“Poder Escolar”: diálogo entre professores e alunos busca melhora na educação

Por Juliana Santos

 Conhecido como “Poder Escolar”, o projeto de extensão “Qualificação das práticas pedagógicas de professores das redes públicas de educação básica da região sul do RS” foi criado em 2001 para suprir a falta de comunicação entre as escolas da região. Em grandes congressos, o grupo reúne palestrantes para uma conversa aberta com profissionais da educação e estudantes ainda em formação.

Foto: Juliana Santos

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Para concretizar tal proposta, o grupo possui quatro pressupostos. Um primeiro diz que os professores, nas suas práticas, produzem saberes; outro, já seria de que os professores aprendem na troca de experiências e no trabalho coletivo; o terceiro é que o exercício da prática é uma exigência para que não se caia nem no ativismo e nem no discurso escolar da realidade; o último pressuposto é o entendimento de que a mudança que o grupo deseja nas escolas acontece a partir da construção coletiva, democrática e autônoma dos projetos escolares.

Tendo como objetivo principal o foco na formação continuada dos professores da educação básica da região, o projeto envolve, além da UFPel, outras instituições como a  UCPel, 5ª CRE,  Secretaria Municipal de Educação, IFSul e, também, o 24º núcleo do CPERS.

Ano sim, ano não, o projeto promove no teatro Guarany uma grande conferência, que é alcançada com o resultado de todas as ações que foram realizadas ao longo do ano. Esse é o evento Poder Escolar, no qual, segundo a coordenadora do projeto, Lígia Cardozo Carlos, os professores discutem e se tornam formadores de si e de seus colegas.  “Isso acaba acontecendo na contramão de todas as críticas que são feitas acerca desses profissionais, onde colocam a responsabilidade do fracasso da educação em cima dos professores”, diz. No ano de 2012, além de acontecer no teatro, o evento realizou ações em outros locais da cidade, onde professores tiveram oportunidade de apresentar suas experiências de escola e discutir com professores da universidade.

Com mais de 80 escolas atendidas, a coordenadora diz que o interesse em participar do projeto parte das próprias escolas, onde alguém da coordenação pedagógica ou algum professor organiza o processo de ouvir os estudantes e os pais, sempre com o comprometimento da equipe diretiva.

Alunos do curso de pedagogia da UFPel trabalham no evento, participam das mesas de experiências e de conferências, o que faz parte não só da formação dos professores das escolas continuadas mas também da formação inicial dos estudantes de licenciatura.

Voz dos Estudantes     

No espaço de tempo até o evento, o grupo realiza o que chamam de “Voz dos estudantes”. Nessa reunião participam pais de alunos, alunos, professores e diretorias, a fim de dialogar acerca dos métodos utilizados na educação nas escolas. “Eles exigem mais disciplina, falam muito na necessidade de serem ouvidos e nós proporcionamos isso. Nesses encontros é possível ver que as escolas têm vários problemas semelhantes”, comenta a ex-coordenadora, Maria Antonieta Dall’Igna.

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