Gilberto Gil em Pelotas: talento e simplicidade em um só artista

Gilberto Gil encanta os fãs no Theatro Guarany. Foto: Rayane Lacerda/Arquivo Pessoal

Por Rayane Lacerda

Na noite do último sábado (21), Pelotas recebeu um dos maiores músicos brasileiros no palco do Theatro Guarany. Gilberto Gil encantou o público com a sua simplicidade, energia e, claro, com o seu talento para dar vida a música. O show iniciou por volta das 21h e fascinou um teatro lotado, com todos os lugares preenchidos e fãs aplaudindo o artista ao final de cada interpretação.

Em uma exibição de voz e violão, ele demonstrou a vivacidade que ainda carrega aos 75 anos de idade, apresentando uma bela escolha de músicas e trocando diversas conversas e interações com a plateia. Gabriela Nogueira, 46, conta que prestigiou o repertório escolhido: “Em relação ao repertório eu gostei bastante. A maioria das músicas a gente conhece, canta junto, acompanha. São músicas de sucesso. Claro, uma e outra – não sei se são músicas novas – eu não conhecia a letra, mas também é uma forma de divulgar o trabalho”.

Contar as histórias que deram origem às obras musicais é uma característica da própria Música Popular Brasileira (MPB) e que faz parte das apresentações de Gilberto Gil. A cada música com uma origem interessante ou com a presença de outras figuras brasileiras – como Gal Costa, Maria Bethânia e João Donato –, ele compartilhava com o público e contava o sábio contexto de cada canção. Entre as músicas tocadas, pode-se citar: A paz, Andar com fé, Esperando na janela, Toda menina baiana, Não chores mais (No woman, no cry) e Preciso aprender a só ser. Além disso, canções como Drão e Esotérico, solicitadas no início do show por meio de gritos da plateia, também compuseram a seleção. Para mais, ao cantar A Novidade, Gilberto foi capaz de despertar o senso crítico da plateia, que iniciou um intenso coral de vozes que pediam “Fora, Temer!”.

Com um público distinto entre crianças, jovens e adultos, a presença de grandes fãs contribuiu para um auditório que demonstrou felicidade ao presenciar o trabalho de Gil. “Eu acompanho a trajetória do Gilberto Gil já faz algum tempo. Eu gosto de Música Popular Brasileira e de todos dessa geração – Gil, Caetano, Bethânia, Gal Costa, Chico Buarque. São cantores que marcaram uma época e se identificam com a minha geração. Então, acompanho o trabalho dele desde que eu me conheço por gente”, conta Gabriela Nogueira.

Sobre o show como um todo, Gabriela afirma que superou as suas expectativas: “Me surpreendeu positivamente. Eu imaginava ter outras pessoas, outros músicos acompanhando o Gilberto Gil. Foi um show de voz e violão com uma excelente qualidade. Nunca tinha visto ele ao vivo e achei ele um cara tranquilo, simples e cativante. Ele envolve o público”.

Após finalizar o espetáculo, Gil some da vista do público em direção aos bastidores em meio a fortes aplausos, gritos, palavras de agradecimento e – como já se esperava – pedidos de “mais um”. Com o público todo em pé, na expectativa de mais uma canção, Gil volta e reaparece nas luzes do teatro, cantando não somente “mais um”, mas “mais dois”. Ele encerra a sua apresentação com Rafavela e Palco, agora com os fãs mais próximos e satisfeitos com a mágica do artista brasileiro que honra a naturalidade do país.

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