Theatro Guarany abre oficinas de teatro novamente e a cena local se prepara para a comemoração dos 40 anos de trabalho de Flávio Dorneles

Aulas ministradas por Flávio Dornelles começam no final de Janeiro, acompanhando o início do ano em que o artista completa seus 40 anos de atuação nos palcos.

Por Vanessa Centeno / Em Pauta.

Faixada Theatro Guarany, um dos grandes palcos da cidade de Pelotas. / Foto: Vanessa Centeno

O Theatro Guarany abre as portas, pela terceira vez, para a Oficina de Teatro Permanente, que começa dia 30 de Janeiro às segundas e quartas das 19h às 21h – para mais informações, como preços, ligar para (53) 3225-7636, número do teatro, e falar com Vanessa. A oficina é ministrada por Flávio Dornelles, uruguaianense reconhecido como cidadão pelotense numa iniciativa do vereador Jurandir Silva (PSOL). Dornelles é ator, diretor e professor de teatro e também cenógrafo, figurinista e iluminador. Já tendo atuado em todos segmentos que acompanham a montagem de uma peça teatral.

O curso é aberto para adultos, jovens, idosos e crianças acompanhadas pelos pais. A oficina ministrada pelo diretor Flávio atende um público diferenciado, através do teatro ele consegue elevar a autoestima e  trazer alegria para seus alunos, tendo a recomendação de psicólogos e psiquiatras que indicam que seus clientes façam parte da oficina. Flávio também afirma que teve bom resultados com esse público. 

Outro grupo que aproveita as aulas são os alunos do curso de Direito, utilizando muito do teatro para aprender persuasão, já que o teatro tem o poder de convencer uma plateia inteira. Flávio também já trabalhou com crianças com síndrome de down e foi um sucesso. E o teatro colabora com a pessoa que é muito tímida, onde é possível aprender a ser mais desinibida e confiante em si mesma.

E foi assim que o Guilherme Gonçalves, de 26 anos, chegou ao teatro com Flávio Dornelles. Ele faz teatro desde 2017 e comentou que se doa integralmente ao mundo dos palcos, tendo sede de conhecimento. Mas Guilherme também conta que era um jovem muito tímido e fechado, sem autoestima, que se alguém ouvia alguém falando mais alto não resistia e chorava. As oficinas o transformaram totalmente, sendo de ajuda tanto para a pessoa  que é extremamente tímida quanto para a pessoa que tem muita energia. Sorrindo, ele afirma que perdeu a timidez e hoje é um jovem seguro e faz parte do projeto de teatro do IFSUL Companhia Cem Caras ao qual Flavio Dorneles dirige há 20 anos.

Na Oficina de Teatro Permanente que começa em Janeiro no Guarani, o aluno aprenderá a se comunicar nos palcos, exercícios de improvisação, jogos teatrais e a formação do ator, montando esquetes teatrais e peças curtas, chegando a grande montagem no final do ano. 

Flávio Dornelles é formado pela UFPEL, na primeira turma do curso de teatro em 2008, ele é natural de Uruguaiana e há 40 anos trabalha com teatro em Pelotas. Ele chegou em Pelotas em 1982 para estudar Edificações na antiga Escola Técnica, hoje conhecida como IFSUL Pelotas, se formando e atuando fora de Pelotas por três anos, trabalhando na construção de casas pré-fabricadas. De seis em seis meses eles trocavam localidade, seguindo o final da obra. Com isso, Flávio morou em grandes capitais e outras cidades. Mas mesmo depois de um dia cansativo de trabalho, Flávio chegava no Hotel, fazia suas necessidades básicas e ia assistir espetáculos de teatro. Ele fazia isso constantemente e a sede pelo teatro era mais forte que sua então formação de técnico em edificações.

Flávio trabalha desde 1998 com a Companhia Cem Caras do IFSUL, ao qual foi convidado. O grupo de teatro é aberto para funcionários, professores, funcionários terceirizados e, quando têm vaga, também para a comunidade em geral. Ao longo dos anos, o grupo já se apresentou fora do País e em outros estados e localidades. Flávio conta que o grupo é conhecido e bem recepcionado em qualquer lugar que se apresenta. 

O ator e diretor também já participou de grandes produções do cinema, como o “O tempo e o Vento”, ‘’Pelotas Caridosa’ em que foi produtor’; “Poemas lidos de Lobo da Costa” que recebeu seis premiações, de melhor ator, melhor filme, voto popular; direção de Arte, direção de fotografia e direção de áudio; ‘’Quarentena online’’ curta roteirizado por ele.                             

Mas Dornelles afirma que gosta mesmo é dos bastidores, conhecer como funciona, como monta, mas que por ser ator acaba recebendo convites para grandes produções. Já tendo trabalhado também com Dicléia Ferreira no ballet em três montagens de Dom Quixote e duas montagem da A Viúva Alegre, tendo participado de Cinderela também por duas vezes também. Flávio cantou por doze anos no  Coral da Católica, toca piano e violão.

Hoje ele também ministra algumas oficinas no Teatro Sete de Abril, no qual trabalhou por muitos anos como iluminador com muita honra. Ele também atuou no antigo COP (Círculo Operário Pelotense) por 10 anos com oficinas permanentes. E também participou de outros projetos com parcerias em Pelotas com menores infratores, onde teve um resultado positivo no período de 1992 a 1998.

Então este é um pouco do trabalho de Flávio na cidade de Pelotas, um grande artista Pelotense que deixa sua marca e sua história registrada no Teatro Pelotense. Fazer teatro com Dornelles é grande oportunidade, ele tem muito a ensinar e a passar a todos que se colocaram à disposição dessa arte. 

Através desses links você vai conhecer um pouco do trabalho e da vida de Dornelles. Os documentários foi criado pela equipe Fio da Navalha Arte & Comunicação e se chamam ‘’Palcos de minha vida’’ e ‘’A Pelotas Caridosa/ Poemas Lidos de Lobo da Costa”.

Atualmente a Cia Cem Caras está ensaiando uma peça em comemoração aos 40 anos de Teatro de Flávio Dorneles chamada A Noviça, comédia musical que em dois festivais recebeu catorze premiações. As montagens circularam pelo País e no Exterior.

Ensaios de A Noviça, peça de comemoração dos 40 anos de trabalho de Dorneles. / Foto: Vanessa Centeno.

Lucas Reis, 20 anos, faz parte da Companhia Cem Caras há dois anos e afirma que esse ano pretende cursar Teatro na Faculdade.  O jovem comenta que o teatro é vida e através dele e da música,  conseguiu sair da depressão, tendo sua vida salva pelas artes. Para ele poder participar das apresentações e levar esta arte para as pessoas não tem preço. Hoje ele é muito mais feliz e se apresenta como músico de pagode a noite. 

Lucas é também a prova de como Dornelles, e o teatro, salvam e melhoram vidas na cidade de Pelotas.

 

 

Comentários

comments

Você pode gostar...