O JOGO DO DINHEIRO

Por Graça Vignolo de Siqueira

(Foto: Divulgação)

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Sinopse:

Lee Gates (George Clooney) é o apresentador popstar do programa de TV “Money Monster”, onde dá dicas sobre o mercado financeiro. Um dia, um jovem (Jack O’Connell) invade o programa no momento em que está sendo transmitido e, com um revólver, obriga Lee a vestir um colete com explosivos. Patty Fenn (Julia Roberts), a produtora do programa, imediatamente ordena que o mesmo saia do ar, mas o invasor exige que ele permaneça ao vivo, caso contrário matará Lee.”

Bem, já no trailer eu percebi semelhanças com Rede de Intrigas e também lembrei de Wall Street. Quem os assistiu não deixa de comparar referências. Dirigido por Jodie Foster o filme é um suspense com doses de humor para que não fique pesado.

Lee Gates é um misto de economista e animador de auditório. Apresenta um programa na televisão dando dicas de investimentos. Pelo que se sabe, o personagem é inspirado numa figural real, Jim Cramer, do canal CNBC, pois não tem noção do ridículo.

A espetacularização usada na TV é vista desde os primeiros minutos da história, onde tudo toma grandes proporções, desde que seja transmitido ao vivo. Com roteiro de Jamie Linden, Alan DiFiore e Jim Kouf, a trama é muito boa.

Seria mais um dia comum de estrelismo para Lee, se Kyle Budwell não resolvesse invadir o estúdio com uma arma e um colete com uma bomba, para ser usado em Gates. Com o detonador na mão, caso o acione, o estúdio e tudo à volta pode explodir.

Budwell investiu o pouco que herdara em aplicação aconselhada por Gates e ao perder tudo planejou a vingança. Mas conforme o suspense caminha se descobre um esquema de corrupção por uma grande empresa.

O grande vilão é o presidente da empresa Ibis, Walt Camby (Dominic West). Ele está em lugar desconhecido e não pode responder à pergunta de Kyle: “Como você perdeu US$ 800 milhões?”

Claro que logo o mundo já está assistindo ao que acontece na TV e querendo saber se a explosão ocorrerá. E a diretora do programa, Patty Fenn, preocupada com Lee, também se empolga com a audiência. Afinal, audiência é tudo no mundo televisivo.

O melhor de tudo é que, para todos que assistem, o homem armado e com o detonador não é o vilão. Ele representa todos àqueles que perdem dinheiro para as grandes corporações e são enganados pela mídia.

Kyle não quer o dinheiro de volta, quer mesmo é saber o que aconteceu. Quer respostas. Quer que Lee e Camby admitam que erraram.

Tanto Lee quanto Patty têm consciência de que essa não é a melhor maneira de fazer jornalismo. Em dado momento ela fala à equipe: “faz tempo que não fazemos jornalismo de verdade”.

O interessante da trama é a constatação e crítica ao espetáculo televisivo. Enquanto o suspense sobre a detonação da bomba, o sofrimento da equipe e os diálogos entre Lee e Kyle persistem, a “plateia” não sai de perto da TV.

Cada vez mais admiro o trabalho de direção de Jodie Foster, pois ela é hábil em momentos de tensão e extrai dos atores o seu melhor. Clooney brilha tanto nos momentos de popstar, quanto nos momentos em que pensa que pode morrer.

Julia está perfeita como a diretora que já não suporta mais o programa e o apresentador e pediu demissão, mas não abandona seu posto, pois sabe o quanto importante é aquele momento.

O jovem Jack é uma agradável surpresa, mais uma vez. Mesmo com mais de 10 filmes, sendo um deles o ótimo O Invencível, de Angelina Jolie, ele está convincente no papel em que é um misto de vilão e herói.

Eu gostei muito do suspense, recomendo que o assistam e que aproveitem, pois entrou em cartaz nesta semana, no Cineflix do Shopping Pelotas. Vou confessar que eu esperava outro final, mas nem tudo é perfeito.

Nota: 9,5

Link para o trailer: https://youtu.be/hPXFSzTOBMc

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