Pelotas tenta quebrar jejum de 35 anos

Time do Pelotas em 1983. Foto: divulgação/EC Pelotas

Por Luís Artur Janes Silva

No próximo domingo, dia 24 de junho, o Esporte Clube Pelotas enfrentará o Aimoré na segunda e decisiva partida que definirá o campeão da Divisão de Acesso do ano de 2018.

O local da final ainda não está definido e esta indefinição também é notada nos prognósticos sobre o jogo, tudo porque no primeiro encontro entre os dois times, ocorrido no sábado passado, tivemos empate de um gol, ou seja, quem vencer o confronto deste final de semana levará o caneco. Caso tenhamos novo empate, independente do número de gols, o título será definido nos pênaltis.

Se o Pelotas conquistar o troféu da Divisão de Acesso de 2018, quebrará um jejum que dura 35 anos. Em 1983, o áureo-cerúleo conquistou o Acesso à divisão principal do Campeonato Gaúcho e, ao mesmo tempo, adicionou mais uma taça ao seu acervo.

O início dos anos 80 do século passado foi bastante complicado para o Esporte Clube Pelotas, que foi rebaixado no Gauchão de 1980, depois que a FGF (Federação Gaúcha de Futebol) resolveu diminuir o número de participantes do certame estadual para o ano seguinte. Para quem imaginava que o Lobo voltaria rapidamente ao convívio dos grandes do futebol gaúcho, acabou se surpreendendo com as dificuldades que o clube da Princesa do Sul teve para voltar ao patamar anterior.

Assim, os anos de 1981 e 1982 passaram e o Pelotas não conseguiu voltar ao Gauchão, frustrando sua torcida e aumentando a ansiedade em relação à redenção futebolística do clube.

Mas o ano de 1983 foi diferenciado e marcou a volta do áureo-cerúleo à elite do futebol gaúcho. Fora das quatro linhas, tivemos a inauguração da grande arquibancada da rua Gonçalves Chaves, prenúncio do renascimento do clube. No banco de reservas, comandando o time, o experiente técnico Paulo de Souza Lobo, o popular Galego, um mito do futebol pelotense.

O grupo de jogadores tinha entre seus destaques os célebres Alamir, Celso Guimarães, Eduardo, Tijuca e Paulo Ricardo (que vestiu o manto azul e amarelo por quase treze anos). A torcida fez sua parte e o Pelotas foi soberano durante toda a competição, que na época era chamada Campeonato Gaúcho da Segunda Divisão.

O Lobo terminou na liderança em todas as fases do certame, enfrentando inicialmente o XIV de Julho, da cidade de Santana do Livramento, o Alegrete e o Guarany de Bagé, que decepcionou e foi eliminado na primeira fase, apesar de toda a sua tradição. Na etapa seguinte, o Pelotas reencontrou o XIV de Julho e o Alegrete, mas  também teve confrontos contra o Ferrocarril de Uruguaiana e o Riograndense de Rio Grande. O time da Avenida Bento Gonçalves foi tão superior que terminou invicto nestas duas primeiras fases, chegando ao Quadrangular Final como grande favorito ao Acesso.

Para se ter uma ideia do poder de fogo do Pelotas durante o campeonato de 1983, basta dizer que, em 10 jogos que disputou na Boca do Lobo, o áureo-cerúleo ganhou nove vezes e empatou em uma oportunidade, justamente na estreia da competição, diante do Alegrete.

O Lobo perdeu apenas um jogo no Campeonato Gaúcho da Segunda Divisão de 1983. A derrota aconteceu na terceira rodada do Quadrangular Final, quando o Pelotas foi batido pelo Santa Cruz pelo placar de 2×0. Mas nem mesmo este revés impediu o Acesso do time treinado por Galego, que venceu os três últimos jogos que disputou, garantindo a volta à Primeira Divisão do Gauchão e também o título da competição, o encerramento perfeito da epopeia azul e amarela nas divisões inferiores do futebol do Rio Grande do Sul.

E este encerramento aconteceu bem longe da Princesa do Sul, pois a subida de divisão e o caneco foram garantidos na cidade de Passo Fundo, após a vitória do Pelotas diante do XIV de Julho local (2×0) e o empate sem gols do Santa Cruz contra o XIV de Julho de Livramento.

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