos de livros, almoços e jantares sociais. Entre as suas apresentações esteve a da Câmara de Vereadores, amplamente divulgada pela imprensa.

Em tempos de crise generalizada, a capacidade de adaptação e flexibilidade dos brasileiros continua sendo o diferencial para uma melhor qualidade de vida. Enfrentar com atitudes as dificuldades são marcas de um povo lutador e que, segundo o chavão, nunca se entrega! Parabéns Vagner Sax!

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Obrigado, sou muito grato à população que me vê positivamente para a cidade. Agradeço de coração pela matéria podendo o público conhecer um pouco mais sobre meu trabalho e sobre mim, Um forte abraço . Obrigado Fábio Ávila . Deus abençoe a todos.

Vagner Sax

 

Músicos gaúchos utilizam do financiamento coletivo para viabilizar suas obras

 

Luiz Marenco lança campanha e revela entusiasmo com “crowdfunding”                                                                                      Foto: (Reprodução/Instagram)

Otávio Tissot Proença

     Liberdade. Essa é a palavra que motiva vários produtores culturais mundo afora. O “crowdfunding” foi criado há mais ou menos uma década nos Estados Unidos e já possibilitou que milhares de artistas viabilizassem suas obras.

No Brasil a prática se tornou uma tendência em diversos meios de produção cultural. Seja no cinema ou na música, esta forma de captar recursos ajuda artistas que não possuem um grande apelo da mídia. É uma experiência nova, tanto para artistas quanto para os fãs, que através da campanha criam um canal para que se comuniquem diretamente, sem nenhum intermediário.

COMO FUNCIONA

A proposta de financiar coletivamente um produto ou até mesmo um serviço funciona da seguinte maneira: o artista define o valor do projeto, lança uma campanha em alguma plataforma de crowdfunding na internet e da início a captação de recursos. Assemelha-se muito com as tradicionais e conhecidas rifas. Entretanto, o doador recebe uma recompensa alusiva ao valor doado.

As mídias sociais também possuem um importante valor para que o artista consiga angariar o recurso necessário. É nelas que o artista compartilha e espalha sua campanha pela rede.

Aqui no Rio Grande do Sul não é diferente. A banda Apanhador Só, o músico Esteban Tavares e o músico Pirisca Grecco são alguns do exemplos de artistas que já financiaram suas obras coletivamente. Vitor Ramil, artista que já lançou discos por gravadoras, agora encaminha seus projetos pelo modelo do crowdfunding.

Um dos trabalhos mais recentes neste formato é do cantor nativista Luiz Marenco. A captação de recursos é para o seu CD e DVD de 30 anos de carreira e intitulada de Campanha do Cantador.

Luiz Marenco explica que a ideia surgiu ano passado, inclusive porque ele já havia se retirado das gravadoras há alguns anos, e o disco “Sul” já foi um disco independente. Também foi um estímulo o exemplo bem sucedido do cantor Pirisca Greco na gravação do CD e DVD com o site Kickante.

Segundo Marenco, o financiamento coletivo proporciona uma alternativa no lugar das gravadoras e possibilita fazer o que realmente se quer.

Quanto ao trabalho inteiro do novo projeto diz: “Vai ser na minha casa, junto com meus amigos. É uma maneira de eles estarem comigo, fazerem parte da história e ao mesmo tempo eles estão patrocinando este CD e DVD. Juntos, comigo mesmo, na parte física do trabalho”.

A prática que se tornou tendência e se espalha a cada dia pelas redes sociais é cada vez mais recorrente. O financiamento coletivo se destaca como uma alternativa àqueles que anseiam produzir cultura. Um bom projeto aliado de uma divulgação criativa pode ser a solução para a falta de dinheiro. A campanha também está sendo divulgada no Youtube.

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Novo espaço cultural na cidade de Rio Grande

 

Esculturas lembram os personagens que construíram a história rio-grandina   Fotos: Site da Secretaria de Município da Cultura de Rio Grande

 Ananda Danielle de Oliveira Vergara

     Rio Grande ganha mais um espaço cultural, o nome do projeto recém-inaugurado é “Espaço Cultural e Histórico Rio Grande de São Pedro: Um passeio na História”, localizado no Chalé 31 do Mercado Público Municipal. A proposta, que visa divulgar a história da cidade, foi criada pelos irmãos Espíndola, José Carlos e Urano, e visa divulgar a história da cidade.

Para a realização desse projeto há uma parceria com a Prefeitura Municipal da cidade através de suas secretarias da Cultura (SeCult) e do Desenvolvimento Primário (SMDP). As obras estão expostas para a visitação do público de segunda a sexta, das 14h as 18h30min, com agendamento prévio pelo telefone (53) 3232.1048.

Mostra recorda grandes acontecimentos e vida cotidiana do passado 

No espaço é possível identificar a formação histórica e cultural da cidade de Rio Grande, há uma concentração de objetos que remontam aos antigos tempos, para que crianças e adultos vislumbrem detalhadamente como foi o nosso passado. Maquetes, miniaturas de soldados e réplicas de espadas e armas de fogo estão presentes no local a fim de ressaltar a forma como fomos colonizados. Para José Carlos Espíndola, ter um espaço assim na cidade é uma forma de manter na memória os feitos dos nossos antepassados.

Escolas do Município de Rio Grande terão gratuidade para conhecer o espaço, o projeto atuará como apoio pedagógico para auxiliar no ensino das crianças sobre a cultura da nossa região . Os demais que quiserem visitar o projeto e conhecer de perto a iniciativa dos irmãos deverão paga um valor de caráter simbólico, voltado para a conservação e manutenção das peças e da sede. 

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Saldo positivo do Sete ao Entardecer

Beatriz Coan Peterle

     O projeto Sete ao Entardecer desse ano aconteceu no Mercado Público de Pelotas, atraiu uma plateia diversificada e contou com diversas atrações culturais. Todas as segundas-feiras, do dia 3 de abril a 26 de junho, aconteceram apresentações de música ou teatro. O projeto, financiado pela Secretária de Cultura de Pelotas (SECULT), busca valorizar a cultura local e os novos artistas. Hoje o Sete virou, também, uma vitrine de novos talentos, como Carlos Finger, estudante do curso de Teatro da UFPel e diretor da peça “Somos todos Severinos”.

Finger, que está no sétimo semestre do curso, conta sobre a experiência que foi, como estudante, ter esse espaço aberto: “Enriquecedora e incentivadora. Foi meu primeiro edital. Enriquecedor no sentido de atingir um público geral pelotense, a comunidade. Incentivador, pois, a apresentação teve um retorno financeiro. O Sete ao Entardecer é uma política pública que garante a valorização da produção artística e garante a sociedade a fruição em arte de forma acessível”.

Peça teatral “Somos Todos Severinos” foi uma das atrações apresentadas                                                                                            Foto: Beatriz Coan Peterle

A montagem de  “Somos todos Severinos” iniciou em maio de 2016, foi interrompida durante o período de greve e recesso da UFPel, voltando em março desse ano. Durante todo o tempo deste processo, nove pessoas também participaram de alguma forma desta peça, em sua maioria estudantes. Carlos conta sobre a importância desse espaço, que é o Sete ao Entardecer, para a comunidade e para quem está começando a carreira artística: “Para as cidades que possuem fundos de cultura, como Pelotas, é de importância vital este incentivo, pois valoriza o trabalho do artista, dando oportunidade e tempo para ele produzir arte e mostrar para comunidade. Também sinaliza uma outra vertente para o artista poder produzir e sobreviver artisticamente”.

O evento gerou novas propostas para o grupo. Com a apresentação no Mercado Público surgiram dois convites, um para Piratini e outro no evento “Mandela Day” em Pelotas, na ocupação Canto de Conexão. O estímulo também vem da plateia, com afeto ou palavras ditas no dia da apresentação e momentos posteriores, que alimentam a criação do artista.

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Feira reúne arte, comércio e indústria

 

Ilda Veiga, presidente da Amperg, e a corte da Fearg 2017

Ananda Danielle de Oliveira Vergara

     Terminou dia 16 de julho a 39ª Feira de Artesanato, Comércio, Indústria e Serviços do Rio Grande (Fearg). A realização voltou aos pavilhões do Centro de Eventos localizado no bairro Centro, junto da antiga estação férrea. Contou com atrações locais, shows nacionais, parque de diversão, apresentação de teatro, balé infantil, artesanato, comércio e gastronomia.

Na arena de shows, o público contou com as apresentações dos artistas Thiaguinho, Família Lima, César Oliveira e Rogério Melo entre outras atrações. A programação foi indicada na página da feira para que o público escolhesse suas preferências e os pedidos mais solicitados, conforme disponibilidade dos artistas, foram atendidos pela organização.

Em algumas datas, o acesso ao evento foi através de gratuidade solidária e os visitantes colaboraram apenas com um quilo de alimento não perecível, doado para o banco de alimentos da cidade. Houve uma parceria da organização da feira com a Refinaria Riograndense para ajudar pessoas necessitadas no município.

Outra novidade é que, nesse ano, foi extinto o nome Fecis da logomarca do evento, confome Camila Costa que trabalha junto da assessoria de comunicação, “a Fearg manterá sua sigla original como era nas primeiras edições, hoje não há mais necessidade de separar os nomes de Fearg (Feira de Artesanato) e Fecis (Feira de Comércio, Indústria e Serviços), porque o evento ocorre de forma simultânea e no mesmo espaço físico e a população da cidade está habituada a conhecer a feira como Fearg”, afirma.

Depois de muitos anos prestando homenagens a culturas de outros países, esse ano a organização do evento optou por homenagear a sabedoria local. Valorizou a história do município e usou como temática a seguinte frase: “Mãos que fazem arte, também fazem a história do Rio Grande”. A Feira expõe as belezas locais, exalta a história da indústria têxtil e a importância dos artesões na cultura da cidade e dessa forma aproxima o público com a memória do município.

A volta da Feira para o Centro Municipal de Eventos, após reformas realizadas no local, motivou os expositores. Os representantes da AMPERG (Associação das Micros e Pequenas empresas do Rio Grande) buscaram atingir uma parcela maior da cidade. De acordo com a representante da Assessoria de Comunicação, os expositores entusiasmaram-se com o novo local para realizar o seu trabalho. A FEARG tem por tradição ocorrer dentro do Centro de Eventos e o público está acostumado a frequentar o local, até porque está localizado em uma via de acesso da cidade que abrange todos os bairros por ter fácil acesso a linhas de ônibus e pontos de táxi.

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Biblioteca alternativa busca aproximar o livro à comunidade rio-grandina

Obras podem ser “colhidas” na Praça Tamandaré e propiciam acesso ao saber

Júlia Sassi

     Incentivar a leitura: este é o principal objetivo do Arvoreteca, projeto da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Idealizado por docentes do curso de Biblioteconomia, a biblioteca alternativa já distribuiu mais de 1000 exemplares ao longo de suas oito edições. Atualmente, é realizado por bolsistas do Sistema de Bibliotecas (SiB) da Universidade.

Em 2013, incentivados pelo professor Cláudio Renato Moraes da Silva, que ministrava a disciplina de Bibliotecas Públicas, Comunitárias e Alternativas, os acadêmicos de Biblioteconomia iniciaram as atividades do projeto dentro do campus da Universidade. Segundo o docente, “na Biblioteconomia se busca capacitar os futuros profissionais para o exercício da multiplicação pela ação: leia um livro, conquiste um na multidão” e este foi um dos princípios motivadores do projeto.

A Praça Tamandaré, local escolhido para realização do projeto a partir da segunda edição, é considerada a maior do interior do Estado. Inaugurada em 1909, possui 44 mil metros quadrados localizados bem no centro da cidade. Durante o dia de exposição dos livros, estes ficam pendurados nas árvores e em varais para que sejam “colhidos” ou até mesmo “plantados” pela população.“Saímos do espaço entre paredes com uma nova opção, é uma razão social para quem, infelizmente, não tem acesso, seja por cultura ou pelo custo”, conta Flávia Reis,bibliotecária da FURG.

“Com a atividade percebemos o quanto é necessário o incentivo à leitura. A ação proporciona à comunidade o acesso a livros de uma forma criativa e lúdica, fora do espaço convencional da biblioteca. Assim,aproveitamos o tempo que as pessoas têm disponível e se oferece algo que acreditamos ser de extrema importância para a vida do cidadão”, ressalta a bibliotecária da FURG, Cristina Jorge.

Doações

O projeto atua, exclusivamente, por meio de doações. Livros novos e usados sobre literatura em geral, infantil e infanto-juvenil são os gêneros mais “colhidos” pela comunidade. As doações podem ser entregues em qualquer biblioteca da FURG.

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Diogo Nogueira apresenta “Alma Brasileira”

Cantor esteve em junho no Theatro Guarany              Fotos: Fernanda Winck

Fernanda Winck

     O cantor Diogo Nogueira trouxe o seu show “Alma Brasileira” no dia 21 de junho ao Theatro Guarany em Pelotas. Cantou músicas autorais e vários sucessos da MPB tais como “Flor de Lis”, “Avião”, “Fato Consumado”, “Beiral” (Djavan), “Beijo Partido”, “Travessia” (Toninho Horta, Milton Nascimento), “Codinome Beija Flor” (Cazuza), “Sangrando” (Gonzaguinha), “Descobridor dos Sete Mares” (Tim Maia), além das referências do samba como as canções do seu pai João Nogueira (“Nó na Madeira”), de Zeca Pagodinho (“Cabô meu pai”, “Uma prova de amor” e “Quando a gira, girou”), de Roberto Ribeiro e Beth Carvalho. Sempre com seu estilo fortemente impresso nas versões.

O público compareceu em grande número ao Theatro, formado, em sua maioria, de jovens e adultos que foram embalados por seus sucessos como “Pé na areia”, “Porta Voz da Alegria”, “Alma Boemia”, “Clareou” e “Tim tim por timtim”.

Repertório do show relembrou grandes sucessos da Música Popular 

Diogo cresceu ouvindo música e sempre participou das rodas de samba que seu pai João Nogueira frequentava, sendo convidado muitas vezes a cantar. Dessa forma, começou a ser reconhecido e respeitado no meio artístico. Gravou seu primeiro DVD em 2007, no Teatro João Caetano (RJ), com as participações de Marcelo D2, Xande de Pilares (ex-vocalista do grupo Revelação) e o violonista Marcel Powell. Eclético, gosta de misturar vários estilos musicais. Prova disso é o projeto Estúdio Coca-Cola que fez com a cantora Pitty, que lhe rendeu indicação ao Prêmio Multishow de Música Brasileira no ano de 2008, na categoria de “Artista revelação”. No mesmo ano, foi indicado ao prêmio Grammy Latino na mesma categoria. O artista deste então começou sua carreira internacional.

O segundo CD de sua carreira foi chamado de “Tô fazendo a minha parte”, com músicas inéditas de sua autoria e de compositores como Chico Buarque, Ivan Lins, Arlindo Cruz, Almir Guineto, Xande de Pilares, Flavinho Silva, dentre outros. Em julho de 2010, o cantor gravou o segundo DVD de sua discografia chamado “Sou Eu”, no palco do Vivo Rio (RJ) e contou com a participação de Chico Buarque, Ivan Lins, Alcione, Hamilton de Holanda e dos bailarinos da Cia. de Dança Carlinhos de Jesus. O DVD teve lançamento em novembro de 2010. No mesmo ano, Diogo ganhou o Grammy Latino, na categoria brasileira de “Melhor Álbum de Samba”, pelo disco “Tô Fazendo a Minha Parte”. Em 2011, foi a vez de “Sou eu” ser indicado ao Grammy Latino, na categoria “Melhor Álbum de Samba/Pagode”.

Diogo Nogueira também apresenta programa televisivo “Samba na Gamboa”

O CD “Mais Amor” foi lançado em 2013, dando início a uma grande turnê que visitou todas as capitais brasileiras. Em agosto do mesmo ano, o cantor lançou o disco “Bossa Negra”, que contou com a parceria do bandolinista Hamilton de Holandan e foi inspirado nos afro-sambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Em junho de 2015, lançou o seu quarto álbum de estúdio pela Universal Music chamado “Porta-Voz da Alegria”. Diogo, além de realizar shows pelo Brasil e pelo mundo, também é apresentador do programa de TV “Samba na Gamboa”, exibido pelas emissoras públicas TV Cultura e TV Brasil.

A professora Fernanda Mesenburg (29) foi ao Theatro acompanhada da mãe, e ressaltou: “Quando li a sinopse do show “Alma Brasileira” fiquei empolgadíssima. Afinal, se tratava de um show com repertório fantástico, com grandes nomes da MPB”. E complementa: “Considero o Diogo Nogueira um expoente do samba no Brasil, ele dança, toca, canta, é simpático, além de ser lindo. Enfim, um dos melhores shows que assisti”.

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Música homenageia Rio Grande há mais de 20 anos

Luís Mauro Vianna criou a canção que virou um hino da cidade papareia

Brenda da Silva Vieira

     A música “Lírica Poesia Para Uma Pequena Sereia” de Luís Mauro Vianna, com melodia de Gilberto Oliveira, é quase um hino para Rio Grande. Sua letra carrega a suavidade do mar que cerca a cidade papareia e traz o clima das águas para o imaginário de quem ouve.

Criada entre 1993 e 1995, estreou como uma das letras concorrentes ao Festival do Litoral do Rio Grande no Sul na época. Ganhou a etapa de São José do Norte, e, logo após, conquistou a etapa regional em São Lourenço do Sul. Já no Festival Canta Rio Grande, a música ganhou “Melhor Tema da Canção Litorânea”, obtendo notoriedade na cidade.

INSPIRAÇÃO

Foi na beira da Praia do Cassino que o compositor Luís Mauro Vianna se inspirou para compor. “Tal qual a uma garota de Ipanema, eu vi passando uma linda menina morena. Eu fiz a letra pensando nessa menina. Mas, também, pensando na cidade de Rio Grande. Como se fosse uma garota de Ipanema do Rio Grande. Então, a inspiração é a menina e a cidade. Ela foi feita falando sobre a cidade e todos seus aspectos”, relata o compositor.

RECONHECIMENTO

Gilberto e Luís afirmam que a repercussão da música foi sempre muito boa. Depois de passar pelos festivais fora de Rio Grande, a canção chegou grandiosa à cidade homenageada. “Fez todo o público que estava presente no ginásio Farydo Salomão se apaixonar pela canção”, relembra Vianna, que conta que ele e Gilberto não imaginavam o que a canção se tornaria: “Ela em si é uma canção que toca o coração dos rio-grandinos. Eu e o Gilberto não presumimos que isso fosse acontecer, mas algumas pessoas falam que é o hino sentimental da cidade. Ficamos lisonjeados por isso”.

O multi-instrumentalista Gilberto Oliveira já levou a música brasileira para diversos países do mundo como Uruguai, Cuba e Canadá. Ao participar do Festival de Jazz de Montreal, evidenciou que teve a honra de levar o nome da cidade em suas apresentações: “Eu tenho orgulho de dizer que sou rio-grandino. Sempre que eu toco fora da minha cidade eu procuro tocar essa música, é quase como contar de onde venho”, finaliza o músico.

Gilberto Oliveira já levou a música brasileira para diversos países do mundo

Lírica Poesia Para Uma Pequena Sereia
Luís Mauro Vianna/ Gilberto Oliveira

Noiva do mar
Beleza sem fim
Pequena sereia
Pedaço de mim

As ondas me dizem
Que vou te encontrar

O meu navio
Navega no teu coração
Marés que vem, marés que vão
O meu amor canto por ti

Me sinto tão só
A te procurar
As ondas me dizem
Que vou te encontrar

O meu navio
Navega no teu coração
Marés que vem, marés que vão
O meu amor canto por ti
Para te encontrar
Meu doce lar
Meu litoral

O canto do mar
O encanto do sol
Sereia das lendas
Louca imensidão

Pureza do ar
Do meu coração
Corrente segura
Pra navegar

O meu navio
Nas águas do teu coração
Marés que vem, marés que vão
O meu amor canto por ti
Para te encontrar
Meu doce lar
Meu litoral

 

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Crítica de Cinema: “Estrelas Além do Tempo”

Filme conta uma história real de mulheres com as atrizes Janelle Monáe, Taraji  Henson e Octavia Spencer 

Mariana Lealdino

     No início do ano, os amantes do cinema sempre esperam a noite do Oscar, a premiação cinematográfica mais respeitada do planeta. Quando eu vi que “Estrelas Além do Tempo” estava nas indicações da premiação, logo pensei que o destaque não era nada além de justo.

Aliás, se você procura por um filme para entretenimento, não recomendo o longa. O filme é uma obra que não deve ser abordada com leviandade. A trama é baseada em fatos reais e mostra a ignorância de uma sociedade segregacionista. Mas também mostra o outro lado, o que acontece quando deixamos os preconceitos de lado e trabalhamos juntos.

Com a dose certa de humor, “Estrelas Além do Tempo” certamente é um filme que ainda vai dar muito o que falar.

O longa-metragem, que se passa em meados da década de sessenta, conta a história de Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe). Três amigas negras, funcionárias da NASA, eram conhecidas como os “computadores”, por que eram elas que faziam os cálculos para a empresa, antes de realmente se começar a utilizar as máquinas.

Além de precisarem provar sua competência diariamente como mulheres na organização, que em sua maioria é constituída por homens, as cientistas ainda lidam com a intensa segregação racial vivida nos Estados Unidos em tempos de Guerra Fria. O país vivia na disputa da corrida espacial com a União Soviética.

Com um roteiro envolvente, o espectador se apaixona pelas personagens que protagonizam o longa-metragem. As três amigas revelam personalidades muito distintas, mas são sempre leais aos seus princípios e objetivos, e principalmente uma às outras.

Destaca-se a atuação de Octavia Spencer, conhecida por muitos de seus papéis como enfermeira (entre séries e filmes, foram dezesseis personagens de enfermeiras diferentes), e outras interpretações mais triviais em comédias românticas. Com toda certeza, interpretar Dorothy Vaughn foi o ponto alto de sua carreira.

Apesar do longa contar a história dessas três mulheres, a trajetória de Katherine Johnson ganha destaque e predomina no filme. Filha de pai carpinteiro, mãe, ex-professora, é mostrado como ela sempre teve naturalidade com os números desde a infância. Futuramente, a física, cientista espacial e matemática estadunidense, mãe solteira de três meninas, ganha seu merecido destaque na NASA.

“Estrelas Além do Tempo”, lançado nos cinemas neste ano e já disponível em DVD, mostra o conhecimento com uma arma preponderante para uma guerra silenciosa. “Estrelas Além do Tempo” é uma história de resistência.

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Mulheres ocupam cena cultural no 1ª Slam Poesia de Pelotas

“O hip-hop é um movimento de todos. Durante muito tempo na história do gênero, não se falava nas mulheres. Se falava muito dos rappers, dos produtores, mas não se tem uma história das minas no rap. Onde estavam as minas, enquanto os caras tavam rimando?” – Bartira Val Marques, “Bart”

Laura Marques

     Rap, poesia e representação feminina. Todos esses elementos fizeram parte do 1º Slam Poesia de Pelotas, no dia 2 de julho. O evento pioneiro incentiva a produção cultural feita por mulheres na cidade e teve como palco a rua Padre Anchieta, em frente à Casa Cultural Las Vulvas. A principal atração foi a paulistana Mel Duarte, primeira mulher a vencer o Poetry Slam, campeonato de poesia falada internacional que contou com edição no Brasil em 2016. Discotecagem com a Dj Dola, artista pelotense. Na programação também houve performance no estilo pocket show com Bart, roda de conversa sobre poesia marginal e microfone aberto para declamações.

Os slams, ou slam poesia, são encontros de artistas da poesia performática. Na maioria das vezes, as performances brincam com o rap e são avaliadas por um júri popular. Entra na análise tanto a questão literária como o desempenho do artista durante a declamação. No Rio Poetry Slam, em que Mel Duarte foi vencedora, representantes de outros 16 países estavam presentes.

Muitos dos esforços para trazer a poetisa de São Paulo (SP) para Pelotas (RS) foram feitos pela estudante de jornalismo na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e MC Bartira Val Marques, 25, também chamada de Bart. A estudante é fundadora do Stay Black – Hip Hop Culture, grupo de produção cultural e também coletivo de mídia independente, que tem como objetivo incentivar artistas negros como forma de resistência dentro da cultura. Bart atua na produtora há um ano, promovendo festas, shows e eventos de rua.

Em abril deste ano, Bartira conheceu Mel Duarte em um evento sediado em São Paulo. Lá, convidou a poeta para ser atração do Slam em Pelotas. “Eu já tinha visto uns vídeos e lá pude trocar uma ideia sobre vir pra cá”, conta. Ela afirma que o objetivo dessa primeira edição é, acima de tudo, incentivar a participação feminina na poesia e no rap. “Queremos alcançar pessoas que curtem poesia. Como Pelotas não tem tradição em batalhas de rap, é muito difícil as meninas chegarem pra batalhar, seja por vergonha ou timidez”, disse. O ideal é dar um passo de cada vez. Começar pela recitação de poemas é o primeiro deles.

Apesar de conviver com a repressão machista diariamente, Bartira conclui que a representatividade feminina tem crescido na cidade. “A gente tá vendo mais mulheres na cena, seja na produção cultural ou no meio artístico. Tatuadoras, cantoras, MC’s, dançarinas, enfim, tem muita mulher trabalhando em diversos projetos”, comemora.

É fato: Pelotas vê, nos últimos anos, a disseminação de projetos e atividades que procuram dar atenção especial às mulheres. A Casa Cultural Las Vulvas é um exemplo. Fundada e gerida por um casal de mulheres, ela abriga eventos como exposições de artistas mulheres, especiais de tatuagens com tatuadoras mulheres e, no último mês, realizou um evento específico para o público feminino: o 4º Encontro das Bruxas. A Casa é apoiadora do Slam Poesia.

Conheça Mel Duarte

A paulistana é poeta, “slammer” e produtora cultural formada em comunicação social. Trabalha com literatura independente desde 2006. Faz parte do coletivo “Poetas Ambulantes”, que oferecem aos passageiros de transportes coletivos a poesia falada, escrita e gratuita. Além disso, Mel é uma das organizadoras da batalha de poesias voltada para o gênero feminino, o “Slam das Minas – SP”. No ano passado, Mel foi nomeada o destaque no sarau de abertura da Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) e foi a primeira mulher a vencer o Rio Poetry Slam, campeonato internacional de poesia. É autora de dois livros publicados de forma independente:  “Fragmentos Dispersos” (2013) e “Negra Nua Crua” (2016).

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