Inclusão social em projeto fotográfico: conheça a iniciativa dos estudantes da UFPEL e UCPEL

Ao final do projeto, o grupo une-se para uma recordação em conjunto.
Foto: Arquivo Pessoal/Rayane Lacerda

Por Luíza Mattea

Com o propósito de fortalecer a luta pela inclusão social, duas universidades de Pelotas uniram-se em um projeto fotográfico, realizado entre os dias 9 e 23 de outubro. Coordenado pelos professores Nauro Junior (UCPel), e Carlos André Dominguez (UFPel), o projeto resgata o sentido social do jornalismo ao mostrar, de forma simples e sensível, 25 jovens e adultos da Escola de Inclusão da UFPel envolvidos em atividades que os fazem felizes – como a música, o futebol e a literatura.

Os coordenadores Nauro Júnior e Carlos André Dominguez. Foto: Arquivo Pessoal/Rayane Lacerda

No cenário do Campus Porto, quatro estudantes de cada universidade deixaram registrados momentos de descontração e alegria, que mais tarde irão compor uma exposição no Shopping Pelotas, na UCPel e, posteriormente, na UFPel, onde os próprios alunos da escola de inclusão poderão retirar as fotos como forma de recordação. A principal finalidade do projeto é proporcionar aos alunos e familiares o registro de momentos especiais, além de sensibilizar a todos os interessados na exposição, dando espaço para a diversidade.

Para os alunos do curso de Jornalismo, a oportunidade é impar. O estudante da UFPel, Gabriel Huth, conta que, para ele, a experiência foi incrível: “Registrar as pessoas da forma como elas mais gostam de serem identificadas é, além de belo, uma inclusão social que só a fotografia pode conceber. A ideia do projeto foi genial  pela simplicidade”. Gabriel também destaca que, em alguns momentos, foi difícil conter a emoção ao conversar com os jovens e compreender suas concepções do mundo: “Coisas que para nós são comuns, para eles são uma grande vitória. Isso é forte e nos faz rever conceitos”.

A ideia inicial surgiu de Maria de Fátima Daunis Cunha, mãe de uma das alunas da Escola de Inclusão, que também auxiliou buscando e levando os alunos à sala de aula: “Eu conheço o trabalho do Nauro e sei que ele é uma pessoa sensível, por isso pensei nele para fazer as fotos. Ele ampliou o projeto, convidou o pessoal da Federal para fazer essa parceria e chamou os alunos, fazendo um trabalho maior e mais completo”. Feliz com os resultados que estão surgindo, Maria de Fátima conta que o grupo responsável pelos alunos está sempre procurando atividades extras para serem feitas, como passeios e viagens: “As diferenças existem e a gente sabe disso, mas eles precisam ver o mundo”, finaliza.

Associação de Pais e Amigos de Jovens e Adultos com Deficiência

A Associação de Pais e Amigos de Jovens e Adultos com Deficiência (APAJAD) foi criada devido à ausência dessa parcela da população no ensino regular. Com uma sala disponível no Campus Porto, de segunda a quarta, a Associação estabeleceu uma parceria com a Universidade e busca desenvolver diversas atividades pedagógicas, lúdicas, de inclusão digital e economia doméstica, além de quatro processos de alfabetização, elaborando a Escola de Inclusão. Além disso, oferece fisioterapia, oficinas culinárias e aulas de Tai Chi. “Conhecemos cada aluno, sabemos quais são as dificuldades e por quais caminhos podemos andar para ajudá-los a vencer”, conta Marli Resende Dos santos, diretora da APAJAD, psicopedagoga e coordenadora da Escola de Inclusão, juntamente à professora da UFPel, Lorena Gill.

Nauro Júnior produz o contexto de uma das fotografias que irá compor a exposição. Foto: Arquivo Pessoal/Rayane Lacerda

Com uma equipe que conta com duas pedagogas, uma psicopedagoga e uma psicóloga, a APAJAD trabalha com o lema “Acreditamos nas capacidades e buscamos as possibilidades”. Marli ainda destaca que, atualmente, a busca é por um espaço permanente dentro da universidade, que ofereça duas salas, para que seja possível fornecer atendimento psicológico individual para o aluno e seu familiar, proporcionando, assim, maiores cuidados para todos: “O objetivo da Associação é mostrar que essas pessoas especiais existem, que são capazes e precisam de um espaço digno na sociedade. Eles estão vivendo conosco e se a gente não cuidar deles, vão acabar marginalizados”.

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