O Universo Cosplay

Por: Jéssica Gebhardt

Inspirados pela cultura pop japonesa, muitas pessoas se dedicam na prática do cosplay. 

De acordo com o site Cosplay BR, o termo cosplay é a contração das palavras em inglês costume (traje/fantasia) e play / roleplay (brincadeira, interpretação). O cosplay é um hobby que consiste em fantasiar-se de personagens de quadrinhos, games, desenhos animados japoneses, filmes, séries de TV, animações e tudo o que for do mundo do vasto mundo do entretenimento.

O foco da prática do cosplay é parecer o mais fiel possível com o personagem escolhido. Além de criar e produzir os trajes, o praticante interpreta o personagem, reproduzindo seus traços de personalidade, como a postura, falas e poses típicas.

Os amantes desse universo geralmente se reúnem em convenções voltadas para esse tipo de prática, para exibir e desfilar seus cosplays. Inúmeros eventos são criados para reunir os amantes dessa cultura e o resultado são locais totalmente lotados, gerando muita diversão. Em Pelotas, já foram realizados eventos como AnimaTri e, atualmente, todos os anos uma edição do AnimeBomb é lançada. Pessoas de diversas cidades comparecem nos eventos para prestigiar e exibir seus cosplays, além de terem a oportunidade de participar de diversos concursos ligados à prática.

Otavia Cé já é referência em Pelotas quando o assunto é cosplay. Tudo começou em 2008, quando ela foi ao seu primeiro evento destinado á apreciadores  da cultura pop japonesa e desde então nunca mais parou. Ela é professora do curso de Comunicação Social na Universidade Católica de Pelotas e divide seu tempo entre dar aula e produzir suas peças. A cosplayer conta que o trabalho, obviamente, vem em primeiro lugar. “O cosplay funciona como uma válvula de escape criativa e eu trato como uma atividade de lazer. Porém, não vou mentir que quando a oportunidade surgiu, acabei juntando os dois: uma das vertentes do cosplay, o crossplay feminino (meninas que se vestem e interpretam personagens masculinas) foi o objeto de estudo da minha tese de Doutorado, defendida em 2014”, diz. Ao longo dos anos a cosplayer já arrecadou inúmeros prêmios nacionais e internacionais. São 7 primeiros lugares em desfiles e mais de 10 colocações entre os três primeiros, menções honrosas em eventos fora do Brasil, além de ter suas fotos publicadas em revistas japonesas, americanas e italianas.

Cosplay da Morrigan e Zatanna por Otavia Cé. Foto por: Laura Cruz e Gabriel Dias, respectivamente (Imagem: Divulgação)

Cosplay da Morrigan e Zatanna por Otavia Cé.
Foto por: Laura Cruz e Gabriel Dias, respectivamente

Otavia diz que já participou de eventos internacionais, como o Comic Com, em 2012 e no ano passado teve a oportunidade de ir na Anime Expo em Los Angeles e no EVO em Las Vegas –evento focado em campeonato de jogos de luta, mas a participação de cosplayers é cada vez mais expressiva. “Conheci muitas pessoas, troquei ideias e experiências e vivenciei uma atmosfera que difere bastante do circuito de eventos nacionais que estou habituada a ir”, conta.

Muitas pessoas que fazem cosplay, às vezes, sofrem preconceito. São tratados com indiferença e taxados como pessoas fúteis ou infantis. Otavia, no entanto, afirma nunca ter passado por isso. “Por mais incrível que pareça nunca sofri. Meus pares entendem que é um hobby como outro qualquer.  Costumo inclusive brincar que tem gente que gosta de desenhar, outros de jogar futebol e eu gosto de me vestir de bonequinho”, explica. Porém, deixa claro que não é por nunca ter acontecido com ela que o preconceito deixa de existir. “Conheço várias pessoas que já foram ofendidas ou se sentiram humilhadas por gente que não entende/ não conhece o assunto. Os relatos mais comuns que ouço são relacionados a ser chamado de infantil e escapista ou, no caso de algumas cosplayers mulheres, serem xingadas por exibirem seus corpos (o que considero mais grave)”, diz.

Cosplay da Harley Quinn por Otavia Cé.  Foto por: Laura Cruz

Cosplay da Harley Quinn por Otavia Cé.
Foto por: Laura Cruz

Otavia possui ao todo 78 cosplays já feitos, todos muito bem elaborados. Ela destaca dois favoritos entre eles: o Drizzt do’Urden e a Malévola. “Drizzt é o meu herói fantástico favorito e eu me orgulho muito desse cosplay. Já a Malévola é mais por uma questão de recepção do público, ela é a campeã de demonstrações de afeto e carinho”, afirma.

Os cosplays favoritos da Otavia: Drizzt do’Urden e a Malévola   fonte: http://s-lancaster.deviantart.com/gallery/

Os cosplays favoritos da Otavia: Drizzt do’Urden e a Malévola
fonte: http://s-lancaster.deviantart.com/gallery/

A prática do cosplay está cada vez mais conhecida e ganhando milhares de adeptos. Pra quem ainda é iniciante nesse universo, Otavia diz que o ideal é começar produzindo cosplays simples e destaca que a pesquisa, tanto de materiais quanto de imagens de referência, é essencial. “Quanto mais materiais se conhece, maior o leque de opções para desenvolver um projeto. E quanto mais imagens de referência se busca, menos dúvidas vão surgir na hora de costurar a roupa”, finaliza.

Se você quiser conhecer mais sobre o trabalho da Otavia Cé é só clicar nas páginas abaixo:

Facebook

Deviantart

Cure

Cosplay.com

Comentários

comments

Você pode gostar...