Marcos Planela vê evolução na situação do futebol feminino no Brasil

Coordenador do projeto das Lobas falou também sobre as convocações recentes de atletas do clube
 

20 anos de projeto. 20 anos que Marcos Planela está à frente do Departamento de Futebol Feminino do Pelotas. E 2017 promete ser um ano diferente das duas décadas anteriores. “Abrimos mão de disputar o Campeonato Gaúcho adulto, ficando apenas nas categorias sub-15 e sub-17, onde somos os atuais Campeões Gaúchos”, explicou Marcos.

 
As dificuldades financeiras sempre foram presentes, mas Planela deseja que situações como essa deixem de acontecer no futuro das Lobas. “O normal é a cada temporada ficar devendo algo e passar três meses da temporada seguinte ainda saldando os débitos da temporada anterior. Entendemos que para o ciclo dos próximos cinco anos isso tem de mudar.”
A falta de apoio financeiro também é expressa pela pequena visibilidade do futebol feminino. Colocado muitas vezes em segundo plano, a modalidade tem, a passos curtos, mudado essa visão. “Nos últimos cinco, seis anos tem acontecido um crescimento mais consistente. Lento, um processo mais lento do que as gurias mereceriam, mas vem evoluindo”, comentou o Coordenador do Futebol Feminino das Lobas. Marcos também lembrou de algumas medidas que podem tornar o processo mais veloz. “Essa sequência de medidas conjuntas de algumas entidades pressionam os clubes a olharem o futebol feminino com outros olhos. A Fifa organizou a Copa do Mundo masculina aqui e no seu legado, que é milhões de dólares, ela determinou um percentual daquele dinheiro só pode ser investido em futebol feminino. Na sequência teve a criação do Profut, que para os clubes terem acesso ao parcelamento as equipes tem de ter futebol feminino e, agora por último, a Commebol que a partir de 2018 determinou que os clubes que queiram disputar a Libertadores também vão ter que ter um Departamento Feminino.”
Nesses 20 anos, mais de 600 atletas já passaram pelo Pelotas. E, na última semana, Andrine e Luísa, jogadoras do clube, se tornaram a vigésima terceira e vigésima quarta a ser convocada para a Seleção Brasileira de Futebol. Planela não esconde a felicidade ao ver suas comandadas alcançando objetivos tão grandes. “São meninas bem jovens e que tem muito potencial. Estamos tentando dar o suporte de informações, para que quando elas cheguem lá não cheguem tão “cruas”. Claro que vai ter um impacto, como teria para qualquer um, mas estamos tentando fazer com que ele seja o menor possível.

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