Saiba quem são os medalhistas olímpicos brasileiros

Por: Yago Moreira

A Olimpíada Rio 2016 surpreendeu até o mais otimista dos torcedores. Após a abertura dos jogos, no Maracanã, o evento estampou a capa de alguns dos maiores jornais do mundo. As críticas, em grande parte, foram positivas e o Brasil virou exemplo de que é possível realizar um grande espetáculo com simplicidade e beleza.

Essa olimpíada não ficará marcada somente pelo espetáculo, mas também pela história escrita por nossos atletas. O time olímpico brasileiro alcançou a sua melhor marca no quadro de medalhas dentre todas as participações em jogos olímpicos. A delegação brasileira conquistou 19 medalhas: 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze.

O mais curioso é que o mundo teve a possibilidade de conhecer atletas que não eram conhecidos nem mesmo no Brasil. O carisma, a força de vontade e o reconhecimento de todo o empenho dos nossos medalhistas fizeram com que os brasileiros vibrassem a cada vitória e a cada pódio.

Por isso, o Em Pauta decidiu divulgar um pouco da trajetória e do retrospecto de cada atleta que deu o sangue pelo Brasil e conquistou um lugar entre os melhores do mundo. Veja abaixo a relação dos atletas brasileiros que foram medalhistas olímpicos Rio 2016.

Isaquias Queiroz: canoagem de velocidade
Isaquias Queiroz é prata na canoagem. Foto: Ivan Pacheco/Veja.com

Primeiro atleta brasileiro a ganhar três medalhas em uma Olimpíada, o baiano de 22 anos era uma das grandes promessas de medalha pra o Brasil. E foi. Isaquias conquistou a prata na prova dos mil metros de canoagem individual, o bronze nos duzentos metros, também individual, e mais uma prata na prova dos mil metros em duplas, junto de seu companheiro Erlon de Souza. O jovem rapaz conquistou o público com toda sua simpatia e simplicidade. As origens humildes e a vontade de vencer tornaram Izaquias um gigante, dentro e fora d’água.

Thiago Braz: atletismo
Thiago Braz bate recorde olímpico e conquista o ouro. Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

O grande Thiago Braz venceu o francês Renaud Lavillenie – campeão olímpico em Londres e recordista mundial. Após a eliminação de atletas de vários países, a decisão ficou entre os dois e o brasileiro acabou levando o ouro pra casa. Para completar, o jovem, natural de Marília, interior se São Paulo, ainda estabeleceu um novo recorde olímpico. Thiago ultrapassou 6,03 metros de altura.

Rafaela Silva: Judô
Rafaela Silva emociona e conquista primeiro ouro do Brasil na Rio 2016. Foto: Toshifumi Kitamura/AFP

Um dos momentos mais emocionantes dos jogos foi a conquista do ouro de Rafaela. Após a derrota em Londres, as ofensas racistas recebidas através da internet e a vontade de desistir do esporte, a judoca deu a volta por cima e conquistou o lugar mais alto do pódio. Com 24 anos, negra, pobre e Silva, a campeã mostrou ao mundo a força que vem da periferia.

Rafael Silva: Judô
Rafael Silva conquista medalha no judô. Foto: Murad Sezer/Reuters

Rafael Silva, ou Baby, para os mais próximos, é mais um que caiu nas graças do povo brasileiro. Esse judoca quase não participou dos jogos devido a uma lesão muscular que teve em 2015. Por sorte a recuperação foi rápida e o nosso “Baby do Brasil” garantiu mais um bronze, na categoria peso-pesado. Aos 18 anos Rafael iniciou profissionalmente no judô e hoje, aos 29, carrega na bagagem, além da experiência, duas medalhas olímpicas.

Robson Conceição: boxe
Robson Conceição conquista medalha no boxe. Foto: Ivan Pacheco/Veja.com

O jovem de 27 anos começou no boxe ainda menino, com 13 anos de idade. Disputando a categoria dos pesos leves (até 60kg), Robson foi mais um atleta que emocionou o Brasil ao conquistar o tão sonhado ouro olímpico.

Alison e Bruno: vôlei de praia
Alison e Bruno conquistam ouro no vôlei de praia. Foto: Ivan Pacheco/Veja.com

A dupla, que é a atual campeã mundial de vôlei de praia, venceu os italianos Nicolai e Lupo por dois sets a zero em uma final emocionante. Ponto a ponto, a torcida vibrava nas arquibancadas, empurrando o time brasileiro para mais um pódio, mais um ouro.

Mayra Aguiar: judô
Judoca conquista o bronze para o Brasil. Foto: Jonne Roriz/Exemplus-COB

Após conquistar uma medalha de bronze nos jogos de Londres 2012, Mayra repetiu o feito lutando em casa. Aos 25 anos, disputando a categoria meio-pesado, essa foi a terceira olimpíada que a atleta participou.

Arthur Zanetti: ginástica artística
Arthur Zanetti leva a prata nas argolas. Foto: Mike Blake/Reuters

Depois de marcar seu nome nos jogos olímpicos, em Londres, Arthur Zanetti brilhou mais uma vez nas argolas. O bicampeão olímpico conquistou a prata e se tornou o primeiro ginasta brasileiro a ganhar duas medalhas olímpicas.

Poliana Okimoto: maratona aquática
Poliana Okimoto conquista bronze na maratona aquática. Foto: Ivan Pacheco/Veja.com

A histórico de Poliana nas Olimpíadas não era dos melhores até a Rio 2016. A nadadora foi eliminada da prova em Londres após sofrer um ataque de hipotermia. A desclassificação ficou engasgada durante quatro anos, mas a atleta decidiu que daria a volta por cima e não desistiu. Completou a prova em quarto lugar, mas após a eliminação da francesa que estava em terceiro lugar a brasileira herdou a medalha de bronze. Poliana compete pela seleção brasileira desde os treze anos e hoje, aos 33, e em sua terceira olimpíada, consagra seu nome na história dos jogos olímpicos e da natação feminina.

Arthur Nory e Diego Hypolito: ginástica artística
Brasil leva dois representantes ao pódio na ginástica. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

Pódio duplamente brasileiro. Com a prata de Diego e o bronze de Nory, os ginastas marcaram seus nomes na história da ginástica artística. Ganhar em casa deu um gostinho todo especial, já que as medalhas foram o resultado de muita insistência e superação dos atletas. Diego ainda mandou um recado para os futuros esportistas: “Nunca desistam dos seus sonhos quando alguém diz que vocês não podem. Agradeço demais a todos que acreditaram em mim. Essa foi minha terceira Olimpíada, na primeira eu fui como grande promessa e caí de bunda, na segunda olimpíada eu caí de cara e nesta eu caí em pé.”

Felipe Wu: tiro esportivo
Felipe Wu é conquista prata no tiro esportivo. Foto: Wander Roberto/Exemplus-COB

A primeira medalha do Brasil foi conquistada por esse simpático descendente de chineses. Aos 24 anos, Felipe garantiu a prata no tiro esportivo, na modalidade pistola de ar 10m.

Martine Grael e Kahena Kunze: vela
Dupla da Vela, Martine Grael e Kahena Kunze levam ouro para o Brasil. Foto: Clive Mason/Getty Images

A família Grael já garantiu muitas vitórias olímpicas para o Brasil. Os irmãos Lars e Torben Grael foram medalhistas em outras olimpíadas e com a medalha das meninas conquistam a oitava em jogos olímpicos. Com uma virada impressionante para cima das neozelandesas, as brasileiras venceram a regata decisiva da classe 49er FX. Com mais essa conquista, o Brasil superou o número de ouros das últimas olimpíadas, quando a delegação brasileira só conseguiu subir três vezes no lugar mais alto do pódio.

Ágatha e Bárbara: vôlei de praia
Dupla surpreendeu ao conquistar prata no vôlei de praia. Foto: Ivan Pacheco/Veja.com

Estreantes em jogos olímpicos e sem perspectivas de medalha, a dupla surpreendeu ao conquistar a prata no vôlei de praia. A cada jogo, a sensação de que subir ao pódio poderia se tornar uma realidade aumentava e assim foi até a semifinal quando o Brasil eliminou os Estados Unidos, representado pela grande Walsh, invicta em olimpíadas até este ano. No entanto, o sonho de futuras medalhas acabou para a dupla. Em declaração para a mídia, a jogadora Ágatha anunciou o fim da parceria e afirmou que a decisão foi de Bárbara.

Seleção masculina de futebol
Seleção é medalhista na Rio 2016. Foto: Lucas Figueiredo/MoWA Press

O futebol brasileiro conseguiu se reerguer após tropeços no início da competição. Abaixo de críticas e dúvidas sobre a qualidade da equipe, o time mostrou que conseguia chegar lá. Ao garantir vaga na final veio a grande surpresa, a seleção adversária seria a Alemanha novamente. Porém, o retrospecto da copa de 2014 não abalou os jogadores. Em uma final emocionante, com direito a um gol para cada lado, trinta minutos de prorrogação e a tão temida disputa por pênaltis, o Brasil lavou a alma e garantiu mais um ouro. A emoção tomou conta dos jogadores que, por regra dos jogos olímpicos, são meninos que não passam dos 23 anos de idade. Mas também emocionou um país inteiro, que a partir dos jogos Rio 2016 voltaram a acreditar no bom futebol brasileiro.

Maicon de Andrade Siqueira: taekwondo
Maicon Siqueira surpreende o país e conquista o bronze no taekwondo. Foto: Peter Cziborra/Reuters

Maicon foi, sem sombra de dúvidas, uma das maiores surpresas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Com apenas 23 anos e sem sequer estar no ranking dos 10 melhores de sua modalidade, o atleta conquistou mais um bronze para o Brasil. O jovem lutador ganhou o respeito do povo brasileiro ao ter sua história contada na TV, ele chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro e também como garçom para ajudar no sustento da família. Ainda cedo precisou trancar os estudos para se dedicar ao esporte e trabalhar ao mesmo tempo. Maicon, emocionado, dedicou sua medalha à mãe, que mesmo enfrentando um câncer nunca desistiu de incentivar e torcer pelo filho.

Seleção masculina de vôlei
Vôlei masculino leva o ouro para o Brasil. Foto: Alaor Filho/Exemplus-COB

Sem conquistar um ouro desde as olimpíadas de Atenas em 2004, a seleção masculina de vôlei sonhava com mais uma vitória. A única derrota na competição foi justamente para a seleção que enfrentariam na final, a Itália. Como já era de se esperar, o jogo foi disputado ponto a ponto, onde cada saque, cada ataque ou cada bloqueio era comemorado intensamente pelos jogadores. Então, após passar pela Rússia na semifinal e pela Itália na grande final, a seleção mostrou porque ostenta o título de melhor do mundo, trazendo para casa a medalha de ouro estampada no peito.

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